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Cap. 1 Introducao a Embriologia

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INTRODUÇÃO
À
EMBRIOLOGIA
odesenvolvimentohumanocomeçaquandoumovócito
(óvulo)demulheré fertilizadoporumespermatozóidedeho-
mem,e envolvemuitasmudançasquetransformamumaúnica
célula,o zigoto(óvulofertilizado),emumserhumanomultice-
lular.A maioriadasmudançasdo desenvolvimentoocorrean-
tesdonascimento(i.e.,duranteo períodoembrionárioeperío-
dofetalinicial),mastransfórmaçõesimportantestambémacon-
tecemduranteperíodosposterioresdo desenvolvimento:o pe-
ríodo perinatal,a primeirainfância, infância,adolescênciae
idadeadulta.
A embriologiahumanaéaciênciaqueestudaaorigeme
o desenvolvimentodeumserhumanodesdeo zigotoatéo nas-
cimentodeumbebê.
FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
o desenvolvimentopodeserdividido nosperíodospré-
natal(antesdonascimento)epós-natal(depoisdonascimento),
maséimportantecompreenderqueo desenvolvimentohumano
constituiumprocessocontínuoqueseinicianafertilização(con-
cepção).O nascimentoé umeventodramáticoaolongodode-
senvolvimentoe mudançasimportantesocorremapóso nasci-
mento(p.ex.,nosdentesenasmamasdamulher).A maioriadas
mudançasjá terminouporvoltados25anosdeidade.
- As fasesdodesenvolvimentoqueocorremantesdonasci-
mentoestãoilustradasnosQuadrosdo DesenvolvimentoTem-
poral Pré-natalHumano(Figs. 1.1e 1.2).A listaquesesegue
explicaostermosusadosnestastabelaseemdiscussõesdosse-
reshumanosem.desenvolvimentoduranteo períodopré-natal.
ZIGOTO. Estacélula,formadapelauniãodeumovócitoe
um espermatozóide,representao início de umser humano.A
expressãodeusocomum"óvulofertilizado"refere-seaozigoto.
CUVAGEM. A divisãoouclivagemdo zigotopor mitose1
formacélulas-filhaschamadasblastômeros.Essascélulasvão
ficandomenoresacadadivisãocelularsucessiva.
MÓRULA. Quando12oumaisblastômerosseformaram,a
boladecélulasresultantedaclivagemdozigotoéchamadamó-
rula,porquefazlembrarumaamora(dolatimmorus,amora).O
estádiodamórulaéatingidotrêsdiasapósafertilização,quando
o serhumanoemformaçãoestáparapenetrarnoútero,vindoda
trompauterina.
BLASTOCISTO. Depoisdamórulahaverpassadodatrompa
uterinaparao útero,forma-seumacavidadeconhecidacomoca:
vidadeblastocística.Istoconverteamórulaemumblastocisto.
EMBRIÃO. As célulasdo blastocistoquedãoorigemao
embriãoformamamassacelularinterna,freqüentementereferi-
dacomoembrioblasto(dogregoblastos,germe).O termoem-
briãogeralmentenãoéusadoantesdocomeçodaterceirasema-
na.O veríodoembrionárioestende-sedaterceirasemanaatéo
fim daoitavasemana,quandoosprimórdiosdetodasasprinci-
paisestruturasjá estãopresentes,bemcomoascaracterísticasque
marcamoembriãocomotendoumaspectodistintamentehumano.
ÇONCEPTO,_Este nomeindicao embriãoe suasmembra-
nas,i.e.,osprodutosdaconcepçãooufertilização.O termore-
fere-sea todasasestruturasquesedesenvolvema partirdozi-
goto,tantoembrionáriasquantoextra-embrionárias;assim,in-
clui oembriãoesuasmembranasassociadas- p.ex.,o âmnioe
o sacocoriônico(verCapo8).
FETO, Terminadoo períodoembrionário(oitosemanàs),
o serhumanoemdesenvolvimentopassaaserchamadodefeto.
