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Propedêutica Giovanna Marques Exame físico geral Exame físico geral quantitativo • Altura: distância planta-vértice. Outras medidas para avaliação da proporção corporal: o Distância pubovértice (1): distância entre a sínfise púbica e o vértice da cabeça; o Distância puboplantar (2): distância entre a sínfise púbica e a planta dos pés; o Envergadura (3): distância entre os extremos dos dedos em paciente com abdução dos braços de 90º, aproximadamente igual à altura (1 + 2) do paciente. Clínica: crescimento em altura após os 22 anos é considerado patológico • Peso: medido em balança o IMC: uma das formas de relacionar peso e altura (kg/m2) ▪ Vantagens: método de fácil utilização na prática clínica adequado para avaliar o estado nutricional do paciente ▪ Desvantagens: indivíduos com grande massa muscular podem ter classificação de sobrepeso ou obesidade Clínica: o Ganho de peso superior a 1 kg em 24h: possível quadro de retenção hídrica, como insuficiência renal, cardíaca, hepática ou desnutrição. o Perda de peso rápida: neoplasia, tuberculose, diabetes ou hipertireoidismo o Índices menores de 18,5 kg/m2 estão desnutridos; índice maior que 25 risco maior de aparecimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. • Circunferência abdominal e quadril: importantes para a avaliação da obesidade, no que diz respeito à gordura visceral (gordura intra-abdominal entre as vísceras), e complementam os dados obtidos pelo IMC Propedêutica Giovanna Marques o Circunferência abdominal: fita métrica posicionada a meia distância entre o rebordo costal e as cristas ilíacas ▪ Homem: até 94 cm ▪ Mulher: até 95 cm o Quadril: fita métrica no nível do trocânter femoral o RCQ (relação cintura-quadril): divide o valor da cintura abdominal pelo quadril ▪ RCQ > 0,8: obesidade androide • Mais comum em homens, mais alarmante • Gordura visceral: deposição cutânea e intra-abdominal no tórax e abdome • Fator de risco: doença isquêmica do coração, doença vascular cerebral, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, hipertensão arterial e litíase biliar ▪ RCQ < 0,8: obesidade ginecoide • Mais comum em mulheres • Gordura se acumula mais nas coxas, nádegas e regiões próximas à pelve com deposição somente subcutânea • Relacionada com celulite, e não com as comorbidades da obesidade androide Clínica: o Síndrome metabólica: conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, AVC e diabetes. O diagnóstico é dado pela circunferência abdominal aumentada (homens 102cm e nas mulheres maior que 88cm) e mais 2 fatores: ▪ Hipertensão: 135/85 mmHg ou superior ▪ Glicose elevada: 110mg/dl ou superior ▪ Baixo HDL: homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl ▪ Triglicerídeos elevados: 150mg/dl ou superior o Estado nutricional: relação da altura, peso, cintura abdominal/quadril e idade (dados objetivos) com o estado geral do paciente, o aspecto da pele e fâneros, o tecido subcutâneo (panículo adiposo) e o sistema muscular (dados subjetivos). ▪ Sobrepeso ou obesidade: panículo adiposo excessivo, risco cardiovascular e metabólico do paciente. Consequente à ingesta excessiva de alimentos ou a uma disfunção endócrina, como na síndrome de Cushing. ▪ Hiponutrição ou desnutrição: peso baixo, musculatura hipotrófica, panículo adiposo escasso, pele xerósica e rugosa, cabelos finos e secos (desnutrição proteica), xeroftalmia e nictalopia (hipovitaminose A) ▪ Magreza: perda de 10 a 15% dos valores ponderais padronizados em função do peso, da estatura e da idade, não necessariamente indicando desnutrição. Pode ser constitucional (traço genético) ou patológica (diabetes, hipertireoidismo, neoplasias malignas, tuberculose, anorexia nervosa e ingestão insuficiente de alimentos) ▪ Caquexia: comprometimento do estado geral do indivíduo, geralmente causado por doenças consumptivas, como tuberculose avançada, cirrose, desnutrição grave, neoplasias malignas e Aids Propedêutica Giovanna Marques Sinais vitais: • Pulso arterial: batimentos de uma artéria superficial que podem ser percebidos pela palpação; com medida de frequência, ritmo, amplitude e tensão o Pulsos: radial, ulnar, braquial, axilar, pedioso, tibial posterior, poplíteo, femoral, carotídeo, temporal, subclávio e aórtico abdominal o Técnica: antebraço do paciente repousado e palpar o pulso durante um minuto; comparar os hemicorpos e entre mmss e mmii o Características: ▪ Frequência: entre 60 e 100 pulsações/minuto • Taquisfigmia: hipertireoidismo, na insuficiência cardíaca, na ansiedade e no estado febril • Bradisfigmia: hipotireoidismo e nos atletas ▪ Ritmo: rítmicos ou arrítmicos ▪ Amplitude: • Pulso amplo: insuficiência aórtica e em situações de alto débito cardíaco, como sepse, anemia e tireotoxicose • Pulso mediano (pouco amplo): hipotensão arterial e insuficiência cardíaca • Pulso filiforme: estenose aórtica e no estado de choque; ▪ Tensão: na aterosclerose, há um endurecimento da parede arterial e, com isso, ocorre um aumento da resistência em conter a onda pulsátil o Tipos especiais de pulso: ▪ Pulso parvus et tardus: estenose aórtica; filiforme, tardio e duração aumentada ▪ Pulso céler: insuficiência aórtica; grande amplitude e curta duração ▪ Pulso alternante: insuficiência cardíaca; alternância de pulsações fracas e fortes ▪ Pulso dicrótico: baixo débito cardíaco (ex.: choque); segunda pulsação de menor intensidade como prolonga- mento da primeira ▪ Pulso paradoxal de Kussmaul: pericardite, derrame pericárdico etc.; varia com a inspiração e a expiração ▪ Pulso bisferiens ou bífido: insuficiência aórtica grave e na cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; dois picos sistólicos por sístole ▪ Pulso arrítmico: fibrilação atrial o Clínica: ▪ Desigualdade entre pulsos simétricos: obstrução; anomalias anatômicas congênitas; obstrução da artéria por trombo ou êmbolo ▪ Coarctação da aorta: diminuição dos pulsos nos mmii e mmss normais ▪ Diminuição do pulso da a. pediosa e tibial: aterosclerose (insuficiência arterial crônica), acompanhada de claudicação intermitente ▪ Síndrome de Leriche: aterosclerose em estágio avançado na aorta; dor em ambas as nádegas, impotência sexual e ausência de pulso femoral Propedêutica Giovanna Marques • Pressão arterial: manguito deve ser colocado 2 cm acima da fossa cubital o Pressão arterial média: é o valor utilizado para calcular medicamentos em UTI. É calculada pela sistólica peso 1 mais a diastólica peso 2 e divide por 3. o Obs.: Quando as pressões sistólica e diastólica estão muito próximas, choque; muito diferentes, insuficiência aórtica o Sons Korotkoff: sons ouvidos durante a aferição. Após a insuflação e silêncio: 1. Fase I: ao desinsuflar o manguito, primeiro ruído → pressão sistólica 2. Fase II: perda da intensidade do ruído, se escuta um sopro 3. Fase III: ruído abafado, com som suave 4. Fase IV: alteração da intensidade dos sons, havendo um abafamento; 5. Fase V: desaparecimento dos sons → pressão diastólica Clínica: o Hiato auscultatório: silêncio entre as fases I e II, podendo gerar valores de PA sistólica inferiores ao real o Hipertensão do avental branco: pacientes que não são hipertensos e apresentam valores de hipertensão quando medidos pelo médico o Efeito do avental branco: pacientes que são hipertensos, mas apresentam agravamento da hipertensão com o médico (muda o estágio da hipertensão) o Hipertensão mascarada: quando o paciente é hipertenso, mas é normotenso em consultório • Frequência respiratória: valores de normalidade de 16 a 20. o Taquipneia: exercícios, estado ansioso, pneumonia, bronquite pulmonar, febre o Bradipneia: hipotireoidismo, bronquite crônica Clínica: o Respiração de Cheyne-stokes: alternação de períodos de hiperventilação com períodos de apneiaCuidados na mensuração • Escolha de manguito adequado (tamanho e calibração) • Posição do paciente sentado ou deitado com o braço na altura do coração • Paciente em repouso, sem bexiga cheia, não estressado e pernas descruzadas • não praticou exercícios, consumo de cigarro, café, bebida alcoólica ou qualquer substância pressórica há 60min • Não se deve repetir a aferição da PA sem intervalo entre cada medida • Fazer a medida da pressão parcial (pelo pulso) antes para não insuflar de mais ou de menos • O estetoscópio não deve ser colocado sob o manguito Propedêutica Giovanna Marques • Temperatura: o Produção de calor: metabolismo energético; destaque ao fígado, musculatura e tecido adiposo (isolante) o Perda de calor: irradiação, condução, convecção e evaporação o Febre: distúrbio da termorregulação em que o limiar hipotalâmico se encontra elevado → início (brusco ou insidioso), intensidade, duração, término, modo de evolução (remitente, intermitente, contínua, irregular, recorrente, invertida) o Fisiopatologia da febre: pirógenos exógenos (geralmente produtos de degradação bacteriana ou tecidual) entram em contato com macrófagos e neutrófilos, e são produzidos pirógenos endógenos (interleucinas). No sistema nervoso central, ácido araquidônico é transformado em prostaglandina, que aumentam o set point no hipotálamo. Exame físico geral qualitativo • Tipo morfológico: 1: entre a fúrcula e o apêndice xifoide; 2: entre o apêndice xifoide e o umbigo; 3: entre o umbigo e a sínfise púbica o Brevilíneo: segmento 2 é maior o Longilíneo: segmento 1 é maior o Normolíneo: intermediário • Estado geral: avaliação subjetiva do que aparenta o paciente em sua totalidade – estado nutricional, aparência, fácies e comparar idade aparente com a idade real o Bom estado geral (BEG) o Regular estado geral (REG) o Mau estado geral (MEG) • Nível de consciência: