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Trabalho Teorias e Sistemas em Psicologia 2º BIMESTRE

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
PSICOLOGIA HUMANISTA E SÓCIO-HISTÓRICA
– São Paulo (SP)
2017
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
PSICOLOGIA HUMANISTA E SÓCIO-HISTÓRICA
Trabalho dissertativo apresentado à Universidade Paulista (UNIP) para avaliação bimestral
Orientadora: Professora Maria Cristina 
– São Paulo (SP)
2017
RESUMO
Desde o seu fundamento até os dias atuais, a psicologia não detém uma singularidade apenas em seu conceito e metodologia. Em razão disso, tal ciência utiliza-se de algumas abordagens com a finalidade de analisar o seu objeto de estudo (o homem), dentre algumas de suas abordagens, podemos ressaltar como unidades de investigação deste objeto de estudo: a subjetividade, a personalidade, a mente, o comportamento, a existência, dentre outras que surgem diante dos progressos e investimentos científicos que mantêm o desenvolvimento desta ciência.
O presente trabalho visa destacar a importância do comportamento humano como unidade de análise para a compreensão do homem enquanto objeto de estudo da psicologia, sob o olhar da Psicologia Humanista que mantém suas raízes filosóficas com a teoria de Abraham Maslow e uma comparação com a Psicologia Sócia Histórica com a proposta de Lev Vygotsky.
Discutiremos seus objetos de estudo, visão do homem e mundo, método de trabalho e um breve levantamento de crítica da teoria das duas ciências. A compreensão dos dados levantados a respeito das abordagens contribui para a reflexão sobre as diferenças de cada psicologia e seu objeto de estudo.
Palavras-Chave: Psicologia Humanista, Psicologia Sócio Histórica, Consciência, Comparação, Visão Homem e Mundo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO……………………………………………………………….	1
PSICOLOGIA HUMANISTA…………………………………………………	2
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA………………………………………...	5
COMPARAÇÃO………………………………………….............................	8
CONCLUSÃO………………………………………………………….………….12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………...........13
INTRODUÇÃO
Apesar de semelhantes em seu enfoque ao ser humano e à sociedade e na grande contribuição para uma reavaliação da força motivacional que serve como mola propulsora do desenvolvimento do homem, a Psicologia Humanista e a Psicologia Sócio-Histórica possuem diferenças fundamentais na sua visão do que constitui o homem, qual sua essência, o que o influencia e na relação do meio com o sujeito e as influências da sociedade para constituição do ser humano.
Tais diferenças podem ser explicadas ao examinarmos o contexto social e histórico que fundamentou o surgimento de cada uma destas escolas de pensamento da psicologia, observando as ideias perpetuadas na época e como elas influenciaram a necessidade do surgimento de tais teorias. 
Tendo isto em vista, o objetivo do trabalho é explicar em quais pontos estas duas psicologias relativamente jovens se diferem e se assemelham, fazendo um quadro comparativo e aprofundando no que se constitui cada uma delas.
Apesar de trazer uma comparação, o trabalho também possui o objetivo de trazer uma visão imparcial sobre as qualidades e pontos passíveis de serem criticados sobre as duas, trazendo ao leitor uma reflexão sobre o modo de ser da espécie humana e o mundo no qual ela está inserida.
PSICOLOGIA HUMANISTA
A Psicologia Humanista surgiu no contexto pós Segunda Guerra Mundial norte-americano no século XX, quando a razão começa a entrar em crise devido à existência da corrida armamentista e à pouca contribuição dos avanços tecnológicos na diminuição da desigualdade social no mundo. Em meio às atrocidades cometidas na guerra e o grande derramamento de sangue ocorrido, a visão do homem tornou-se cada vez mais pessimista e com enfoque grande na crueldade humana. Tendo em vista tal contexto histórico, surgiu a necessidade de resgatar na Psicologia os valores humanos perdidos e o entendimento de que o ser humano vai muito além de sua crueldade. 
Foi fundada por Abraham Maslow e outros psicólogos, que realizaram reuniões para discutir o desenvolvimento de uma organização profissional dedicada a uma abordagem mais humanista da psicologia. Eles concordaram que temas como autorrealização, criatividade e individualidade, e assuntos relacionados fossem os temas centrais desta nova abordagem. Em 1961, eles oficialmente estabeleceram a Associação Americana de Psicologia Humanista. Tal psicologia teve também grandes influências de Carl Rogers, principalmente com o Ensino Humanista e o livro Terapia Centrada no Paciente (lançado em 1951).
