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HISTORIA DO DIREITO Prof Thiago Hansen 1 bimestre

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O Direito em Roma 
As 3 fases do Direito Romano: 
a) Direito Romano Arcaico (séc XIII a.C. até III a.C.) 
- Eles tinham o costume como Direito. 
- Havia muitos rituais no direito. “Ritualização" - “Íus” (Quando o ritual é no campo dos 
homens) diferente de “Fás” (Quando o ritual é no campo dos deuses) 
- Saber Jurídico Prudencial 
- Oralidade 
- Uso exclusivo por cidadãos romanos (Ius Civile) 
- Lei das Doze Tábuas (primeiro documento escrito do direito romano) 
As experiências dos romanos e suas reflexões jurídicas são divididas em 3 fases. 
entretanto toda forma de divisão de um movimento histórico em fases ja impõe uma certa 
perspectiva sobre o que são essas fases. 
Ius + Prudentia = Estudo dos rituais que mais dão certo entre os homens. 
Tudo isso é marcado pela oralidade. O saber dos pontífices não era escrito, era passado 
de boca em boca. Pontífice a pontífice. 
b) A época Clássica: 
“Ius Civile”: 
- “Iudex” (Herdeiro do Sacerdote) 
- Formava os quesitos 
- Julgamento Civil e Colegiado 
“Ius Honorarium”: 
- Pretor: Administrador da “Justiça” (Urbis e Peregrino) 
- Vinculado aos cabos concretos 
- Uso da razão prudencial 
 • Progressiva abstraturação e cientificização do “Ius” 
 • Quinto Múcio Célula 
Com o passar dos séculos os pontífices vão perdendo a sua importância. Afinal, eles 
tinham um dever secreto (já que não tinha nada escrito) e ao mesmo tempo, os deveres 
que são mais úteis para o dia a dia, ja estão públicos. 
Eles começam então a fazer trabalhos voluntários e acabam deixando o “Ius” para outra 
galera cuidar. 
Surge então o Iudex e o Pretor. 
Nessa época especifica, falamos sobre uma Roma que esta se aproximando da Grécia 
sofrendo um processo de helenização, assim sendo, ela tem que lidar com estrangeiros, 
com outros povos. 
O "Ius" são os rituais revelados pelos pontífices para resolver os problemas entre 
Romanos apenas, mas agora a Republica Romana é dona de mais coisa. 
Como é que vão administrar uma técnica de resolução de conflitos se as pessoas que la 
estão não são romanas? 
E nesse momento começa a haver uma dolorosa separação. 
O Ius continua na cidade de Roma, esse direito é administrado pelos Iudex. 
Agora eles são famosos na cidade de Roma, possuem muito prestigio. E justamente pelo 
seu prestígio eles são muitas vezes chamados para arbitrar conflitos. 
Mas o Iudex não decidia nada, a função dele não era dar a sentença. 
Ele criava quesitos. 
O Pretor era uma mistura de delegado e juiz. 
Ele é o pai de uma forma de direito chamado de Ius Honorarium. 
Usavam a Razão Prudencial. Não fundamentavam a decisão nos deuses. 
Usavam a razão natural. 
Com o passar dos séculos vai começar a aparecer uma nova profissão, profissão essa 
que é para alguém que é estudado, que conhece filosofia, que é da elite, normalmente é 
um politico, tem que ser um cara que reflete sobre as práticas dos Pretores e dos Iudex. 
Começa a filosofia em cima das formulas e das decisões deles. 
Esse cara aprende com a filosofia grega o famoso método dialético, sobre a separação do 
mundo em gêneros e espécies. 
E então, começa a separar. 
Busca entender a relação entre o Ius Civile e o Ius Honorarium e então ele batiza isso de: 
Ius Prudentia: o estudo das coisas que dão certo. "Porque algo da certo e porque algo 
não dá certo?”. 
De um lado temos o Ius Civile, direito dos Romanos para quem nasceu em Roma. 
Baseado especificamente nas doze tábuas. 
Do outro lado temos outra tradicao jurídica nascendo, o Ius Honorarium, o direito dos 
pretores, eram funcionários da republica romana, que tinham objetivo de arbitrar e 
resolver conflitos entre romanos e estrangeiros ou entre estrangeiros e eles mesmos. 
Qualquer um que nao nascesse em roma e de pai e mãe romanos. 
A Ius Prudentia, o sabor jurídico que surge agora, é a revolução cientifica do direito. Eles 
param pra pensar a seguinte questão: O que faz o Ius Civile e o Ius Honrarium serem 
ambos Ius??? 
Entao esse direito começa a ser cada vez mais abstrato, cada vez mais especifico, 
dominado por uma classe que tem conhecimento nesse campo. 
Ius é uma palavra que só existe no latim. Ou seja, os romanos pensaram que isso exigiria 
uma classe especifica de trabalho. 
