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SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO & SÍNDROME NEFRITICA 1. SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO Conceito de Absorção Do latim, absortio, absorção trata-se da propriedade de alguns corpos possuem de assimilar ou incorporar algo. E existem aqueles que possuem maior ou menor capacidade de captar ou assimilar as substancias. Para um entendimento melhor sobre essa propriedade podemos visualizar uma esponja, quando coloca-se um pouco de água sobre ela essa agua logo é absorvida. E existem ainda esponjas com menor e maior capacidade de absorção. O corpo humano também realiza um processo de absorção de nutrientes. O aparelho digestivo faz esse processo de absorção, ingerindo os nutrientes que alimentam o corpo. Boa parte dos nutrientes são absorvidos no intestino delgado, por outro lado a absorção ocorre no intestino grosso. Mas antes que os alimentos sejam absorvidos eles precisam ser quebrados em partes menores, o que começa já desde a mastigação. Neste processo, também pode se ocorrer dois fenómenos: Má – digestão, devido à problemas concernentes a hidrólise do conteúdo luminal ou Mal-absorção ou Disabsorção, o impedimento ao transporte através da mucosa. Isto por alteração da própria mucosa intestinal, que é a região por onde os nutrientes vindos da digestão dos alimentos são absorvidos, ou seja, alteração da porta de entrada de nutrientes para chegarem a corrente sanguínea como também a alteração da própria circulação sanguínea na mucosa intestinal. Na prática, mal-absorção ou má absorção é usada para descrever o resultado final de ambos os processos. Conceito de síndrome má absorção A síndrome de má absorção pode ser entendida como qualquer processo que leve à má assimilação ou aproveitamento inadequado de um ou mais elementos constitutivos da dieta: • carboidratos; • Proteínas; • Lipídios; • Vitaminas; • Sais minerais. O que é Síndrome de má absorção? Conjunto de sinais e sintomas que resultam da incapacidade do trato gastrointestinal em utilizar correctamente os nutrientes da dieta (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e oligoelementos), devido a distúrbios que interferem na digestão alimentar ou que interferem directamente na absorção de nutrientes. Características do Intestino Delgado: adaptações morfofuncionais para a digestão e absorção A. Adaptações da mucosa intestinal (pregas, vilosidades e microvilosidades) amplificam a superfície de contacto em 600 vezes entre o epitélio absortivo e os nutrientes. B. Existência de uma densa rede de capilares e vênulas que permeiam os vilosidades intestinais permitindo, assim, o aporte de substâncias e a drenagem dos nutrientes, água e electrólitos absorvidos pelo epitélio intestinal. Fisiopatologia da má absorção A digestão e a absorção correm em três fases: 1. Hidrólise intraluminal de gorduras, proteínas e carboidratos pelas enzimas — sais biliares aumentam a solubilização das gorduras nessa fase; 2. Digestão por enzimas da borda em escova e absorção dos produtos finais; 3. Transporte linfático dos nutrientes. O termo má absorção é comumente usado quando alguma dessas fases é prejudicada. Contudo, estritamente falando, o comprometimento da fase 1 envolve uma má digestão, em vez de uma má absorção. Digestão de gorduras Enzimas pancreáticas (lipase e colipase), dividem os triglicerídeos de cadeia longa em ácidos graxos e monoglicerideos, os quais se juntam aos ácidos biliares e fosfolípidos para formar micelas que passam pelos enterócitos jejunais. Os ácidos graxos absorvidos são ressintetizados e combinados com proteínas, colesterol e fosfolipídeos para formar quilomicrons, os quais são transportados pelo sistema linfático. Os triglicerídeos de cadeia média podem ser absorvidos directamente. Gorduras não absorvidas adsorvem vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e possivelmente alguns minerais, causando sua deficiência. O hipercrescimento bacteriano provoca desconjugação e desidroxilização de sais biliares, limitando sua absorção. Sais biliares não absorvidos estimulam a secreção de água no cólon, causando a diarreia. Digestão de carboidratos A amilase da enzima pancreática e enzimas com borda em escova nas microvilosidades quebram carboidratos e dissacarídeos em monossacarídeos constituintes. Bactérias colônicas fermentam os carboidratos não absorvidos em dióxido de carbono, metano, hidrogénio e ácidos graxos de