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Resumo_Cap._73_-_Bruno_Hollanda

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Bruno Hollanda 2009.2	RESUMO FISIOLOGIA (GUYTON)	Cap. 73
 
Temperatura Corporal, Regulação da Temperatura e Febre
I- Temperaturas Corporais Normais:
 A temperatura dos tecidos profundos do corpo – o “centro” do corpo – permanece em níveis bastantes constantes dentro de ±0,6ºC. A temperatura da pele, em contraste com a temperatura central, se eleva e diminui de acordo com a temperatura ao seu redor. A temperatura da pele é a temperatura que importa quando nos referimos à capacidade de um indivíduo perder calor para o ambiente.
 A temperatura central média é considerada entre 36,5ºC e 37ºC, quando mesurada por via oral, e aproximadamente 0,6ºC mais alta quando mensurada por via retal.
 A temperatura corporal se eleva durante o exercício e varia com as temperaturas extremas do ambiente, pois os mecanismos regulatórios não são perfeitos.
II- Controle da Temperatura Corporal:
 
1) Produção de Calor:
 Os fatores envolvidos mais importantes na produção de calor são: (1) taxa do metabolismo basal de todas as células do corpo; (2) taxa extra de metabolismo causada pela atividade muscular, incluindo as contrações musculares causadas pelo calafrio; (3) metabolismo extra causado pelo efeito da tiroxina sobre as células; (4) metabolismo extra causado pelo efeito da epinefrina, norepinefrina e pela estimulação simpática sobre as células; (5) metabolismo extra causado pelo próprio aumento da atividade química das células, especialmente quando a temperatura destas se eleva; e (6) metabolismo extra necessário para digestão, absorção e armazenamento de alimentos (efeito termogênico dos alimentos).
2) Perda de Calor:
 Grande parte do calor produzido é gerado nos órgãos profundos e nos músculos esqueléticos durante o exercício. A seguir, este calor é transferido para a pele, onde é perdido para o ar e para o meio ambiente. Portanto, a velocidade de perda de calor é determinada quase completamente por dois fatores: (1) a velocidade de condução do calor de onde ele é produzido no centro do corpo até a pele e (2) a velocidade de transferência do calor entre a pele e o meio ambiente. 
 Vasos sanguíneos estão profusamente distribuídos por debaixo da pele. Nas áreas mais expostas do corpo – mãos, pés e orelhas – o sangue é suprido por anastomoses arteriovenosas. Uma alta velocidade de fluxo faz com que o calor seja conduzido do centro do corpo para a pele com grande eficiência, enquanto sua redução pode diminuir a condução do calor para valores bastante baixos. Portanto, a pele constitui um sistema controlado de radiador de calor eficiente, e o fluxo de sangue para a pele é o mecanismo mais eficaz para a transferência de calor. Essa condução é controlada pelo grau de vasoconstrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas que suprem sangue para os plexos venosos da pele. A vasoconstrição é controlada quase completamente pelo sistema nervoso simpático em resposta às alterações na temperatura central do corpo e alterações na temperatura ambiente.
 Os diversos métodos através dos quais o calor é perdido pela pele para o meio ambiente incluem a irradiação, a condução e a evaporação.
3) Sudorese e sua Regulação pelo Sistema Nervoso Autônomo:
 A estimulação da área pré-óptica-hipotalâmica anterior do cérebro provoca sudorese tanto eletricamente como por excesso de calor. Os impulsos elétricos desssa área são transmitidos por vias autônomas para a medula espinhal e depois, através do simpático, para a pele em todas as partes do corpo.
 Deve ser lembrado que as glândulas sudoríparas são invervadas por fibras nervosas colinérgicas.