grau de vigília do paciente o Consciência preservada o Consciência rebaixada: utilizar a escala de coma de Glasgow para tornar a avaliação mais objetiva ▪ Obnubilação: responde ao estímulo verbal ▪ Sonolência: responde a estímulos táteis ▪ Torpor: responde a estímulos dolorosos ▪ Coma Propedêutica Giovanna Marques • Fácies: conjunto de sinais na face, resultante dos traços anatômicos e da expressão fisionômica, que permitem avaliação do estado emocional, intelectual e de saúde o Fácies acromegálica: aspecto agigantado: aumento das extremidades, nariz, língua, orelhas, arcadas supraorbitárias etc. ▪ Acromegalia: aumento da produção do hormônio de crescimento (GH e IGF-1) após o fechamento das epífises ósseas o Fácies de Hutchinson/miastênica: ptose palpebral bilateral, que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça (fadiga aumenta ao longo do dia) ▪ Miastenia grave (fraqueza e fatiga grave dos músculos voluntários) e outras miopatias o Fácies hipertireoidea /basedowiana: ocorre exoftalmia, bócio (aumento do volume tireoidiano), geralmente rosto magro ▪ Hipertireoidismo e doença de Basedow-Graves (bócio difuso: doença autoimune da tireoide) o Fácies mixedematosa: fácies sem expressão (apatia), face arredondada, acentuação dos sulcos faciais, supercílios escassos, pele e cabelos secos e sem brilho ▪ Hipotireoidismo ou mixedema o Fácies cushingoide/lua cheia: rosto arredondado caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e acne ▪ Síndrome de Cushing: aumento dos níveis de cortisol por uso exógeno (medicação) ou por doença (ex.: hipertrofia do córtex das suprar.) o Fácies leonina: nódulos de diversos tamanho deformando rosto, principalmente bochecha, queda do supercílio (madarose), pele espessa, barba escassa ou ausente, lábios proeminentes e grossos, nariz largo ▪ Hanseníase (Mycobacterium leprae) Propedêutica Giovanna Marques o Fácies esclerodérmica: fácies de múmia pela quase completa paralisia facial; pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, microstomia, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras ▪ Esclerodermia: enrijecimento crônico da pele e tecidos conjuntivos o Fácies hipocrática: olhos fundos, imóveis, opacos e inexpressivos; afilamento dos traços faciais, nariz e lábios finos, palidez, suor constante, cianose discreta perilabial. Comum: batimento de asa de nariz ▪ Pacientes em doenças graves em estados agônicos o Fácies renal: edema em região periorbital associada a palidez cutânea ▪ Doenças difusas dos rins: síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda o Fácies parkinsoniana: cabeça inclinada para frente, olhar fixo, supercílio elevado e fronte enrugada; hipomimia (mímica pobre) ▪ Doença de Parkinson o Fácies adenoidiana: nariz fino e pequeno, boca entreaberta com os dentes à mostra e lábio inferior pendente ▪ Pacientes com hipertrofia das adenoides dificultando a respiração pelo nariz o Fácies mongoloide: fenda palpebral, prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos e distantes um do outro; rosto redondo e boca entreaberta ▪ Síndrome de Down • Atitude: modo pelo qual o paciente se apresenta ao exame, no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento o Atitudes voluntárias: ▪ Atitude ativa indiferente ou preferencial: não apresenta desconforto ▪ Atitude ativa forçada: posição escolhida para se sentir melhor • Ortopneica: aliviar falta de ar (insuficiência cardíaca, asma e ascites volumosas) Propedêutica Giovanna Marques • Genupeitoral ou prece maometana: de 4; para facilitar o enchimento do coração (derrame pericárdico) • Cócoras: aliviar hipóxia generalizada ao diminuir retorno venoso para o coração (cardiopatias congênitas cianóticas) • Parkinsoniana: semiflexão da cabeça, do tronco e dos membros inferiores quando de pé (Parkinson) • Decúbito lateral: reduz a dor do lado sobre o qual repousa (dor pleurítica; reduz movimentação dos folhetos pleurais) • Decúbito dorsal: flexão das pernas sobre as coxas e estas sobre a bacia (processos inflamatórios pelviperitoneais) • Decúbito ventral: bruços (cólica intestinal) • Flexão da coluna: lombalgias o Atitude involuntária ▪ Atitude passiva: paciente fica na posição em que é posto no leito sem contração muscular (coma ou inconsciente) ▪ Ortótono: corpo reto, rígido e estirado ▪ Opistótono: corpo vergado para trás como arco (meningite, tétano) ▪ Emprostótono: contrário ao Opistótono (meningite, tétano e raiva) ▪ Pleuróstono: curvatura lateral (meningite, raiva e tétano) ▪ Atitude meníngea: em gatilho, hiperextensão da cabeça, na flexão das pernas sobre as coxas e no encurvamento do tronco (meningite, tétano) • Palidez: corado ou descorado (1+ a 4+) o Avaliação da superfície corporal: regiões palmoplantares e na face, da mucosa palpebral, das conjuntivas e da mucosa oral o Enchimento da microcirculação: compressão digital no leito ungueal, polpa digital ou lobo da orelha, observando retorno da coloração em média 1s o Dificultam a avaliação: pele negra, doenças que alteram a pele Clínica: o Palidez localizada: quadros isquêmicos de obstrução de artéria o Palidez generalizada: anemias e vasoconstrição generalizada como estado nauseoso, medo, colapso, intoxicação, crises dolorosas intensas e choque o Choque: inicialmente há vasoconstrição (palidez) e, em algumas regiões, surge vasodilatação e vasoparalisia (vermelho arroxeado) → cutis marmorata • Hidratação: 1+ a 4+ o Avaliação: umidade das mucosas (lingual e oral) e do turgor, elasticidade e umidade da pele; avaliação do peso (alterações abruptas) o Equilíbrio entre a oferta adequada de água e eletrólitos e a sua perda, como ocorre nos casos de diarreia, vômitos, febre, taquipneia e sudorese excessiva Clínica: oIdosos: diminuição natural do turgor da pele e boca seca; avaliar fraqueza muscular, dificuldade de fala, prostração, confusão mental, retração ocular o Crianças: palpação das fontanelas - hidratadas, as fontanelas são planas e normotensas; desidratadas, fontanelas estão deprimidas Propedêutica Giovanna Marques • Icterícia: coloração amarelada da pele e mucosa pelo acúmulo de bilirrubina (1+ a 4+) o Avaliação da superfície corporal: conjuntiva ocular, região sublingual, freio lingual e pele em luz natural o Metabolismo da bilirrubina: hemácias retiradas da corrente a cada 3 meses pelo baço → divisão em globina e grupo heme ▪ Heme → biliverdina → bilirrubina indireta ▪ Bilirrubina indireta + albumina: transporte pela corrente sanguínea ▪ Bilirrubina indireta + ácido glicurônico → bilirrubina direta (conjugada) ▪ Excreção pelas vias biliares o Principais tipos de icterícia: ▪ Anemias hemolíticas: aumento da oferta de bilirrubina indireta ▪ Doença de Gilbert: déficit na captação de bilirrubina indireta pelo hepatócito (pode ter icterícia quando o paciente fica em jejum, doença) ▪ Cirrose hepática e hepatites: dificuldade no metabolismo da bilirrubina dentro do hepatócito ▪ Induzida por medicamentos: má excreção da bilirrubina conjugada pelo polo excretor do hepatócito e pelos canalículos (ex.: anabolizantes) ▪ Obstrução das vias biliares extra-hepáticas: colecolitíase, neoplasia da cabeça do pâncreas e das vias biliares. Clínica: o Icterícia neonatal fisiológica: causas (1) fígado do RN não amadureceu e não consegue captar, conjugar e excretar a bilirrubina corretamente; (2) hemácias têm menor meia vida, resultando em maior quantidade de bilirrubina; (3) escassa flora intestinal aumenta a circulação entero-hepática da bilirrubina o Icterícia neonatal patológica: pode ocorrer por aumento da produção de bilirrubina (doenças hemolíticas, policitemia); diminuição do Clearence (Gilbert, diabetes, galactosemia), aumento da circulação entero-hepática (associada a amamentação) e uso de medicamentos que competem pela albumina (Bactrim) o Kernicterus: lesão cerebral pela deposição de bilirrubina indireta nos gânglios da base e núcleos do tronco cerebral (atravessa barreira hematoencefálica) • Cianose: coloração azulada ou arroxeada da pele e mucosas (1+ a 4+) o Avaliação: lábios, ponta do nariz, língua, região sublingual, lobo da orelha, leitos ungueais e polpas digitais o Tipos de cianose: ▪ Cianose central: dessaturação do sangue → falta oxigênio no sangue arterial e tecidos têm consumo de oxigênio normal Causas: diminuição da pO2 do ar (altas altitudes); hipoventilação (edema de pulmão, pneumonia, derrame pleural, obstrução de vias aéreas) e shunt (fístulas arteriovenosas) Propedêutica Giovanna Marques ▪ Cianose periférica: circulação sanguínea lenta → sangue chega oxigenado, mas perde mais O2 do que o normal ao nível capilar Causas: aumento da pressão venosa local (ligadura de vasos) e geral (estase, ICC); obstrução na circulação por oclusão (flebite, compressão); transtornos vasomotores (fenômeno de Reynaud) ▪ Cianose mista: associação dos mecanismos Ex.: ICC: congestão pulmonar diminui a oxigenação sanguínea (central) e estase venosa periférica - perda aumentada de oxigênio (periférica) • Edema: aumento da quantidade de líquido intersticial e/ou intracelular caracterizado por um balanço positivo de sódio o Avaliação: compressão sustentada com o indicador ou polegar contra estruturas ósseas, como a tíbia, o sacro e os ossos da face – sinal de Godet quando há depressão pós descompressão o Consistência: ▪ Mole: facilmente depressível, indica processo não prolongado ▪ Duro: resistência à compressão, indica processo mais prolongado com proliferação fibroblástica (linfedema, elefantíase) o Elasticidade: ▪ Elástico: retorna à posição inicial rapidamente, processos inflamatórios ▪ Não elástico: demora ao retorno à posição inicia o Temperatura: igual, mais quente (inflamação) ou mais fria (déficit da irrigação) o Sensibilidade: doloroso indica causa inflamatória o Coloração: avermelhado (inflamatório), pálido (distúrbio da irrigação), cianose (alteração venosa localizada) o Textura e espessura da pele: pele espessa (longa duração), pele lisa e brilhante (recente e intenso), pele enrugada (processo de eliminação do edema) Clínica: o Edema da insuficiência cardíaca: edema generalizado, mole, inelástico, indolor, vespertino, predominante no membro inferior, simétrico o Edema em face: um paciente cardiopata não possui edema de face, pois não consegue ficar em decúbito dorsal horizontal, de forma que a gravidade impede o acúmulo de líquido na face • BEG: bom estado geral • CHAAA: corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril ao toque • LOTE: localizado e orientado em tempo e espaço Propedêutica Giovanna Marques Linfonodos • Linfonodos: estruturas ovoides, pequenas e encapsuladas constituídas por tecido linfoide; localizadas no caminho dos vasos linfáticos • Função: atuam como filtros da linfa; removendo as partículas estranhas antes que a linfa retorne ao sistema circulatório sanguíneo • Comprometimento linfonodal o Generalizado: linfomas, leucemias linfoides, colagenases, mononucleose, tuberculose, Aids e sífilis o Localizado: processos infecciosos na área de drenagem do grupo ou metástases Descrever um linfonodo palpável • Localização • Tamanho: estimar, em cm. Obs.: até 1cm (mesmo palpável) raramente maligno • Consistência: elástica, fibroelástica, pétrea. Obs.: quanto mais endurecidos maior é a chance de malignidade • Mobilidade: a imobilidade deve-se à aderência a planos profundos, achado frequentemente associado a neoplasia maligna • Número: comprometimento localizado (definir número de linfonodos palpáveis em um mesmo grupo) ou generalizado (três ou mais grupos linfonodais comprometidos) • Dor: indica crescimento rápido com distensão capsular. Assim, as causas infecciosas e inflamatórias são as mais associadas a um linfonodo doloroso • Estado da pele: presença de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor) • Tempo de evolução: aguda, subaguda e crônica • Presença de fístula cutânea: adenite tuberculosa (escrófula), paracoccidiodomicose, doença da arranhadura do gato Linfonodos inflamatórios Linfonodos neoplásicos Evolução rápida, com presença de sinais flogísticos Evolução progressiva, inicialmente silenciosa Doloroso Indolor Pele e local hiperemiado Pele inicialmente sem alterações de cor Com frequência são múltiplos Com frequência são únicos nos metastáticos Superfície lisa, regular Superfície irregular Presença de celulite nos tecidos vizinhos Ausência de celulite nos tecidos vizinhos Em geral menor que 2 cm Maiores Principais cadeias linfonodais A. Linfonodos da cabeça e pescoço B. Linfonodos axilares C. Linfonodos supraepitrocleares D. Linfonodos inguinais E. Linfonodos poplíteos Propedêutica Giovanna Marques Cadeias linfonodais da cabeça e pescoço A. Linfonodos occipitais B. Linfonodos Pós-auriculares C. Linfonodos pré-auriculares D. Linfonodos submandibulares E. Linfonodos submentonianos F. Linfonodos cervicais anteriores e posteriores: anteriores e posteriores ao m. esternocleidomastoideo G. Linfonodos cervicais superficiais: acima do m. esternocleidomastoideo H. Linfonodos supraclaviculares Técnicas de palpação especiais • Linfonodos cervicais: fletir a cabeça do paciente para o lado para relaxar a musculatura • Linfonodos axilares: apoiar o membro superior no ombro do examinador; palpação deve ser realizada com a mão em garra comprimindo a axila na parede torácica. • Linfonodos inguinais: realizada com o paciente deitado com deslizamento circular ou linear com os dedos em extensão Observações clínicas • Linfonodos supraclaviculares: o acometimentodesses linfonodos está relacionado com metástases de tumores intratorácicos, gastrintestinais ou linfomas. o Sinal de Troisier: quando há linfonodo pétreo apenas do lado, dá-se o nome de linfonodo de Virchow, que sugere metástase de tumor do trato gastrintestinal • Linfonodos inguinais: doenças sexualmente transmissíveis, moléstias anais e infecções repetidas de membros inferiores; comum em crianças com fralda. • Linfonodos supraepitrocleres: achado em geral é patológico. Ex.: sarcoidose, sífilis secundaria e hanseníase • Linfonodos: ausência de linfonodomegalias palpáveis Propedêutica Giovanna Marques Propedêutica da tireoide Tireoide é uma glândula de consistência fibroelástica que repousa abaixo da cartilagem cricóidea na região anterior do pescoço; formada por dois lobos ligados por istmo. • Inspeção estática: visual e palpação o Volume: se há aumento e se este é global ou localizado o Consistência: fibroelástica (normal), endurecida, pétrea, amolecida o Mobilidade o Superfície o Temperatura: nódulos quentes são produtores de hormônios e nódulos frios podem ser neoplasias o Sensibilidade: dor contínua, à palpação, à deglutição o Presença de frêmito o Presença de nódulos • Inspeção dinâmica: deglutição o Checar se é fibroelástica, simétrica, limites, ausculta (pode ter sopro devido ao aumento da vascularização, como na doença de graves) Técnicas de palpação Paciente sentado e examinador de pé; identificação da cartilagem tireóidea pelo ponto de referência, a proeminência laríngea (pomo de adão). • Abordagem anterior: mãos em formato de “garra” sobre a loja tireóidea; o polegar firma a traqueia na linha média enquanto palpa o lobo contralateral, com movimentos circulares com os dedos indicador e médio • Abordagem posterior: examinador atrás do paciente; polegares fixos na nuca como apoio enquanto realiza movimentos circulares com os dedos indicador, médio e anular. Observações clínicas • Hipertireoidismo: exoftalmia, bócio (pode ter disfagia, dispneia e disfonia pela compressão do bócio), hipertermia (casos extremos), insônia, irritabilidade, diarreia, palpitação, arritmia etc. • Hipotireoidismo: ganho de peso, fraqueza, fácies mixedematosa, edema, sonolência, constipação, depressão, cansaço, letargia etc. • Doença de Graves: doença autoimune na qual há produção de anticorpos que atacam a glândula e levam a liberação de hormônio tireoidiano • Doença de Hashimoto: produção de anticorpos contra antígenos tireoidianos e infiltração da glândula por células mononucleares e fibrose • Sinal de Pemberton: elevação simultânea dos braços acima da cabeça por 1 minuto; se positiva, paciente fica com distensão das veias do pescoço, pletora facial, dispneia, cianose e estridor. Doenças: bócio retroesternal (principal), tumores de ápice pulmonar, linfoma etc. • Tireoide: não palpável ou tamanho e posição normais sem nódulos palpáveis • Ausência de linfonodomegalias palpável Propedêutica Giovanna Marques Síndromes clínicas e diagnósticos diferenciais Uma síndrome clínica é um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem associadamente e podem ter diferentes causas. A partir das síndromes é possível chegar a diagnósticos: • Funcional: constatação de um distúrbio de função de um órgão, geralmente identificada por meio dos sintomas • Anatômico: reconhecimento de alteração morfológica, pode ser vista no exame físico • Etiológico: reconhecimento do agente causal da doença • Clínico: reconhecimento da doença com suas propriedades e características mais importantes Síndrome febril Distúrbio da termorregulação em que o limiar térmico hipotalâmico, “set point hipotalâmico”, se encontra elevado Sintomas: além da elevação da temperatura, há astenia, pele quente e seca, boca seca, sede, inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, sudorese, oligúria, dor no corpo, calafrios, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e convulsões Fisiopatologia • Pirógenos exógenos são substâncias que causam a febre, que podem ser secretados por bactérias ou liberados dos tecidos em degeneração atuam nos macrófagos e neutrófilos • Macrófagos e neutrófilos liberam pirógenos endógenos, como citosinas pirogênicas (interleucina 1, 2 e 6, fator de necrose tumoral, alfa1 interferon) • Ácido araquidônico é liberado no SNC e transformados em prostaglandinas, que são responsáveis por elevar o limiar térmico do centro termorregulador do hipotálamo Clínica • Anti-inflamatórios: atua no bloqueio da síntese de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico, por isso impede a febre. • Crianças e idosos: resposta febril geralmente é desproporcional à gravidade da infecção, ou seja, é possível haver crianças com elevadas temperaturas em infecções banais e idosos com febrícula ou sem febre em processos inflamatórios graves Propedêutica Giovanna Marques Diagnóstico diferencial • Doenças infecciosas: HIV, tuberculose e pneumonia. • Doenças inflamatórias: pancreatite, LES e vasculites. • Doenças neoplásicas: linfomas, leucemias e adenocarcinomas. • Miscelânias: hipertireoidismo, drogas e embolia pulmonar Febre X Hipertermia Enquanto na febre há elevação do set point hipotalâmico, na hipertermia, o aumento da temperatura corporal se dá por aumento da produção de calor ou diminuição de sua perda, sem alteração no termostato hipotalâmico. Síndrome ictérica Coloração amarelada da pele e mucosas resultante do acúmulo de bilirrubina no sangue (> 2mg/100ml). Avaliação feita em cruzes 1+ a 4+. Fisiopatologia Propedêutica Giovanna Marques Clínica • Icterícias por bilirrubina indireta: lipossolúvel, coloração não é acentuada; tem afinidade por tecido nervoso, podendo provocar Kernicterus no recém-nascido • Icterícias por bilirrubina direta: hidrossolúvel, ocorre a penetração facilitada da bilirrubina no tecido, sendo mais acentuada a coloração