Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 AULA 25/04 FISIOPATO INFARTO E CHOQUE PROF. ANA LUCIA INFARTO ● Definição: Área de necrose isquêmica causada por oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa em um determinado tecido. Comprometimento da circulação naquele local leva a área de necrose isquêmica e pode ser consequente da oclusão arterial ou da drenagem venosa. Se tiver comprometimento da drenagem venosa causando uma estase, uma congestão, pode ter um comprometimento da oxidação e da chegada circulatória daquele tecido. Pois, se tem uma congestão o sangue não consegue efluir e segundamente ocorrerá dificuldade da chegada de sangue. ● Importância Nos EUA mais da 1⁄2 das mortes são causadas por doenças cardiovasculares. No Brasil – principal causa de morte. 20% entre > 30 anos ● Etiologia ➔ Trombose e embolia - 99% dos infartos (oclusão arterial ou êmbolos de trombose arterial ou venosa) Umas das causas de infarto pode ser proveniente da artéria que desenvolveu um trombo e foi sendo ocluída, ou então houve um desprendimento de um êmbolo a partir de um trombo, ou seja, uma tromboembolia.Esse êmbolo pode obstruir um vaso de menor calibre. 99% dos casos estão envolvidos com trombo ou êmbolo arterial. A origem desse êmbolo pode ser venosa ou arterial. O trombo venoso a nível de membro inferior,se aloja no pulmão, podendo levar uma área de infarto pulmonar. Da mesma forma, se tiver uma aorta com placa de ateroma, parte desse trombo pode desprender, ou o próprio trombo pode causar infarto, pois obstruiu de tal forma a circulação que causou o infarto. Outras causas: – Vasoespasmo - então se tem um elemento que levou o indivíduo a fazer espasmo em uma área que não está muito bem perfundida, isso pode ser suficiente para causar o infarto. – Expansão de ateroma (hemorragia na placa) - chegando a obstruir o vaso causando o infarto. ex: dentro da placa de ateroma pode ocorrer hemorragia dos microvasos, ocluindo agudamente a luz. – Compressão extrínseca de um vaso - um tumor se desenvolvendo podendo comprimir um vaso arterial. – Torção vascular – testículo, volvo intestinal (intestino que se dobra sobre si mesmo, principalmente em indivíduos que fizeram cirurgias anteriores, com pontos de fibrose o que pode predispor durante o peristaltismo que o intestino faça um volvo, comprimindo vasos causando o infarto) – Compressão por edema, herniação – Ruptura traumática do vaso ➔ Por trombose venosa - mais raro (canais colaterais). Mais frequente a obstrução venosa e congestão. Pode ocorrer em órgãos com canal venoso único – ovário e testículo. Por SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 2 não ter uma via de escape de retorno venoso daquela região e sim uma circulação única, favore sofrer o processo de infarto. ● Fatores que influenciam o desenvolvimento de um infarto ➔ Natureza do suprimento vascular – Circulação dupla ou final. A circulação que foi comprometida, se for uma circulação com dupla circulação como o pulmão, nesses órgãos tem menos chances de ocorrer o infarto, impedindo que ocorra a lesão irreversível. Agora se for no rim, a artéria renal sendo obstruída, a chances de infarto é bem maior, pois o sangue oxigenado não está chegando ➔ Velocidade de desenvolvimento da oclusão – Possibilidade de desenvolver perfusão alternativa (comunicação interarteriolar coronariana). Um indivíduo que sofra obstrução da coronária, sendo jovem, acontecendo de forma aguda, a chance de desenvolver o infarto é bem maior do que um indivíduo idoso que já foi desenvolvendo ao longo da vida a comunicação entre as artérias coronárias, então essas colaterais consegue manter a circulação ainda suficiente para evitar que o tecido morra. ➔ Vulnerabilidade à hipóxia – Neurônios – 3 a 4min – Miócitos – 20 a 30 min ➔ Conteúdo de O2 no sangue – Oclusão de pequeno vaso em paciente com baixa concentração. Se tiver um indivíduo que mantém uma boa pressão parcial de oxigênio no sangue, ele persiste mais a um processo de diminuição de fluxo do que um indivíduo que já está hipoxêmico. ● Classificação dos Infartos Quanto a presença ou não de infecção: ➔ Sépticos: Área de infarto com processo infeccioso. – Vegetações bacterianas de uma válvula cardíaca que geram êmbolos. – Microrganismos que colonizam uma área de tecido necrótico. Nesse caso o infarto é convertido em abscesso. Pode ser de duas maneiras, em um indivíduo que está com sepse, com infecção generalizada, então faz, vegetações de bactérias nas válvulas cardíacas e liberam êmbolo dessa vegetação. Esse êmbolo vai obstruir um vaso, causando um infarto séptico, pois há presença de bactérias. Outra possibilidade é um indivíduo que sofreu um infarto agudo do miocárdio, por ter aterosclerose por exemplo, e então se desenvolver uma infecção, essa bactéria tem mais facilidade de se instalar por deficiência circulatória, em que há dificuldade das células do sistema imune chegarem no local. ➔ Assépticos (estéreis): Área de infarto que não tem infecção no local. Quanto a cor: - Vermelhos (hemorrágicos) -Brancos (anêmicos) SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 3 Depende do tecido, órgão que está sendo acometido. Está envolvido com processos macroscópicos. ● Infartos Vermelhos (hemorrágicos) PODEM ACONTECER POR: – Oclusão venosa (torção ovariana e testicular) Se tem um trombo, gera uma congestão, então há volume de sangue no local, mas com uma oxigenação inadequada. Tem aspecto vermelho, pois há muitas hemácias no local. – No pulmão o tecido frouxo permite que o sangue se acumule na região infartada Quando há necrose, há destruição de células sendo do parênquima do tecido ou endoteliais de vasos daquela região.Quando há tecido compactos, fica mais difícil aquele sangue que extravasa disseminar na área infartada, por isso tecido sólido tem aspecto de infarto brando e nos tecidos mais frouxos o aspecto do infarto vermelho. No cérebro vemos o infarto hemorrágico. – Em tecidos de dupla circulação (pulmões e intestino) - fluxo proveniente de circulação paralela para a área necrótica. No pulmão além desses mecanismo ainda há dupla circulação (artéria pulmonar e circulação brônquica), então sofre um infarto e tem algum sangue vindo também pela via brônquica que pode extravasar sangue. – Em tecidos com congestão prévia devido a fluxo sanguíneo lento Nos tecidos já congestos, ex: no tratamento no indivíduo que sofreu infarto, está tomando medicamento e fazendo procedimentos visando a reperfusão daquele tecido, mas tem malefícios podendo ter algum grau de hemorragia, ocorrendo o infarto vermelho. – Quando o fluxo é restabelecido a um local de oclusão arterial e necrose prévios (angioplastia) SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 4 ● Infartos Brancos (anêmicos) Ocorrem quando há oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulação arterial terminal – Baço, rins, coração, fígado OBS: No fígado também há dupla circulação, então pode ter infarto anêmico ou hemorrágico. OBS: Nos rins, baço e coração tem circulação terminal. Pode-se encontrar na microscopia do coração uma área hemorrágica,quando há reperfusão do fluxo do vaso lesado. O tecido sólido limita a hemorragia que pode extravasar dos leitos capilares adjacentes para a área de necrose isquêmica. ➔ Macroscopia: A maioria tende a se apresentar em forma de cunha o vaso ocluído no ápice e a periferia do órgão formando a base. Aqui temos, uma coronária com um trombo. Na coronária aberta é possível ver a placa de ateroma com um área de trombo, então uma obstrução da coronária. E no coração cortado transversalmente podendo ver a área de infarto, se fosse um corte longitudinal o aspecto seria em cunha. Se houvesse revascularização, poderia ser visto áreas hemorrágicas. OBS: Houve um infarto, comprometendo a parte mais externa perto da serosa, então teria uma reação inflamatória associada que seria desencadeada por conta da necrose perto de serosas, gera um exsudato fibrinoso - pericardite fibrinosa. ● Evolução do Infarto Resposta inflamatória desencadeada por produtos necróticos → inicia em poucas horas pelas margens → bem definida em dois dias. A resposta inflamatória que é desencadeada pela presença dos produtos da necrose do tecido, das próprias células do parênquima e