 A maior efetividade do mecanismo de suor é causado por uma alteração nas glândulas sudoríparas internas para aumentar sua capacidade de produção de suor. Fenômeno chamado de aclimatação. Também associada à aclimatação está uma maior diminuição na concetração de cloreto de sódio no suor, o que permite uma conservação progressivamente melhor do sal corporal. Grande parte deste efeito é causado pela secreção aumentada de aldosterona pelas glândulas adrenocorticais.
III- Regulação da Temperatura Corporal – O Papel do Hipotálamo:
 A temperatura do corpo é regulada quase completamente por mecanismos de feedback neurais, e quase todos esses mecanismos operam através de centros regulatórios da temperatura, localizados no hipotálamo.
 Apesar de os sinais gerados pelos receptores de temperatura do hipotálamo serem extremamente poderosos no controle da temperatura corporal, os receptores em outras partes do corpo desempenham papéis adicionais na regulação da temperatura.
 Quando a pele é resfriada pelo corpo inteiro, efeitos reflexos imediatos são evocados e começam a aumentar a temperatura corporal de várias formas: (1) gerando um forte estímulo para causar calafrios; (2) pela inibição do processo da sudorese; e (3) promovendo a vasoconstrição da pele.
 Os receptores corporais profundos são encontrados principalmente na medula espinhal, nas vísceras abdominais e dentro ou ao redor das grandes veias na região superior do abdômen e do tórax. Esses receptores profundos atuam diferentemente dos receptores da pele, pois eles são expostos à temperatura central do corpo. Além disso, como os receptores da pele, eles detectam principalmente o frio, ao invés do calor. É provável que tanto os receptores da pele como os profundos do corpo se destinem à prevenção contra a hipotermia, ou seja, impedir uma baixa temperatura corporal.
1) Mecanismos Efetores Neuronais:
 Quando os centros de temperatura hipotalâmicos detectam que a temperatura do organismo está muito alta ou muito baixa, eles instituem os procedimentos apropriados para a diminuição ou elevação da temperatura.
a) Mecanismos de Diminuição da Temperatura: o sistema de controle da temperatura utiliza três importantes mecanismos para reduzir o calor do corpo quando a temperatura está muito elevada:
Vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos. Essa dilatação é causada pela inibição dos centros simpáticos do hipotálamo posterior;
Sudorese. O efeito da sudorese começa quando há um aumento acima do nível crítico de 37ºC da temperatura central do corpo;
Diminuição na produção de calor. Os mecanismos que causam o excesso de produção de calor, como os calafrios e a termogênese química, são fortemente inibidos.
b) Mecanismos de Elevação da Temperatura: quando o corpo está muito frio, o sistema de controle institui procedimento exatamente opostos.
Vasoconstrição da pele por todo o corpo, causada pela estimulação dos centros simpáticos hipotalâmicos posteriores;
Piloereção. Por meio da estimulação do sistema nervoso simpático, que faz com que os músculos eretores dos pelos presos aos folículos pilosos se contraiam, colocando os pelos em uma posição ereta;
Aumento na termogênese. A produção de calor através dos sistemas metabólicos é aumentada pela promoção de calafrios, excitação simpática da produção de calor e secreção de tiroxina.
 Quando a temperatura do corpo cai abaixo de níveis críticos, o centro motor primário para os calafrios é estimulado, devido à sinais frios oriundos da pele e da medula espinhal. Os calafrios são gerados por aumento do tônus, acima de níveis críticos, dos músculos esqueléticos por todo o corpo, através da facilitação da atividade dos neurônios motores.
 Outro mecanismo para aumentar a temperatura do corpo é a termogênese química, que resulta de um aumento na esimulação simpática ou na circulação de norepinefrina e epinefrina no sangue, causando uma elevação imediata na taxa de metabolismo celular. O grau de termogênese química é quase diretamente proporcional à quantidade de gordura marrom existente nos tecidos. Por esta razão, este mecanismo é pouco efetivo em adultos, visto que não possuem quase nenhuma gordura marrom; ao contrário, em lactentes, que possuem umapequena quantidade de gordura marrom, tal mecanismo pode aumentar a produção de calor em 100%.