Tal psicologia surgiu baseando-se nos conceitos da teoria filosófica do Humanismo, que foi um grande movimento intelectual vindo da Europa durante a Renascença e que tinha sua inspiração vinda da civilização greco-romana, civilização na qual o antropocentrismo (que denomina o ser humano como centro do universo e principal foco de interesse em estudos) era fortemente difundido.
Por defender a autonomia do homem, se opôs tanto ao Behaviorismo (por este definir o homem como apenas um produto de estímulos ambientais) quanto a Psicanálise (por este acreditar que as forças inconscientes tinham domínio sobre o homem, sendo ele apenas um resultado do conflito de tais forças). 
Sua oposição ao Behaviorismo existe também na questão da experimentação com animais, já que o Humanismo acredita que resultados de pesquisas com animais não poderiam levar a uma compreensão adequada do ser humano, além da questão do método, já que estudiosos humanistas acreditam que os temas de pesquisa da Psicologia não deveriam ser escolhidos por sua adequação ao método experimental, e sim por sua importância para o ser humano e relevância para o conhecimento psicológico. Se opunham também à visão mecanicista de homem e mundo do Behaviorismo Metodológico, que defendia a semelhança do homem com uma máquina.
A Psicologia Humanista também fez oposição à Psicanálise por acreditar que a mesma era determinista, reducionista e dogmática e que mostrava apenas uma visão pessimista, fatalista e concentrada apenas no lado obscuro do homem, vendo-o também como nada além de um produto de poderosas pulsões de fundo biológico, que se manifestariam de acordo com a história do passado de cada um. Diferentemente da Psicanálise, o Humanismo procura estudar indivíduos saudáveis, com o objetivo de observar suas características positivas e o que o mantém em tal estado de saúde.
Tendo em vista as oposições que fazia às principais escolas de pensamento da época, surgiu como terceira força para a Psicologia, apresentando algo totalmente novo. A determinação da Psicologia Humanista como terceira força teve início no livro Towards a Psychology of Being (traduzido como Introdução à Psicologia do Ser) de Abraham Maslow em 1962, onde ele apresenta tal teoria com esta designação.
O objeto de estudo da Psicologia Humanista é o homem, estudando sua natureza, o que compõe suas necessidades, o funcionamento de sua motivação e intencionalidade e sua autonomia, sua alegria, seu altruísmo, sua fruição estética e sua satisfação ou êxtase, sendo ele um todo único e indivisível que não pode ter seu comportamento completamente controlado (seja por estímulos ou por fatores do inconsciente). Ou seja, visa estudar o homem como um todo, não só suas psicopatologias como o que o leva a se manter saudável e em plenitude.
A visão de homem e mundo da Psicologia Humanista, como dito anteriormente, admite para o homem o conceito de autonomia (fortalecendo o senso de que o homem é responsável por suas ações e precisa lidar com as consequências decorrentes dessa responsabilidade, não sendo meramente controlado pelo inconsciente ou por contingências de reforços) e por não considerar o humano como um sujeito, mas sim um indivíduo, por ser completamente único.
De acordo com a teoria Humanista, objetivo último do ser humano é a auto realização ou uso pleno de sua potencialidade e capacidade, o que pode ser alcançado através do suprimento de suas necessidades mais latentes. De acordo com suateoria da Hierarquia das Necessidades de Abraham H. Maslow (conhecida também como “pirâmide de Maslow”), existe uma pirâmide com várias etapas que caracterizam uma hierarquização de necessidades básicas que precisam ser supridas para que o ser humano alcance a autorrealização plena. Ela é dividida em cinco níveis, que são respectivamente dos mais básicos até o topo da pirâmide: Necessidades fisiológicas (alívio da fome, sede, sono, abrigo, etc.), necessidades de segurança (elementos que fazem os indivíduos se sentirem seguros, desde a segurança em casa até meios mais complexos, como a segurança no trabalho, segurança com a saúde e etc.), necessidades sociais (necessidade de sentir-se pertencente a um grupo social, ter amigos, relacionamentos bons com a família, etc.), autoestima (necessidade que uma pessoa tem de se orgulhar de si mesma, sentir a admiração e orgulho de outros indivíduos, ser respeitada por si e pelos outros e possuir reconhecimento e prestígio) e, no topo da pirâmide, a necessidade de autorrealização (que caracteriza-se como possuir um sentimento de autonomia e eficácia, aproveitando todo seu potencial interno e fazendo aquilo que gosta e deseja).
