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Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Aula 1 - IPM II Introdução à semiologia de Cabeça e Pescoço Divisão Topográfica Semiologia da Cabeça 1. Exame do Crânio a. Tamanho e Forma Avaliada pelo Índice Cefálico (IC). O IC tem maior valor antropométrico que médico. Adulto = 1/8 volume total do corpo, criança e RN = 30 a 40% . IC = 65 a 74,9 Dolicocéfalo. Predomínio do Diâmetro Longitudinal. Cabeça ovóide – comum na Raça Negra. IC = 75 a 79,9 Mesocéfalo. Equilíbrio dos Diâmetros. Cabeça arredondada – comum na Raça Branca. IC = 80 a 90 Braquicéfalo. Predomínio do Diâmetro Tranverso. Cabeça achatada. Povos da Ásia Central / Esquimós. Perímetro Cefálico (TAMANHO) PC normal = valores localizados entre os percentís 2,5 e 97,5. *Recém- nascidos com 32 a 38 cm. PC anormal: ▪ Com deficiência (Microcefalia): - Valores abaixo do percentil 2,5. *Recém Nascidos com < 32cm. - As microcefalias são sempre acompanhadas de retardo mental. - Craniossinostose, Toxoplasmose Congênita, Embriopatias , Arboviroses (Zica). ▪ Com excesso (Macrocefalia): Valores acima do percentil 97,5 *(RN com >38 cm). - Em crianças: Hidrocefalia, Acondroplasia. - Em Adultos: Doença de Paget, Acromegalia. Situação de vigilância: ▪ para microcefalia = valores entre os percentís 10,0 e 2,5 *(32 < PC < 33cm) ▪ para macrocefalia = valores entre os percentís 90,0 e 97,5 *(37 < PC < 38cm) Alterações de Forma: - Doenças Orgânicas (Sífilis) - Fechamento Precoce de Suturas: ▫ Oxicefalia: Fechamento de Sutura Metópica. ▫ Escafocefalia: Fechamento de Sutura Sagital. ▫ Fechamennto de Sutura Coronal. ▫ Plagiocefalia – Assimetria b. Posição e Movimentos A posição da normal da cabeça em relação ao eixo da coluna vertebral pode estar alterada em: ▪ Torcicolos (Espasmos musculares / Congênito) ▪ Estrabismo Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista ▪ Deficiências de Audição ▪ Estados debilitantes ▪ Histeria Movimentos Anormais: ▪ Tiques Nervosos ▪ Coréias (movimentos involuntários – Doença de Huntington) ▪ Sinal de Musset (movimentos involuntários da cabeça provocados pela batida cardíaca em Insuficiência Aórtica) c. Superfície e Couro Cabeludo ▪ Exame da superfície mais importante em crianças e RNs, na análise de Fontanelas: Fontanelas Tensas Hipertensão Intracraniana. Fontanelas Hipotensas Desidratação. ▪ Exame do Couro Cabeludo: - Cicatrizes de Traumas e Cirurgias - Lesões dermatológicas - Tumorações - Análise de Características e Implantação de Cabelos: Cabelo em bandeira Desnutrição. Implantação baixa de cabelos Síndrome de Turner. 2. Exame da Face A. Fácies (Já estudadas) B. Exame Geral da Face Observar: Simetria / Mímica / Lesões Dermatológicas. Simetria Perda da Simetria em: - Paralisia Facial / Retrações Cicatriciais - Tumorações (Abscesso Dentário / Alterações de Glândulas Salivares). Mímica Facial - Diminuída na Doença de Parkinson / Botox. - Exacerbada nas Coréias / Tiques Nervosos. Lesões Dermatológicas - Acne Vulgaris / Cloasma Gravídico / Mancha Lúpica (lesão em asa de borboleta). - Ptiríase Versicolor / Tumores Baso e Espinocelular. - Foliculites / Lesões Herpéticas. C. Exame dos Olhos 1º – Sintomas a Investigar: ▫ Fotofobia – Conjuntivites / Úlceras de Córnea. ▫ Sensação de Corpo Estranho – Conjuntivites ▫ Cegueira Noturna – Avitaminose A / Miopia ▫ Dor Ocular – Glaucoma / Vícios de Refração ▫ Embaçamento – Diabetes / Hipertensão Arterial ▫ Perda da Visão – Catarata / Glaucoma ▫ Visão Dupla (Diplopia) – Hipertensão Intracraniana / Paralisia Musculatura Órbital. 