É um saber abstrato, autônomo e dominado por uma classe especifica. 
Se isso for os adjetivos do direito então podemos falar que sim, o direito surgiu em roma. 
Aqui temos uma reflexão sobre o poder. 
De onde vem o poder? 
O nosso direito provém do estado. 
De uma capacidade que é possível impor sobre a força militar. Isso é o que os romanos 
chamavam de Potestas. Um direito à força. Que deve ser obedecida. Tem a capacidade 
de Imperium, de imperar uma região. É o “faça”. 
O meu poder provem do estado ou de uma força militar, se você nao me obedecer eu te 
mato. 
Potestas é então um poder imposto à força. 
 
Temos o poder que vem do prestígio. O poder da autoridade (tipo do seu pai) que você 
respeita e nao provem de uma força fisica. 
Esse poder é então o Autorictas. Poder que vem do prestígio. 
Para os Romanos o direito, o Ius, o poder do direito, vinha do prestígio. Por mais que 
tivesse um exercito romano, esse exercito nao era unificado. Não tinha uma aparato 
burocrático central. Se tivesse uma decisão por meio dos juristas, quem fazia acontecer 
era a população, nao era um oficial de justiça impondo algo. 
Autorictas da origem portanto à palavra autoridade. Da origem também a palavra “autor”. 
Alguém que produz algo, que faz algo. 
Quem ocupa hoje a ideia de Autorictas é a Doutrina. 
O direito “Ius" cada vez mais vai saindo do campo do prestigio “Autorictas” para ir ao 
campo do Imperium “Potestas”. 
Depois de um tempo o Ius se transforma em Lex. Você segue nao porque você respeita e 
sim porque você deve. 
Transição do Iux, um ritual um saber, para o Lex, uma lei. 
Na historia o que se ve muito é a transição de um para o outro. Autorictas para Potestas. 
c) O período Pós-Classico/vulgar (III d.C. - V d.C.) 
- Oficialização do Ius 
. Formação de um rol de juristas 
. Transição da autorictas ao Potestas 
- Burocratização do Ius 
. Centralização e generalidade - crise do casuísmo 
- Hibridismos Jurídicos na Fronteira - Lex Bavarborum; Lex Visighotorum; Breviário de 
Alarico; Tradições Imperiais. 
. Metáfora do Latim aos idiomas neolatinos. 
Todo o poder vem agora da figura do Imperador. 
É um cara que é o grande sacerdote, a figura do pontífice, é tambem um líder militar e 
politico. Esse processo de concentração do poder (que começa com Julio Cesar). 
Esse imperador com o passar dos séculos começa a passar por um processo divinização. 
É a figura equivalente ao papa. 
Temos cada vez mais o fortalecimento da figura do imperador. 
Temos tambem o processo de oficialização do direito. 
Os romanos andavam nas fronteiras do império. Soltos por ai 
E aplicavam o Ius conforme o seu prestigio. 
Conforme a oficialização do direito temos a criação de um rol de juristas. 
Juristas imperiais e os que nao são imperiais e devem ser esquecidos. 
O imperio cria uma lista de juristas que são autorizados pelo império. 
Aqui temos uma transicao do jurista como Autorictas, para Potestas. 
Voce nao obedece mais porque você respeita, você obedece porque você tem que 
obedecer. 
Com esse rol de juristas autorizados diante do império, nos temos um engessamento do 
direito. 
Nao é mais um direito solto. 
Crise do casuísmo. 
Se pegarem um digesto e olharem o II parágrafo do digesto, iremos encontrar uma 
passagem que fala que o direito é arte do bom e do Ecom (equidade). 
Uma arte halográfica. Por exemplo. Depois que o pintor termina a pintura, ela ta 
pronta, você olha e fim. 
Tem outra arte que é a perfomatica. A arte que precisa que alguem execute. Se você tem 
uma partitura você nao vai ter musica. Alguémprecisa tocar. 
Para os romanos o direito se tratava de uma performance de algumas pessoas que 
tinham a habilidade de usar sua habilidade de pensar para encontrar nos casos concretos 
o Bom e a Equidade. 
Tradicoes imperiais: logica do imperio bizantino. 
Hibridismos que começam a surgir nas fronteiras. Quando a língua começa a se espalhar. 
Os idiomas sao uma manifestação de hibridismos nas fronteiras do império. 
d) Factualidade do Direito 
- O direito se origina de fatos e não da política ou ciência 
- Naturalismo - Primitivismo 
- Fatos primordial: Terra, Sangue e Tempo - Minimização do indivíduo 
e) Costume como fonte primordial do direito 
- Irrelevância da lei 
- “Trilha do Bosque” 
- Particularização do Direito - “Pluralismo Jurídico”. 