cadeia curta (butirato, propionata, acetato e lactato). Esses ácidos graxos provocam diarreia. Os gases causam distensão abdominal e excesso de gases. Digestão de proteínas A pepsina gástrica inicia a digestão das proteínas no estômago (e também estimula a liberação de colecistocinina que é crucial para a secreção das enzimas pancreáticas). Enterocinase, uma enzima da borda em escova, activa o tripsinogénio em tripsina, que converte muitas proteases pancreáticas em suas formas activas. As enzimas pancreáticas activas, hidrolisam as proteínas em oligopeptídeos, que são absorvidos directamente ou hidrolisados em aminoácidos. Tipos de distúrbios Nos processos de digestão: Impedem a mistura adequada dos alimentos com o acido gástrico e com as enzimas digestivas, interferindo na digestão. a. Pancreatite crónica; b. Fibrose cística; c. Obstrução do ducto biliar; d. Intolerância ao açúcar. Doenças que lesam a mucosa intestinal ou levam à concentração ou circulação deficiente de ácidos biliares. a. Infecções (Espru tropical; doença de Whiple); b. Síndrome de Alça Cega; c. Doença celíaca; d. Doença de Crohn; e. Medicamentos como Neomicina e Carbonato de cálcio. Manifestações clínicas Sinais ou sintomas Mecanismo Perda ponderal/desnutrição Anorexia, má absorção dos nutrientes Diarreia Diminuição da absorção ou excreção de água e electrólitos: ácidos biliares diidroxilados e ácidos graxos não absorvidos Flatulência Fermentação bacteriana de carboidratos não absorvidos Glossite, quelite, estomatite Deficiência de ferro, vitamina B12, folato e vitamina A Dor óssea Má absorção de cálcio e vitamina D, deficiência de proteína, osteoporose Dor abdominal Distensão ou inflamação do colo, pancreatite Tetania, parestesia Ma absorção de cálcio e magnésio Fraqueza Anemia, depleção de electrólitos (principalmente o potássio) Nictúria Demora na absorção de água, hipocalemia Azotenia, hipotensão Depleção de líquidos e electrólitos Amenorreia, diminuição da libido Depleção de proteínas, diminuição das calorias Anemia Deficiência na absorção de ferro, fosfato e vitamina B12 Sangramento Ma absorção da vitamina K, hipoprotrombinemia Cegueira nocturna/xeroftalmia Ma absorção da vitamina A Neuropatia periférica Deficiência da vitamina B12 e Tiamina Dermatite Deficiência da vitamina A, Zinco e ácidos graxos essenciais. Fonte: https://www.conquistesuavida.com.br Diagnóstico Laboratorial Do ponto de vista pratico, o objectivo primário da estratégia diagnostica é encontrar ou descartar uma doença ou condição que cause a má absorção, enquanto que provar a presença de má absorção é secundário. Sinais ou sintomas Achados laboratoriais Nutriente mal absorvido Diarreia Peso fecal aumentado, potássio sérico reduzido Água e electrólitos Esteatorréia Gordura fecal aumentada, colesterol sérico reduzido Lípidos e ácidos biliares Perda de peso Gordura fecal aumentada, quimotripsina ou elastase, teste da xilose reduzido Gorduras, carboidratos e proteínas Anemia perniciosa e Glossite Contagem de hemáceas reduzida, hemáceas hipercrómicas e megaloblásticas Vitamina B12 e Acido fólico Anemia Ferro sérico e contagem de hemáceas reduzidos, hemáceas hipocrómicas e microcíticas Ferro Dores em membros e ossos, fracturas ósseas patológicas e sinal de chvostek Osteoporose, osteomalacia, cálcio sérico reduzido, fosfatase alcalina aumentada,alterações radiológicas Potássio, magnésio, cálcio, Vitamina D, proteínas e aminoácidos Sinais de sangramento, fragilidade da pele e hemorragia patequial Tempo de protrombina aumentado Vitamina K e C Edema (perda intestinal de proteínas) Proteína total e albumina séricos reduzidos, clareamento de alfa-1- antitripsina fecal aumentado Proteína Distensão abdominal e flatulência Alterações radiológicas e ecográficas abdominais, teste respiratório com glicose-H2 aumentada Carboidratos https://www.conquistesuavida.com.br/ Intolerância a lactose Teste respiratório com lactose-H2 aumentada, lactose na mucosa intestinal reduzida Lactose Hiperqueratose, paraqueratose e acrodermatite Retinol e Zinco séricos reduzidos Vitamina A e Zinco Neuropatia periférica Função nervosa periférica reduzida Vitamina B1, B6 e B12 Dermatite Deficiência da vitamina A, Zinco e ácidos graxos essenciais. Fonte: https://www.conquistesuavida.com.br 2. SÍNDROME NEFRÍTICA Glomérulo renal O glomérulo renal é o local ou é porção do rim onde ocorre a filtração do sangue. Então o sangue chega pela arteriola aferente e caem no aglomerado de vasos