2º – Supercílios: ▫ Ausência Total – Alopécia Areata / Hansen. ▫ Sinofridia (junção) – Acromegalia / Constitucional / Síndrome de Cornélia de Lange. ▫ Queda do 1/3 distal – Hansen / Sífilis / Intoxicação por Tálio. 3º – Pálpebras ▫ Edemas: Renal / Mixedema / Alérgico / Chagásico ▫ Infeccioso (Blefarites) / Celulite periorbitária. *Doença de chagas: sinal de Romana (edema bipalpebral unilateral) ou chagoma de inoculação (lesão a furúnculo que não supura). ▫ Calázio – Granulomas de tecido glandular por hiperplasia. ▫ Hordéolos – Processos inflamatórios agudos, localizados nas paredes dos folículos pilosos. ▫ Xantelasma – Formações cutâneas amareladas, ligeiramente salientes. 4º – Fenda Palpebral: ▫ Aumento exagerado – Exoftalmia / Hipertiroidismo ▫ Unilateral – Tumores retro orbitários. ▫ Ptose – Uni ou Bilateral: Paralisia Facial / Paralisia do Oculomotor / Síndrome de Claude Bernard Horner / Miastenia Gravis ▫ Entrópio – Inversão do Bordo Palbebral Comum na senilidade. ▫ Ectrópio – Eversão do Bordo Palpebral Perda da tonicidade da musculatura orbitária. É cicatricial: Traumatismos, queimaduras oculares. ▫ Prega Cutanêa (Epicanto) Excesso (prega) de pele palpebral no canto medial. ▫ Aparelho Lacrimal: Hipertrofia – Dacrioadenites Dilatação do Canal – Dacriectasia Processos Infecciosos – Dacriocistite 5º Analise do Olho: ▫ Conjuntiva Análise de mudanças de coloração / impregnação / alterações hiperplásicas. - Palidez – Anemia - Amarelada – Icterícia - Hiperplasia – Pterígio Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista - Sufusões Hemorragicas – Hemorragia Sub- Conjuntival - Hiperemia – Conjuntivite. ▫ Esclerótica / Córnea / Cristalino Exame acurado cabendo ao especialista. Alguns achados (principalmente relacionados a alteração da cor , circunscrita ou não): - Icterícia: Escleróticas amareladas - Arco Senil: Anel branco acinzentado na Córnea - Anel de Kaiser Fleisher – Anel castanho esverdeado / Doença de Wilson. - Depósitos acastanhados na Esclerótica (Alcaptonúria). - Catarata – Opacificação do Cristalino. D. Exame do Nariz / Seios da Face Sintomas a Investigar: ▫ Obstrução Nasal: Pólipos / Desvios de Septo / Vegetações Adenóides / Rinite Alérgica ▫ Epistaxe (Sangramento Nasal): Traumas / Pólipos / Ulcerações (Tuberculose , Sífilis ) / Hipertensão Arterial / Gravidez / Distúrbios da Coagulação. ▫ Corrimentos Nasais - Seroso: Rinite Alérgica / Viroses - Purulento: Sinusites / Corpo Estranho ▫ Alterações da função olfatória - Hiposmia (Diminuição): Rinite Atrófica / Hipertrofia de Cornetos - Hiperosmia (Aumento): Gravidez / Histeria - Cacosmia (Percepção de maus odores): Processos infecciosos purulentos - Parosmia (Alterações de odores): Gravidez ▫ Deformidades Patológicas: - Desvios de Septo – Anotômicas ou Traumáticas - Rinofima – Hipertrofia tuberosa c/ neoformação Vascular - Lesões Destrutivas – Lepra / Blastomicose / Drogas / Sífilis Seios da Face Exame: - Pesquisar processos inflamatórios - Dígito-pressão de pontos na face: dor à palpação. Queixas: ▫ Dor: seu local varia com o seio acometido ▫ Cefaléia / Pressão facial / Febre / Tosse ▫ Obstrução nasal / Rinorréia purulenta, epistaxe (rara) ▫ Hiposmia, Cacosmia E. Exame dos Lábios / Cavidade Oral Lábios ▫ Deformidades: Lábio Leporino ▫ Edemas Alérgicos: Edema de