Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO Discutir os principais temas de direito financeiro Despertar o interesse acadêmico pelo direito financeiro Ajudar na preparação para a atuação prática do direito financeiro OBJETIVOS DO CURSO O fenômeno financeiro. Definição e conteúdo do direito financeiro. Atividade financeira do Estado e sua evolução. Orçamento Programa. Projetos. Princípios e regras constitucionais de matéria orçamentária. Receita Pública. Despesa Pública. Orçamento Público e a participação popular na definição de investimentos. Crédito Público. Economia pública e financeira. Política fiscal, isenções e imunidades. O Tribunal de Contas. PROGRAMA DO CURSO BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. BORGES, José Souto Maior. Introdução ao Direito Financeiro. 2ª ed. São Paulo: Max Limonad, 1998. CHRISTOPOULOS, Basile. Despesa pública: estrutura, função e controle judicial. Maceió: Edufal, 2011. CONTI, José Maurício & SCAFF, Fernando Facury (Coord.). Orçamentos Públicos e Direito Financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. FRANCO, António L. de Sousa. Finanças Públicas e Direito Financeiro. 4ª ed. 11ª reimpressão. Coimbra: Almedina, 2007. OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA Temas de Direito Financeiro estão na pauta do dia? Governo avalia 'alternativas possíveis', diz ministro sobre meta fiscal Zona do euro fecha acordo para negociar 3º resgate a favor da Grécia Capa do Globo.com em 13.7.15 Finalidade do Estado – satisfação das necessidades públicas. Kelsen: “A ideologia de um interesse coletivo de Estado é usada para ocultar esse inevitável conflito de interesses”. Necessidades públicas, então, seriam aquelas necessidades fixadas pelo Estado, decorrentes dos conflitos de interesses na sociedade. A sua escolha, portanto, trata-se de decisão política a ser tomada pelos poderes componentes do Estado. Conceitos Básicos de Direito Financeiro Atividade financeira consiste na criação, obtenção, gestão e dispêndio do dinheiro público para a execução dos serviços afetos ao Estado. (José Souto Maior Borges) Conceito de atividade financeira Atividade financeira na antiguidade: a atividade financeira pública se confundia com a do Príncipe ou César. Início de controle: Magna Carta de 1215: Art. 12: “Nenhum tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão pelo conselho comum, exceto com o fim de resguardar a pessoa do Rei, fazer seu primogênito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios para esse fim serão razoáveis em seu montante”. Breve histórico da atividade financeira Ainda na Inglaterra, em 1628, no “Petition of Rights” se estabeleceu que as despesas com o exercito deveriam ser aprovadas pelo Parlamento. Com a Revolução Francesa se estabeleceram alguns dos princípios vigentes até hoje, como o da periodicidade e o da necessidade de aprovação do Parlamento para arrecadação de impostos. Breve histórico da atividade financeira Surge o Orçamento como instrumento de controle pelo Poder Legislativo sobre o Poder Executivo. (Fim do Estado Absoluto) Régis Fernandes de Oliveira: “A partir do Estado liberal e do advento da responsabilidade do Estado e de seus governantes, nasce o orçamento como noção importante para o controle dos gastos públicos”. Breve histórico da atividade financeira Primeira Lei Orçamentária - Inglaterra: 1822 Orçamento no Brasil: Constituição de 1824, como primeiro orçamento em 1830. Becker e a constituição do Estado através do Orçamento Público. Breve histórico da atividade financeira Economia, Adminstração Pública e ciências afins Direito Ciência das finanças e Direito Financeiro Direito Administrativo Direito Financeiro Direito Tributário Direito Financeiro e Direito Tributário Separação dos Poderes Orçamento Público Surgiu idealizado pelo Poder Legislativo como forma de controle do Executivo Atualmente: Orçamento como instrumento de política fiscal Orçamento Público Conceito de Orçamento: lei periódica que contém previsão de receitas e despesas, programando a vida econômica e financeira do Estado, de cumprimento obrigatório, vinculativa do comportamento do agente público. (R. F. de Oliveira). Orçamento Público Vertentes do Orçamento público: Político, porque revela desígnios sociais e regionais, na destinação das verbas; Econômico, porque manifesta a atual situação econômica do espaço em que é formulado; Técnico, porque apresenta cálculo de receitas e despesas; Jurídico, por atender às normas constitucionais e legais. Orçamento Público Natureza Jurídica do Orçamento: - Simples ato administrativo, sem caráter de lei. - Lei