'Método de divisãode uma célulapor meio do qual duascélulas-filhasrecebemcomple-
mentoscromossômicosidênticos.Para maioresdetalhesdesteprocesso,verThompsomet
ai. (1991).
I\)
Z-I
:IJ
Ooc
-o».
O
»,
m
~
([J
:IJ
Or
O
G)
»
~ovulação ~,
. '/: :'fY!}
.:",::~'.(:?~~....
.<,".•• ", •
• ':':. ~'I•~ : . " ... . ...
. ,.. " .
FASE PROLlFERATIVA
Estádio 4
O'OCiO
blastocisto final
C)
5Começa o
estádio 3
Circulação
I placentária
primitiva
estabelecida
blastocisto inicial
4
11
CONTINUAÇÃO DA FASE PROLlFERATIVA
FASE SECRETORA DO CICLO MENSTRUAL
mórula
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO FOLíCULO OVARIANO
epitélio recobre falha na superfície
Blastocisto
completamente
implantado
3
TÉRMINO DO DESENVOLVIMENTO DO FOLÍCULO
QUADRO DO DESENVOLVIMENTO TEMPORAL PRÉ-NA TAL HUMANO
1a6semanas
•.:.:::.::::.::'..:•.-::' ..•.....::" " .' .. ,. ":,~'.::;,?;:..'::'
o zigoto se divide
saco vitelino primitivo
21 Começa o
estádio 2
Estádio 1
fertilização
disco bilaminar
•:..:•...:',~...~:\,::::<::·;X·::.......
1.' dia da última menstruação
2
IDADE
(semanas)
~,
Z-I
:D
Oo
C
<J»,
O
»-
m
;s::
[lJ
:D
Or
O
(j)
);;
w
I
I
sulco neural
CR: 4,0 mm
CR: 13,0 mm
somito
Tubos endocárdicos
começam a se fundir
281Começa o estádio
13
35
vesículas
encefálicas
visíveis
Presença das
placas dos pés
Cabeça muito maior
do que o ,tronco
4 pares de
arcos branquiais
Presença dos brotos
dos membros
superiores
e inferiores
CR (crown-rump) =
comprimento
cefalocaudal
201 Começa o estádio 121
g,(; ~"\encéfalo lI! \\
~·~·f!'[!
I I I
sulco -'b ~-\..
neural %1,somito / ~\d))\:,,_........••
Início do desenvol-
vimento da tireóide
27
34
Sulcos digitais e
saliências das
orelhas distintas
Palato em
desenvolvimento
40
/1CR: 10,0 mm
Fossetas ópticas
e cálices ópticos
já formados
Placas das mãos
(em forma de remo)
3 pares de
arcos branquiais
321 Estádio 14
181Começa o estádio 8119
Lábio superior
formado
(1f'~~(1
311olho em desenvol-
&ll
f""~nasa\a I
boca primitiva
38
Fossetas ópticas,
cálice óptico,
fossetas nasais
em formaçãoICR: 5,0 mm
Coração
começa
a bater
Confluência das
cavidades oral e nasal
121 ~Começa o estádio 7117
primeira menstruação
não ocorrida
5
6
4
3
l'IU. '1.'1I)o!lOl1volvlmentode umfoi ículo ovariano mostrando primeiro um ovócito, ovulação e as fases do ciclo menstrual. O desenvolvimento humano começa com a fertilização,cerca de 14 dias
illl)11II 111/1110\111!'llIlmomonstruação. Também são mostradas a segmentação do zigoto na tuba uterina,a implantação do blastocisto e a formação inicial do embrião. São ilustradas as caracte-
,1111101111pllllOlp"11Irlnl1rnnonrio desenvolvimento dos embriões humanos. Para uma"tliscussão completa do desenvolvimento embrionário, ver Capo 6. O estudante não precisa fazer nenhuma
iilllll\IIVIl 1111111lllililll11I/!II' ooono l'Qbolosou detalhes das fases.
