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Competência
Introdução: 
 A Competência da Justiça Trabalhista foi repartida em razão das pessoas, da matéria, do lugar e da função. Nas palavras de Sérgio Pinto Martins (2011), a competência da Justiça Trabalhista em razão das pessoas se configura no julgamento de controvérsias existentes entre trabalhadores e empregadores. Já a competência em razão da matéria compreende questões suscitadas no âmbito trabalhista, excluídas relações de consumo, comerciais. Contudo, a competência em razão do lugar institui a uma determinada Vara a apreciação de litígios trabalhistas de acordo com o espaço geográfico pertinente. Por fim, a competência funcional diz respeito ao exercício de tarefas específicas de cada juiz.
1 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DAS PESSOAS
 A Justiça do Trabalho tem competência para dirimir conflitos entre trabalhadores e empregadores, que farão parte, respectivamente, do pólo ativo e passivo da reclamação trabalhista. Desta forma, toda matéria trabalhista e decorrente de emprego será processada e julgada perante a Justiça Laboral.
 Para fins legais trabalhador é toda a pessoa natural que prestar serviços a tomador. Como a relação de emprego é espécie da relação de trabalho, todas as questões levadas a juízo pelo empregado referente às condições laborais e verbas rescisórias devidas pelo empregador serão julgadas pelas varas trabalhistas. Quanto aos empregados estão abrangidos não só os urbanos como também os rurícolas que tem seus direitos disciplinados na Lei nº 5.889/73.
2 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA
 Só cabe à Justiça do Trabalho solucionar as causas de cunho trabalhistas que envolvam relação de trabalho.  Desta forma, nos termos do dispositivo constitucional, compete a Justiça Trabalhista, no âmbito material, processar e julgar: as ações que envolvam exercício do direito de greve; as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores; os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver matéria de sua jurisdição; os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado os conflitos de competência entre os tribunais superiores e qualquer outro tribunal; as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho; as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; a execução de ofício, das contribuições sociais arrecadadas pelos empregadores sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho, bem como das contribuições dos segurados para custeio da Seguridade Social; outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho na forma da lei.
3 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA FUNÇÃO
 A competência funcional diz respeito à função que exerce cada juiz trabalhista. Na Justiça do Trabalho são distribuídos encargos aos diferentes órgãos, essas atribuições são previstas pela Constituição Federal, pela Consolidação das Leis Trabalhistas (lei complementar) e pelos regimentos internos de cada respectivo Tribunal.
4 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR
 Inicialmente, importa salientar que a competência em razão do lugar é relativa, devendo ser argüida pelas partes de plano através de exceção de incompetência, caso contrário o juízo se tornará competente para dirimir o litígio trabalhista.
 A competência em razão do lugar é delimitada com base no espaço geográfico em que atua o órgão jurisdicional. Quase sempre essa competência é instituída aos órgãos de primeira instância da justiça do trabalho designados de Varas do Trabalho, porém há certos casos em que o município não possui vara especializada para dirimir conflitos trabalhistas, dessa forma a lei atribui essa árdua tarefa aos juízes comuns.
 Para facilitar o entendimento sobre competência territorial foram instituídas algumas regras que visam à proteção do trabalhador quanto ao ajuizamento de reclamação trabalhista. O art. 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas traz a regra geral a ser aplicada para definir a competência territorial, de acordo com esse dispositivo a reclamação trabalhista deve ser proposta no último local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. O principal intuito da norma é impedir que o empregado tenha gastos desnecessários com a demanda, bem como tenha condições de colher as melhores provas no local onde por último trabalhou.
PARTES E PROCURADORES
 
 CAPACIDADE PARA SER PARTE, CAPACIDADE PROCESSUAL
E CAPACIDADE POSTULATÓRIA:
  
Capacidade para se parte: relacionada à personalidade civil, à
aquisição de direitos e obrigações.
  
Capacidade processual: relacionada à capacidade civil, ou
seja, à possibilidade de realizar atos na órbita civil e, por óbvio, em
processos judiciais.
  
Capacidade postulatória: intimamente relacionada à atuação do
Advogado (art. 133 da CRFB/88), ou seja, somente o Advogado possui tal espécie
de capacidade.
 
