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1 à 10 Coluna Cervical Anatomia e Testes específicos Niterói 2017 Coluna Cervical Anatomia e Testes específicos Cinésiologia e Propedêutica Fisioterapêutica I Prof ª Elisabete Mendes Alunas: Elissa Farias Julia Packness Nathália Araújo Thaissa Diniz Niterói 2017 Sumário 1__________________________ 2_________________________ 3_________________________ 1.1 Introdução a Anatomia das Vertebras Cervicais A coluna vertebral cervical, é formada por um corpo e 7 processos. Em cada um desses grupos, a forma e o tamanho dos ossos são diferentes uns dos outros. Uma vértebra cervical típica é pequena e tem um grande furo no centro. Os processos transversos estão na parte lateral, cada um deles tem um furo chamado forame transversais, onde passa a artéria e a veia vertebral. A 7° vértebra cervical é chamada proeminente, não tem um forame para a artéria cervical e tem o processo espinhoso muito longo e para fora. Figura 1: Anatomia Cervical, Plano Transversal Fonte: fisioterapiaparatodos.com As vértebras cervicais têm características peculiares, a primeira é chamada Atlas e a segunda Áxis. O Atlas não tem um corpo, mas possui dois arcos, um normal e outro onde se encontra o corpo, eles são chamados arco anterior e posterior. Nessa vértebra falta o processo espinhoso. No Atlas, existe um grande forame vertebral preenchido parcialmente pela articulação vertebral com a segunda vértebra. A segunda vértebra é chamada áxis, acima do corpo tem uma proeminência chamada Dente (Processo Odontóide). O áxis apresenta o início de um processo espinhoso bífido. Figura 2: Primeira e Segunda Vértebras Cervicais, Atlas e Áxis. Fonte: fisioterapiaparatodos.com O dente do Áxis (processo odontóide), é muito longo, acima do Atlas e chega ao nível do grande forame occipital. Em movimentos violentos, se fraturado, pode afetar a medula espinhal e pode causar a morte. A coluna vertebral se conecta à base do crânio através do Atlas, a nível das facetas articulares, em ambos os lados do grande forame do osso occipital. A articulação é chamada Atlo-occipital e só permite movimentos de flexão-extensão. O movimento rotacional da cabeça é a nível da articulação entre o Atlas e o Áxis. A nível cervical a mobilidade é maior do que as outras partes, na verdade aqui os movimentos podem conseguir: • Flexão de 50° • Extensão de 45° • Inclinação lateral de 45° • Rotação de 65° Figura 3: Movimentos da Coluna Cervical Fonte: slideshare/nathafisioterapia 2.1 Introdução Testes Específicos A região cervical é um dos locais mais acometidos por dores de origem muscular, devido às tensões do dia-a-dia, mas a dor também poderá ter origem em algumas estruturas ósseas. A artrose dos processos uncinados, muito comum nessa região, acomete preferencialmente indivíduo na faixa etária acima dos 40 anos e merece uma correta avaliação para descartar outras patologias nessa região, tais como: hérnias discais, torcicolos, espasmos, presença de “trigger points” (pontos dolorosos que irradiam a dor para outras regiões) e contraturas musculares, principalmente do trapézio e músculos profundos do pescoço. Abaixo apresentamos os principais testes especiais dessa região: Teste de Valsalva Posição do paciente: Peça ao paciente para reproduzir uma ação de forçar uma evacuação ou tossir. Essa ação poderá desencadear uma reação dolorosa. Descrição do teste: O terapeuta simplesmente no momento da anamnese poderá questionar o paciente se a dor é exacerbada no momento da defecação ou em episódios de tosse. Sinais e sintomas: o paciente refere dor irradiada ou não para os membros inferiores, o que será indicativo de uma possível compressão radicular e um aumento na pressão intratecal comprometendo as raízes nervosas. Teste de compressão de Apley Posição do paciente: Sentado em uma cadeira com o tronco reto e olhar fixo no horizonte. Descrição do teste: O Teste de Compressão de Apley ou simplesmente teste de Apley serve para evidenciar a presença de uma possível compressão radicular por hérnia discal, geralmente afetando as raízes de C5-C6-C7. O profissional deverá estar atrás do paciente com os dedos da mão entrelaçados e exercer uma força contínua para baixo e perguntar ao paciente se ele está sentindo algum desconforto. Figura 4: Demonstração do teste de Compressão de Apley Fonte: Vida Boa, Blogspot Sinais e sintomas: O paciente poderá relatar, no momento do teste, uma dor que irradia para algum membro ou a dor poderá estar situada na região central da nuca. No primeiro caso, há um indício de positividade para o quadro de compressão radicular, com irradiação para o dermátomo correspondente. No segundo caso a dor poderá ser uma manifestação de compressão dos processos uncinados (artrose), sendo relatado pelo paciente como uma dor do tipo “fincada”. Sempre deveremos levar em consideração a idade do paciente nesse caso e a anamnese completa. Teste de distração de Apley Posição do paciente: idem ao teste anterior Descrição do teste: No teste de distração de Apley, o terapeuta se posiciona por trás do paciente e com uma das mãos na região do queixo e outra na região do occipto. O