das células inflamatórias que irão para o local e também serão destruídas. SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 5 OBS: quando há uma lesão reversível ou não, a função da célula é alterada o que pode levar a arritmias, o coração naquela região tem a circulação alterada que pode ser o suficiente para levar a morte. Para ter alterações macro e micro compatíveis com a necrose isquêmica tem que ter mais de 20 horas de evolução. Degradação gradual do tecido morto ↓ Resposta reparativa pelas margens preservadas ↓ Substituição por tecido conjuntivo cicatricial ● Microscopia A característica histológica dominante é a necrose de coagulação isquêmica. No tecido cerebral há outro tipo de necrose, necrose de liquefação. E se tiver um infarto ao nível de membros inferiores, pode desenvolver uma gangrena seca, então há uma necrose gangrenosa. Quando recente não há alteração histológica Sobrevida por 12 a 18h única alteração é hemorragia Resposta inflamatória começa dentro de algumas horas (completa em 1-2 dias) Segue reparação - tecido fibroso Há perda de miócitos não vemos os núcleos, isso ocorre devido às alterações de cariólise e fibrinólise. É observado também uma eosinofilia mais intensa nesses miócitos. Nesse slide é possível perceber a evolução, em que com 1-2 dias temos a resposta inflamatória ocorrendo naquele local, com um nível de congestão, eosinofilia, alteração dos miócitos, chegada de células polimorfonucleares e perda da característica dos sarcômeros. Com 3-4 dias, é encontrado macrófagos, congestão e com 1-2 semanas há SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 6 cicatrização do tecido, com neoformação vascular, com tecido de granulação. ● INFARTOS MAIS COMUNS Coração, pulmão, cérebro e intestinal ➔ Cardíaco – Podem ser transmurais (atingem toda a parede) ou subendocárdico - depende do nível de obstrução e de que coronário foi acometida. Leva a disfunção cardíaca, uma área que cicatriza não tem mais miócito, então não contrai mais. – Em geral são brancos mas podem ser vermelhos (focos hemorrágicos). Dependem da extensão do refluxo de sangue na área atingida ➔ Pulmonar Como tem dupla circulação é mais difícil de ocorrer o infarto, mas ainda está entre os mais comuns. Indivíduos que sofrem embolia pulmonar, em que o tecido sofre isquemia não chega a infartar e às vezes pode desenvolver a hipertensão pulmonar por conta dos vasos obstruídos, precisando de uma maior pressão para o fluxo de sangue chegar ao pulmão. – Apenas 10% dos êmbolos provocam sintomas clínicos – Oclusão de uma artéria pulmonar de médio calibre a circulação é compensada pelas artérias brônquicas ➔ Infartos Cerebrais – Ocorrem em consequência de isquemia Local - levando a necrose em área bem definida Generalizada (no choque) - levando a necrose cerebral disseminada – A lesão isquêmica no SNC resulta em necrose de liquefação ➔ Infartos Intestinais – Se pequenos sofrem resolução em alguns dias – Lesões mais graves levam a ulcerações, fibroses e estenoses As fibroses podem comprometer o lúmen, pois a fibrose retrai, alterando o lúmen. Esse indivíduo pode desenvolver depois um quadro de uma semi oclusão intestinal em consequência de uma infarto prévio, é o mesmo raciocínio utilizado se o indivíduo fizer um processo inflamatório intestinal importante, que vai cicatrizar e formar fibroses. – Podem levar a perfuração intestinal por necrose transmural →peritonite →sepse e morte SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 7 SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 8 CHOQUE Tem um tipo choque que é consequente a uma alteração de uma função do coração: cardiogênico. ● Definição – Hipoperfusão sistêmica por redução do débito cardíaco ou volume sanguíneo circulante efetivo (VCE) É uma hipoperfusão de forma sistêmica que pode acontecer por diminuição do débito cardíaco, lembrando que o débito cardíaco é o volume de sangue ejetado em um minuto, calcula-se vol. sistólico x freq. cardíaca. A redução do volume sanguíneo leva a hipóxia dos tecidos, se não chega sangue adequado, não chega oxigênio. ➔ Distúrbio na macrocirculação – bomba cardíaca