Jus
postulandi – regra geral, o Advogado não é necessário na Justiça do
Trabalho, já que o art. 791 da CLT, recepcionado pela CRFB/88, sustenta a
existência do jus postulandi, ou
seja, do direito das partes postularem em juízo, tanto reclamante quanto
reclamado. Tal direito sofreu nítida restrição com a edição da SÚMULA Nº 425 DO TST, ao afirmar que
nos seguintes procedimentos, O ADVOGADO É INDISPENSÁVEL:
        
Mandado
de segurança;
        
Ação
cautelar;
        
Ação
rescisória;        
Recursos
para o TST.
        
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA – LEI
Nº 5584/70:
  
No processo do trabalho, a Assistência Judiciária Gratuita é prestada pelo
SINDICATO ao trabalhador, independentemente de ser filiado ou não. Nos termos
da Lei nº 5584/70, que regulamenta a matéria, dois são os requisitos para a
concessão do benefício:
Estar
assistido pelo sindicato (ou seja, pelo Advogado daquele ente);
Receber
até 2 (dois) salários mínimos ou, recebendo quantia superior, declarar não ter
condições de arcar com os custas do processo.
  
Na hipótese de assistência judiciária gratuita, serão devidos ao sindicato, caso a
pretensão do reclamante seja aceita, os honorários advocatícios de sucumbência, conforme Súmula nº 219 do TST.
 
ATENÇÃO: a regra geral acerca dos honorários de
sucumbência na Justiça do Trabalho não é a mera
sucumbência, como no processo civil. A condenação, regra geral, ao
pagamento da parcela, somente surge quando presentes, ao mesmo tempo, os
seguintes requisitos:
        
Condenação do reclamado;
        
Assistência judiciária gratuita.

ATENÇÃO: Na relação de emprego, a contratação
de advogado particular excluiu a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios de sucumbência, por ser necessária a atuação do sindicato, o que
não ocorre na relação de trabalho, já que a Súmula nº 219 do TST afirma que,
nessa ultima hipótese, a regra é a mera sucumbência.
 
       
PRESENÇA DAS PARTES EM AUDIÊNCIA E
CONSEQUÊNCIAS:
  
Reclamante
e Reclamado devem estar pessoalmente presentes as audiências, salvo asseguintes
exceções:
Reclamante:
        
Reclamações
plúrimas (litisconsórcio ativo): podem os reclamantes se fazerem representar
por um grupo.
        
Na
impossibilidade de comparecimento à audiência, o reclamante pode solicitar que
o sindicato ou qualquer membro da categoria profissional compareça ao ato para
justificar a ausência, evitando-se, assim, o arquivamento do processo.
 
ATENÇÃO: esse outro empregado, que comparece à
audiência, não pode realizar qualquer ato processual, tal como transigir,
renunciar, confessar, etc., já que a sua função é apenas evitar o arquivamento
da demanda.
 
Reclamado: pode comparecer pessoalmente, como
ocorre quando o sócio da empresa comparece à audiência, ou se fazer representar
por um preposto. Nessa
situação, destaque especial para a Súmula
nº 377 do TST, que diz que necessariamente o preposto deve ser empregado, salvo:Empregador doméstico;
        
Empregador micro ou pequeno
empresário.
 
Nas
hipóteses excepcionais (acima descritas), o preposto pode ser um terceiro, que
conheça os fatos.
  
Ausência às audiências:
 
Audiência
inaugural:
        
Reclamante:
arquivamento (extinção sem resolução do mérito) e condenação ao pagamento de custas processuais.
        
Reclamado:
revelia, tendo em vista que a defesa é apresentada em audiência, com presunção RELATIVA sobre a matéria de FATO.
o  
Por
ser relativa a presunção, cabe prova
em contrário.
o  
Não
há presunção relativa em revelia acerca da matéria
de direito.
 
Audiência
em prosseguimento – Súmula nº 9 do
TST: as conseqüências dependem da apresentação ou não da defesa na
audiência inaugural. Se não tiver havido apresentação de defesa, as
conseqüências são as mesmas acima descritas. Tendo havido apresentação de defesa, destaca-se:
        
Reclamante:
não haverá o arquivamento, pois já se passará à instrução do processo, haja
vista que a defesa já foi produzida. O reclamante perde o direito à
participação na produção das provas.
        
Reclamado:
não há revelia, pois a defesa já foi apresentada. Perda apenas o direito de
produzir as suas provas e participar da produção das provas do reclamante.
         