amarela Diagnóstico diferencial • Anemia hemolítica: anemia falciforme (aumento da oferta de bilirrubina indireta) • Doença hepática: hepatite c. • Drogas: rifampicina. • Doenças das vias biliares e pâncreas: neoplasias. • Doença de Gilbert: glicuronil transferase; dificuldade na captação pelo hepatócito da bilirrubina indireta Síndrome consumptiva Perda de mais de 5% do peso corporal em curto período. Avaliar peso, IMC, musculatura, panículo adiposo, pele seca, cabelos e pelos finos e quebradiços, conjuntiva ocular seca Diagnóstico diferencial • Doenças catabólicas: neoplasias. • Doenças endócrinas: diabetes melito, hipertireoidismo e feocromocitoma. • Doenças intestinais: síndrome de má absorção. • Diminuição da ingesta: depressão. Síndrome coronariana aguda Síndromes coronarianas agudas resultam de obstrução aguda de uma artéria coronária. As consequências dependem do grau e local da obstrução e variam de angina instável a infarto do miocárdio com elevação de segmento não ST (IMSSST), infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCSST) e morte cardíaca súbita Sinais • Dor anginosa • Outros: desconforto torácico com dispneia, náuseas e diaforese Diagnóstico diferencial • Angina instável: obstrução aguda de uma artéria coronária sem infarto do miocárdio • Infarto agudo do miocárdio: necrose miocárdica decorrente de redução abrupta do fluxo sanguíneo coronariano de uma parte do miocárdio. classificados como IMCSST ou IMSSST pela existência ou ausência de elevação no segmento ST ou ondas Q no ECG o Sem supra (IMSSST): subendocárdico ▪ Marcadores cardíacos: troponina I ou T e CPK elevadas ▪ ECG: sem desenvolvimento agudo de supra desnível do segmento ST; pode haver infra desnível do segmento ST, inversão da onda T ou ambas Propedêutica Giovanna Marques o Com supra (IMCSST): transmural ▪ Marcadores cardíacos: troponina I ou troponina T e CK elevados ▪ ECG: supra desnível do segmentoST Obs.: diferenciar angina instável do infarto agudo: níveis de troponina. Impossível estar infartando e estar com os níveis de troponina normais, mas pode apresentar troponina normal e estar com síndrome coronariana aguda Insuficiência cardíaca Disfunção ventricular em que existe uma deficiência em manter uma débito cardíaco adequado para o organismo. • Insuficiência crônica: relacionada a doenças crônicas, como hipertensão e doença arterial coronariana, o que gera alterações estruturais no coração • Insuficiência aguda: alterações súbitas do débito cardíaco, como traumas ou IAM Fisiopatologia • Insuficiência VE: DC diminui e pressão venosa hidrostática pulmonar aumenta → extravasamento de líquido para os alvéolos → edema pulmonar o Má perfusão tecidual gera sintomas de débito sistêmico (choque), como cansaço, taquicardia e acúmulo de sangue nas câmaras esquerdas, o que causa congestão pulmonar (dispneia) • Insuficiência VD: aumento da pressão venosa sistêmica → extravasamento de líquido → edema principalmente em mmii e vísceras abdominais → disfunção hepática o Gera quadros de cianose, edema de membros inferiores, turgência jugular, ascite, RHE (refluxo hepato-jugular) e edema agudo do pulmão • Insuficiência cardíaca sistólica: diminuição da função contrátil do coração; caracteriza- se pela presença de pulso alternante, bulhas e sopros • Insuficiência cardíaca diastólica: contratilidade ventricular normal, mas com presença de congestão sanguínea; geralmente associada a uma hipertrofia ventricular Diagnóstico diferencial • Alterações no pericárdio: pericardite constritiva • Miocardiopatias: isquêmica, chagásica e hipertensiva. • Alterações no endotélio: endocardites e valvopatias. • Alterações coronarianas: SCA • Alterações no sistema de condução: bradiarritmias ou taquiarritmias. Síndrome edematosa Pressão hidrostática, pressão oncótica, capilar e capilar linfático. Pensar em 3 causas principais: fígado, coração ou rim. • Aumento da pressão hidrostática: ICC e insuficiência renal. • Redução da pressão oncótica: hepatopatias. • Aumento da permeabilidade capilar: sepse e dengue. • Alteração da circulação linfática: neoplasias. Propedêutica Giovanna Marques Síndrome de baixo débito – choque Distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado por incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea de órgãos vitais, o que resulta em hipóxia generalizada e consequente lesão tecidual. • Choque cardiogênico: falência da bomba cardíaca o IAM, IVE, miocardites, distúrbios de condução e sepse grave • Choque obstrutivo: falência no enchimento do ventrículo esquerdo o TEP maciço, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo • Choque hipovolêmico: redução da volemia (volume sanguíneo ou plasmático) o Hemorragias, desidratação grave • Choque distributivo: vasodilatação importante causa represamento do sangue na microcirculação, menos sangue circulante, queda de pressão e perfusão vascular o Séptico, anafilático, neurogênico e hipocortisolismo Sinais e sintomas: má perfusão tecidual, pulso filiforme, extremidades frias e pegajosas Marcadores de microperfusão: lactato (aumento da respiração anaeróbica), base excesso, bicarbonato Insuficiência respiratória Sinais e sintomas: dispneia, utilização de musculatura acessória, batimento de asa de nariz, tirada de fúrcula, cianose, sibilos, retração costal Relação ventilação x perfusão • No alvéolo, em intimidade com o capilar pulmonar ocorre a hematose • Doenças que afetam essa relação causam insuficiência respiratória • Espaço morto: distúrbio da relação em que há ventilação, mas não há perfusão. Ex.: enfisema, destruição do septo interalveolar, áreas que são ventiladas e não perfundidas (espaço morto) • Shunt: distúrbio da relação em que há perfusão, mas não há ventilação (bronquite crônica: brônquios ficam mais grossos e cheios de secreção – ar não chega) Ex.: bronquite: espessamento da parede crônica, aumento de secreção, áreas que são bem perfundidas, mas não ventiladas (shunt) Síndrome dispéptica Sinais e sintomas: dor abdominal, queimação, enfartamento pós-prandial que incomoda e saciedade precoce • Pirose: se for retroesternal • Epigastralgia: se for na região epigástrica Fisiopatologia • Desequilíbrio entre a agressão ácida e a defesa da mucosa gástrica (depleção de prostaglandinas endógenas, infecções por H. pylori, entre outras) • Perda da homeostase entre fatores protetores da mucosa gástrica e suco gástrico Propedêutica Giovanna Marques Grupos etiológicos • H. pylori (80% infecções oligo sintomáticas • Anti-inflamatórias não hormonais (25-30%) de forma crônica • Síndromes hiper secretoras • Gastrônomas e síndrome de Zollinger-Ellison • Mastocistose sistêmica e leucemia eosinofilia • Úlcera péptica idiopática e viro pépticas Síndrome de insuficiência hepática Sinais e sintomas: confusão mental e flapping (esticar a mão do paciente), ginecomastia (acúmulo de estrogênio), abaixamento do nível de consciência, ascite, icterícia Fisiopatologia • Problema na metabolização de amônia, seu acúmulo estimula receptores GABAérgicos (atravessa a barreira hematoencefálica e funciona como falso neurotransmissor) • Encefalopatia hepática: alteração encefálica por razão hepática, exemplo funcionamento da amônia como falso neurotransmissor • Ascite: falta de albumina, hipertensão portal Diagnóstico diferencial • Infecciosas: hepatite por vírus A, B e C, dengue e febre amarela • Medicamentosa: paracetamol, isoniazida e rifampicina • Metabólica: doença de Wilson e deficiência de alfa 1 antitripsina • Miscelânia: hepatite autoimune e metástase Hepatoesplenomegalia Sinais e sintomas: dor hipocôndrio direito (aumento do figado) ou esquerdo (aumento do baço) Mecanismos pelos quais pode haver hepatoesplenomegalia: • Inflamação: vírus, CMV e doenças autoimunes • Depósito excessivo: doença de Wilson (depósito de cobre) • Infiltração celular: neoplasias primárias ou implantes • Congestão: insuficiência cardíaca • Obstrução biliar: atresia biliar Diagnóstico diferencial Propedêutica Giovanna Marques Síndrome nefrítica Inflamação glomerular aguda (ocorre perda abrupta da superfície de filtração): redução da excreção de líquidos, pequenos solutos e eletrólitos Sinais e sintomas: tríade clássica → edema, hipertensão e hematúria Fisiopatologia: varia de acordo com a doença • GNDA: crianças que tem contato com estreptococos, produzem anticorpos contra o antígeno e anticorpo (imunocomplexo) • Esse imunocomplexo pode se depositar no glomérulo, gerando decomposição • Aumento da retenção de água e sal Diagnóstico diferencial • GNDA (pós estreptocócica; EB) • GN membranoproliferativa • GN lúpica, formas proliferativas • Vasculites (Wegener, PAN) • Nefropatia por IgA • GN crescêntica (rapidamente progressiva) Síndrome nefrótica Síndrome nefrótica corresponde à excreção urinária > 3 g de proteína/dia em decorrência de doença glomerular mais edema ou hipoalbuminemia. Sinais e sintomas: anorexia, mal estar e urina espumosa, e a retenção de líquidos pode causar dispneia, artralgia e dor abdominal Fisiopatologia • A proteinúria decorre de alterações das células endoteliais dos capilares, MBG, ou podócitos, que filtram as proteínas séricas • Mecanismo da lesão: evidências sugerem que as células T regulam positivamente um fator de permeabilidade circulante ou negativamente um fator inibidor de permeabilidade em resposta a imunógenos e citoquinas não identificados. • Edema, proteinúria e hipoalbuminemia Propedêutica Giovanna Marques Síndrome urêmica Conjunto de sinais e sintomas resultantes dos efeitos tóxicos do acúmulo de toxina urêmicas no sangue em decorrência da perda da função renal. Sinais e sintomas: confusãomental, hemorragias (altera a função das plaquetas) e pericardite (e acumula nas serosas) • Flapping: achado de exame físico presente na síndrome urêmica e na insuficiência hepática. Causado por intoxicação do SNC. Fisiopatologia: lesão renal compromete excreção de substâncias, entre elas os compostos nitrogenados como ureia, guanidinas, oxalato, fósforo, creatinina, poliaminas, paratormônio, homocisteína, indóis etc. • Confusão mental: passagem dos resíduos nitrogenados pela barreira hemato encefálica • Hemorragias: acúmulo de substância prejudica plaquetas e formação de coágulo • Pericardite: acúmulo de resíduos nitrogenados em camadas serosas, como no pericárdio, gerando inflamação, atrito pericárdico. Pericardite: pode ser dor em relação com a ventilação ou quando inclina o tórax para frente melhora e para trás piora. Posições onde aumenta o atrito dos pericárdios visceral e parietal, a dor aumenta; e posições onde diminui o atrito dos pericárdios, a dor diminui Obs.: paciente com pericardite, o mais frequente é síndrome urêmica Diagnóstico diferencial: doenças que geram lesão renal e, portanto, síndrome urêmica: • HAS • Diabetes mellitus • Glomerulonefrites • Outras: nefrite túbulo-intersticial, necrose cortical, lúpus eritematoso sistêmico, doenças císticas renais, processos obstrutivos, amiloidose Síndrome anêmica Sinais e sintomas: palidez, fraqueza, cansaço, unhas quebradiças (avaliar: superfície corporal, região palmoplantar, face, mucosa conjuntiva e oral) Exames complementares: para confirmar o diagnóstico: hemograma (Hb, ferro e VGM) Diagnósticos diferenciais: • Anemia microcíticas e hipocrômicas: deficiência de ferro (frequente em mulheres jovens em período fértil) e neoplasias em idosos • Anemia normocítica e normocrômica: doença renal • Anemia macrocítica: principalmente por deficiência de vitamina B12 (frequente em pacientes com bariátrica, dietas restritas Propedêutica Giovanna Marques Síndrome meníngea Decorre de processos irritativos que acometem as meninges e as raízes nervosas, sendo suas principais causas infecciosas (ex.: meningite) ou hemorrágicas (ex.: hemorragia subaracnóidea) Sinais e sintomas: irritação meníngea, rigidez nucal • Sinal de Brudzinski: flexionar a perna quando flexiona a nuca • Sinal de Kernig: dor lombar ao flexionar a perna a 90° e estender o joelho Hipertensão intracraniana Caracteriza-se pelo aumento do conteúdo intracraniano sem aumento concomitante do contingente (crânio), resultando no aumento da pressão intracraniana (acima de 15 mmHg) Sinais e sintomas: • Tríade de Cushing: hipertensão, bradipneia e bradicardia • Rebaixamento do nível de consciência Fisiopatologia: • Hipertensão: pressão de perfusão cerebral depende da pressão arterial. Como a pressão intracraniano aumenta, há mecanismo compensatório para manter a perfusão cerebral que é a hipertensão. Mecanismos regulatórios do sistema nervoso simpático. Pressão de perfusão cerebral = pressão arterial média – pressão intracraniana • Bradicardia e bradipneia: não são mecanismos compensatórios e sim reação final de um mecanismo de compensação que se iniciou com aumento da pressão. Diagnóstico diferencial: AVC, neuro infecções, neoplasias, edema por trauma, sangramento intracraniano etc. Síndrome cerebrovasculares agudas Sinais e sintomas: déficit focal agudo (plegia, paresia ou desvio de rima por acometimento do 7º nervo craniano) Acidente vascular cerebral: • AVC hemorrágico: vaso que se rompe o HSA (hemorragia subaracnóidea): aneurismas congênitos mais comum o Hemorragia intraparenquimatosa: aneurisma nas bifurcações do polígono de Willis • AVC isquêmico: coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo o Aterotrombótico: placa de aterosclerose rompe e obstrui o vaso (=infarto no coração) o Cardioembólicos: pequenos êmbolos no coração Propedêutica Giovanna Marques Propedêutica cardiovascular Exame físico do coração • Inspeção: abaulamentos, depressões, retração da caixa torácica, alterações da pele, cicatrizes • Palpação: a palpação do precórdio é realizada para a pesquisa principalmente do ictus cordis e dos frêmitos, mas é possível encontrar vibrações palpáveis nessa região o Palpação do ictus: mão espalmada sobre o precórdio para palpar; médico a direita do paciente em decúbito dorsal (se não estiver conseguindo sentir, colocar o paciente em semi decúbito lateral: posição de Pachón) ▪ Sede: 5° espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda ▪ Extensão: até 2 poupas digitais (sem aumento) ▪ Duração: máximo dois terços da sístole ▪ Amplitude: batida brusca e rápida o Frêmitos: sensação tátil gerada a partir de um sopro cardíaco; turbilhonamento do sangue quando este passa por válvulas lesadas, fístulas arteriovenosas e no interior de grandes vasos • Percussão: não muito utilizado; apenas em casos de derrame pericárdico • Ausculta: focos de ausculta cardíaca Ângulo de Louis: junção manúbrio-esternal, palpável como uma crista óssea; que pode ser utilizada para localizar o segundo espaço intercostal Zona de Ziedler: ferimentos sugestivos de lesão cardíaca. Da altura do ângulo de Louis à altura da 10ª costela; da linha paraesternal direita à linha axilar anterior esquerda o Foco aórtico: 2º EID paraesternal o Foco pulmonar: 2º EIE paraesternal o Foco tricúspide: 5º EIE próximo ao processo xifoide o Foco mitral: 5º EIE na linha hemiclavicular (ictus) o Foco aórtico acessório: 3º EIE Obs.: na prática clínica, é comum a confusão entre focos de ausculta e derivações do eletrocardiograma (V1 e V2 no 4° espaço intercostal, e não no 2°) • Ausculta dinâmica: manobras auscultatórias o Posição de Pachón: semidecúbito lateral esquerdo – sensibilização dos sopros mitrais e facilitação da palpação do ictus o Aumento do retorno venoso: intensificam fenômenos acústicos ▪ Manobra de Müller: inspiração profunda com a glote fechada (paciente inspira e segura a respiração); Propedêutica Giovanna Marques Diminui a pressão intratorácica → aumenta retorno venoso→ aumento do fluxo de sangue para AD e VD → aumento dos sons na câmara D ▪ Manobra de Rivero-Carvalho: inspiração profunda sem glote fechada; Aumento do retorno venoso → aumento dos sons na câmara D e diminuição na câmara E (retorno pulmonar não aumenta na mesma intensidade que o retorno das cavas por não bloquear a inspiração) ▪ Cócoras ou decúbito dorsal: compressão das veias dos mmii → aumenta o retorno venoso → aumenta os sons do coração D e E o Redução do retorno venoso: diminuem os fenômenos acústicos ▪ Manobra de Valsalva: expiração forçada com boca e nariz tampados; Aumento da pressão intratorácica → diminuição dos fenômenos acústicos do coração D ▪ Posição ortostática: diminuição do retorno venoso, reduzindo os fenômenos acústicos do coração direito e esquerdo Bulhas cardíacas Durante a sístole, a contração dos ventrículos gera um refluxo de sangue em direção aos átrios que colide com a válvula atrioventricular. Esse turbilhonamento de sangue é B1 (“tum”). No início da diástole, há fechamento das valvas semilunares, e turbilhonamento de sangue entre a valva e as paredes atrial e ventricular é B2 (“tá”). • B1: fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) o Durante a sístole, a contração dos ventrículos gera um refluxo de sangue em direção aos átrios que colide com a válvula atrioventricular (“tum”) o Coincide com o pulso carotídeo • B2: fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) o No início da diástole, há fechamento das valvas semilunares, e turbilhonamento de sangue entre a valva e as paredes atrial e ventricular (“tá”) • B3: desaceleração abrupta do sangue contra as paredes ventriculares no início da diástole (fase de enchimento rápido ventricular). o Som protodiastólico: terço inicial da diástole o Relacionada a sobrecarga devolume o Ritmo de galope: “tum tá tá” Ex.: insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência valvar, shunts • B4: contração atrial produz a desaceleração de sangue no interior dos ventrículos no final da diástole (fase de contração atrial). o Som telediastólico: terço final da diástole o Relacionada a redução da complacência o Ritmo: “trum tá” Ex.: hipertensão arterial sistêmica (aumento da pós-carga), hipertrofia ventricular, estenose de valva aórtica ou pulmonar, IAM, fibrose Obs.: estetoscópio: o Diafragma para sons mais agudos; Campânula: sons mais graves (B3, B4, estenose mitral) Propedêutica Giovanna Marques Sopros Quanto à intensidade: sistema de cruzes • Grau 1: muito suave (pode ser ouvido ou não pelo examinador) • Grau 2: sopro mais intenso e que não despende máxima concentração do examinador • Grau 3: mais intensos do que o anterior e pode apresentar área de irradiação demarcada • Grau 4: pode ser percebido pela sensação tátil (frêmito presente) • Grau 5: audível encostando apenas a borda da membrana do estetoscópio • Grau 6: sopro tão intenso que não é necessário encostar o estetoscópio sobre o tórax do paciente para que se ausculte o sopro Quanto ao timing: • Protosistólico ou protodiastólico: início da fase • Mesosistólico ou mesodiastólico: meio da fase • Telesistólico ou telediastólico: final da fase • Holosistólico ou holodiastólico: fase inteira Quanto à topografia: Onde o sopro é mais intenso. Podemos classificá-lo de acordo com os focos da ausculta cardíaca ou anatomia do precórdio. • Aórtico, pulmonar, aórtico acessório, tricúspide e mitral Obs.: Sopro panfocal não existe: o fato de escutar o sopro em vários focos não o torna panfocal (ele é mais forte em algum ponto e irradia para outros) Quanto à morfologia: • “em crescendo”, “em decrescendo”, “em crescendo-decrescendo” ou contínuo Quanto ao posicionamento