terapeuta realiza uma tração sustentada por no mínimo 5 segundos e questiona o paciente se ele sente alívio dos sintomas manifestados durante o teste da compressão. Esse teste serve como uma contraprova de positividade, ou seja, em caso de manifestação positiva de dor no teste de compressão, o paciente refere alívio dos sintomas durante a tração. Isso causa um aumento nos diâmetros dos forames intervertebrais a nível cervical. Figura 5: Demonstração do teste de Distração de Apley Fonte: Concursos e Fisioterapia Sinais e sintomas: Durante a tração, o terapeuta deverá ficar atento a alguma manifestação de dor do paciente. Em caso afirmativo, relacionar com algum distúrbio ligamentar (rotura) por causa de algum trauma direto ou efeito "chicote”, muito comum em acidentes de trânsito. Caso o paciente manifeste alívio dos sintomas, correlacionar com compressão radicular, já relatado. Teste de Spurling Posição do paciente: sentado com a cabeça inclinada. Descrição do teste: O terapeuta, por trás do paciente, exerce uma pressão contínua no topo da cabeça do paciente no sentido axial em torno de 15 segundos. O paciente permanece com a coluna cervical na posição de extensão e rotação para um dos lados a serem testados. O teste é considerado positivo quando os sintomas são reproduzidos ou exacerbados pormeio da compressão. Dores inespecíficas podem ser consequentes ao aumento de pressão das superfícies articulares das vértebras (uncoartroses) ou devido a espasmos musculares. Figura 6: Demonstração do Teste de Spurling Fonte: Semiologiasobral Sinais e sintomas: nesse teste o paciente poderá manifestar dor irradiada para o membro superior do lado da inclinação da cabeça, o que será um indício de compressão radicular e sofrimento neural. Realizar esse teste com inclinação tanto para o lado direito como para o lado esquerdo e observar a reação do paciente. Teste de Lhermitte Posição do paciente: o paciente deverá estar sentado sobre uma maca com os membros inferiores estendidos. Descrição do teste: O terapeuta deverá ficar atrás do paciente, com uma das mãos ele auxilia o paciente a realizar uma flexão da cervical e com a outra mão flexiona o tronco do paciente. Neste momento observar a reação do paciente durante a ação. Figura 7: Demonstração do Teste de Lhermitte Fonte: Pictame Sinais e sintomas: Em pacientes portadores de Esclerose Múltipla esse teste poderá provocar uma reação semelhante a um “arrepio” e desconforto do tipo parestesia. Em pacientes com suspeita de meningite a manobra de Lhermitte poderá provocar uma forte dor do tipo “ardência ou agulhada”. Também nesse teste fique atento a reação de proteção neural que todos os pacientes manifestam que é o de flexão dos joelhos, a fim de minimizar o estiramento neural provocado pela flexão da coluna. Teste da artéria Vértebro-basilar ou teste de Dekleyn Posição do paciente: Em supino, com a cabeça pendendo para fora da maca, membros inferiores estendidos, e olhos abertos. Descrição do teste: O terapeuta deverá se posicionar junto à maca, segurando a cabeça do paciente em extensão e inclinando-a e rodando-a para um dos lados por no mínimo 30 segundos. Nesse momento, o terapeuta deverá questionar ao paciente quanto ao aparecimento de vertigem, visão “embaralhada”, ou sensação de vômito ou enjoo, o que será indicativo de diminuição da patência das artérias vertebrais que atravessam os forames vertebrais na região da cervical e ascendem até a cabeça. Figura 8: Demonstração do Teste de artéria Vértebro-basilar ou teste de Dekleyn Fonte: Youtube, Estágio Integrado Sinais e sintomas: o paciente poderá no momento do teste, manifestar tontura, mal-estar, sensação de cabeça vazia, enjoo, nistagmo (por isso é importante manter os olhos abertos do paciente). Quando o terapeuta roda e inclina a cervical para o lado direito, a artéria vertebral do lado esquerdo estará sendo testada e quando rodar para a esquerda, a artéria vertebral do lado direito estará sendo testada. Teste de Soto-hall Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal em uma maca. Descrição do teste: O terapeuta deverá instruir o paciente para realizar, em um primeiro momento, a flexão da cervical de forma ativa. Logo em seguida, o terapeuta com a palma da mão espalmada sobre o osso esterno empurra-o para baixo, enquanto que a outra mão exerce uma força contrária e de forma passiva sob a região occipital. Figura 9: Demonstração do teste de Soto-hall Fonte: Vida Boa, Blogspot Sinais e sintomas: Esse teste poderá revelar uma doença óssea ou ligamentar na região cervical enquanto o terapeuta estiver exercendo a força de cisalhamento. Se caso o paciente referir dor somente no primeiro momento do teste, quando realizou a flexão ativa da cervical, o quadro poderá ser de contratura ou espasmo do músculo trapézio. Bibliografia portaleducacao.com.br Vidaboa11.blogspot.com.br https://www.youtube.com/watch?v=d1ob-m1bN7A http://www.pictame.com/user/medicina01/3121592131 semiologiasobral.wordpress.com/2015/06/29/teste-de-spurling-e-manobra-de-distracao/ fisioterapiaparatodos.com slideshare/nathafisioterapia
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