O Humanista vê o mundo como um fenômeno subjetivo, pois o ser humano reconstrói em si o mundo exterior, partindo da sua percepção, recebendo os estímulos, as experiências, atribuindo-lhes significado. O mundo é algo construído pelo homem diante de si mesmo (Mizukami, 2013).
A Psicologia Humanista contribuiu inestimavelmente para uma maior compreensão do homem e sua motivação, trazendo a volta do foco em seus atributos e mostrando uma visão positiva da humanidade, que havia sido em grande parte perdida pelas guerras e atrocidades feitas pela espécie humana. Trouxe também grandes inovações no atendimento psicoterápico, destacando a importância de um senso de responsabilidade bem desenvolvido no ser humano e da luta pela sua liberdade, o que se mostrou benéfico para o alcance do equilíbrio e saúde mental de diversos indivíduos.
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
A Psicologia Sócio-Histórica surgiu no início do Século XX, na União Soviética (mais precisamente após a revolução russa de 1917), momento em que a ideologia marxista gerou grande impacto em tal sociedade, impacto este que gerou uma necessidade de reconstruir teorias científicas a partir de tal referencial marxista, gerando por consequências mudanças na Psicologia e a construção de tal vertente teórica inovadora. 
Em tal época, encontrava-se uma grande necessidade de buscar uma reforma na educação e no conhecimento, visto que após a revolução a taxa de analfabetismo da Rússia se encontrava em torno de 70%, fator que motivou a busca pelas referências marxistas para que tais reformas fossem realizadas, o que acabou por repercutir na Psicologia e motivou o trabalho dos psicólogos sócio-históricos. De acordo com Rosa & Montero (1996), o conhecimento deveria ter sido um dos pilares dessa nova sociedade, considerando que, de acordo com a teoria marxista, ele evita a alienação no trabalho e liberta o homem. Porém, a filosofia marxista contém uma epistemologia materialista e uma lógica dialética que necessitou o desenvolvimento de uma nova concepção de ciência.
Tal escola de pensamento teve como principais teóricos e fundadores Alexander Romanovich Luria, Alexei Nikolaevich Leontiev e Lev Semyonovich Vygotsky. Vygotsky tinha como objetivo construir uma Psicologia guiada pelo materialismo dialético (concepção filosófica que faz parte do marxismo socialista de Karl Marx e Friedrich Engels, que propõe que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos modelam os animais, os seres humanos, a sociedade e sua cultura, defendendo então que a matéria está em uma relação dialética com seu psicológico e com seu social, se opondo ao idealismo religioso), pelo materialismo histórico (que constitui-se na aplicação do materialismo dialético ao campo da História) e seus princípios, usando-os para descrever e explicar a construção e o desenvolvimento do psiquismo e comportamento do ser humano (avaliando seus pensamentos, linguagem e consciente). Desta forma, pode-se afirmar que tal abordagem sociointeracionista, toma como ponto de partida as funções psicológicas dos indivíduos, as quais classificou de elementares e superiores, para explicar o objeto de estudo da sua psicologia: a consciência e a interação do homem com o que constitui no seu meio, sua realidade.
Tal Psicologia tem uma visão de homem que acredita que o ser humano se forma por esta tal relação do próprio com a sua realidade (tanto no meio social imediato quanto no processo cultural produzido pela História), sendo que a principal mola propulsora de sua motivação se encontra no trabalho social (ou seja, na forma como ele opera mudanças no meio), o que por consequência origina novas formas de comportamento na sociedade. Ou seja, o ser humano opera mudanças na sociedade através da atividade social complexa, do trabalho social e da divisão do trabalho, o que acaba se refletindo posteriormente em mudanças em si próprio e nos outros adentrados no meio.
O psiquismo humano é formado pela transformação do plano social em plano psicológico, ou seja, na apropriação de significações construídas socialmente para atribuir significados de sua vivência individual, formando a constituição de sua consciência. A teoria do desenvolvimento vygotskyana parte da concepção de que todo organismo é ativo e estabelece contínua interação entre as condições sociais, que são mutáveis, e a base biológica do comportamento humano. 
