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Estudo de caso

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Faculdade Estácio de Teresina 
Curso de Educação Física – 2º período 
Disciplina Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 
Profa. Valéria Raquel Alcantara Barbosa 
 
 
ATIVIDADE 
 
Em grupo de 4 componentes, apreciem o caso descrito abaixo, e, em seguida, apontem separadamente 
as relações entre a trajetória de vida/ o comportamento de Bruno e os pontos de vista de teóricos da 
psicologia que explicam sobre o desenvolvimento psíquico. Para isso, tenham como referência: Freud, 
Erikson, Watson, Piaget, Vygotsky. 
 
 ESTUDO DE CASO – BRUNO 
 
Bruno tem 9 anos, estuda a 2ª série do ensino fundamental, é o primeiro filho de seu pai e segundo 
de sua mãe. Tem dois irmãos, uma menina de 13 anos e um menino de 7 anos. O pai é padeiro e sua mãe é 
salgadeira. Seu pai está no presídio cumprindo pena. A família mora de aluguel e recebe apoio dos avôs 
paternos. Após a prisão do pai, Bruno e seus irmãos passaram a morar com seus avôs. Sua mãe, 
desempregada, voltou a trabalhar. Somente depois de 10 meses do aprisionamento do progenitor as crianças 
começaram a ver o pai no presídio. 
Considerado um aluno indisciplinado, Bruno, inúmeras vezes, entre março e maio, visitou a 
coordenação, recebendo punições. Quando isso não resolvia, surgia outra alternativa: a suspensão. Ele foi 
convidado a se retirar da escola por três dias. Os esforços da escola, no sentido de obter a disciplina e a 
aprendizagem de Bruno, têm resultado em um ambiente nocivo para o seu desenvolvimento físico e 
psíquico. Ao analisar os discursos que permeiam as relações entre a criança e a coordenação, encontramos 
a situação do pai de Bruno como exemplo para quem continua desobedecendo as “regras” da escola: 
“VOCÊ QUER IR PARA O MESMO LUGAR QUE SEU PAI?” 
Além de uma identidade deteriorada, Bruno também tem a referência paterna prejudicada pela 
escola que usa desse artifício para manipular a constituição subjetiva do menino. Depois de algumas 
tentativas punitivas e da impossibilidade de “educar o aluno indisciplinado” ou conviver com o menos 
desejável, não resta outra solução a não ser remanejá-lo. Aí começa o “tour” pela escola, até chegar às mãos 
de uma professora que “o aguente”. Bruno passou por três professoras no primeiro bimestre e já caminhava 
para a quarta no final do segundo bimestre. 
Quanto às relações entre Bruno e suas professoras, há quase ausência do diálogo e de 
conhecimento e compreensão em relação à sua situação. Também não havia elogios, fato que poderia 
influenciar negativamente na sua autoestima. Assim, supomos que o fato de ser rotulada de indisciplinada 
e insuportável traz prejuízos à construção subjetiva da criança, pois o diálogo e a compreensão são 
fundamentais para o seu desenvolvimento. 
A última vez que vimos Bruno e conversamos com ele, estava sentado na cadeira na porta de 
entrada da escola no intervalo de um turno para outro. Em suas mãos, uma bola vazia feita por seu pai no 
presídio. Esperava o professor de Educação Física chegar para encher sua bola. Perguntamos como estava, 
e sua resposta girou em torno da progressão para a série seguinte e a visita do pai que se aproximava. 
Olhando para aquele menino descalço e com um presente de seu pai na mão numa atitude de 
“espera”, questionávamos se, também, no interior daquela criança, havia esperança. Esperança por ter de 
volta uma família, parecida com aquela que tinha antes da reclusão do pai.

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