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Hipotálamo e Hipófise: Regulação Hormonal

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Hipotálamo e hipófise (Guilherme Ferreira Morgado)
	A unidade hipotálamo-hipófise regula a função da tireóide, da adrenal e das glândulas reprodutoras e é responsável pelo crescimento somático, lactação, secreção de leite e ajuda a manter a homeostase dos líquidos corporais. Para realizar tais funções essa unidade secreta uma série de hormônios: ADH e ocitocina são sintetizados pelos neurônios do hipotálamo e secretados na hipófise posterior ou neuro-hipófise, já o ACTH, TSH, LH, FSH, GH e prolactina são sintetizados e secretados por tipos celulares endócrinos na hipófise anterior ou adeno-hipófise.
A hipófise é formada por células glandulares produtoras de hormônio e células neurais com função secretória, sendo que ela repousa sobre a sela túrcica. O pedúnculo neural conecta a hipófise com o hipotálamo. A hipófise posterior é suprida pela artéria hipofisária inferior, já da artéria hipofisária superior emana um grupo de longas veias portais que carregam o sangue para a hipófise anterior. Além disso, a hipófise anterior recebe um suprimento sanguíneo menor de curtas veias portais que se originam do plexo capilar da artéria hipofisária inferior dentro do pedúnculo neural. É importante lembrar que a hipófise anterior reside fora da barreira hematoencefálica. A neuro-hipófise é formada por uma coleção de axônios cujos corpos celulares se encontram no hipotálamo, logo, os hormônios peptídeos sintetizados nos corpos celulares viajam através do axônio em grânulos neurossecretórios para serem armazenados nos terminais nervosos da hipófise posterior. Esses terminais são vesículas neurossecretoriais revestidas de pituícitos, que vão liberar os hormônios por exocitose. Logo, uma única célula neural faz a síntese, armazenamento e liberação hormonal. Já a adeno-hipófise é uma coleção de células endócrinas reguladas por estímulos sanguíneos vindo do tecido neural. Corpos celulares dos neurônios hipotalâmicos sintetizam hormônios que trafegam pelo axônio até a eminência mediana, onde serão armazenados em grânulos de secreção. Mediante estímulos nervosos, esses hormônios são liberados na eminência mediana e caem na artéria hipofisária superior, que é a via para os hormônio atingirem as células-alvo. Essas células-alvo vão responder secretando hormônios que também vão cair nesse mesmo plexo capilar e depois atingir a circulação periférica. Além disso, também há um fluxo sanguíneo reverso, ou seja, o sangue das células hipofisárias anteriores através do plexo capilar neuro-hipofisário volta para os axônios ou corpos celulares na eminência mediana ou hipotálamo. Esse fluxo permite o processo de retroalimentação de alça curta das células endócrinas para as células neurais. Também existe uma comunicação entre o liquido cefalorraquidiano e a neuro-hipófise e adeno-hipófise através dos tanicitos hipofisários. 
O hipotálamo exerce o principal controle sobre a hipófise e pode ser considerado uma estação que coleta e integra os sinais para enviar para a hipófise, já que recebe tratos nervosos do tálamo, sistema límbico, substância ativadora reticular, dos olhos e remotamente do neocórtex. Além da proximidade com os núcleos da sede, apetite, regulação da temperatura e outros. Logo, a função hipofisária é influenciada pela emoção, raiva, luminosidade, dor e outros estímulos. Existem uma serie de neurotransmissores envolvidos nos sinais da hipotálamo, sendo que a dopamina é um caso especial porque pode atingir o sangue e através de receptores nas células-alvo influenciar na produção e secreção de hormônios na hipófise anterior. 
O eixo hipotálamo-hipófise também é influenciado por substâncias sanguíneas oriundas da periferia, o que propicia condições para três níveis de retroalimentação humoral: o feedback de alça longa, no qual os hormônios das glândulas-alvo periféricas podem influenciar o hipotálamo e a hipófise anterior, feedback de alça curta, no qual os hormônios trópicos influenciam nos hormônios hipotalâmicos liberadores ou inibitórios, o último é o feedback de alça ultra curta, no qual esses hormônios hipotalâmicos influenciam na sua própria síntese ou estimulam a liberação de um hormônio inibitório, sendo que isso ocorre por neurotransmissão entre duas células hipotalâmicas ou por transporte do hormônio liberador via tanicitos hipofisários para o LCR e depois de volta para o hipotálamo. 
A hipófise anterior é o ponto central do eixo hipotálamo-hipófise-glândula periférica, já que o hormônio hipotalâmico liberador e o hormônio das glândulas-alvo periférica são antagonistas e atuam sobre o hipotálamo anterior. O hipotálamo pode ser subdividido em áreas funcionais: lateral recebe impulsos aferentes e os transmitem para as porções anterior e medial basal do hipotálamo, o segmento anterior dividi-se em neurônios grandes e os núcleos supra-óptico e paraventricular, que secretam ADH e ocitocina. 
É importante lembrar que um hormônio hipotalâmico pode influenciar em mais de um hormônio tropico. A secreção desses hormônios hipotalâmicos para as veias hipofisárias portais é pulsátil e depende de osciladores neurais intrínsecos das células que liberam esses hormônios, que vão se ligar aos receptores de membrana da célula-alvo. Sendo que a síntese dos hormônios trópicos é estimulada ou inibida através da transcrição gênica. 
	O peptídeo hipofisário ativador da adenil-ciclase (PACAP) regula tanto positivamente quanto negativamente o ciclo e o desenvolvimento das células hipofisárias, a apoptose e a liberação ACTH, MSH, GH, LH e FSH. Mas esse peptídeos tem uma distribuição muito ampla e atua em diversos processos. 
	A hipófise anterior possui cinco tipos de células: corticotrofos, tireotrofos, gonadotrofos, somatotrofos e lactotrofos, sendo que não estão localizadas em áreas especificas. Também há as células foliculares estreladas (FS), que não possuem grânulos contendo hormônio protéico e modulam a função endócrina. A distribuição dessas células não é aleatória, logo, interações parácrinas e efeitos autócrinos são características da hipófise anterior. A secreção dos hormônios hipofisários anteriores não é tônica e sim episódica, desencadeada por pulsos de hormônio hipotalâmicos liberadores. 
	 
					Ocitocina
A ocitocina é conhecida como fator responsável pela descida do leite, sendo que seu principal estimulo é a sucção. A afinidade da ligação com o receptor é aumentada pelo magnésio e colesterol, mas diminuída pela progesterona. Aumento intracelular de cálcio e produtos de fosfatidilinositol medeiam as ações da OTC. Esse hormônio provoca a contração das células mioepiteliais dos alvéolos das glândulas mamarias em resposta também ao choro do bebe, com isso o leito sai dos alvéolos para os ductos. Os estrógenos aumentam e as catecolaminas bloqueiam as ações da OTC. Contrações rítmicas do miométrio são estimuladas por doses pequenas de OTC, que agem diminuindo o limiar de despolarização, mas não é um hormônio essencial para a parturição humana. A OTC é usada para induzir o parto e diminuir os sangramentos pós-parto. O OTC encontra-se alto durante a relação sexual em ambos os sexos e também está presente no aparelho reprodutor de ambos. No homem, ajuda no movimento do esperma, na ejaculação e na adição do liquido seminal, já na mulher ajuda na ovulação e na terminação do corpo lúteo.

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