Acredita-se também que o fator diferencial entre o ser humano consciente e os animais é a linguagem (que possibilita mais formas de operar no meio e de interagir com outros integrantes da sociedade). Em outras palavras, a linguagem permite o processo de abstração, generalização, de análise e classificação que tomou corpo no processo de história social convertendo-a em meio de comunicação e instrumento do pensar que, proporciona o trânsito do reflexo sensorial para a construção do mundo racional. Ela permite ao homem se desligar da experiência direta e garante o nascimento da imaginação, base para a criatividade, além disso, permite a reestruturação das reações emocionais.
O comportamento humano é motivado pelo conhecimento de suas necessidades. Em outras palavras, o homem é levado a ação quando percebe que precisa operar no meio para que este supra as suas necessidades reconhecidas por si próprio. De acordo com Clemerson Luís Silva (2015), esta psicologia afirma que o desenvolvimento e processo de aprendizagem de cada sujeito se dão através da inter-relação social que estabelece no proceder da vida. Nesse processo entende-se que o ensino-aprendizagem também se desenvolve através das interações feitas com o outro, com o grupo, com o meio vivido. O sujeito precisa do outro para formar e reconhecer sua própria identidade. Molon (2011, p. 48) afirma que “o homem é construído a partir das relações sociais”.
Tendo tais fatores em vista, esta escola de pensamento mostra grande oposição ao individualismo (sendo este muito presente em sociedades capitalistas), por dar grande valor ao coletivismo e a ideia de que o trabalho de uma pessoa repercute na vida de outras, sendo este trabalho necessário para a satisfação das necessidades do próximo, enquanto o trabalho dos outros também é essencial para este tal indivíduo. Ou seja, esta relação de interação e troca é essencial e as pessoas estão conectadas umas com as outras por este sistema, que propulsiona a sociedade.
COMPARAÇÃO
Tanto a Psicologia Humanista, e a Psicologia Sócio Histórica tem em comum o ser humano, sua motivação e sua consciência como objeto de estudo, embora cada abordagem tenha um conceito diferente de consciência. 
A Psicologia Humanista exalta a saúde mental de todos os atributos positivos da vida. A pessoa como um ser individual, ressaltando o que é necessário para atendê-la de forma personalizada e multidimensional, considera o indivíduo responsávelpela sua vida e pelas suas ações sendo capaz de encontrar seu próprio caminho para a liberdade, o que se difere da Psicologia Sócio-Histórica, que acredita na determinação da psique humana através do meio, da sociedade.
Existe o conceito de hierarquia de necessidades criado por Maslow para considerar que no momento em que o ser humano tiver satisfeitas todas as suas necessidades, ele atingirá o estado de desenvolvimento de seu impulso vital. 
Existe também a visão de homem de Carl Rogers que propõe que o indivíduo é capaz de encontrar dentro de si todos os recursos necessários para manter o equilíbrio em sua vida, o que também se opõe a teoria Sócio-Histórica por atribuir uma grande independência ao ser humano, apesar de também incentivar o convívio social para formação da estrutura psíquica de seu ser, mas não como fator determinante de seu conteúdo interno, e sim como meio facilitador que ajuda o ser humano a apenas descobrir o conteúdo que já existe dentro dele. Rogers ainda ressalta que as pessoas que se encontram mal estão “dormindo”, e é necessário acordá-las através de sua própria sabedoria interior. O Terapeuta serve como um guia para que o indivíduo possa encontrar suas próprias respostas. 
Fornece uma ampla perspectiva holística, ou seja, caracteriza-se por ver a pessoa como um todo, numa base global. Cada um dos aspectos possui a mesma relevância. Os pensamentos, o corpo, as emoções e o lado espiritual. Estes aspectos estão inter-relacionados e se confluem mutuamente. Eles são a principal via pela qual o indivíduo encontra a si mesmo. 
Tal escola de pensamento acredita que as pessoas possuem a capacidade de fazer suas próprias escolhas, de responsabilizar-se e de proceder para um desenvolvimento e implantação de seu próprio potencial, sem a necessária participação do meio para chegar neste resultado. O ser humano pode confiar na sabedoria dessa parte do seu interior, já toda a cura está em suas próprias respostas. Isto precisa ser entendido, pois não é necessário controlar o ambiente ou controlar as próprias emoções suprimindo-as. 