em sentido formal - Lei em relação à receita e ato administrativo em relação à despesa - Lei em sentido formal e material Orçamento Público Aspecto vinculativo das leis orçamentárias Se o Direito é concebido como ordem coercitiva, uma conduta apenas pode ser considerada como objetivamente prescrita pelo direito e, portanto, como conteúdo de um dever jurídico, se a norma jurídica liga à conduta oposta um ato coercitivo como sanção. Orçamento Público Orçamento Impositivo ART 166 (CF) § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 86, de 2015) II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) Orçamento Impositivo Orçamento Fiscal Orçamento de Investimento Orçamento da Seguridade Social Tipos de Orçamento Orçamento Fiscal: Art. 165, §5º, I. C.F. § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; Tipos de Orçamento Orçamento de Investimento: Art. 165, §5º, II. C.F. II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; Tipos de Orçamento Orçamento da Seguridade Social: Art. 165, §5º, III. C.F. III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Tipos de Orçamento Critérios para diferenciação (Canotilho): a) grau de abstração b) grau de determinabilidade c) caráter de fundamentabilidade d) proximidade da ideia de direito (os princípios estariam mais próximos, enquanto que as regras possuem conteúdo meramente formal) e) natureza normogenética (princípios são fundamentos de regras) Princípios Orçamentários Universalidade: Todas as receitas e despesas devem estar contidas nas leis orçamentárias. - Exceção: SÚMULA STF Nº 66: É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro. Periodicidade: Anualidade já não é mais princípio para R.F.de O. Princípios Orçamentários Exclusividade: Apenas matéria orçamentária. - Art. 165, §8º: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Unidade: Peça orçamentária única. - Art. 165, §5º. Princípios Orçamentários Não afetação: Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas (...) Princípios Orçamentários Plano Plurianual - PPA Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO Lei Orçamentária Anual – LOA Leis Orçamentárias Leis Orçamentárias PPA LDO LOA Fundamento de validade das leis diretrizes e metas em longo prazo da administração pública, sendo um instrumento de programação ou planejamento. Objetivo dos PPA´s: “reduzir desigualdades inter-regionais, segundo o critério populacional”. (Art. 165, §7º C.F.). Plano Plurianual – PPA Limita os investimentos do Estado ao que for por ela programado. Art. 165, §4º (C.F.):“Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”. Ex: construção de grandes obras; programas de erradicação de pobreza; de combate a doenças endêmicas ou epidêmicas Investimentos com duração maior de 1 ano: inclusão obrigatória nos PPA´s. (Art. 165, § 1º). Plano Plurianual – PPA Estabeleceria também metas e objetivos da administração pública, com a diferença de fazê- lo para um prazo curto, visto que vige pelo período de um ano e meio. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO Anexo de Metas Fiscais, com projeção dos próximos três anos. Deve conter uma avaliação do cumprimento das metas do ano anterior. Anexo de Riscos Fiscais, prevendo os riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providencias a serem tomadas. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO Dispõe sobre alterações na legislação tributária. Trata do equilíbrio entre receitas e despesas. (Art. 4º, I, a, L.R.F.). Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO Dispõe sobre limitação de empenho (operação de reserva de numerário para o pagamento de despesas). Deve estabelecer normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos orçamentários. (Art. 4º, I, e, L.R.F.). Condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. (Art. 4º, I, f, L.R.F.). Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO Estabelece as receitas e as despesas (exclusividade) Créditos adicionais: Suplementares Especiais Extraordinários Lei Orçamentária Anual - LOA Quem possui a iniciativa das três leis orçamentárias? (Art. 165 C.F.) Medida provisória em matéria orçamentária - Em regra, não é possível. Exceção: Créditos extraordinários Comissão mista: Senadores e deputados em conjunto analisam as leis orçamentárias. Tramitação das Leis Orçamentárias Emendas: São apresentadas na comissão mista e devem indicar os recursos necessários. (Art. 166 C.F.) Qual o limite do Legislativo na apreciação das leis orçamentárias? Tramitação Legislativa das Leis Orçamentárias •Não devolução do projeto no prazo ou rejeição Constituição de 1969 Silêncio da Constituição