, -- ,,
.j::o
z
-{
JJoo
C
<)».o
»,
m
s:::
OJ
JJ
Ôr
O
G)
»
CR: 50,0 mm
Tronco se
alonga e
endireita
Primórdios de
todas as
estruturas
essenciais
externas e
internas estão
presentes
481Começa o estádio
19
62
69Jgla~ded07ô'"
Pênls~:I'sulco "
uretral /(, I', 'esc roto/' \.~'
~ y. ..jU ~~:.I
Genitália mostra
fusão das
pregas uretrais
Sulco uretral se
estende para
dentro do pênis
61
471 tubérculo genital
.(~"
membrana w'" ",
urogenital !'" ' " :,
membrana ',: "
anal " "
90u cf
541Começa o estádio 155
22
tUbérCUIOj
genital ~:,/' '\
sulco: '
uretral \ ./
'\."~,;
ânus ;:i"
90u 0'--
68---'
Genitália apresenta
características
~ ou d'
mas ainda não
está completamente
formada
Genitália
externa
ainda assexuada,
mas com
início de
diferenciação
67
~ clitóris ')i;,
lábiO~~
menor "
sulco }
urogenital A: ,,;,/lábio /' 'r
, n-;maior ~ ',~"
60
Saliência do
nariz distinta
Perda de vilosidades
Forma-se o
CR: 17,0 mm .i córion liso
Começa o estádio 53 Estádio 21
2
Sulcos digitais
aparecem nas
placas dos pés
Face tem
aparência humana
falo
Genitália ~
exibe algumas pre.ga"
características,~ urogenltal "'
mas ainda prega :
facilmente confundida labioescrotal~ ,,:
com d ,".,:, ~
penneo ----ri,;
9 ',j
45
~
~)
QUADRO DO DESENVOLVIMENTO TEMPORAL PRÉ-NATAL HUMANO
7a 38semanas
Membrana
urogenital em
degeneração
Testículos e
ovários
distingufveisDedos distintos
Membros superiores
mais compridos
e flexionados
nos cotovelos
CR: 16,0 mm
50
57
7
8
Início
9
I do
períodofetal
641
~
Face apresenta
perfil humano
Notar o
crescimento10
Ido queixo
comparadoao dia 44
IDADE
(semanas)
~
Fig. 1.2 O período embrionário terminaao final da oitava semana. Neste momento estão presentes os primórdios de todas as estruturas essenciais. O período fetal, que se estende da nona
semana até o nascimento, é caracterizado pelo crescimento e elaboração das estruturas. O sexo é claramente distinguível com 12 semanas. Os fetos de nove a 38 semanas são mostrados com
cerca de metade do tamanho real. Para maiores informações sobre o desenvolvimento fetal, ver Capo 7.
9 12 16 20 24
o Período Fetal
28 32 36 38 A TERMO
Z-I
JJ
Ooc
-o»,
O
.».
m
s:::
OJ
JJ
Or
O
(j):;
C1l
1-
6 INTRODUÇÃO À EMBRIOLOGIA.
Duranteoperíodofetal(danonasemanaatéonascimento)ocorre
a diferenciaçãoe o crescimentodostecidose órgãosformados
duranteo períodoembrionário.Emboraasmudançasdodesen-
volvimentonãosejamtãodramáticasquantoaquelasqueocor-
remnoperíodoembrionário,sãoaindadegrandeimportância,
poispermitemqueostecidoseórgãosentrememfuncionamen-
to.A velocidadedecrescimentocorporalénotável,especialmente
aolongodo terceiroequartomeses,e o ganhodopesoéfeno-
menalduranteosmesesfinais.
PRIMÓRDIO (lat.primus,primeiro,maisordior,começar).
Estetermorefere-seaoprimeirotraçoouindicaçãodeumórgão
ouestrutura,istoé,seuestádiodedesenvolvimentomaispreco-
ce.Por exemplo,o primórdiodomembrosuperioraparecepor
voltadovigésimosextodia (verFig. 1.1).