Como explicado anteriormente, todos estes pontos se diferem da Psicologia Sócio Histórica, que possui uma base filosófica completamente diferente (o materialismo dialético, enquanto a Psicologia Humanista construiu sua base no humanismo renascentista) afirma que o desenvolvimento e processo de aprendizagem de cada sujeito se dão necessariamente através da inter-relação social que estabelece no proceder da vida. Nesse processo entende-se que o ensino-aprendizagem também se desenvolve através das interações feitas com o outro, com o grupo, com o meio vivido. O sujeito precisa do outro para formar e reconhecer sua própria identidade, o que mostra uma dependência maior da relação do homem com o próximo para seu desenvolvimento do que na Psicologia Humanista. 
Entende-se que cada sujeito ao nascer a vida (analogicamente) fosse uma folha em branco pronta para escritas com acontecimentos que construirão a história de existência e subjetividade da criança. Nasce e constrói, por meio das situações, a própria história. A “folha branca” é escrita desde o primeiro contato com o outro. Ou seja, não adota os conceitos inatistas de que o homem já possui todo um conteúdo internamente e que precisa apenas aprender a manifestá-lo, e sim de que o homem vai construindo todo seu conteúdo interno a partir da vivência na sociedade
Enquanto novo a dependência é necessária para sobrevivência, um bebê sozinho morreria, é necessário o cuidado de outras pessoas. É dessa forma que cada indivíduo se insere no processo histórico. As relações sociais são principais fatores para o “descrever” da história de vida do sujeito; o espaço ambiente de vivência e convivência influencia na sua formação psicomotora e emocional. 
A Psicologia Sócio Histórica apresenta o problema da origem da atividade consciente do homem a partir de posições distintas: as peculiaridades da forma superior de vida do homem devem ser buscadas na conformação sócio histórica da atividade vital, relacionada ao trabalho social, ao uso de ferramentas e ao aparecimento da linguagem. No homem a atividade adquire um caráter organizado complexo: a satisfação da necessidade passa a ser mediatizada por atos que antecipam o comportamento final e que estão ligados à estrutura da atividade, produzindo com essa forma complexa uma maior atividade consciente (comportamento mediato e imediato). 
A constituição da subjetividade individual é um processo singular que surge na complexa unidade dialética entre sujeito e meio atual. A constituição subjetiva do real e sua construção por parte do sujeito são processos simultâneos que se inter-relacionam, mas não são dirigidos pela intencionalidade do sujeito, diferentemente da Psicologia Humanista. 
A discussão da subjetividade social ocorre no campo da construção social da realidade. A realidade é um fenômeno multideterminado e é a expressão do campo dos valores que a interpretam (suas bases subjetivas) e o desenvolvimento concreto das forças produtivas (suas bases objetivas). O indivíduo é agente ativo de transformação social, independentemente de ter ou não consciência do fato. 
As proposições teóricas da Psicologia Sócio Histórica 
 Para os pensadores sócio-históricos, o homem é um ser ativo, histórico e social que se constrói pela história da humanidade e pela cultura, a partir de suas relações com a realidade. Ele se apropria de forma subjetiva e particular do social, transforma-o ao interiorizá-lo se transformando e se singularizando por um processo constante de subjetivação da realidade que o torna único (constituição de um plano interno pela incorporação do externo). Tal visão é semelhante à da Psicologia Humanista no sentido de adotar uma singularidade ao homem, vendo-o como único.
As semelhanças e diferenças entre estas duas escolas de pensamento podem ser observadas pela tabela a seguir: 
	Tópicos
	Psicologia Humanista
	Psicologia Sócio-Histórica
	Visão de homem
	Ativo, autônomo e responsável por suas ações e sua construção, não sendo meramente controlado pelo inconsciente ou por contingências de reforços, buscando a satisfação de suas necessidades para alcançar um estado de plenitude.
	Ativo, histórico e social, se construindo pela história da humanidade e pela cultura, a partir de suas relações com a realidade, sendo que tal construção não é dirigida pela intencionalidade do sujeito.
