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Imunidades Tributárias: Conceito e Diferenças

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IMUNIDADES
As imunidades são limitações ao poder de tributar ou a competência tributária previstas na Constituição Federal, consistindo em vedações constitucionais dirigidas ao legislador, que fica impedido de prever como hipótese de incidência determinada situação.
Quando uma pessoa, um bem, um ato ou uma situação estão abrangidos por uma regra de imunidade tributária, não se há de cogitar a ocorrência de fato gerador, muito menos de surgimento de obrigação tributária, relativamente ao tributo a que se refira a imunidade. A pessoa não é contribuinte, o ato ou fato, em abstrato, não é hipótese de incidência, e, em concreto, a prática do ato ou a ocorrência da situação não é fato gerador do tributo.
Nas hipóteses de imunidade tributária, a Constituição, diretamente, exclui a pessoa ou a situação da possibilidade de tributação. Se não houver exclusão direta pelo texto constitucional, mas sim previsão de que uma lei exclua, não teremos imunidade.
Por exemplo, o art. 156, §3°, II, da Constituição Federal diz que em relação ao ISS, “cabe à lei complementar excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior”. Isso não é imunidade. Quando a lei cumpre o comando constitucional temos uma isenção. A constituição nunca concede isenção, ela pode sim, determinar que o legislador isente, como ocorre no exemplo acima.
As imunidades previstas no art. 150, VI, da CF/88 abrangem, exclusivamente, impostos. Mas nem todas as imunidades tributárias aplicam-se somente a impostos. A Constituição prevê, em alguns dispositivos, imunidades para outros tributos, como as contribuições de seguridade social (art. 195, §7°) e as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico (art. 149, §2°, I).
Percebam que a Constituição praticamente não utiliza a expressão “imunidade tributária” em seu texto. O que nos permite saber se determinada regra é de imunidade tributária não é palavra usada pelo constituinte. Cuidado! É necessário verificar se a regra constitucional, por si só impede a tributação de determinado ato ou fato.
No texto constitucional encontramos regras de imunidades sob as mais diversas expressões, por exemplo: “são isentas” – art. 195, §7°, e art. 184, §5°, “não incidirá” – art. 153, §3°, III; “é vedado impostos sobre” - art. 150, VI; “sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto” - art. 153, §5°.
As isenções são definidas pelo CTN como hipótese de exclusão do crédito tributário, previstas em lei.
A principal diferença entre isenção e imunidade é exatamente esta: a imunidade é diretamente decorrente da Constituição e a isenção, ainda que esteja prevista na Constituição, é concedida por meio de lei.
Pela lógica do CTN, que é adotada também pelo STF, quando temos uma isenção, ocorre o fato gerador e surge a obrigação tributária, mas a obrigação não se torna exigível, pois a fazenda é impedida de constituir o crédito tributário pelo lançamento, que fica, assim, excluído.
Portanto, para o CTN e para o STF isenção é tão somente dispensa legal de tributo devido. Essa dispensa se dá porque, embora tenhamos o fato gerador e a obrigação tributária correspondente, ela não se tornará exigível, em razão de exclusão de crédito. A exclusão do crédito tributário significa vedação a que a fazenda pública constitua o crédito.
Quadro resumo:
	IMUNIDADE
	ISENÇÃO
	PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	PREVISÃO EM LEI
	IMPEDE A ATUAÇÃO DO LEGISLADOR
	IMPEDE O LANÇAMENTO
	EXCLUI A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
	NÃO EXCLUI A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
	NÃO HÁ OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
	HÁ OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
	NÃO HÁ CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	NÃO HÁ CRÉDITO TRIBUTÁRIO
ESPÉCIES DE IMUNIDADES
IMUNIDADE RECÍPROCA (art. 150, VI, “a”)
Visa assegurar e confirmar o federalismo de equilíbrio (ou de cooperação), ratificando a idéia que, de fato, as entidades tributantes apresentam-se parificadas e não hierarquizadas.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Exemplo: um veículo de propriedade da Prefeitura não paga IPVA, pois o Estado não pode cobrar imposto do Município.
A imunidade é extensível às autarquias e às fundações públicas (§2°, do art. 150).
“§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes”.
Atenção! Dois pontos merecem demasiada atenção:
1º) há um requisito previsto na parte final do referido parágrafo, o que torna a exoneração condicionada, e não absoluta: a entidade autárquica ou fundacional, para fruir a imunidade, deve cumprir a finalidade essencial ou alguma finalidade dela decorrente. Com efeito, é possível afirmar-se, pelo menos, em tese, que deve incidir o IPTU sobre o prédio, pertencente à autarquia federal, não utilizado para a consecução de seus fins; ou mesmo, o IPTU sobre terreno baldio de propriedade de autarquia.
2º) O STF recentemente entendeu ser possível estender em casos excepcionalíssimos a abrangência da referida imunidade às sociedades de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviços públicos obrigatórios.
Obs* - Os Correios (EBCT) não satisfeito com a imunidade que já detinha acerca do serviço postal, em meados de 2013 conseguiu estendê-la para os outros serviços que atualmente os correios presta. Foi uma decisão apertada do pleno do STF bastante questionada. 
IMUNIDADE RELIGIOSA (art. 150, VI, “b”)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Razão finalística: A liberdade religiosa. Como o Estado brasileiro é laico (não tem religião oficial), toda e qualquer religião é abrangida pela imunidade.
A regra complementada no §4° do art. 150, que diz que essa imunidade abrange “somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades” de que ela trata. Além disso, o STF interpretou que a expressão “templo” não deve ser tomada como apenas o prédio, ou instalações onde ocorre o culto, mas sim como “entidade religiosa”. 
IMUNIDADES DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DAS ENTIDADES SINDICAIS DE TRABALHADORES (art. 150, VI, “c”).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Partidos Políticos. Razão finalística: A atividade política é fundamental para a sustentação do regime democrático. Abrange somente os partidos registrados no TSE.
Entidades Sindicais. Razão finalística: A proteção da liberdade sindical, com vista ao fortalecimento do lado mais fragilizado da relação laboral. Ex: A CUT não deve pagar IPTU.
Atenção! A presente imunidade protege tão somente os sindicatos dos empregados.
IMUNIDADES DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DAS ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS (art. 150, VI, “c”)
“c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”;
Instituições de Educação. Razão finalística: Difusão do ensino e da cultura. Engloba cursos de idiomas, cursos técnicos, etc.
Entidades de Assistência Social. Razão finalística: Incentivar a difusão da atividade de benemerência na sociedade. Cabe lembrarque, além de não pagarem impostos, as entidades filantrópicas também não pagam Contribuição Previdenciária incidente sobre o empregador ou a empresa, conforme imunidade prevista no art. 195, §7°, da CF/88.
Entendendo a Imunidade da alínea “c” do art. 150, VI, da CF/88:
As imunidades constitucionais são exemplos de limitações ao poder de tributar, devendo, portanto, ser reguladas por Lei Complementar, consoante se depreende da análise dos artigos abaixo destacados:
“Art. 146. Cabe à lei complementar: 
(...) II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar”.
“VI - instituir impostos sobre:
(...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. (destaque nosso).
Percebam, que a alínea “c” não é auto-aplicável, pois depende de Lei Complementar. Com efeito, regulando essa matéria, com força de lei complementar, temos atualmente somente o art. 14 do CTN. É ele que delineia o conteúdo da expressão “sem fins lucrativos” para efeito de gozo da imunidade, sendo os seguintes os requisitos dele constante:
 “Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
 I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
 II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
 III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”.
 