TRIMESTRE. É o períododetrêsmeses.Os obstetrascos-
tumamdividirosnovemesesdotempodegestação(estádiosdo
desenvolvimentointra-uterino)emtrêstrimestres.Os períodos
maiscríticosdo desenvolvimentoocorremduranteo primeiro
trimestre.
ABORTAMENTO (dolatimabortu).Estenomerefere-seao
nascimentodeumembriãoou deumfetoantesquesejaviável
(maduroo suficienteparasobreviverforadoútero).A ameaça
deabortamentoéumacomplicaçãocomumemcercade25%das
gravidezes.Apesardetodososesforçosparaimpedirqueacon-
teça,cercademetadedessasgestaçõesterminaemaborto.Todo
términodegravidezqueocorre"antesde20semanasé chamado
abortamento(ouaborto).
Cercade15%doscasosdegravidezidentificadaterminam
emabortosespontâneos(i.e.,abortamentosqueacontecemna-
turalmente),emgeralnasprimeiras12semanas.Os abortosin-
duzidoslegalmente,por regrachamadosab0110seletims.são
efetuadosgeralmentepor curetagem'desucção(remoçãodo
embriãoe suasmembranasparaforado úteropor sucção).Al-
gunsabortamentossãoinduzidosporcausadafracasaúdema-
ternaouportratar-sedeumembriãogravementemalformado(por
exemplo,umembriãosemamaiorpartedocérebro).Um abor-
toretidoindicaaretençãodeumconceptonoúteroapósamorte
doembriãooufeto.
ABORTO. O termoabrangequalquerprodutoou produ-
tosdeumabortamento,i.e.,o embrião/fetoe suasmembranas
associadas,comoo âmnioe o sacocoriônico.Um embriãoou
fetoinviávele suasmembranaspesandomenosde500g temo'
nomedeaborto,máscomumenteindicamumembriãooufeto
abortado.
MISCARRIAGE*. Estapalavraé usadaparareferir-seà in-
terrupçãodagravidezduranteseusestádiosposteriores,i.e., à
expulsãoespontâneadosprodutosdaconcepçãoapósavigési-
masemana.Nas descriçõesmédicas,é comumo usodo termo
nascimentoprematuroparaaexpulsãodeumfetomaduro.
IMPORTÂNCIA DA EMBRIOLOGIA
oestudodosestádiospré-nataisdodesenvolvimento,es-
pecialmenteaquelesqueocorremduranteo períodoembrioná-
rio, ajudacnosacompreenderasrelaçõesnormaisdasestruturas
do corpoadultoe ascausasdemalformaçõescongênitas.Em
outraspalavras,aembriologiailuminaaanatomiaeexplicacomo
sedesenvolvemasanormalidades.
* Não existetermoequivalenteemportuguês.(N. do T.)
O embriãoévulnerávelnoperíodoentreaterceiraeaoi-
tavasemanaagrandesdosesderadiação,avíruse acertasdro-
gas(verCapo9). O conhecimentodosmédicossobreo desen-
volvimentonormale as causasdasmalformaçõescongênitas
ajudamapropiciaraoembriãoasmelhoreschancespossíveispara
quesedesenvolvanormalmente.Grandepartedamodernaprá-
ticaobstétricaenvolveo quepodeserchamadoembriologiaclí-
nica ouaplicada.
A importânciadaembriologiaéóbviaparaopediatrapor-
quealgunsdosseuspacientessofremdedistúrbiosresultantes
deum maudesenyolvimento- p. ex.,spinabifida e doença
cardíacacongê;:úraOs avançosdacirurgia,sobretudonafaixa
etáriapediáfficatomaramo conhecimentodaevoluçãodo ser
humanoclini~c:a.~emaisimportante.A compreensãodamaio- .
ria dasmakoI11lêÇÕeScongênitas(p.ex.,fendapalatinaedefei-
toscardíacosapóia-senaconsciênciadodesenvolvimentonor-
maledosdes\"iosqueocorrem.