 O resfriamento da área pré-óptica-hipotalâmica anterior também aumenta a produção de TRH, que posteriormente estimulará a produção de TSH. Este, por sua vez, estimula um aumento na secreção de T4, hormônio este que aumenta a taxa de metabolismo celular, sendo outro mecanismo de termogênese química.
 Todos os mecanismos de controle da temperatura tentam continuamente trazer a temperatura corporal para o ponto de ajuste, que é o nível crítico de temperatura. Ou seja, quando a temperatura se eleva ou reduz a esse ponto de ajuste, os mecanismos entram em ação para que ela volte ao seu “nível normal’, que encontra-se na faixa de 37,1°C.
IV- Anormalidades da Regulação da Temperatura:
1) Febre:
 Muitas proteínas, produtos de sua degradação e algumas outras substâncias, especialmente toxinas de lipossacarídeos oriundas das membranas celulares de bactérias, podem fazer com que o ponto de ajuste se eleve. As substâncias que causam esse efeito são chamadas de pirogênios.
 Quando bactérias ou os produtos de sua degradação estão presentes nos tecidos ou no sangue, eles são fagocitados pelos leucócitos, macrófagos e linfócitos. Todas essas células digerem os produtos bacterianos, liberando interleucina-1, também chamada de pirogênio de leucócito ou pirogênio endógeno, nos líquidos corporais. A interleucina-1, ao atingir o hipotálamo, ativa imediatamente os processos que produzem a febre.
 A interleucina-1 causa febre inicialmente através da indução da formação de prostaglandinas, principalmente a prostaglandina E2, ou uma substância similar. Quando a formação de postaglandinas é bloqueada por drogas, a febre pode ser abortada ou diminuída. De fato, esta é a explicação para o mecanismo de atuação da aspirina na redução da febre, pois esta impede a formação de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico. Drogas que reduzem a febre são chamadas de antipiréticas.
 As características das condições febris são:
Calafrios: quando o ponto de ajuste é subitamente alterado para valores acima do normal, a temperatura do sangue fica menor, o que desencadeia respostas usuais que causam a elevação da temperatura. Durante esse período, a pessoa experimenta calafrios e sente um frio intenso. Além disso, a pele torna-se fria devido à vasoconstrição e a pessoa treme. Os calafrios continuam até que a temperatura corporal chegue ao ponto de ajuste hipotalâmico, que encontra-se acima do normal. A partir deste ponto, a pessoa não apresenta mais calafrios e não sente frio ou calor;
Crise ou “rubor”: se o fator que está causando a alta da temperatura for removido, o ponto de ajuste do controlador da temperatura será reduzido para um valor mais baixo. Nesse caso, a temperatura do corpo ainda se mantém acima do normal, mas o hipotálamo tenta regular a temperatura para que ela volte ao normal. Essa situação casa sudorese intensa e o desenvolvimento súbito de um aquecimento da pele por causa da vasodilatação generalizada;
Intermação: se a temperatura corporal se eleva além de uma temperatura crítica, na variação entre 40,5°C e 42,2°C, a pessoa desenvolve um quadro de intermação. Os sintomas incluem desorientação, desconforto abdominal algumas vezes acompanhado de vômitos, às vezes delírios, com eventual perda da consciência se a temperatura corporal não for rapidamente diminuída. Esses sintomas geralmente são exacerbados por um grau de choque circulatório ou pela excessiva perda de líquidos e eletrólitos através do suor. O tratamento de uma intermação se dá através do resfriamento do indivíduo com um banho gelado. Como esse procedimento causa calafrios incontroláveis, com um aumento considerável na taxa de produção de calor, outros autores sugeriram o uso de uma esponja ou o resfriamento da pele com borrifos de água gelada provavelmente são mais eficientes para uma diminuição rápida da temperatura central do corpo

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