no ciclo cardíaco: • Sistólicos: intervalo entre B1 e B2 o Sopro mais comum; pode ser fisiológico ou patológico o Insuficiência mitral e tricúspide: valva atrioventricular insuficiente gera refluxo sanguíneo do ventrículo ao átrio durante a sístole o Estenose aórtica e pulmonar: sopro durante a sístole pelo barulho do sangue passando pela valva estenosada (mais rígida) Obs.: sopro pela estenose como o barulho do vento em janela quase fechada • Diastólicos: intervalo entre B2 e B1 o Todos os sopros diastólicos são patológicos o Estenose mitral e tricúspide: sopro durante a diástole pela “dificuldade” do sangue de passar do átrio para o ventrículo pois a valva atrioventricular é rígida o Insuficiência aórtica e pulmonar: valvas semilunares insuficientes geram refluxo dos vasos aos ventrículos durante a diástole • Contínuos: ocorre de forma ininterrupta durante todo o ciclo cardíaco o PCA: persistência do canal arterial o Produzidos por um fluxo contínuo de um vaso ou uma câmara de alta pressão para um vaso ou câmara de baixa pressão Propedêutica Giovanna Marques Clínica: • Insuficiência mitral: incompetência da valva mitral que causa o refluxo do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular o Características: ▪ Sopro holossistólico regurgitativo e de intensidade constante ▪ Mais audível em decúbito lateral esquerdo e nos focos do ápice ▪ Irradiação para axila e dorso o Causas agudas: refluxo agudo por disfunção súbita da valva mitral ▪ Ruptura das cordas tendínea ▪ Endocardite infecciosa ▪ Ruptura papilar pós IAM o Causas crônicas: refluxo pela incompetência do mecanismo fechamento valvar ▪ Prolapso da valva mitral: alteração mais comum ▪ Cardiopatia reumática crônica ▪ Doença isquêmica do miocárdio ▪ Dilatação ventricular esquerda (acometimento secundário da válvula) ▪ Calcificação do anel mitral o Imagem: aumento do índice cardiotorácico (aumento do tamanho do coração). Percebe que a região do ventrículo esquerdo está maior, portanto, há ictus desviado para a esquerda, amplo, hiperdinâmico e podendo ser acompanhado por frêmito. • Estenose mitral: restrição à abertura dos folhetos com redução da área valvar mitral o Características: ▪ Sopro mesodiastólico em ruflar, decrescendo e crescendo ▪ Mais audível em semidecúbito lateral esquerdo ▪ Irradiação para a axila; B1 hiperfonética e estalido de abertura mitral o Causa principal: febre reumática: cardiopatia reumática crônica → reação aos anticorpos contra Streptococcus pyogenes. Como há proteínas parecidas nas valvas cardíacas, os anticorpos as atacam. Pode causar insuficiência ou estenose mitral. Comum: mulheres novas com antecedente de dor nas juntas na infância Sopro sistólico Sopro diastólico Valva mitral Insuficiência Estenose Valva tricúspide Insuficiência Estenose Valva aórtica Estenose Insuficiência Valva pulmonar Estenose Insuficiência https://www.youtube.com/watch?v=KOm8e4rAaC4 Propedêutica Giovanna Marques o Imagem: aumento do átrio esquerdo na radiografia. Como não tende a aumentar o ventrículo esquerdo, geralmente não tem desvio do ictus. Pode haver a horizontalização do brônquio do lado esquerdo • Estenose aórtica: restrição à abertura dos folhetos com redução da área valvar aórtica o Características: ▪ Sopro mesossistólico grosseiro; crescendo e decrescendo (diamante) ▪ Mais audível no foco aórtico e aórtico acessório. ▪ Irradiação para região cervical. Pulso fraco. Causa insuficiência ▪ Pulso et pardus: pulso filiforme e tardio ocorrendo tardiamente à sensação do ictus, além de duração aumentada o Causas: ▪ Valva aórtica bicúspide: congênita ▪ Calcificação do anel valvar: envelhecimento ▪ Cardiopatia reumática crônica: febre reumática o Imagem: A: normal; B: valva aórtica bicúspide; C: estenose da valva aórtica por febre reumática, colabamento; D: calcificação (idoso) o Tríade de sintomas: síncope, angina e insuficiência cardíaca (geralmente representada por dispneia • Insuficiência aórtica: refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo durante a diástole ventricular devido à incompetência do fechamento valvar aórtico o Características: ▪ Sopro protodiastólico; em decrescendo com hipofonese de B2 ▪ Mais audível sentado com tórax inclinado para frente e inspiração ▪ Pulso em martelo d’água: amplo, cheio ▪ Ictus hiperdinâmico e impulsivo deslocado para a direita o Causas relacionadas à aorta: ▪ Aterosclerose: dilatação do anel da valva aórtica (causa secundária) ▪ Aortite sifilítica o Causas relacionadas à valva aórtica: ▪ Cardiopatia reumática crônica. ▪ Dissecção aguda de aorta. ▪ Endocardite infecciosa. ▪ Disfunção de prótese. ▪ Trauma com ruptura da aorta Propedêutica Giovanna Marques Outros sons • Desdobramentos de B1: o Fisiológico: a valva mitral se fecha antes da valva tricúspide e, em algumas pessoas, esse intervalo é maior, podendo ser auscultado no foco tricúspide. o Patológico: intervalo entre os fechamentos é muito grande e gera dois sons muito separados. Ex.: bloqueio do ramo direito do feixe de Hiss. • Desdobramento de B2: o Fisiológico: durante a inspiração; atraso da abertura da valva pulmonar em relação a aórtica (durante a inspiração, há um aumento do retorno venoso) o Fixo: durante a inspiração e expiração; atraso no fechamento das valvas pulmonar e aórtica. Ex.: bloqueio do ramo direito ou comunicação interatrial o Paradoxal: durante a expiração; atraso da abertura da valva aórtica em relação a pulmonar (atraso dos eventos do lado esquerdo do coração). Ex.: bloqueio do ramo esquerdo e estenose aórtica • Ruídos de ejeção sistólico: sons breves e agudos que ocorrem no início da sístole, pouco antes de B1 (podendo ser confundido com desdobramento) • Clique sistólico: sons de alta frequência gerados pelo prolapso dos folhetos da valva mitral no átrio esquerdo durante a sístole • Estalido de abertura: no início da diástolepode ocorrer um som de alta frequência pela dobra da porção flexível no início do enchimento ventricular → estenose mitral • Ritmo de galope: ritmo tríplice com a adição de ruído na diástole (principalmente B3). Comuns em crianças e jovens ou crianças e idosos com febre Exame vascular periférico • Cianose: coloração azulada ou arroxeada da pele e mucosas pelo aumento da hemoglobina reduzida (não ligada ao oxigênio) o ICC, congestão pulmonar (redução da oxigenação – central) + estase venosa periférica (aumento da taxa de extração de oxigênio nos tecidos – periférica) Clínica: o Baqueteamento digital: “unha em vidro de relógio” ou “dedo hipocrático” é alteração de falange distal e unhas devido a hipóxia por cianose central crônica. o Fenômeno de Reynaud: exagero das respostas vasomotoras normais ao frio ou a emoções. Pode ser oriundo de insuficiência arterial das extremidades. • Edema: aumento da quantidade de líquido intersticial proveniente do plasma sanguíneo o Insuficiência cardíaca direita: dificulta o retorno venoso → aumento da pressão hidrostática nos capilares → extravasamento do líquido para o interstício ▪ Características: gravitacional (então geralmente vespertino), bilateral, simétrico e diminui ou desaparece com o repouso noturno ▪ Fígado: estase → comprometimento do fígado → queda da produção de proteínas hepáticas → hipoalbuminemia → agravamento do edema → edema generalizado (anasarca) • BRNF: bulhas rítmicas e normofonéticas (alteração: arrítmicas; hipofonética ou hiperfonéticas) • 2T: em 2 tempos • S/S: sem sopro (alteração: com sopro) Propedêutica Giovanna Marques • Vasos do pescoço o Pulsação das veias jugulares: resulta da variação de volume nas veias jugulares durante o ciclo cardíaco, refletindo, assim, a dinâmica do coração direito ▪ Mais facilmente visível do que palpável ▪ Diminui com a inspiração: negativa na caixa torácica → facilidade de entrada de sangue nos átrios → diminuição da turgência jugular o Pulsação carotídea: ▪ Mais facilmente palpável do que visível ▪ Não se altera com a respiração Clínica: o Sinal de Kussmaul: aumento do pulso venoso jugular, quando o paciente realiza uma inspiração; restrição diastólica: quando há diminuição da complacência do ventrículo direito. Geralmente acompanhado por pulso paradoxal. Ex.: pericardite constritiva e miocardiopatia restritiva o Refluxo hepato jugular: distensão das veias jugulares quando uma compressão é aplicada ao abdome; Ex.: insuficiência cardíaca congestiva. Anamnese • Dor: diferenciar a dor precordial da dor cardíaca propriamente dita o Localização; irradiação; caráter; intensidade; duração; frequência; fatores desencadeantes; fatores de piora; fatores de melhora; periodicidade; ritmicidade; e sintomas acompanhantes, como sudorese, náuseas e vômitos Clínica: o Mão fechada sobre o tórax: sugestivo de dor precordial de origem isquêmica o Idade: acima de 45 anos em homens e de 55 anos em mulheres são fatores de risco para doença coronariana. o Sexo: antes dos 60 anos, homens têm risco maior de doença coronariana ou AVC. Após a menopausa, risco cardiovascular na mulher aumenta rapidamente • Dispneia o Dispneia ao esforço: geralmente de instalação progressiva e origem cardíaca. Pode ser classificada como dispneia aos grandes, médios e pequenos esforços. o Ortopneia: dispneia de decúbito, frequentemente de origem cardíaca. Quando paciente está deitado, há aumento de aporte sanguíneo que chega aos pulmões Obs.: diferenciada da dispneia paroxística noturna devido à ausência da queixa de edema de mmii e por iniciar imediatamente após se colocar em decúbito o Dispneia paroxística noturna: dispneia da insuficiência cardíaca ▪ Causada por uma sobrecarga de volume originado pela reabsorção do edema de membros inferiores ▪ Paciente relata acordar