IMUNIDADES PARA LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO À IMPRESSÃO.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
Razão finalística: Difusão de cultura, a livre manifestação do pensamento e o acesso à informação.
Quanto ao conceito de “livro”, o STF já equiparou alguns bens a “livro” para fins de se reconhecer a imunidade tributária, quais sejam: listas, catálogos telefônicos, apostilas, encadernações acadêmicas, álbuns de figurinha.
Seguindo na análise da alínea “d”... a norma constitucional imuniza apenas o papel destinado à impressão dos livros, jornais e periódicos, abrangendo os materiais similares ao papel - como os filmes e papéis fotográficos – sem estender a imunidade para os demais insumos, como as tintas, cola e linha. Esse posicionamento está consolidado na súmula 657 do STF.
Atenção! Existe uma controvérsia muito grande em torno da imunidade do livros eletrônicos, de modo que, essa questão foi submetida a repercussão geral no RE 330817 e até então (27/03/2016) nós não temos um posicionamento definitivo.
IMUNIDADES DOS CD´s E DVD´s 
A EC nº 75/2013 inclui fonogramas e videofonogramas musicais e literomusicais no rol de imunidade a impostos trazida pela Constituição Federal em seu art. 150, que, agora, passou a contar com a inclusão da alínea “e”:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
A razão finalística desta imunidade estaria atrelada ao revigoramento do mercado fonográfico brasileiro a difusão da cultura musical a todas as classes sociais, em especial as menos privilegiadas e também desestimular a “pirataria”.
 
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