PONTOS HISTÓRICOS IMPORTANTES
Sepude enxergarmais longe.foi porque subi nosombrosde
Üwntes,
Sir IsaacNewton,matemáticoinglês,1643-1727.
Estadeclaração,feitahá300anos,enfatizaquecadanovo
estudodeumproblemarepousasobreumabasedeconhecimen-
[O estabelecidaporestudiososanteriores.Cadaépocadáexpli-
açõesde acordocomo conhecimentoe experiênciado povo,
porissodeveríamossentir-nosgratosporsuasidéiasenãojulgá-
Iasridículasouconsiderarasnossascomodefinitivas.
Um brevetratadosânscritosobreembriologiahinduanti-
gafoi escrito,acredita-se,em 1416a.c. Essetextosagradodos
hindus,chamadoGarbhaUpanishad,descreveasidéiasantigas
relativasaoembrião.Neleseafirma:"O embriãoresultadacon-
jugaçãodo sanguecomo sêmen.Duranteo períodofavorável
paraa concepção,depoisda relaçãosexual,(ele)toma-seum
\
\
Fig. 1.3 Reprodução de um desenho de Leonardo da Vinci (século XV
d.e.), mostrando um feto num útero que sofreu incisão e foi aberto.
INTRODUÇÃO À =-:.:3=;c::....J;-=--
lente
Fig. 1.5 Cópia do desenho de um espermatozóide feito por Hartsoeker.
Imaginava-se que o ser humanoem miniaturaemseu interiorcrescia após
penetrar em um óvulo. Outros embriologistasdo século XVII acreditavam
e o ovócito continha um ser humano em miniatura,o qual aumentava
ando estimulado por um espermatozóide.
tosporConstantinoAfricanoduranteoséculoXI. No séculoXV,
Leonardo da Vinci fezdesenhosprecisosdedissecçõesdeúte-
rosgrávidose membranasfetaisassociadas(Fig. 1.3).
Em 1651Harveyestudouembriõesdegalinhacomlentes
simplesefezobservaçõessobreacirculaçãodosangue.Ele acre-
ditavaque,depoisdeentrarnoútero,o espermatozóideassumia
aformadeumovo,queentãosetransformavaemembrião.Os
primeirosmicroscópioseramprecários(Fig. IA), masabriram
um novo campode observação.Em 1672de Graaf observou
pequenascâmaras(semdúvidao quehojechamamosblastocis-
tos)noúterodecoelhaeconcluiuquevieramdeórgãosqueele
denominouovários.
Malpighi, em1675,estudandooqueacreditavaseremovos
degalinhanãofecundados,observouembrIõesemfaseinicial.
Comoresultado,supôsqueosovoscontinhamgalinhasemmi-
niatura.A despeitodisso, suasobservaçõessobreo pinto em
formaçãoerammuitoboas.
Em 1677,Hamm eLeeuwenhoek,usandoummicroscó-
pio aperfeiçoado,observarampelaprimeiravezumespermato-
zóidehumano,masaindanãoentendiamo seupapelna fertili-
zaçãoe acreditavamqueo espermatozóidecontivesseum ser
humanoemminiatura(Fig. 1.5).
Em 1775,Spallanzanidemonstrouqueoóvuloeoesper-
matozóideeramambosnecessáriosparao início deum novo
indivíduo.De seusexperimentos,eleconcluiusero espermato-
zóideo agentefecundadorqueiniciavao desenvolvimento.
Grandesavançosforamfeitosno campodaembriologia
quandoa teoriacelularfoi estabelecida,em 1839,por Schlei-
den e Schwann. O conceitode queo corpoeracompostode
célulase deprodutoscelularesnãotardoua levaràcompreen-
sãodequeo embriãodesenvolvia-sedeumaúnicacélula,cha-
madazigoto.Elesdescobriramedemonstraramanaturezacelu-
lardostecidos.Um grandeprogressonacompreensãododesen-
knladn embriãodeumdia).Depoisdesubsistirporsetenoites,
mmsiorma-senumavesícula.Passadasduassemanas,passaaser
umamassafirme.Após doismeses,acabeçaestáformada.De-
corridostrêsmeses,aparecearegiãodosmembros."Emboraas
datasdosurgimentodasestruturasnãosejamprecisas,aseqüên-
ciaestácorreta.