que se ramificam e formam um emaranhado de capilares glomerulares que é o glomérulo renal. E ai depois ocorre a filtração glomerular do sangue que depois sai do glomérulo pela arteriola eferente. O glomérulo é uma estrutura complexa que tem a função de filtrar o sangue que chega ao rim, evitando que certas moléculas, como as proteínas e as hemáceas, sejam perdidas pela filtração. A composição dessa barreira é feita por três estruturas cruciais: o endotélio capilar, a membrana basal e o epitélio visceral. O endotélio do capilar glomerular é fenestrado, para permitir a passagem do filtrado, a membrana basal por sua vez é uma estrutura contínua, que envolve quase todo capilar, isso mesmo, "quase todo"! Em sua porção central, os capilares estão unidos um ao outro pelo mesângio, um tecido que não permite a filtração e funciona como sustentação para as alças. A terceira e não menos importante estrutura é o epitélio visceral, que também possui fenestrações e pequenas estruturas chamadas podócitos, que são uma barreira mecânica e também eléctrica, repelindo proteínas de carga negativa. Quando essas barreiras são quebradas, teremos a presença de elementos anormais no sedimento urinário, originando a proteinúria e hematúria. https://www.conquistesuavida.com.br/ DEFINIÇÃO DE SÍNDROME NEFRÍTICA A Síndrome nefrítica é um processo inflamatório agudo nos glomérulos por algum motivo que está acontecendo nos glomérulos com a chegada de células inflamatórias, neutrófilos, imunocomplexos, complexos antigeno-anticorpo. De um modo geral a síndrome nefrítica também é chamada de glomerulonefrite difusa aguda (GNDA). Sendo que as principais manifestações clínicas são: Edema, Hipertensão arterial e hematúria. Fisiopatologia da Síndrome nefrítica A pessoa tem inflamação. E como na inflamação sabe-se que há alteração da permeabilidade capilar glomerular e por causa dessa alteração da permeabilidade capilar acaba permitindo a passagem de algumas substâncias que normalmente não passariam e por isso o indivíduo tem hematúria (presença de hemáceas na urina) que pode ser macroscópica ou microscópica. A hematúria microscópica não gera alteração na coloração da urina ao passo que, a hematúria macroscópica se manifesta pela modificação da coloração da urina que fica avermelhada e no caso da síndrome nefrítica ela fica mais acastanhada e pode haver passagem de proteínas gerando a proteinúria (presença de proteínas na urina). Atenção que a principal característica da síndrome nefrótica, é justamente a proteinúria massissa, que é a perda considerável de proteínas na urina, não é o que acontece na síndrome nefrítica onde a proteinúria é mais discreta que vai ser maior que 150mg em 24horas mas menor que 3,5gramas que seria o coorte da proteinúria na nefrótica. Além disso, a pessoa tem obstrução glomerular pela chegada de células inflamatórias naquela região, células estas, que vão entupindo a membrana de filtração. Com isso haverá diminuição da superfície de filtração passando menos sal e água (retenção sal e água) na corrente sanguínea levando a oligúria (porque tem menos liquido sendo eliminado na urina), esta oligúria é menor que 400 mL por dia no caso de adultos ou 0,5 mL/kg/h no caso da criança. Além disso, com a retenção de sal e água agente tem congestão volémica que vai levar justamente a hipertensão. E ai com congestão volémica e retenção de sal e água há aumento da pressão hidrostática do líquido extracelular e ai esse liquido é intravascular vai tender a cair no espaço intersticial levando a edema. 3.3.4. Diagnóstico laboratorial O diagnóstico baseia-se em história, exame física, as vezes, biopsia renal. No exame de urina no EAS, pode-se observar, como características da síndrome nefrítica: Hematúria dismórfica e Cilindros hemáticos, são achados bem característicos da síndrome nefrítica; Piúria (presença de leucócitos na urina por causa do processo inflamatório); Proteinúria não nefrótica, mas subnefrótica e Cilindros leucocitários. O tratamento e o prognóstico variam conforme a causa. SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO & SÍNDROME NEFRITICA 1. SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO Conceito de Absorção Conceito de síndrome má absorção Fisiopatologia da má absorção Tipos de distúrbios Manifestações clínicas Glomérulo renal DEFINIÇÃO DE SÍNDROME NEFRÍTICA Fisiopatologia da Síndrome nefrítica 3.3.4. Diagnóstico laboratorial
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