MANDATO TÁCITO: SÚMULA Nº 164 DO TST.
o  
Nos
termos do art. 38 do CPC, quando a parte estiver representada por Advogado,
deverá juntar aos autos a procuração por escrito. No processo do trabalho,
contudo, a presença do Advogado na audiência representando a parte, já lhe
outorga os poderes inerentes ao mandato, ou seja, não há necessidade de juntada
posterior de procuração.
 
Mandato
expresso: procuração escrita.
 
Mandato
tácito: presença do Advogado na audiência.
  
O
Advogado munido de mandato tácito pode
interpor recurso.
o Em relação aos poderes inerentes ao
mandato tácito, afirma-se que o detentor possui apenas os PODERES GERAIS, já
que os ESPECIAIS, expressos no art. 38 do CPC, DEVEM VIR POR ESCRITO NA
PROCURAÇÃO ASSINADA PELA PARTE.
  
 
Nos
termos da OJ nº 200 da SDI-1 do TST, o portador de mandato tácito não pode
substabelecer.
Atos, Termos e Prazos Processuais
 
(Artigos 770 a 782 da CLT) 
Conceituação de Atos Jurídicos: É todo ato voluntário (oriundo da vontade humana), que produz efeitos jurídicos.
Conceituação de Atos Processuais: É todo ato oriundo da vontade humana, praticado pelos sujeitos do processo, gerando efeitos jurídicos, dentro do processo.
Notificação; citação; intimação: A notificação vem englobar a citação e a intimação. Quando ajuizamos uma ação trabalhista, ao ser cientificado dessa ação, o réu não é intimado ou citado. Ele é notificado. Recebe uma notificação. O efeito/ o objeto da notificação, da citação e da intimação, é o mesmo: cientificar a uma das partes, sobre a prática de um ato processual, que por consequências, irá gerar outro ato processual. O processo do trabalho chama a cientificação da parte de ato anterior praticado. A publicidade dos atos processuais, ou seja, a parte fica ciente de um ato processual, no processo do trabalho, de quatro maneiras:
1)      Dar ciência dos atos processuais via postal;
2)      Notificação pessoal, feita por oficial de justiça;
3)      Notificação por edital;
4)      Notificação por afixação na secretaria do juízo.
Conceito de Termos Processuais: é a expressão do ato processual, expressa, escrita, a redução a escrita do termo processual, a reprodução gráfica de um ato processual, levar para o papel aquilo que é dito. Ex: no setor de alternação, a parte comparece para ajuizar uma reclamação, e o que é dito oralmente pelo reclamante, é reduzido a termo.
Conceito de Prazo Processual: lapso de tempo destinado à prática de um ato processual. Ex: prazo para o recurso ordinário é de oito dias.
Classificação: Muitos autores classificam os prazos processuais conforme feito por Marcelo Abelha Rodrigues. Ele classifica os prazos processuais da seguinte forma:
Quanto à origem da fixação (legais, judiciais e convencionais):
Prazo legal é aquele fixado pela lei, nasce da lei.
O prazo judicial é aquele que nasce pelo  juiz, é o juiz que fixa. Ex: prazo para a juntada de substabelecimento: 48 horas.
O prazo convencional é aquele fixado e sugerido pelas as partes e homologado pelo juiz. Artigo 265 do CPC.
O prazo pode ser judicial e legal ao mesmo tempo. Ex: Art. 491 do CPC: O relator mandará citar o réu, assinando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) para responder aos termos da ação. Findo o prazo com ou sem resposta, observar-se-á no que couber o disposto no Livro I, Título VIII, Capítulos IV e V.
Quanto à natureza (dilatórios e peremptórios):
Prazo dilatório: podem ser dilatados, estendidos, ampliados.
Prazo peremptório: jamais pode ser dilatado, é um prazo fatal, todo prazo legal é peremptório, mas tem todo prazo peremptório é legal.
Quanto aos destinatários (próprios e impróprios):
Próprios: são os prazos destinados  às partes (reclamante e reclamado, autor e réu).
Impróprios: são  os prazos destinados aos outros que participam do processo, que não seja o autor e réu. Exemplo: prazo destinado ao perito para apresentar prazo pericial, prazo para o juiz oferecer a sentença.
Contagem dos prazos (artigos 774 a 776 da CLT; Súmula 262/TST): Ler principalmente o artigo 775 CLT.