Osgregosderammuitascontribuiçõesimportantesparaa
ciênciadaembriologia(Persaud,1984;Dunston,1990).Ospri-
meirosestudosembriológicosregistradosestãoemumli\TOde
Hipócrates,famosomédicogregodo séculoV a.c. No século
IV a.C.,Aristótelesescreveuoprimeirorelatoconhecidosobre
embriologia,no qualdescreveo desenvolvimentodepintose
outrosembriões.Galeno(séculoII d.C.)escreveuumlivro imi-
tuladoSobreaformaçãodofeto,ondedescreveuodesenvoh-i-
mentoe anutriçãodosfetos.
O avançodaciênciafoimaislentonaIdadeMédia,emcujo
períodoparecenãoterhavidonenhumainvestigaçãoembrioló-
gica,masécitadonoAlcorão(séculoVII d.C.),o livro sagrado
dosmuçulmanos,queossereshumanossãoproduzidosapartir
deumamisturadesecreçõesdohomemedamulher.Sãofeitas
váriasreferênciasàcriaçãodoserhumanoapartirdeumanHfta
(pequenagota),etambémé sugeridoqueo organismoresultan-
teseestabelecenamulhercomoumasemente,seisdiasapóso
seuinício. (O blastocistohumanocomeçaaseimplantarno re-
vestimentoouendométriodoúterocercadeseisdiasapósa:er-
tilização.)Tambémháreferênciaaoaspectodesanguessugado
embriãoemfaseinicial. (O embriãode22 a 24diaslembrade
fatoumasanguessuga.)Tambémé dito queo embriãoseasse-
melhaa"umasubstânciamascada",comoumagomaoumadei-
ra. (Os somitosdosembriõesmostradosno Capo6 lembramde
certomodoa.smarcasdedentesnumasubstânciamascada.
A composiçãoeodesenvolvimentoseqüencialdoembrião
emrelaçãoaosplanetase acadamêsdagravidezforamdescri-
~_ 1.4 A, Fotografia de um microscópio de Leeuwenhoek, 1673. a,
ho de vista lateral ilustrandoo seu uso. O objeto era mantidodian-
:c ::.:.Iente na ponta da haste curta, e o arranjo de roscas e parafusos
=:.::. .:.sadopara ajustar o objeto sob a lente. Depois do aperfeiçoamento
-. -- :.nstrumentorudimentar, os embriologistas puderam observar os
- inic'iaisdo desenvolvimento.
8 INTRODUÇÃO À EMBRIOLOGIA
superior
anterior posterior dorsal
caudal
A <1'.
inferior
plano sagital
secção mediana secção transversa (horizontal) secção frontal (coronal)
Fig. 1.6 Desenhos ilustrando termos descritivos de posição, direção e planos do corpo. A, Vista lateral de um adulto em posição anatômica. a,Vista
lateral de um embrião de cinco semanas. C e D, Vistas ventrais de embriões de seis semanas. E, Vista lateral de um embrião de sete semanas.
,'ohimentopré-nataldecorreudousodastécnicasaprimoradas
de fiXação,cortee coloraçãodetecidose dareconstruçãode
embriõesdesenvolvidaspor Wilhelm Ris (1831-1904).Rans
Spemannrecebeuo PrêmioNobelem 1935peladescobertado
fenômenodainduçãoprimária,i.e.,comoumtecidodetermina
o destinodeoutro.
Edwards eSteptoeforamospioneirosnatécnicadafer-
~-ação humanain vitro,quelevouaonascimentodoprimeiro
~-ebêdeproveta"em1978.
Os princípiosda hereditariedadeforamformuladosem
S65porummongeaustríacochamadoMendel, masdurante
:::m-itotempoosbiólogosnãocompreenderamaimportânciades-
·csprincípiosno estudododesenvolvimentodosmamíferos.