e volume sanguíneo → cardiogênico e hipovolêmico Preciso ter volume para ter débito, mas também frequencia e um miocárdio funcionante. Quando há um comprometimento da bomba cardíaca ou do VCE haverá um distúrbio de macrocirculação - choque cardiogênico. Pode ter também o choque hipovolêmico, quando não há uma volemia adequada, ex: na hemorragia há perda de volume, levando a hipotensão arterial (PA= débito x resistência vascular periférica), se o débito cardíaco depende de volume, a pressão arterial cai por isso. Se há o comprometimento do coração → choque cardiogênico. Ou seja a pressão arterial vai cair, levando a uma hipoperfusão e a origem foi comprometimento cardíaco. Se o indivíduo sofreu uma grave hemorragia e perdeu grande parte do vol. sanguíneo haverá o choque, uma hipoperfusão por conta da queda da PA. Perda de volume → choque hipovolêmico. ➔ Distúrbio na microcirculação – distribuição do volume sanguíneo → baixa perfusão tissular (tecidual) → séptico, anafilático, neurogênico No choque séptico a alteração é na microcirculação local e posteriormente um comprometimento cardíaco secundário. ● Resultado – Hipotensão, perfusão reduzida e hipóxia tissular – Oferta de O2 e nutrientes deficiente, sem remoção de catabólitos – Metabolismo passa de aeróbico a anaeróbico – Reversível ou ocasionar lesão tecidual irreversível → morte ● Classificação do Choque ➔ Cardiogênico – falência da bomba cardíaca ➔ Hipovolêmico – perda de sangue, plasma ou líquido circulante. Ex: desidratação, hemorragia ➔ Séptico – por infecção bacteriana ou fúngica ➔ Outros menos comuns: – Neurogênico – acidente anestésico, lesão de medula (perda de tônus vascular) – Anafilático – reação de hipersensibilidade tipo I (IgE) – vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL9 ● Choque Hipovolêmico - Sangramento intenso, perda de plasma (queimadura) e desidratação As células começam a sofrer com a perda desse volume e começam a produzir mediadores químicos, por exemplo, o óxido nítrico pode atuar na vasodilatação como também interferir na atuação do miocárdio. Ou seja, mais um elemento atuando na fisiopatologia do quadro. Quando a pressão arterial cai, os barorreceptores são estimulados com uma alça negativa ´para o tronco cerebral, aumentando as catecolaminas liberadas, há também o estímulo adrenérgico (O NO bloqueia o estímulo adrenérgico), o sistema renina angiotensina aldosterona e ADH. - Na hemorragia há aumento de NO (cels.endoteliais, mediadores) – vasodilatação, diminuição da resposta agonista dos ß-adrenérgicos e diminuição da função contrátil do miocárdio - Perda rápida de grande volume → 20% da volemia Pode ser causada por hemotórax → presença do sangue na pleura, hemoperitônio → presença do sangue no peritônio e hemopericárdio → presença do sangue no pericárdio. Nesse esquema, está relacionado ao choque que envolve macrocirculação. Se há insuficiência cardíaca seja por infarto, arritmia ou miocardite; obstáculo na circulação intratorácica ou a perda de volume → leva a diminuição do enchimento cardíaco. Se há uma embolia, tem uma pressão aumentada, então vai ter uma dificuldade na circulação, aumenta a pressão e o retorno venoso para o coração direto fica comprometido. Se há um infarto, também diminui o retorno venoso, pois o miocárdio não está funcionando adequadamente, diminui o vol. de ejeção (débito) levando ao choque. SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 10 A insuficiência circulatória periférica, aqui pensamos também, no choque em que o comprometimento é circulatório. Essa insuficiência leva a diminuição do vol. sang. efetivo por causa da vasodilatação (mecanismo inicial produzido pelas células endoteliais lesadas), ocorrendo uma estase, o que diminui o retorno venoso e o débito cardíaco e leva a hipotensão. A hipotensão leva a ativação do mecanismo de defesa para aumentar a pressão, fazendo uma vasoconstrição, ex: catecolaminas atuando. Essa vasoconstrição leva a hipóxia tissular contribuindo para a insuficiência circulatória periférica. Os tecidos que não respondem a ação desse mecanismo de defesa da vasoconstrição é o cardíaco