Factualidade do Direito significa dizer que no mundo medieval o direito provem dos fatos. 
A ideia de sujeito de direito é uma ideia abstrata que nós reconhecemos em algumas 
pessoas. 
Ao contrario de nós, os medievais não trabalhavam com conceitos abstratos. Eles 
trabalhavam com fatos concretos, tangíveis, eram as bases intelectuais do direito 
medieval. Portanto, não provinha da ciência, por exemplo. E nem da política. No mundo 
medieval a política tinha um papel muito incompleto. Da onde vinha então? Os 3 
principais fatos que dão origem ao pensamento jurídico medieval são: terra, sangue e 
tempo. Nos sentimentos o sangue, podemos pegar a terra e sentimos o tempo passar. 
Terra: De onde você vem? Onde você nasceu? 
Essa pergunta é uma pergunta que a resposta determina qual direito você deve obedecer. 
O lugar onde você nasce ja te inscreve em um lugar. Te constitui. Mostra o que você tem 
que seguir. O lugar onde você nasce ja determina qual o direito que vc deve obedecer. 
Não ha um direito centralizado. É um direito originário. 
Sangue: Quem são seus pais? De onde você nasceu? Qual é o seu sangue? 
Aqui é uma questão interessante. Desde os romanos ja existe esse cultivo. Cultivo do 
sangue. 
Os medievais acreditavam que o sangue que corre na veia dos parentes é o mesmo do 
seu. Se eu tenho um filho o sangue que corre nele é o mesmo do meu. 
Tempo: O tempo é o método ou o critério de avaliação dos bons e dos maus costumes. 
No mundo medieval eles tem a seguinte compreensão: quanto mais velho um costume 
for, melhor ele é. 
Mais correto ele é. Mais conforme a natureza ele pode ser. 
Uma lei é um comando que permite/obriga que vem de cima pra baixo, normalmente 
escrito numa redação breve, cuja palavras são muito bem redigidas para não ter 
ambiguidade. 
Para os medievais isso não existe. 
Para eles não tem lei. 
Eles tem textos que descrevem os costumes. 
Costume para eles é uma fonte do direito. 
Costume é como uma trilha. É um caminho fácil. Seguro. E batido pelo tempo ate que ele 
fique demarcado no chão. 
Portanto o direito é feito lentamente no mundo medieval. 
Isso gera uma particularização. Todo costume é um costume e é diferente dos outros 
costumes. 
Há um pluralismo onde vários argumentos e costumes se contrapõe. 
Figura exemplar: O Notário 
- Leigo alfabetizado 
- Imobiliza os fatos primordial no tempo 
- “Ritual da homenagem” : Ritual de que um vassalo se transforma em vassalo do 
suserano. 
Mundo medieval. 
Processo de cristianização do mundo romano. 
A historia ganha uma nova conotação. Pensar o passado ganha um novo sentido. 
Temos um novo genero literario. Uma nova forma de escrita. 
Temos aqui uma Hagiografia. Biografia dos santos. Mas nao é só uma biografia. É uma 
biografia moral dos santos. 
Narra-se a vida dos santos para ensinar aos individuos como eles devem se portar. 
No mundo medieval a historia então tinha um uso moral. Voce estudava as obras 
querendo saber o que era o certo e o errado. 
Reicentrismo: é a centralidade das coisas. significa dizer que no mundo medieval o 
processo de conhecimento e a concepção de verdade nao era produto de uma razão 
solitária. 
o processo de descobrimento da verdade era antes o processo de interpretar porque deus 
criou as coisas do jeito que criou. 
tudo o que existe no mundo, existe porque tem um motivo. 
O mundo medieval é o mundo que nasce das ruinas do imperio romano. 
o imperio romano durou mais de 1000 anos, tinha um vasto território e era uma referencia 
geral do funcionamento das políticas. 
com a queda do imperio romano, essa referencia deixa de existir. ninguem mais volta a 
ocupa-lo. 
a idade media se define pela ausência nesse sentido. tem falta de referencia. 
as pessoas se ruralizaram, ninguem conseguia mais ser essa referencia. 
o poder foi pulverizado. 
as decisões eram muito mais tomadas de baixo pra cima do que de cima pra baixo. 
e ai vem a figura do rei. o rei medieval é um juiz, porque a função dele nao é inovar na 
ordem, a função do juiz é a de reafirmar os costumes que ja existiam, ele é portanto a 
referencia dos costumes que ja existem. 
Instituições e Cultura na Idade Média 
- Duas principais instituições produtoras de direito: 
a) Universidades 
b) Igreja 
a) Universidades 
- Criação do contexto de urbanização 
- Funcionavam como corporações 
- Duas faculdades 
Faculdade de Artes 
. Trivium (Gramática, retórica, dialética) 
. Quadrivium (Aritmetica, Geometria, Musica, Astronomia) 
Faculdade Superiores 
. Direito (Ius Civile + Ius Canonici) - Bolonha 
. Medicina - MontPellier 
. Teologia - Paris 
A universidade e a igreja são as instituições produtoras do direito. 