Numa 3ª feira, é publicada uma sentença. Vamos contar o prazo para a oposição de embargos declaratórios, que é de 5 dias. Exclui o dia do começo (a 3ª feira), e começa a contar na 4ª. Caiu no domingo, logo, vencerá na 2ª. Se o último dia cair em Sábado, Domingo ou feriado, conta o 1º dia útil subsequente. Se  foi publicado na 6ª feira: exclui o dia do começo, e começa a contar no 1º dia útil. Logo, começa a contar na 2ª, e vence o prazo na outra sexta. Na 2ª não há publicação no Estado de Minas Gerais. É feita a publicação no Sábado. Quando é publicado no sábado, começa a contar o prazo, a partir da 3ª. Isso, devido à Súmula 262 do TST, que diz:
I-                   “Intimada ou notificada a parte sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato, e a contagem, no subsequente.”
Logo, publicou no Sábado, o 1º dia útil é 2ª. Logo, o primeiro dia útil subsequente, quando se inicial a contagem do prazo, é 3ª.
Se na 3ª fosse feriado, começaria a contar 4ª. Não se pode começar a contar em Sábado, Domingo e Feriado, e nem acabar nesses dias. Mas, se o sábado, o domingo ou o feriado estiver no meio da contagem, o prazo é contado direto.
Publica na 5ª, começa a contar na 6ª e vence na 3ª.
Existem duas situações que paralisam a contagem dos prazos:
Suspensão e interrupção dos prazos:
Suspensão: é a paralisação da contagem dos prazos que será retomada a contagem do momento que parou. Cessada a paralisação, a contagem vai continuar. Começou a contar: um, dois, três, suspendeu, recomeça  a contar: quatro, cinco, seis etc. O recesso da Justiça do trabalho SUSPENDE a contagem do prazo. Após o fim do recesso, retoma-se o prazo, de onde parou. Ressalte-se que durante o recesso, a secretaria da Justiça do Trabalho continua funcionando. Portanto, se quiser protocolizar algum documento (distribuir uma ação, por exemplo), não há obstáculo. Mas, o prazo só recomeçará a ser contado, após o recesso.
Interrupção: o prazo inicia novamente. Interrompe-se o prazo, recomeça a contagem (zera a contagem). A oposição de Embargos Declaratórios interrompe o prazo para  interposição do Recurso Ordinário. Publicou a sentença. Temos oito dias para recorrer (Recurso Ordinário). Se no quinto dia opusemos Embargos Declaratórios, quando foi publicada a decisão dos embargos, não vamos continuar contando, seis, sete e oito. Vamos reiniciar o prazo, do início: um, dois, três etc.
Nulidades Processuais
Artigos 794 a 798 da CLT:
Conceituação: Princípios que informam a nulidade. Nulidade é vício ou defeito dos atos processuais. Para que  ocorra um vício ou defeito dos atos processuais, algum requisitode validade desse ato processual, vai se perder. Os requisitos exigidos para que o ato seja válido são: Capacidade do sujeito: objeto lícito e possível: manifestação livre de vontade; forma prescrita ou não defesa em lei. O vício vai se dar  pela ausência, fuga ou  desobediência de algum desses elementos. Ausente qualquer um desses, o ato se torna viciado. A nulidade, o vício gera o prejuízo para o outro.
Classificação segundo Rodrigues Pinto:
Irregularidades: Meras irregularidades, vícios que têm leve deformação, podendo ser facilmente corrigidos (deformação pequena que não gera grandes efeitos no processo. Exemplo: quando você se equivoca na data de admissão do reclamante é um vício pequeno que pode ser corrigido, não vai gerar prejuízo para a parte contrária).
Atos inexistentes: não geram efeito. Exemplo: contestação sem assinar. Sentença sem assinatura do juiz.
Nulidades: são  os vícios com a deformidade grande, sendo necessária a interveniência, para que a nulidade seja sanada.
Bezerra Leite chama o vício de irregularidade:
1)     Irregularidade sem consequência: pequenos erros materiais que podem ser sanados. Um equívoco na contestação, que não gere muita consequência.
2)     Irregularidades que geram sanção extraprocessual: Exemplo: advogado retirar o processo no fórum, permanecendo com o mesmo por mais tempo do que o permitido. É o chamado “embargo de gaveta”. Visando enrolar o processo, protelar o tempo, ele fica com o processo até ser intimado para devolver os autos, mediante busca e apreensão. Se ele não devolve ou o juiz percebe que ele está protelando o feito maliciosamente, o juiz pode tomar providência extraprocessual, que é oficiar a OAB para que sejam tomadas providências administrativas contra o advogado. Gera sanção extraprocessual.
Outro exemplo: juiz demorando a proferir sentença. Pode-se buscar auxilio à Corregedoria de Justiça. Ambos os exemplos apresentados geram efeitos para fora do processo: punição para o advogado e punição para o juiz.