de 1988 Tramitação Legislativa das Leis Orçamentárias Em que consiste? Democracia indireta e direta Fundamento constitucional: art. 29, XII ORÇAMENTO PARTICIPATIVO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO Prefeitura de Irecê - BA Características: - Descentralização do poder decisório - Criação de conselhos populares - Enfoque nos problemas locais - Consciência de participação - Processo aberto de discussão e sujeito a controle ORÇAMENTO PARTICIPATIVO A deliberação da população vincula o administrador? ORÇAMENTO PARTICIPATIVO Sobre os bons resultados do Orçamento Participativo em POA: Aumento da transparência e accountability, reduzindo o clientelismo e empoderando a representação democrática de excluídos Federalismo, em um conceito simplificado, seria uma repartição de competências entre entes de níveis diversos. Federalismo Brasileiro X Federalismo Americano Federalismo (a) existência de ao menos duas esferas de governo; (b) autonomia das entidades descentralizadas; (c) organização do Estado expressa em uma Constituição; (d) repartição de competências entre as unidades descentralizadas; (e) participação das entidades descentralizadas na formação da vontade nacional; (f) indissolubilidade. Características do Estado Federal i) o federalismo limita a concentração extremade poder, permitindo a unidade nacional pela restrição do ente central ii) necessidade de se distribuir tarefas de acordo com a aptidão de cada nível de governo, tendo em vista a eficiência e a economicidade das ações estatais iii) Objetivo de prestar serviços com qualidade semelhante nas diversas regiões Vantagens do Federalismo i) Torna mais dificultosa a redistribuição e gestão macroeconômica pelo orçamento ii) Os governos centrais deveriam reter sob sua responsabilidade despesas que possuem impacto particularmente forte na demanda, ou que são sensíveis a mudanças de ciclo iii) É mais racional a cobrança de tributos pelo ente central – IVA iv) Concorrência e (ir)responsabilidade na prestação dos serviços Desvantagens ou Cuidados do Federalismo Nasceu de uma necessidade do Federalismo Fiscal Cooperação concorrente entre os entes federados, de modo que estes estabeleçam uma competição, garantidas condições mínimas e interdependência. Cooperação vertical e horizontal Federalismo Cooperativo Federalismo Fiscal, a forma de repartição de competências arrecadatórias e de dispêndio de recursos, tendo em vista a realização de tarefas atribuídas aos entes. Pode existir mesmo em Estados unitários Federalismo Fiscal Composição da receita nas Federações Entrada - Ingresso Provisório (depósitos, cauções, fianças, empréstimos, empréstimo compulsório, indenizações, etc.) - Receita Definitivo (tributos, preços, multas, etc.) Receita Pública ORIGINÁRIA: “decorre da exploração, pelo Estado, de seus próprios bens ou quando pode exercer atividade sob o que se denomina de direito público disponível”. DERIVADA: “provém do constrangimento sobre o patrimônio do particular”. TRANSFERIDAS: “são arrecadadas pela pessoa jurídica competente para a tributação, mas a ela não pertencem, devendo ser transpassadas a outras pessoas jurídicas menores (Estados e Municípios)”. Classificação das Receitas Públicas Receitas Originárias Doações – Uso de bens públicos – Preço – Advindas de empresas estatais Derivadas Tributos – Multas – Reparações de Guerra Transferidas a) Obrigatórias b) Voluntárias Classificação das Receitas Públicas Relações de “Direito Privado” Bilateralidade de interesses Disponibilidade patrimonial do Estado Receitas Originárias Art. 20 (São bens da União...) (CF): § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Receitas Originárias Receitas Originárias Com royalties, educação terá quase R$ 2 bi a mais em 2014, diz Dilma Com a aprovação de projeto de lei que destina 75% dos royalties para a educação, a área terá "quase" R$ 2 bilhões a mais em 2014. No último dia 14, após acordo entre Palácio do Planalto Planalto e líderes partidários, a Câmara dos Deputados concluiu projeto que destina 75% do total dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Os deputados derrubaram a proposta original do governo e decidiram destinar 50% do Fundo Social — espécie de poupança formada com recursos que a União recebe na produção do pré-sal — para educação e saúde. "Só com a parte dos royalties do petróleo, sem contar os recursos do fundo social, vamos ter quase R$ 2 bilhões a mais no orçamento do ano que vem para educação. E esse valor são só os royalties que é a parte equivalente do governo federal. E esse o valor só vai crescer. Em 2015, daqui a dois anos, serão