e cerebral. Essa alteração da microcirculação há em qualquer tipo de choque, mas esse distúrbio é tem mais atenção no choque séptico, pois é o mecanismo central inicial. Mas tanto o choque cardiogênico quanto o hipovolêmico se persistir haverá alteração na circulação periférica, pois mecanismos vão ser desencadeados para tentar aumentar a pressão arterial. SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 11 ● Mecanismos para manter DC e pressão sanguínea - Reflexos barorreceptores localizado crossa da aorta e nas carótidas Se a pressão cai, tem menos estímulo no tronco o que estimula a liberação simpática. - Liberação de catecolaminas - Ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona. Devido a baixa pressão na artéria renal, na mácula densa a liberação de renina, com isso a formação da angiotensina I e depois pela ECA em transformação em angiotensina II. Essa faz vasoconstrição e produção da aldosterona. A aldosterona retém água e sódio aumentando a volemia e pressão arterial. - Liberação de ADH. Produzida na neurohipófise. - Estimulação simpática generalizada ● Manifestações Clínicas do Choque ➔ No hipovolêmico e cardiogênico – Hipotensão arterial – Pulso rápido e fraco. Por conta as catecolaminas – Dispnéia e taquipnéia. Depende dos receptores, pode ser central e periférico, os periféricos respondem a queda da pressão parcial de O2, e com isso vão atuar no cerebral aumentando a frequência respiratória, até mesmo na utilização dos músculos acessórios da respiração. . – Pele cianótica (↓O2), pálida (vasoconstrição), pegajosa (simpático estimula as glândula sebáceas) e fria ➔ No cardiogênico - turgência de veias jugulares. Dificuldade do sangue que retornar desaguar no coração. ● Choque Séptico ➔ Importante causa de morte em UTI ➔ Incidência aumentada de choque séptico se deve: – Melhora do suporte à vida – Aumento de procedimentos invasivos – Pacientes imunocomprometidos ➔ Resulta da resposta do organismo ao agente infeccioso (sistema imune natural) – Infecção localizada (pneumonia / abscesso / peritonite) – Infecção disseminada ➔ Etiologia - bactérias Gram (-) – 70% (endotoxina –lipopolissacarídeos) liberação mediadores; bactérias Gram (+), fungos. As endotoxinas de Gram (-), ainda são muito importante no processo desencadear o choque séptico, mas as bactérias de Gram (+), não produzem endotoxinas, entretanto os elementos constituintes dessas bactérias são capazes de desencadear mecanismos semelhantes às endotoxinas, causando o quadro grave de infecção. Na patogenia, os lipopolissacarídeos que são as endotoxinas, e outros constituintes das bactérias que não produzem endotoxinas, podem desencadear as ativação das células inflamatórias. Quando alguns mediadores começam a serem produzidos, ativam determinados receptores das células, inclusive células inflamatórias, e esses receptores fazem com que as cél, inflamatórias sejam ativadas, interagindo com outras células, ativando-as, e o processo inflamatório se mantém por essa via. O elemento desencadeante SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 12 pode ser a endotoxina que se liga ao receptor da célula ou o outro elemento de uma bactéria. As bactérias são capazes também de ativar o sistema completo, via das monoses, esses elementos podem desencadear diretamente a cascata do complemento. Pode causar uma disfunção do endotélio, que pode levar a uma trombose. OBS: A lesão endotelial faz parte da tríade de virchow. Por isso que o indivíduo com choque, principalmente o séptico (no cardiogênico e hipovolêmico podem evoluir para esse quadro também), tem predisposição a desenvolver trombose. As células inflamatórias ativadas liberam citocinas, estimulando as células endoteliais expressarem moléculas de adesão. A partir de lipopolissacarídeos, podem desencadear uma série de mediadores que vão ativar as células inflamatórias, as células endoteliais, ativar o sistema complemento, ou seja desencadeando a inflamação a nível local. Mas isso for em maior quantidade, começa a ter a resposta sistêmica, como febre, o aumento do leucócito, a produção de proteína C reativa no fígado. Além