Fleming observoucromossomosem1878esugeriuo seu
apelprovávelnafertilização.As primeirasobservaçõessigni-
ficativasdoscromossomoshumanosforamfeitasporvon Wi-
niwarter em 1912.Em 1923,Painter concluiuquehavia48
romossomos.Essenúmerofoi aceitoaté1956,quandoTijo e
Levan relataramadescobertadeapenas46cromossomos.Esse
númeroé hojeaceitouniversalmente.
Avançosrecentesno campodabiologiamolecularleva-
ramàaplicaçãodetécnicassofisticadas(p.ex.,a tecnologiado
DNA recombinante,modelosquiméricos,camundongostransgê-
rncosetc.)parao estudodo desenvolvimentoembrionário(ver
YfooreePersaud[1993]paramaioresinformaçõesereferências).
TERMOS DESCRITIVOS
Em anatomiae embriologiasãoutilizadosváriostermos
deposiçãoe direção,e fazem-sereferênciasa váriosplanosdo
orpoemsecções.Todasasdescriçõesdoadultobaseiam-sena
pressuposiçãodequeo corpoestáereto,comosmembrossupe-
riorespendendodosladose aspalmasdasmãosvoltadasante-
riormente(Fig. 1.6A). A istosedenominaposiçãoanatômica.
Ostermosanteriorouventraleposterioroudorsalsãousa-
dosparadescreverafrenteouapartedetrásdocorpooudosmem-
bros,easrelaçõesdasestruturascorporaisentresi.Nadescrição
deembriÔes,dorsaleventralsãosempreusados(Fig. 1.6B).
INTRODUÇÃO À EMBRIOL
Superioroucranial (cefálico)einferioroucaudalsãousa-
dosparaindicarosníveisrelativosdediferentesestruturas.~.
embriões,cranialecaudalsãoutilizadosparadenotarrelaçõescom
asextremidadesdacabeçaedacauda,respectivamente.As dis-
tânciasdopontodeinserçãodeumaestruturasãodesignadaspro-
ximaloudistal;p.ex.,nomembroinferior,ojoelhoéproxirnalem
relaçãoaotornozeloe o tornozeloédistalemrelaçãoaojoelho.
O plano médioé umplanoverticalquepassapelocentro
docorpo,dividindo-oemmetadesdireitaeesquerda:(Fig. 1.6C).
Os termoslateralemediaI referem-seaestruturassituadasres-
pectivamentemaisdistantesoumaispróximasaoplanomédio
do corpo.Um plano sagitalé qualquerplanoverticalqueatra-
vesseo corpoparalelamenteaoplanomédio(Fig. 1.6C).
Um plano transversalou horizontalrefere-sea qualquer
planoqueestejaemânguloretocomosplanosmédioe frontal
(Fig. 1.6D).Um planofrontal oucoronalé qualquerplanover-
ticalquefaçainterseçãocomoplanomédioemânguloreto;ele
divideocorpoempartesdefrente(anteriorouventral),edetrás
(posterioroudorsal)(Fig. 1.6E).
Questões Comumente Formuladas
1. É necessárioqueeuaprendaa reproduzirastabelastempo-
raiseosestádiosdodesenvolvimentohumano?
2. Qualéadiferençaentreostermosconceptoeembrião?Quais
ãoosprodutosdaconcepção?
3. Porquedevemosestudarembriologia?Ela apresentaàlguma
utilidadeprática?
4. Ou"i dizerqueosembriõesdeanimaise desereshumanos
ãoparecidos.É verdade?
5. Os médicosassinalamadatadagravidezapartirdoprimeiro
diadoúltimoperíodomenstrual,masoembriãosÓcomeçaa
sedesenvolvercercadeduassemanasmaistarde.Porqueeles
procedemdessamaneira?
6. O zigotoéumserhumano?Quandocomeçaodesenvolvimen-
todo serhumano?
As respostasa estasquestõesestãonofinal do livro.
REFERÊNCIAS
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