de 2 a 3h após decúbito, sendo obrigado a sentar pela falta de ar e sensação de sufocamento o Bendopneia: falta de ar relacionada a inclinação do tórax para frente (amarrar o tênis). Ex.: insuficiência cardíaca. o Cheyne-Stokes: dispneia periódica; padrão anormal de respiração caracterizado por períodos alternados de apneia e respiração rápida e profunda. Ex.: ICC Clínica: o Causas agudas de dispneia são: embolismo pulmonar e edema agudo nos pulmões (frequentemente associada a insuficiência cardíaca e IAM) • Pulsos presentes e palpáveis, sem edema, TEC=3s, panturrilhas livres Propedêutica Giovanna Marques • Perda transitória de consciência: perda total da consciência com curta duração; ao cair no chão, em posição horizontal, o fluxo restabelece assim como a perfusão cerebral o Convulsão: movimentos involuntários, duração mais prolongada, confusão pós o Transtornos metabólicos: hipóxia, hipoglicemia e hipocapnia o Psicogênico: pseudoperda de consciência o Síncope: perda transitória de consciência devido a hipoperfusão cerebral caracterizada pela perda de tônus muscular, início súbito, curta duração e com recuperação completa e instantânea • Palpitações: percepção incômoda por parte do paciente de seus próprios batimentos cardíacos (referido como “batedeira”) o Palpitação de esforço, alteração do ritmo cardíaco e que acompanham os distúrbios emocionais o Causas cardíacas: arritmias, insuficiência cardíaca, miocardites, miocardiopatias o Causas não cardíacas: hipertensão arterial, hipertireoidismo, anemia, esforço físico, emoções, síndrome do pânico e uso de substâncias Clínica: o Taquicardia sinusal: início e término progressivos o Taquicardia paroxística: início e términos abruptos; em repouso “tum tum tum tururururururu” o Fibrilação atrial: batimentos irregulares sustentados (descompassado) o Extrassístoles: falhas nos batimentos “tum tum tum turum tum tum” • Sibilância ou chiado o Som pela passagem de ar em alta velocidade pelas vias aéreas estreitadas. o Causas do estreitamento das vias aéreas: ▪ Insuficiência cardíaca esquerda: estase sanguínea pulmonar e edema da mucosa. ▪ Broncoconstrição reflexa o Som predominantemente expiratório o Asma cardíaca, DPN e na asma brônquica. o Quando de causa cardíaca, piora em decúbito dorsal pela piora da congestão Propedêutica Giovanna Marques Propedêutica respiratória Anatomia do tórax e dos pulmões • Anterior: linhas hemiclavicular, medioesternal e linha axilar anterior • Lateral: linha axilar média, linha axilar anterior e linha axilar posterior • Posterior: linha vertebral, linhas paravertebrais e linha axilar posterior • Lobos dos pulmões: o Pulmão direito: os lobos superior, médio e inferior não estão dispostos de uma maneira vertical, sendo que o lobo inferior está mais posteriorizado. o Pulmão esquerdo: que não possui lobo médio; língula fica na região anterior na mesma altura que o lobo inferior (posterior) Exame físico • Inspeção estática: o Abaulamentos e retrações o Circulação colateral o Tipo morfológico: ângulo de Charpy; importante para saber as posições morfológicas, que mudam o referencial. Normolíneo, longilíneo e brevilíneo o Anormalidades ósseas: Esterno: ▪ Pectus carinatum (peito de pombo): saliência em forma de quilha de navio ou peito de pombo; geralmente resultado de raquitismo na infância ▪ Pectus excavatum (tórax de sapateiro): deformidade do osso esterno em que há uma depressão do esterno e costelas na frente do tórax; pode estar associado a doenças genéticas ou do tecido conjuntivo Arcos costais: ▪ Tórax em tonel ou enfisematoso: quando ocorre horizontalização das costelas e aumento do diâmetro anteroposterior Comum em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica e idosos ▪ Tórax em sino ou piriforme: quando os arcos inferiores estão acentuadamente mais alargados do que os superiores (presente em casos de hepatoesplenomegalia e ascites volumosas). Vértebras: ▪ Tórax escoliótico▪ Tórax cifótico ▪ Tórax lordótico Propedêutica Giovanna Marques • Inspeção Dinâmica: o Frequência respiratória: normal de 16 a 20ipm, bradipneia e taquipneia o Ritmos respiratórios: ▪ Ritmo normal: eupneia, ciclos constantes e expiração mais duradoura ▪ Ritmo de Kussmaul: aumento da amplitude tanto da inspiração e da expiração, intercaladas com curtos períodos de apneia. Encontrada em doenças que causam acidose metabólica (ex. cetoacidose diabética) ▪ Ritmo Cheyne-Stokes: fase de apneia e de hiperventilação; a apneia provoca acúmulo de CO2 que estimula o bulbo causando hiperventilação, que por sua vez, gera hipercapnia e novamente apneia Ex.: alterações neurológicas (traumatismo craniano, HIC) e ICC ▪ Ritmo de Biot: irregularidade imprevisível na amplitude e frequência, alternando com períodos de apneia; indica grave dano cerebral com parada respiratória iminente. Ex.: traumatismo, lesões medulares etc. ▪ Respiração suspirosa: ritmo normal intercalado por inspirações profundas (ex. conflitos emocionais ou variação do normal) o Dificuldade respiratória: eupneia x dispneia/apneia o Sinais de esforço respiratório: ▪ Músculos acessórios: intercostais, esternocleidomastoideo e escalenos ▪ Batimento de asa do nariz ▪ Retração das fossas supraclaviculares ▪ Retração de fúrcula e de espaços intercostais durante a inspiração ▪ Uso de musculatura abdominal o Clínica: ▪ Respiração paradoxal: paciente com fratura de arcos costais em pelo menos 2 segmentos, quando inspira e a caixa torácica expande, o segmento entre as fraturas retrai, e na expiração, o contrário Propedêutica Giovanna Marques • Palpação o Paredes torácicas: alterações de pele, do tecido subcutâneo, da musculatura Clínica: enfisema subcutâneo (crepitação ar no tecido subcutâneo nos casos de pneumotórax hipertensivo ou entrada de ar após a passagem de drenos), linfonodomegalias, palpação de mamas o Sensibilidade: dor à palpação Clínica: herpes zoster (bolhas acompanham trajeto de nervos, bastante dolorosos) o Elasticidade: manobra de Lasègue; uma mão na parede anterior e a outra na parede posterior do tórax do paciente e realizar leve compressão Clínica: diminuição da elasticidade pode estar presente no enfisema, ossificação das cartilagens costais, derrames, tumores e condensações o Expansibilidade: manobra de Rualt; uma mão em cada hemitórax, com os polegares unidos na linha mediana; paciente inspira profundamente e verifica-se se existe assimetria. Clínica: Reduzida: enfisema pulmonar, atelectasia, derrame pleural e tumores o Frêmitos: sensação vibratória percebida pela mão do examinador, no tórax do paciente, quando emite um som (toracovocal) ou respira (pleural ou brônquico) ▪ Toracovocal: "trinta e três"; avalia a voz do paciente que passa pelas estruturas pulmonares e gera vibração • Frêmito diminuído: meio mais heterogêneo (derrame pleural, pneumotórax e enfisema) • Frêmito aumentado: meio mais homogêneo (condensação) ▪ Pleural: sensação palpatória de vibrações originadas na pleura; a pleura normal não produz sensações palpatórias ou ruídos na ausculta • Processo inflamatório na pleura, seus folhetos perdem a característica lisa e o atrito pode produzir ruído • Características: com dor; maior em regiões anterolaterais, aumenta com a inspiração e com compressão local ▪ Brônquico: sensação vibratória decorrente de acúmulo de secreções nos brônquios de médio e grande calibre • Características: sem dor, muda com a tosse, ocorre na inspiração e expiração não varia com compressão local • Percussão: digito digital com o 3º dedo da mão dominante sobre a falange distal o Análise dos sons ▪ Som claro pulmonar: normal; “percussão de um pão” ▪ Som timpânico: quantidade aumentada de ar no parênquima pulmonar ou caixa torácica. Ex.: pneumotórax, enfisema pulmonar, crise de asma ▪ Som submaciço: parênquima pulmonar com densidade aumentada e diminuição da quantidade de ar. Ex.: pneumonia ou infarto pulmonar ▪ Som maciço: presença de líquido entre a parede torácica e o parênquima pulmonar. Ex.: derrame pleural e massas tumorais Obs.: Abaixo do 6º EID: som maciço devido ao parênquima hepático; Propedêutica Giovanna Marques o Espaço de Traube: face anterior esquerda, no limite inferior pulmonar, encontra-se som timpânico devido ao ar que se encontra no fundo gástrico. Clínica: som maciço indica esplenomegalia (aumento do baço) o Sinal de Signorelli: na suspeita de derrame pleural o examinador pode percutir as apófises espinhosas das vértebras. A transição do som claro pulmonar para o maciço delimita a região do derrame • Ausculta: comparação de pontos simétricos nos dois hemitórax do ápice para a base Sons respiratórios normais: o Som traqueal ou laringotraqueal: audível sobre a traqueia e laringe. A fase expiratória é mais intensa e longa do que a inspiratória. o Respiração brônquica: som de transição audível no 1°-2° EIC e na região interescapular. É uma associação dos outros dois sons. o Murmúrio vesicular: audível em quase todo o parênquima pulmonar. Fase inspiratória nitidamente maior que a expiratória e não há pausas entre elas. Ex.: ausente nos derrames pleurais e diminuído no enfisema pulmonar Sons ou ruídos adventícios: Contínuos: o Sibilos: som da passagem de ar através de vias aéreas com calibre reduzido ▪ Som mais agudo e musical; predominantemente expiratório Ex.: asma brônquica o Roncos: som da passagem de ar através de vias aéreas de grosso calibre que apresentam secreção acumulada. ▪ Som mais grave e rude; inspiratório e expiratório; pode desaparecer com a tosse Ex.: bronquite Descontínuos: o Estertores: ▪ Estertores finos: abertura das vias aéreas de menor calibre (terminais) que colapsam na expiração pela perda do parênquima