3)     Irregularidade que gera ato inexistente: não gera efeito. Exemplo: contestação sem assinar. Sentença sem assinatura do juiz, recurso sem assinatura.
4)     Irregularidade que gera nulidade: é o vício com a deformidade grande, sendo necessária interveniência da norma, para que a nulidade seja sanada. Dependendo da nulidade, só pode ser suscitada pela parte, e dependendo da extensão dela, pode ser até declarada de oficio. Isso vai depender da natureza da nulidade. Nulidade relativa só a prova pode fazer. Já a absoluta, o juiz pode declarar de oficio.
Saneamento dos vícios: Dependendo da extensão, o vício pode ser saneado das seguintes maneiras:
1)      Ignorado;
2)      gerar sanção extraprocessual;
3)      ser objeto de correção (pode ser corrigido);
4)      invalidado.
Exemplo de invalidação: quando você alega a nulidade da sentença, dizendo que o juiz não quis ouvir uma testemunha. Você arguiu a preliminar do recuso, arguiu a nulidade da sentença, por cerceio de defesa (porque aquela testemunha seria indispensável para sua prova). A sentença será anulada. Aquele ato processual (a sentença) será nulo, e por consequência, haverá a invalidação do ato, sendo necessária a oitiva da testemunha, e sendo proferida nova sentença.
Outras considerações: Princípios das Nulidades: O sistema de nulidades do Processo do Trabalho é regido por alguns princípios estampados na norma. Um não está na CLT (Princípio da Instrumentalidade artigos 154, 244 do CPC), os outros, estão na CLT (artigos 794 a 798).
1)     Princípio do Prejuízo ou da Transcendência: (artigo 794 CLT): A declaração de nulidade só vai ser viável se gerar manifesto prejuízo (de ordem processual, dentro do processo; não de ordem material) às partes litigantes. Esse ato gera um efeito maléfico para uma das partes. É um ato passível de nulidade.
2)     Princípio da Convalidação ou Preclusão: (artigo 795): O disposto neste artigo serve para as nulidades relativas. A parte tem que arguir a nulidade na primeira oportunidade. Porque o § 1º nos diz: “Deverá, entretanto, ser declarada ex officio, a nulidade fundada em incompetência de foro (aquele no que tange à matéria ou à pessoa; ou seja, incompetência da Justiça do Trabalho). Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios”.
Incompetência absoluta, o juiz pode declarar de officio. Já a incompetência relativa, deverá ser suscitada pela parte, na primeira oportunidade. Se a nulidade relativa não for suscitada na primeira oportunidade, aquele ato estará convalidado. Por exemplo: a exceção de incompetência em razão do lugar. Tem que ser arguido na primeira oportunidade. Caso não o seja, o direito é precluso, aquele juízo fica prevento (fica prorrogada a competência para aquele juízo), e ele vai apreciar o processo até o final, e a parte não pode mais se insurgir alegando a incompetência.
O parágrafo 2º nos diz: “O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão”.
3)     Princípio da Economia Processual (artigo 796, alínea “a” CLT): A nulidade não será pronunciada quando for possível suprimir-se a falta ou repetir-se o ato. Exemplo: o sujeito é citado no endereço errado, mas fica sabendo da ação movida contra ele, comparece à audiência na data e hora marcadas, e apresenta sua defesa. Se ele compareceu à audiência, não há que se falar em nulidade.
4)     Princípio do Interesse (artigo 796. Alínea “b” CLT): A nulidade não será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa. Ou seja, eu não posso usar a meu favor uma irregularidade, uma prática, que eu provoquei. Não posso arguir a meu favor, nulidade que eu dei causa.
5)     Princípio da Utilidade (artigo 798 CLT): a nulidade do ato não prejudicará os posteriores que dele dependam, ou sejam, consequências.
6)     O artigo 797 da CLT é uma complementação do artigo 798 da CLT, assim, trata do Princípio da Utilidade: O juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade declara os atos a que ele se estende, para que vai servir aquela nulidade, preservando aquilo que foi feito de forma correta.  No processo do trabalho, o prazo para interpor recurso e/ou contra razões, é de oito dias.

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