R$ 3 bilhões, em 2016, serão R$ 6 bilhões, e em 2020, chegaremos a R$ 20 bilhões, totalizando R$ 112 bilhões a mais só nos próximos anos” A quem pertence as receitas de royalties de petróleo? Os estados devem repartir igualmente as receitas da extração marítima? Os Municípios e Estados produtores terão educação superior aos demais? Receitas Originárias A vinculação de 75% da receita para a educação é benéfica? (Doença Holandesa) Vinculação de receita X Despesa obrigatória Receitas Originárias Multas Decorrente de Ato ilícito Tributos Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria Impostos, Taxas, Contribuições, Contribuições de Melhoria e Empréstimo Compulsório Receitas Derivadas Taxa Espécie tributária. Vinculada à uma atividade estatal. Serviço público ou poder de polícia. Submetida ao princípio da legalidade. Preço Decorrente do patrimônio estatal. Receita originária. Não precisa ter valor definido em lei. Taxa X Preço Público Transferências obrigatórias e voluntárias FPE Transferência dos recursos de Roaylties de Petróleo Receitas Transferidas Transferências Obrigatórias Art. 160 (CF). É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, (...), neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Recursos mínimos em saúde) Receitas Transferidas Transferências Obrigatórias Fomentam a autonomia local Aumentam a equidade inter-regional Receitas Transferidas Transferências Voluntárias Possibilitam políticas nacionais Estímulo a áreas específicas Receitas Transferidas Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; Receitas Transferidas FPE Histórico Decisão de Inconstitucionalidade Critérios Fixos FPE Um sistema ideal de equalização seria aquele que levasse em consideração, simultaneamente, três aspectos: capacidade fiscal, necessidades fiscais e custos FPE • Macroeconômicos - renda per capita, PIB per capita, etc. • Macrosociais - taxa de pobreza, Índice de Desenvolvimento Humano, participação de populações indignas, etc. • Setoriais - índices que meçam condições de infraestrutura econômica e social, requisitos ambientais, etc. IDH x FPE per capita IDH x FPE per capita FPE – critérios em outras federações CANADA As jurisdições com receita própria abaixo da média nacional devem receber esta média com o que a dotação de recursos necessária do orçamento federal ALEMANHA Todas as jurisdições sem exceção devem ter a mesma capacidade de gasto como resultado final dos orçamentos dos estados ricos e federal. Variável dependente, endogenamente determinada pelo nível das disparidades entre regiões perante o critério adotado. FPE – critérios em outras federações ÁFRICA DO SUL 14% emtermos per capita. 51% proporcional à população em idade escolar. 26% baseado na proporção da população com e sem acesso a atendimento médico. 5% chamado de “componente institucional”, dividido igualmente entre províncias, visa dar apoio às funções administrativas. 3% proporcional à incidência de pobreza. 1% em proporção inversa ao PNB das regiões. FPE – novos critérios III – também a partir de 1º de janeiro de 2016, a parcela que superar o montante especificado no inciso II será distribuída proporcionalmente a coeficientes individuais de participação obtidos a partir da combinação de fatores representativos da população e do inverso da renda domiciliar per capita da entidade beneficiária FPE – novos critérios a) o fator representativo da população corresponderá à participação relativa da população da entidade beneficiária na população do País, observados os limites superior e inferior de, respectivamente, 0,07 (sete centésimos) e 0,012 (doze milésimos), que incidirão uma única vez nos cálculos requeridos; b) o fator representativo do inverso da renda domiciliar per capita corresponderá à participação relativa do inverso da renda domiciliar per capita da entidade beneficiária na soma dos inversos da renda domiciliar per capita de todas as entidades. Lei Complementar de nº 101 - Críticas na Nova Zelândia por desembocar em política econômica recessiva. Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (Art. 1º §1º L.R.F.) Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário- financeiro (...) e a pelo menos uma das seguintes condições: I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais (...); II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. LRF – Renúncia de Receita Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. LRF – Previsão Real das Receitas TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL DAS DESPESAS PÚBLICAS Lei Complementar 131, a chamada: Lei da Transparência Execução das despesas em “tempo real” RESULTADOS RESULTADOS Mapa Mundi da Transparência A transparência é associada a melhor condição socioeconômica e indicadores de desenvolvimento humano Países mais transparentes tendem a ter melhores créditos e menores juros Abertura do orçamento pode levar a maiores gastos que beneficiem os mais pobres Boas consequências da Transparência Fiscal Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Art. 11 (LRF): Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. LRF – Efetiva Arrecadação de Todos os Tributos CARRAZA – “a competência tributária é a faculdade de editar leis que criem, in abstacto, tributos”. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: LRF – Efetiva Arrecadação EDVALDO BRITO – Quebra do equilíbrio federativo por não estabelecer sanções à União. É obrigatória a efetiva arrecadação das receitas? LRF – Efetiva Arrecadação CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA Ferreiro Lapatza define gasto público como todo gasto realizado por um ente do Estado. Sousa Franco: dificuldade do termo por poder abranger realidades tão distintas CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA Baleeiro 2 formas de se conceber: Ampla Estrita CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS Critérios: a) Econômico Correntes e de Capital b) Funcional Saúde, educação etc. c) Orgânico Que órgão é designado pela norma para realizar o gasto Despesa Pública como Norma Jurídica Autorizações ou Obrigações Modais deônticos Proibido (V), Permitido (P) e Obrigatório (O) Execução Orçamentária das despesas públicas Empenho Liquidação Pagamento Execução Orçamentária das despesas públicas Limitação de Empenho Se verificado que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e no montante necessário, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo critérios fixados pela LDO. ADI – STF Suspensão do § 3º do artigo 9º da LRF Geração de Despesas na LRF O aumento da despesa será acompanhado de: I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício e nos dois subsequentes; II - declaração do ordenador de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA, LDO e PPA. RESTOS A PAGAR Conceito na Lei 4.320/64 Despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. (Art. 36) RESTOS A PAGAR Art. 42. É vedado (...) contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. DESPESA COM PESSOAL: FUNDAMENTOS Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (CF) CONCEITO DE DESPESA COM PESSOAL Despesa com pessoal: ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. (Art 18 – LRF) CONCEITO DE DESPESA COM PESSOAL Despesa com terceirização O que não é despesa com pessoal?Indenizações (diárias) LIMITE DE DESPESA COM PESSOAL Sobre a receita líquida, que envolve: +Receita tributária +transferências constitucionais, +transferências legais, outras transf. correntes, receitas de contribuições, patrimoniais, agropecuárias e de serviços +recursos recebidos do Fundef - Recursos entregues ao Fundef - Contribuição dos servidores para o regime de previdência LIMITE DE DESPESA COM PESSOAL Limites para os entes: I - União: 50% (cinquenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). A redação original falava em “caso não sejam fixados pela LDO...” REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE DESPESA COM PESSOAL I - na esfera federal: a) 2,5% Legislativo, incluído o TC b) 6% Judiciário; c) 40,9% Executivo d) 0,6% para o MP REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE DESPESA COM PESSOAL II - na esfera estadual: a) 3% Legislativo, incluído o TC b) 6% Judiciário; c) 49% Executivo; d) 2% MP. REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE DESPESA COM PESSOAL III - na esfera municipal: a) 6% para o Legislativo, incluído o TC do Município, quando houver; b) 54% para o Executivo. CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL Nulidade das despesas que não atendam aos requisitos da LRF. Inclusive as criadas até 180 dias antes do final do mandato do chefe do poder. CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL Limite máximo de 90% atingido, deve ser notificado pelo TC. Limite prudencial de 95%: Fica impedido, entre outras coisas, de: I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração; CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL II - criação de cargo, emprego ou função; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL Atingido 100% ou mais do limite: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. III - o servidor estável poderá perder o cargo CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL Enquanto perdurar o excesso