disso, esses mediadores liberados levam a alterações de órgãos, no SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 13 coração, o NO interfere na função no miocárdio, a lesão do endotélio pode levar a trombose e na alteração da circulação aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos que vai acontecer no pulmão, pode levar a um edema de pulmão levando a uma síndrome de angústia respiratória aguda. Ou seja, essa é fase mais grave, em que há comprometimento dos órgãos. Resumo de tudo que vai acontecer no choque séptico: ● Anormalidades Metabólicas no Choque Séptico ➔ Resistênciaa insulina e hiperglicemia – Glucagon, hormônio do crescimento, catecolaminas,glicocorticóides gliconeogênese – Citocinas – suprimem liberação de insulina e promovem resistência a ela nos tecidos ➔ Hiperglicemia – diminui função dos neutrófilos e aumenta a expressão das moléculas de adesão das células endoteliais ➔ Redução de glicocorticóides em fase posterior ● Síndrome do Choque Séptico (níveis elevados de endotoxina) - Vasodilatação sistêmica (hipotensão) - Contratilidade miocárdica reduzida - Lesão e ativação endotelial difusa – lesão de capilares alveolares (pulmão de choque) e adesão leucocitária sistêmica - Ativação do Sistema de Coagulação → CIVD - Hipoperfusão resultante dos efeitos acima induz falência de múltiplos órgãos principalmente do fígado, rins e SNC SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 14 ● Evolução Clínica ➔ Tríade clínica do choque - Hipotensão (vasodilatação e deficiência de bomba - contratilidade) - CIVD - Distúrbios metabólicos (hipoxia prolongada) ➔ Séptico – manifestação igual ao cardiogênico e hipovolêmico hipotensão / pulso fraco e rápido / taquipnéia / pele fria, pegajosa e cianótica. No início a pele pode estar quente e ruborizada devido à vasodilatação – fase quente ➔ Meningococcemia: Choque séptico com CID ● Estágios do Choque ➔ Estágio não progressivo - mecanismos compensatórios reflexos mantém a perfusão de órgão vitais (cérebro e coração) – Mecanismos Neuro-Humorais ativados → PA e Débito Cardíaco (DC) preservados: Barorreceptores (seio carotídeo e arco aórtico), catecolaminas, eixo renina-angiotensina-aldosterona, ADH e estimulação simpática generalizada taquicardia, vasoconstricção, retenção de Na e H20, manutenção do débito urinário ➔ Estágio progressivo - hipoperfusão tecidual e desequilíbrio metabólico com Acidose metabólica – Já há hipóxia disseminada→ Glicólise anaeróbica diminuição de pH e da resposta vasomotora → acúmulo na microcirculação com piora do DC – Lesão endotelial → CIVD, Pulmão de choque (edema pulmonar) – Órgãos insuficientes (miocárdio, SNC, intestino,rim) → alteração de consciência, do débito urinário. ➔ Estágio irreversível - lesão é tão intensa que, mesmo sendo corrigidos os defeitos hemodinâmicos, a sobrevida é impossível. Há lesão celular irreversível e disseminada. – Liberação de enzimas lisossomais – Diminuição da função contrátil do coração – Isquemia intestinal → peritonite → septicemia – Insuficiência renal – Falência de múltiplos órgãos ● Morfologia As lesões podem ser vistas em qualquer órgão - falência múltipla. Qualquer etiologia → necrose de coagulação pela hipoxemia prolongada devido a hipoperfusão e trombose microvascular. Trombos de fibrina. – Cérebro – encefalopatia isquêmica – Coração – necrose de coagulação focal ou disseminada, ou hemorragia subendocárdica – Supra-renal – depleção de lipídios; necrose adrenal – Rins – necrose tubular aguda (NTA) – Trato gastrointestinal – hemorragias e necroses de mucosa – Pulmões – lesão alveolar difusa - principal no choque séptico – Fígado – esteatose e necrose hemorrágica central ● Prognóstico Depende: SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL 15 Etiologia, Duração, Comorbidades, Rapidez de resolução, Idade e Fase do choque. - 80 a 90% de pacientes jovens e sadios sobrevivem ao choque hipovolêmico quando tratados adequadamente - O choque cardiogênico associado ao IAM e o choque séptico apresentam taxas de mortalidade de até 75% mesmo com a melhor assistência disponível SOUZA MARQUES TATIANE GRAVEL
Compartilhar