elástico • Som de “fecho de velcro” ou fricção dos fios de cabelo • Surge tardiamente na inspiração Ex.: fibrose cística; neoplasias; DPOC https://www.youtube.com/watch?v=OA9jzo_fDV4 https://www.youtube.com/watch?v=e8TjdcUQVRo Propedêutica Giovanna Marques ▪ Estertores grossos: abertura das vias aéreas de maior calibre • Som de líquido borbulhando • Surge na inspiração e expiração Ex.: bronquite crônica; bronquiectasia; edema pulmonar ▪ Estertores inspiratórios iniciais: obstruções graves; vias aéreas proximais. Ex.: bronquite crônica, asma e enfisema pulmonar ▪ Estertores inspiratórios tardios: doença pulmonar restritiva; vias aéreas periféricas. Ex.: pneumonia, fibrose intersticial e ICC De origem pleural: o Atrito pleural: ruído produzido pelo atrito entre os folhetos pleurais; Som de “couro deslizando sobre couro” Ex.: inflamação, neoplasia ou derrame pleural extenso Outros: o Cornagem: obstrução parcial a passagem do fluxo aéreo produzido nas vias aéreas superiores Ex.: corpo estranho ou tumores que causam obstrução o Sopro tubário: mesmas características do som traqueal/respiração brônquica, com intensidade maior e em regiões onde se esperaria murmúrio vesicular Ex.: condensações o Sopro pleural: encontrado na transição entre o parênquima normal e a área que apresenta interposição líquida; auscultado durante a respiração ou quando se pronuncia “trinta e três” Ausculta da voz o Broncofonia: percepção da voz auscultada ▪ Paciente repete as palavras “trinta e três” com a mesma intensidade, enquanto se faz a pesquisa pulmonar ▪ Em pacientes normais, não é possível distinguir bem as palavras ▪ Diminuição: enfisemas, derrames pleurais e pneumotórax ▪ Aumento: condensações ou cavidades por condensação pericavitária o Pectorilóquia: articulação das palavras nitidamente e com mais intensidade, devido ao aumento da transmissão do som como em condensações ▪ Pectorilóquia fônica: quando o paciente fala ▪ Pectorilóquia áfona: quando o paciente cochicha ▪ Pectorilóquia egofônica ouegofonia: auscultado na região dos derrames pleurais; tonalidade anasalada e metálica Estertores finos Estertores grossos Não desaparecem com a tosse Desaparecem com a tosse Podem desaparecer com mudança de posição Não desaparecem com mudança de posição Não irradiam para vias aéreas centrais Podem irradiar para vias aéreas centrais Aparecem do meio para o final da inspiração Estão na inspiração ou expiração Propedêutica Giovanna Marques Síndromes pulmonares • Congestão pulmonar: acúmulo de líquido no interstício como na insuficiência cardíaca esquerda (principalmente) e na estenose mitral o Sintomas: dispneia paroxística noturna e ortopneia o Inspeção: estase jugular e edema de MMII o Percussão: som claro pulmonar ou submaciço ou maciço (destaque submaciço) o Ausculta: estertores finos ou grossos e sibilos (asma cardíaca). Abolição MV (DP) Ortopneia: cefalização de trama, trocas gasosas acontecem no ápice; quando deita tem dispneia. Estase jugular: achado de ICD. Represamento de líquido antes do ventrículo direito. Edema de mmii: achado de ICE. Represamento de líquido antes do ventrículo esquerdo. Estertor: líquido no alvéolo, som do descolabamento Sibilo: relacionado à asma cardíaca Raio X: diminuição das regiões pretas (ar) na base • Consolidação: pneumonia o Sintomas: tosse, febre, expectoração, dispneia e dor torácica o Inspeção: imobilidade do tórax comprometido o Palpação: diminuição da elasticidade e expansibilidade; frêmito toracovocal aumentado. o Percussão: som submaciço ou maciço o Ausculta: diminuição ou abolição do MV; presença de estertores finos, sopro tubário e pectorilóquia Pneumonia: processo inflamatório do parênquima pulmonar geralmente associado a aumento dos líquidos intersticiais e alveolares Sopro tubário: consolidação torna o meio mais homogêneo e melhora a passagem de som. A expiração é mais prolongada. Raio X: borra a silhueta cardíaca: consolidação da língula (lado esquerdo) • Hiperaeração: enfisema pulmonar o Sintomas: dificuldade expiratória e tosse crônica produtiva o Inspeção: tórax “em tonel” ou enfisematoso e expiração prolongada o Palpação: diminuição da elasticidade, expansibilidade e do frêmito toracovocal. o Percussão: som timpânico. o Ausculta: diminuição ou abolição dos MV, estertores finos e grossos, sibilos e roncos. Propedêutica Giovanna Marques Estertores finos e grossos: os estertores finos acometem estruturas mais distais e grossos mais proximais. Como enfisema tem acometimento difuso, tem ambos os achados. Enfisema pulmonar: caracterizada por aumento anormal dos espaços aéreos, acompanhado por alterações destrutivas das paredes alveolares. Com isso, observa-se a presença de grande quantidade de ar, com a formação de sacos alveolares maiores • Atelectasia: colapso de parte do parênquima pulmonar decorrente de obstrução ou compressão da traqueia ou brônquios e consequente ausência de ventilação dessa região, levando ao colabamento alveolar o Sintomas: dispneia, tosse e dor torácica o Inspeção: retração torácica e desvio da traqueia homolateral (lado afetado) o Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído ou abolido o Percussão: som submaciço o Ausculta: abolição do MV e diminuição da broncofonia. • Escavação: também conhecido por caverna pulmonar, tem na tuberculose sua principal causa, embora possa decorrer também de neoplasias, abscessos e micoses o Sintomas: tosse produtiva e vômica o Palpação: expansibilidade diminuída (grandes escavações) e frêmito toracovocal aumentado. o Percussão: som timpânico (ar). Obs.: abcesso com secreção, será som maciço. o Ausculta: respiração brônquica (quando a cavitação tem diâmetro > 5cm). Cavernas: paciente com tosse crônica como na tuberculose Abscesso pulmonar: mais comum no lobo inferior direito (anatomia que favorece a entrada de corpos estranhos do lado direito). Relacionado também com a saúde dentária (dentes podres). Vômica: expectoração do conteúdo do abscesso pela árvore brônquica. Síndromes pleurais • Derrame pleural: coleção de líquido entre as pleuras parietal e visceral o Sintomas: tosse, febre, dispneia e dor pleurítica (ventilatória-dependente) o Inspeção: abaulamento e desvio contralateral da traqueia. o Palpação: diminuição da elasticidade e frêmito toracovocal abolido. o Percussão: som maciço e sinal de Signorelli o Ausculta: abolição do MV, pectorilóquia ou broncofonia acima do derrame. Propedêutica Giovanna Marques Desvio contralateral: pulmão aumenta em volume pela coleção de líquido entre as pleuras, causando o desvio das estruturas para o lado oposto do problema. Obs.: na atelectasia, pela perda de volume no pulmão acometido, o oposto ocorre. Sinal de Signorelli: pela macicez na metade inferior do hemitórax esquerdo inclusive sobre a coluna vertebral • Pneumotórax: acúmulo de ar no espaço pleural o Sintomas: dispneia e dor torácica. o Inspeção: abaulamento, desvio da traqueia contralateral e estase jugular. o Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido no lado comprometido. Enfisema subcutâneo. o Percussão: som timpânico. o Ausculta: abolição do MV e broncofonia. Pode haver abafamento de bulhas. Diferenciar pneumotórax de derrame pleural: achados parecidos; diferenciação pela percussão (timpânico no pneumotórax e maciço no derrame pleural) Raio X: paciente teve esterno aberto (grampos de fio de aço); possui ar entre a borda das costelas e a borda do pulmão (pneumotórax colaba pulmão). • Pleurite: inflamação dos folhetos pleurais o Sintomas: dor pleurítica, dispneia e febre. o Inspeção: expansibilidade diminuída. o Palpação: frêmito pleural presente. o Ausculta: atrito pleural e diminuição do MV. Doenças: a inflamação dos folhetos pleurais pode ocorrer em doenças como tuberculose, pneumonias, neoplasias, doenças reumatológicas e viroses. Obs.: difícil encontrar inflamação exclusivamente da pleura. Geralmente ocorre porque há consolidação ou outros achados. Pouca importância prática. Síndrome brônquica • Asma brônquica: doença inflamatória crônica, caracterizada por hiper responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo o Sintomas: dispneia e opressão torácica. o Inspeção: exp. prolongada e tiragem intercostal o Palpação: diminuição da expansibilidade e presença de frêmito brônquico. o Percussão: som timpânico. o Ausculta: sibilos e tórax silencioso (não há passagem de ar apesar das forças do paciente) • MV+ bilateralmente, simétricos, sem RA Propedêutica Giovanna Marques Propedêutica abdominal Limites do abdome Quadrantes e regiões abdominais Exame físico: • Inspeção o Avaliação da parede abdominal: depressão epigástrica; linha mediana; cicatriz umbilical; prega inguinal; pilificação; retrações subcostais; movimentos respiratórios; pulsações na linha mediana o Alterações na forma ▪ Abdome plano, flácido: sem alterações ▪ Abdome retraído generalizado: ou escavado Ex.: caquexia, síndrome consumptiva, anorexia e desnutrição ▪ Abdome globoso: Ex. obesidade, ascite, pneumoperitôneo Propedêutica Giovanna Marques ▪ Abdome abaulado em avental Ex.: obesidade ▪ Abdome em batráquio: achatado com flancos dilatados Ex.: ascite em paciente caquético ▪ Abdome abaulado localizado Ex. tumores, hérnias ▪ Abdome gravítico o Alterações da pele ▪ Cicatrizes: tamanho, localização, aspecto (inflamação) e origem ▪ Estrias: localização e coloração (rosa-purpúreas, como na síndrome de Cushing, esbranquiçadas e antigas, comum no processo de estirão de crescimento, gravidez ou obesidade) ▪ Erupções e lesões: processos infecciosos, como no herpes-zóster ▪ Manchas: coloração, tamanho e sinais de irritação
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