não se pode: I - receber transferências voluntárias; II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. ESPECIFICIDADES MUNICIPAIS NAS DESPESAS COM PESSOAL Municípios até 50 mil habitantes podem ter as sanções pelo descumprimento do limite de 95% protelado para o fim do semestre EFICIÊNCIA DA DESPESA PÚBLICA Emenda Constitucional 19 e a nova exigência: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e EFICIÊNCIA e, também, ao seguinte (...) EFICIÊNCIA: denota competências para produzir resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços; (Marinho, Alexandre – Pesquisador do IPEA) EFICIÊNCIA DO PONTO DE VISTA DA DESPESA PÚBLICA: atingir o maior número de finalidades com os recursos disponibilizados por meio da arrecadação. Dificuldades do termo: “EFICIÊNCIA” • Como definir eficiência? • É possível medir a eficiência da despesa pública? PORQUE É IMPORTANTE E COMO MELHORAR A QUALIDADE E EFICIÊNCIA DA DESPESA PÚBLICA? Relação Nível da Educação X Gasto percentual do PIB (Brasil 10%) Dados da OCDE em 2000 Sistema Eletrônico de Controle de Combustível O chip, por meio da antena, transmite a uma central de dados sinais que identificam as seguintes informações sobre o carro: • Placa do veículo; • Dia e hora do abastecimento; • Quantidade abastecida; e • Tipo de combustível utilizado Resultado: Estado de Sergipe afirma ter conseguido economizar cerca de 20% desde a adoção desta prática, há dois anos. Centralização de Compras Comprar no atacado, em centrais únicas para os entes. Não implica necessariamente a entrega centralizada dos bens adquiridos. Quem implantou: • Governo Federal; • Governo do Estado do Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo; • Parlamento e Ministério da Fazenda do Reino Unido (Her Majesty’s Treasury); • Universidade de Chicago. Sistema Eletrônico de Controle de Gastos Comparação histórica de dados entre órgãos de uma mesma organização ou entre organizações diferentes. Possibilita a identificação de anomalias (preços, consumo ou gastos muito elevados, por exemplo) e sua correção. • Cruzamento de dados físicos e financeiros para formar indicadores de desempenho (gastos com água por pessoa por dia, por exemplo). Razões do Descontrole de Constitucionalidade Self-restraint Periodicidade das Leis Orçamentárias Controle de Constitucionalidade de Leis Orçamentárias Princípio da Supremacia da Constituição. É exercido por diversos Poderes e Órgãos, mas o mais importante no Brasil é, sem dúvida, o Judiciário. Controle de Constitucionalidade de Leis Orçamentárias Seriam elas leis de “efeitos concretos”? Tipos de Normas: gerais – individuais//abstratas - concretas Natureza Jurídica da Lei Orçamentária Gerais (dirigidas a todos indistintamente) Individuais (dirigida a um grupo identificável de pessoas) Abstratas (múltiplas incidências) Concretas (uma vez realizado o fato gerador em sua completude, não há novas incidências) Natureza Jurídica da Lei Orçamentária Leis Orçamentárias podem contrariar a Constituição? Qual o meio mais adequado para o controle? Controle Principal e Incidental Controle de Constitucionalidade de Leis Orçamentárias Primeira ADI a realizar o controle de constitucionalidade Abertura de Créditos Suplementares – Normas gerais e abstratas? ADI 2925 Rel. Min. Marco Aurélio Mello: “se entendermos caber a generalização, afastando por completo a possibilidade do controle concentrado, desde que o ato impugnado seja lei orçamentária, terminaremos por colocar a lei orçamentária acima da Carta da República”. ADI 2925 Medida Provisória que abriu Crédito Extraordinário Proposta pelo PSDB ADI 4048 Requisitos da Medida Provisória: relevância e urgência (Art. 62) Constituição proíbe edição de Media Provisória sobre Leis Orçamentárias (Art. 62, §1º, I, d) Requisitos para abertura de Crédito Extraordinário: guerra, comoção interna, calamidade pública (Art. 167, §3º) ADI 4048 ADI 4048 URGÊNCIA, RELEVÂNCIA, GUERRA, COMOÇÃO INTERNA, CALAMIDADE PÚBLICA? Ora, se a Constituição submete a lei ao processo de controle abstrato, até por ser este o meio próprio de inovação na ordem jurídica e o instrumento adequado de concretização da ordem constitucional, não parece admissível que o intérprete debilite essa garantia da Constituição, isentando um número elevado de atos aprovados sob a forma de lei do controle abstrato de normas e, muito provavelmente, de qualquer forma de controle. É que muitos desses atos, por não envolverem situações subjetivas, dificilmente poderão ser submetidosa um controle de legitimidade no âmbito da jurisdição ordinária. (Relator Min. Gilmar Mendes) ADI 4048
Compartilhar