Quincke ▫ Herpes Labial ▫ Cancro Sifilítico ▫ Queilites (Lesão inflamatória das comissuras labiais): exposição ao frio / Anemia Megaloblástica / Monilíase ▫ Tumores: Adenocarcinoma / Tumores Vasculares ▫ Alterações de Coloração: Cianose / Palidez Cavidade Oral 1- Língua Avaliar: tipos, ulcerações, atrofias/movimentos,freio da língua. Tipos: ▪ Geográfica ▪ Língua Fissurada / Cerebriforme / Escrotal ▪ Língua Lisa – Glossite Atrófica ▪ Leucoplasia ▪ Língua Pilosa ▪ Outras alterações: Monilíase (candidíase); Cancro Sifilítico. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista 2 – Dentes: Algumas alterações: ▪ Dentes de Hutchinson: Em bandeira de Festa junina. ▪ Sífilis congênita: Molares em amora. ▪ Linha plúmbica: Intoxicação por chumbo. ▪ Manchas de coloração amarelada / marrom- acinzentada na estrutura dentária: Tetraciclinas. 3 – Mucosa Oral: ▪ Manchas de Koplic: Sinal precoce do Sarampo ▪ Toro Mandibular (Crescimento ósseo na mandíbula) ▪ Manchas de Fordyce: Glândulas sebáceas ▪ Fenda Palatina ▪ Monilíase (Candidíase). 4 - Orofaringe: Estruturas a serem examinadas: ▪ Palato mole e úvula ▪ Pilares palatinos ▪ Amígdalas ▪ Parede posterior da faringe Avaliação principalmente de componente Inflamatório / infeccioso: Faringite Viral; Amigdalite bacteriana; Membrana diftérica. Classificação de Mallapanti: Importante para as técnicas de entubação. F. Exame do Aparelho Auditivo Pesquisar: ▪ Dor: Processos inflamatórios Agudos e Crônicos (Otites). ▪ Zumbidos: Rolhas de Cerúmen / Hipertensão Arterial / Histeria / Neurinoma do Acústico. ▪ Surdez: Rolhas de Cerúmen / Otites Crônicas / Otosclerose / Lesões do Nervo Auditivo (Medicamentosa). ▪ Vertigens: Labirintopatias / Diabetes / Mixedema. ▪ Secreções: Otites Médias / Externas. Otoscopia: Utilizada para visualização do conduto auditivo externo e membrana timpânica. ▪ Otoscopia Normal: Conduto auditivo e Membrana Timpânica. ▪ Anormalidades: Corpo estranho no canal; Perfuração de Membrana; Otite Bacteriana. Orelhas: ▪ Implantação Baixa de Orelhas: Síndrome de Potter. ▪ Tofos: Nódulos localizados na cartilagem / Gota. ▪ Protrusão do Tragus: Otites Supurativas. Semiologia do Pescoço 1 – Posição / Forma ▫ Alterações: Torcicolo / Irritação Meníngea / Miastenia Gravis / Histeria / Estados Debilitantes / Tumorações / Pescoço Alado. 2 – Mobilidade ▫ Diminuída na Irritação das Menínges e Espasmos Musculares. 3 – Percepção de batimentos arteriais ▫ Percebidos os batimentos Carotídeos após exercícios ▫ Batimentos Aórticos na Insuficiência Aórtica, Síndromes Hipercinéticas. 4 – Turgência Jugular a 45º ▫ Indicativo de Insuficiência Cardíaca (Câmaras Direitas). 5 - Glândulas Salivares ▫ Palpáveis (principalmente as Submandibulares) nos processos obstrutivos ou nas Neoplasias. 6 – Gânglios ▫ Principais Causas de Adenopatias: Processos inflamatórios da boca / Orofaringe Viroses / Tuberculose / Linfomas / Sífilis. 7 – Tireóide Normalmente não é visível, exceto em pacientes muito emagrecidos. O paciente deverá estar sentado e a glândula é mais facilmente visualizada quando se estende a cabeça do paciente para trás e com a deglutição. Como a glândula é fixa à fáscia pré-traqueal, ela se desloca para cima com a deglutição do paciente. Assim, muitos bócios difusos ou nodulares são facilmente documentados durante a deglutição. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Pesquisar: ▫ Volume / Consistência / Temperatura da Pele ▫ Mobilidade / Superfície / Frêmitos e Sopros *Sinal de Pembertom O bócio multinodular pode causar obstrução da traquéia e quando retroesternal também a obstrução da veia cava superior. Este sinal aparece quando se eleva os braços do paciente acima da cabeça. Esta manobra faz com que o paciente fique dispneico, com distensão das veias do pescoço e pletora facial. Aula 2 – IPM II Introdução a Semiologia do Tórax Pontos de Referência: 1 – Ângulo de Louis 2 – Costelas e Espaços Intercostais 3 – Clavículas 4 – Apêndice Xifóide 5 – Ângulo de Charpy 6 – Ângulo da Escápula 7 – Rebordos Costais 9 – Fúrcula Esternal Regiões Torácicas - Face Anterior Regiões Torácicas - Face Posterior Exame Geral do Tórax Estudo estático do arcabouço torácico. 1 – Tipos de Tórax 2 – Principais afecções dermatológicas Alterações Dermatológicas ▫ Principal: Herpes Zoster: Lesões margeando Arco Costal 3 – Deformidades (Abaulamento / Retrações) Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Exame do Aparelho Respiratório Pesquisa de Sinais e Sintomas no Interrogatório Complementar. ▪ Tosse ▪ Expectoração ▪ Hemoptise ▪ Vômica ▪ Dispnéia ▪ Dor Torácica ▪ Sibilos ▪ Tiragem ▪ Cianose 1º Inspeção: 1 – Frequência Respiratória 2 – Ritmo Respiratório Alternância regular de movimentos inspiratórios e expiratórios. ▫ Ritmos Especiais: - Ritmo de Cheyne-Stokes: Encontrada na ICC, Intoxicações por Morfina / Barbitúricos. ▫ Sinais de esforço respiratório: - Batimento de asa de nariz - Cianose - Sudorese - Uso de musculatura acessória - Tiragem intercostal - Depressão de fúrcula esternal / Fossas supraclaviculares - Taquipnéia. - Fenômeno de Litten: Depressão linear da base do tórax durante a inspiração, correspondendo a descida do diafragma. 2º Palpação: 1 – Expansabilidade Torácica - Manobra de Ruault. - Relação Inspiração / Expiração: Relação em tempo de duração: 5 / 2 Invertida nas doenças por espasmo brônquico por aumento da fase expiratória. - Toracometria: Medida do perímetro torácico na altura dos mamilos Realizada em inspiração e expiração forçadas. Diferença normal entre as medidas deve ser de 6 a 8 cm. 2 – Vibrações - Frêmito Tóraco-Vocal (FTV). Trepidação do tórax que recolhemos quando colocamos a palma da mão na sua superfície, ao solicitarmos que o paciente fale (“33”). A intensidade do FTV depende da espessura das partes moles do Tórax. O FTV é um pouco mais intenso no HTD. - Frêmito Brônquico Expressão palpatória dos fenômenos de estreitamento brônquico (broncoespasmo / retenção de secreção brônquica / broncoestenose). Corresponde aos Roncos e Sibilos da ausculta. - Frêmito Pleural Tradução palpatória do atrito pleural (Pleurite). 3º Percussão Obtenção de sons de acordo com propriedades físicas da parte percutida. A zona de vibração perceptível pelo ouvido atinge de 4 a 6 cm de profundidade. *Técnica dígito-digital. Sons obtidos: ▫ Som Claro Atimpânico – Pulmão Normal. ▫ Som Claro Hipersonoro – Enfisema Pulmonar. ▫ Som Maciço – Região Precordial / Bordo superior do Fígado/ Condensações / Derrame Pleural / Atelectasia. ▫ Som Timpânico – Espaço de Traube / Pneumotórax. 4º Ausculta Realizada com auxílio de Estetoscópio Biauricular. - Paciente, preferencialmente sentado, realizando movimentos respiratórios de média amplitude e com a boca entreaberta. - Pelos e roupas podem interferir na ausculta. - Auscultar: Face Anterior / Posterior / Laterais e Fossas Supra claviculares. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Ausculta Normal Murmúrio Vesicular - Ruído suave e característico, ouvido durante toda a inspiração (Entrada de ar nos alvéolos). Mais intenso nas bases. Normalmente diminuído: Região Precordial, Projeção do Fígado e Espaço de Traube. Alterações do Murmúrio Vesicular Diminuição Difusa: Enfisema, Obesidade. Diminuição / Ausência localizada: Atelectasia, Pneumonia, Derrame Pleural, Pneumotórax. Ruídos Adventícios: Ruídos que aparecem emqualquer trecho da caixa torácica em condições patológicas do aparelho respiratório. - Roncos e Sibilos - Estertores Crepitantes - Estertores Sub-Crepitantes - Atrito Pleural - Sopro Glótico Patológico - Sopro Cavitário Roncos e Sibilos Decorrentes de broncoespasmo ou acúmulo de secreção nas vias aéreas. O Ronco é rude, escuta-se tanto na inspiração quanto na expiração. Corresponde a obstrução de brônquios mais calibrosos. O Sibilo é fino e decorre da obstrução de dos brônquios mais finos Sempre repetir a ausculta após mandar o paciente tossir (mobilizar secreções). Atenção especial a Roncos e Sibilos localizados (Carcinoma / Corpo Estranho). Estertores Crepitantes Sinal de presença de exsudato intra-alveolar. Ex: Pneumonias. Presente somente na inspiração. Diferente de outros ruídos, Pode ser melhor audível após o paciente tossir. Ruído semelhante: friccionar feixe de cabelos. Estertores Sub-Crepitantes (Bolhosos) Tradução da passagem de ar em brônquios que contem líquido. Ex: Edema Agudo de Pulmão / Afogamentos Ouvidos tanto na inspiração quanto na expiração. Podem ser mobilizados pela tosse. Som semelhante a soprar com um canudo num vasilhame com água. Atrito Pleural Comparável ao ranger de couro cru. Pode ser ouvido em qualquer momento da respiração. É devido ao atrito das duas folhas pleurais, quando há inflamação das mesmas. Se instalado o derrame pleural, desaparece o atrito. Sopro Glótico Patológico Comparado a ruído produzido quando se sopra através de um tubo. Condensação superficiais com brônquio permeável. Sopro Cavitário Comunicação de uma cavitação pulmonar com brônquio permeável. Sopro Glótico modificado (mais grave e rude). Ausculta da Voz Sussurrada Ausculta do Toráx enquanto o paciente fala baixo e repetidamente o “33”. Normalmente não se consegue identificar as palavras, ouvindo rumores. Nos processos de condensação, fase inicial, percebe-se a voz mais intensa (Broncofonia). Quando se percebem nitidamente as palavras e as sílabas chamamos de Pectorilóquia. Síndromes Pulmonares Síndrome da Condensação ▫ Inspeção estática - sem abaulamentos ou retrações ▫ Inspeção dinâmica – diminuição da expansão ▫ Palpação - diminuição da expansibilidade e FTV aumentado. ▫ Percussão - macicez ou submacicez ▫ Ausculta - estertores crepitantes. ▫ Broncofonia aumentada. Síndrome da Atelectasia ▫ Inspeção estática - retração ▫ Inspeção dinâmica – diminuição da expansão e tiragem ▫ Palpação – expansibilidade diminuida ou abolido e FTV abolido ▫ Percussão – macicez. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista ▫ Ausculta - MV abolido ▫ Broncofonia diminuída. Síndrome do Derrame Pleural ▫ Inspeção estática – abaulamento ▫ Inspeção dinâmica – diminuição da expansibilidade ▫ Palpação – diminuição da expansibilidade e FTV abolido. ▫ Percussão – macicez ▫ Ausculta – MV abolido Síndrome do Pneumotórax ▫ Inspeção estática - abaulamento ▫ Inspeção dinâmica – diminuição da expansão ▫ Palpação – diminuição da expansibilidade e FTV abolido. ▫ Percussão – timpanismo. ▫ Ausculta – MV abolido Aula 3 – Semiologia de Tórax II Aparelho Cardiovascular Limites da Região Precordial Sintomas Cardiovasculares: 1º Inspeção do Precórdio ▪ Impulsões sistólicas - Fúrcula esternal ▪ Ictus cordis ▪ Batimento do ventrículo direito - Região epigástrica ▪ Abaulamentos / Retrações. ▪ Turgência jugular a 45º Bilateral – Origem cardíaca Unilateral – Fenômenos obstrutivos. 2º Palpação do Precórdio ▪ Princípios: ▫ Decúbito dorsal com o tórax inclinado a 30 graus. ▫ Tórax desnudo – preservar a intimidade. ▫ Mãos higienizadas e aquecidas. ▫ Polpa digital e/ou superfície hipotenar das mãos aplicadas suavemente sobre a região que será examinada. ▫ Manter a postura e a elegância. ▪ Ictus Cordis: ▫ Choque da ponta do Coração sobre a parede torácica. ▫ Localização: entre o 4° e 6° espaço intercostal esquerdo de 6 a 10 cm da linha medioesternal.** ▫ Normalmente é encoberto por uma polpa digital. ▫ Geralmente é móvel, deslocando-se de acordo com o decúbito adotado. Variação de até 2 cm. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista **Depende da configuração do tórax: - Normolíneo: linha hemiclavicular E com 5° EIC. - Brevilíneo: desloca-se 2 cm para fora e 4° EIC. - Longelíneo: desloca-se 1 ou 2 cm para dentro e 6° EIC. ▫ Pode ser impalpável sem significar anormalidade. ▫ As manobras facilitadoras são: apnéia pós expiratória e o decúbito lateral esquerdo. ▫ Alterações do Ictus: a) Localização: desvio para baixo e para junto ao bordo esternal – Hipertrofia Ventricular Direita – desvio para baixo e em direção de linha axilar – Hipertrofia Ventricular Esquerda – b) Extensão: abrangendo mais de 1 polpa digital - Hipertrofias Ventriculares – c) Mobilidade: Imobilidade nas Pericardites Constrictivas. d) Intensidade: Menor nos Obesos / Enfisema Pulmonar / Derrame Pleural. Impulsões Sistólicas: ▫ Fúrcula esternal: - Pode ser observado em pessoas sem anormalidades, principalmente após atividade física. - Pode ocorrer em estados hipercinéticos. - Coarctação da aorta, dilatação da aorta, doença valvar aórtica, hipertensão arterial sistêmica. - Polpa digital deve ser aplicada suavemente sobre a região. ▫ Frêmito - Expressão palpatória do Sopro Cardíaco. - Se presente indica sopro de 3+ / 4+. - Sensação de rastejo / raspar. - Pesquisa feita com mão espalmada sobre o Precórdio - Descrever se presente: localização / irradiação/ intensidade/ tempo (sistólico / diastólico). Frêmitos Sistólicos de ponta: - Insuficiência Mitral ou Tricúspide Frêmitos Diastólico de ponta: - Estenose Mitral Frêmitos Sistólicos de 2° EIC (Esquerdo ou Direito): - Estenose Aórtica ou Pulmonar Frêmitos Sistólicos em mesocárdio: - CIA ou CIV 3º Ausculta - Ambiente silencioso - Posição confortável - Decúbito dorsal com o tronco inclinado a 30º - Utilização de Estetoscópio biauricular Campânula – sons de baixa frequência / B3 Membrana – sons de alta frequência 1 – Ritmo Normalmente o Ritmo Cardíaco é REGULAR em 2 tempos. As alterações de Ritmo são devidas a: - Fibrilação Atrial - Extrassistolia *Melhor vistas no ECG. 2 – Frequência Frequência Normal: - RNs – 120 a 160 bpm - Lactentes – 110 a 130 bpm - Crianças – 80 a 120 bpm - Adultos – 60 a 90 bpm Aumento da frequência (taquicardia): - Esforços Físicos - Emoções - Estados Hipercinéticos - Arritmias (Taquicardia Ventricular/ Supraventricular) Diminuição da frequência (Bradicardia): - Intoxicação digitálica - Mixedema - Bloqueio Átrio-ventricular - Bradicardia Sinusal (Doença do Nódulo Sinusal) 3 – Bulhas Cardíacas Resultado de vibrações produzidas durante o Ciclo Cardíaco: Primeira Bulha (B1); Segunda Bulha (B2); Terceira Bulha (B3) e Quarta Bulha (B 4). Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Primeira Bulha (B1) Representa a Sístole TUM Corresponde ao fechamento das válvulas Mitral e Tricúspide que ocorre no começo da contração ventricular. Coincide com o pulso arterial. É mais grave e de maior duração do que a segunda bulha. Seu local de maior intensidade é o foco mitral. Componentes:- Elevação das pressões ventriculares - Fechamento das válvulas Atrioventriculares (A) - Início da contração ventricular (A) - Ejeção do sangue para os vasos (Aorta e Pulmonar) Alterações da 1ª bulha Intensidade - avalia-se nos focos mitral e tricúspide: ▫ Hiperfonese - condições que diminuem o enchimento ventricular: hipertireoidismo, taquicardia , contrações prematuras, após exercício físico, febre. ▫ Hipofonese – miocardite, IAM, choque cardiogênico. Os fatores de transmissão também devem ser lembrados tórax muito delgado (B1 mais intensa) x obesidade, mamas volumosas, derrame pericárdico, enfisema pulmonar (hipofonese B1). Segunda Bulha (B2) TA Produzida pelo fechamento das válvulas Aórtica e Pulmonar, corresponde ao final da Sístole e início da Diástole. É melhor auscultada no foco aórtico. Tem timbre agudo e soa de maneira seca. Componentes : - Aórtico (dominante) - Pulmonar ▫ A inspiração aumenta o retorno venoso retardando a sístole do VD, separando os componentes Ao e P da 2ª bulha; ▫ Componente Aortico precede o Pulmonar, durante a expiração ambas se fecham sincronicamente, dando origem a um único ruído; ▫ Na inspiração há um retardo na P suficiente para perceber os dois componentes, é o desdobramento fisiológico de segunda bulha (TLA). Alterações da 2ª bulha: Intensidade - avalia-se nos focos aórtico e pulmonar: ▫ Hiperfonese B2 foco pulmonar: - Condições onde há aumento do débito cardíaco: persistência do canal arterial e comunicação inter-atrial. - Quando ocorre aumento na pressão da aorta ou na pulmonar: HAS - hiperfonese B2 foco aórtico; Hipertensão pulmonar - hiperfonese B2 foco pulmonar. ▫ Hipofonese: - Quando decresce o débito cardíaco o ruído será de menor intensidade, como na estenose aórtica. Terceira Bulha (B3): Pode ser patológica ou não. Ruído de baixa frequência. Protodiastólico. Vibração da parede ventricular, provocada pelo impacto da onda sanguínea na fase de enchimento rápido. “TUM TA Tú” Depende: - Estado das paredes - Volume residual - Volume de sangue ejetado Ocorre de 12 a 14 centésimos de segundo após a B2. ▫ Ritmo de galope (Protodiastólico): Tá ▫ Comumente encontrada em crianças, gestantes. ▫ Presente nas Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Insuficiência Mitral, Síndromes Hipercinéticas. ▫ É mais claramente audível com a campânula do estetoscópio. ▫ Ventrículo esquerdo – região apical, e com o decúbito lateral esquerdo. ▫ Ventrículo direito – porção inferior da borda esternal. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Quarta Bulha (B4) Sempre patológica Galope pré-sistólico. “TruM TA” Vibrações de baixa frequência produzidas pela contração Atrial / diminuição da complacência das paredes ventriculares. Presente: - Hipertensão arterial sistêmica - Hipertensão pulmonar - Estenose aórtica - Estenose pulmonar - Cardiomiopatia hipertrófica - Doença isquêmica do coração 4 – Sopros Surgem todo vez que o fluxo sanguíneo deixa de ser laminar para ser turbilhonar. Causas deste turbilhonamento: a) Aumento da velocidade sanguínea: Hipertiroidismo / Anemia b) Estreitamento valvulares: Estenoses valvulares c) Regurgitações valvulares: Insuficiência Mitral d) Comunicações anormais entre câmaras: CIA / CIV / Persistência de Canal Arterial e) Aumento abrupto de volume de vaso: Aneurisma de Aorta Intensidade Escala: - Grau I ou +/4 = Sopro Suave / Pouco percebido - Grau II ou ++/4 = Sopro Moderado / Ausculta não deixa dúvidas - Grau III ou +++/4 = Sopro Forte / Frêmito - Grau IV ou ++++/4 = Sopro Muito Forte Duração / Tempo de Aparecimento c) Contínuos Persistência do Canal Arterial. - Proto – ocupa a 1ª metade da fase cardíaca - Meso – ocupa a parte média - Tele - ocupa a 2ª metade da fase cardíaca - Holo – ocupa toda a fase Irradiação Determinação de local de maior intensidade Local onde ocorre início do turbilhonamento Direção do fluxo do sangue Interposição de tecidos Áreas de irradiação - Região axilar - Região subclavicular - Fúrcula - Base do Pescoço - Dorso - Mesocárdio Paciente Sem Alterações ao Exame Cardiovascular Precórdio calmo. Ausência de abaulamentos e retrações. Ausência de pulsações visíveis e palpáveis nas regiões para- esternal, epigástrica, supra-claviculares e em fúrcula. Ictus cordis visível e palpável no 5º espaço intercostal esquerdo (EICE), na linha hemiclavicular esquerda (LHCE) (a 10 cm da linha medio-esternal), normo-impulsivo, com freqüência de 75 bpm, rítmico, de amplitude normal, com uma polpa digital de extensão, com discreta mobilidade ao decúbito lateral (deslocamento de cerca de 2 cm para esquerda). Ausência de frêmitos. Bulhas cardíacas (choques valvares) impalpáveis. À ausculta observa-se ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas normofonéticas, com desdobramento fisiológico (respiratório) da 2ª bulha no foco pulmonar, ausência de sopros. Rio, 17 de junho de 2016. IPM II – Luiza Batista Aula 4 – Semiologia do Tórax Mamas Etapas do Exame 1 – Inspeção Estática 2 – Inspeção Dinâmica 3 – Palpação 4 – Expressão 5 – Palpação de Linfonodos (Axilares, Supra e Infra CIaviculares) 1 – Inspeção Estática Observar: - Volume - Simetria - Sinais inflamatórios - Alterações da pele. Pesquisar: - Atelia – Ausência congênita de mamilos - Polimastia – Glândulas mamárias supra-numerárias - Politelia – Mamilos extranumerários - Alterações promovidas pela gravidez. 2 – Inspeção Dinâmica Depressão / retração – tumoração aderida a planos musculares. 3 – Palpação - Descrição dos achados o mais precisa possível. - 6 parâmetros: localização / tamanho / forma / limites / consistência / mobilidade *Quadrantes: Superior Externo e Interno Inferior Externo e Interno Técnica: - Aquecer as mãos. - Utilizar as polpas digitais. - Palpação uni ou bimanual. - Palpar todos os quadrantes indo até a região areolar em movimentos descendentes ou circulares. - Não repousar as mãos sobre a mama. 4 – Expressão - Executar moderada pressão a nível da aréola / papila. - Nem todo fluxo papilar é patológico. - Quando positivo, realizar esfregaço e encaminhar para exame citológico. *Descarga papilar sanguinolenta. *Galactorréia. 5 – Palpação de linfonodos - Fundamental para o estádio evolutivo clínico.
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