	Contexto histórico
	Pós-guerra (no Século XX nos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial)
	Pós-revolução (No Século XX na União Soviética, após a Revolução Russa)
	Base filosófica
	Humanismo
	Materialismo Dialético
	Sociedade
	Importante para facilitar que o indivíduo manifeste seu conteúdo interno, no qual ele já é possuidor
	Essencial para formar o conteúdo interno do indivíduo através das relações interpessoais
	Contribuições
	Terapia, sociedade e ensino
	Sociedade e ensino
	Principais críticas que realiza
	À Psicanálise e ao Behaviorismo por negar a autonomia do homem e não explorar os pontos positivos de sua essência
	Ao individualismo e ao determinismo
CONCLUSÃO
Nestas duas escolas de pensamento da Psicologia, existe um grande enfoque no homem como agente ativo e transformador do meio, que vive em busca de suprir suas necessidades (que são colocadas de forma diferenciada por cada uma das abordagens) para conseguir a satisfação.
Apesar de ambas as psicologias incentivarem o convívio do homem com a sociedade, os frutos deste convívio se diferem em cada uma. Existe uma dependência muito maior das relações interpessoais na visão Sócio-Histórica, enquanto na humanista tal necessidade de convívio social é menos acentuada como fator determinante da formação do homem, apesar de também ser muito importante (porém, não para construir o homem, e sim para manifestar o que já está construído nele).
No entanto, as Psicologias descritas se assemelham no sentido de nascerem de um ambiente conflituoso (seja ele um contexto pós-guerraou pós-revolução), de serem novas e de possuírem um material constituinte que não possui enfoque na pesquisa científica com métodos replicáveis e validação científica, concentrando-se muito mais na teoria vinda da filosofia, da observação social e da educação.
E desta forma, apesar possuírem grandes diferenças entre si, tanto a Psicologia Humanista quanto a Psicologia Sócio-Histórica trouxeram grandes contribuições e inovações na visão de homem e mundo da Psicologia, focando não apenas no homem possuidor de psicopatologias, mas também no que constitui o homem saudável e motivado. Ambas são correntes de pensamento que incentivam a crítica e problematização de fatores sociais, o que é de grande importância para o desenvolvimento humano e de suas relações.
As contribuições na educação vindas de tais teorias também se mostraram imensas, ajudando a quebrar com os modelos tradicionais de ensino e de visão sobre a aprendizagem humana, ajudando a otimizar a aprendizagem de inúmeros povos e a criar uma manifestação muito maior de pensamento crítico nas pessoas. 
Portanto, pode-se afirmar que ambas são Psicologias que propulsionam o homem para um maior desenvolvimento, visando sua saúde mental e a convivência funcional em sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A.M.B., GONÇALVES, M.GM. e FURTADO, O. – Psicologia Sócio-Histórica. São Paulo: Cortez, 2001. 
Edna M. Peters Kahhale – A Diversidade da Psicologia. Uma Construção Teórica, São Paulo: Cortez, 2002
MIZUKAMI, M. da G. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 2013. Cap. 2.
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. Ed. 14. São Paulo: Saraiva, 2008.
LA TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M. K.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
MOLON, S. I. Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Ed. 4. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
RATNER, C. A psicologia sócio-histórica de Vygotsky: aplicações contemporâneas. Trad.: Lólio Lourenço de Oliveira. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
SITES ACESSADOS
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(Acessado em 03/11/2017)
https://www.estudopratico.com.br/materialismo-dialetico-o-que-e-e-sua-relacao-com-a-filosofia/ (Acessado em 03/11/2017)
http://www.ugr.es/~recfpro/rev102COL2port.pdf (Acessado em 03/11/2017)
https://www.marxists.org/portugues/stalin/1938/09/mat-dia-hist.htm (Acessado em 03/11/2017)
http://obviousmag.org/a_escrita_e_fala_sem_som/2015/sobre-vygotsky-psicologia-socio-hostorica-e-desenvolvimento-infantil.html (Acessado em 03/11/2017)
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v26nspe2/a05v26nspe2.pdf (Acessado em 03/11/2017)
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752006000200002 (Acessado em 03/11/2017)
https://mirianlopesconsultoria.blogspot.com.br/2010/07/psicologia-socio-historica.html (Acessado em 03/11/2017)
http://encenasaudemental.net/comportamento/insight/a-psicologia-socio-historica-na-compreensao-do-processo-terapeutico/ (Acessado em 05/11/2017)
https://www.flogao.com.br/cuidardoser/blog/2466467 (Acessado em 05/11/2017)
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http://psicoativo.com/2016/07/o-que-e-psicologia-humanista.html (Acessado em 21/10/2017)
http://amorsaudeevida.blogspot.com.br/2014/05/os-principios-da-psicologia-humanista.html (Acessado em 21/10/2017)

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