Hoje, temos o congresso produzindo as fontes imediatas, e as universidades que 
produzem as mediatas, opiniões dos juristas, doutrinas e etc. 
Universidades. 
É uma invenção medieval que existe e resiste ate hoje. 
Elas aparecem como um reflexo de um contexto da Europa medieval. No contexto de 
reurbanização da Europa. 
Movimentos populacionais ocasionados pelas peregrinações, movimentos derivados pelo 
ressurgimento do comercio e reativação das estradas romanas, dentre outro fatores que 
fazem as pessoas sairem de suas vilas. 
Assim, começa a surgir alguns povos urbanos. 
Quando temos muitas pessoas circulando, temos muitas pessoas se encontrando. Logo, 
pessoas de direitos diferentes frequentando um mesmo espaço pequeno. Dentro dos 
muros de uma cidade. 
Aí acontecem conflitos. Pois temos muitas pessoas com pensamentos diferentes no 
mesmo lugar. 
As universidades são instituições criadas com a intuição de solucionar esses conflitos. 
Dar uma solução valida e coerente à eles. 
A universidade surge desde o seu inicio como uma corporação. 
No sentido de que a universidade é uma instituição que se distingue das outras 
instituições da sociedade. 
Surge de uma forma independente dos poderes políticos e religiosos. 
No 1o ano o estudante teria acesso ao currículo do Trivium. Gramatica, retórica e 
dialética. A função do Trivium é ensinar o estudante a pensar. 
Depois que passava pelo Trivium, aprenderia a pensar. 
Eaí iria para o Quadrivium. Aprenderia a aritmética, geometria, musica e astronomia. 
Como funcionam as formas e qual é a lógica por tras delas. 
Depois disso, teriam as universidade superiores. 
A primeira delas em Bolonha, que estudaria primeiro o Direito Civil e depois o estudo do 
direito canônico. 
Depois de formado aqui, ganharia o titulo de doutor e se tornaria um jurista. 
Teria tambem a de medicina. 
E a mais importante de todas, a faculdade de teologia localizada de Paris. Sao tomas de 
aquino foi professor. 
- Formavam uma comunidade de leitores 
- Surgem os primeiros sistemas de bolsas 
- Produziu uma revolução tecnológica 
. Títulos 
. Paginas e indices 
. Margens 
. Capítulos 
. Pontuação 
Volumen Codex: Livro 
A universidade medieval inventou o livro. 
Cria as primeiras regras de como deve ser lido alguma coisa. 
Ao inventar as margens para as anotações do que estava lendo,os medievais inventaram 
o conceito de leitor. 
A Escolástica 
- Derivada da Dialética 
- Método de ensino medieval 
- Quaestio - Disputatio - Determinatio 
- Foco na argumentação clara e precisa 
Generos Literários: 
Glosas: (Pegar um texto de autoridade, tipo a bíblia, e glosar ele. Escrever nas margens a 
explicação do que significa as palavras que estão no meio do texto). 
Comentários: (Conclusões sobre o que esta escrito) 
Summas: (As grandes obras medievais. O grande texto. Que é sobretudo um texto 
teológico). 
Confronto entre dialéticas. 
Dividia a sala em “equipes” e ai nascia a disputa. 
O foco era na argumentação. 
b) Igreja e o Direito Canônico 
- Desde o século IV, com Constantino - Oficialização do cristianismo(s) 
- Concílio de Nilceia - Afirmação das primeiras identidades cristãs 
 . Conciliares - primeiros cânones 
- Manutenção das dioceses e bispados 
 . Igreja Plural e Porosa 
- Gregório Magno - primeiros movimentos de organização hierárquica (Séc VI) 
 . No século XI: Reformas Gregorianas - “Revolução Papal” (Harold Berman) 
- Ivo de Chartres e a organização dos cânones. 
Até o século 19 cuidava da campos jurídicos que hoje nós cuidamos como a área do 
direito de família. Casamento, herança, morte, formação da personalidade jurídica, são 
temas tipicamente canônicos. 
Século IV, quando Constatino, imperador romano, oficializa o cristianismo como a religião 
do império romano. 
Isso vem de uma longa disputa, onde anteriormente o cristianismo era perseguido pelo 
império romano, depois ele era tolerado pelo império romano e depois, oficializado. 
Significando agora, que só pode ser cristão no império romano. E as outras religiões 
seriam caçadas. 
Mas, ninguem sabia direito o que era o cristianismo. Quais eram as suas bases teóricas, 
como funcionava, qual era a hierarquia da igreja, nada. 
Formalmente, de um ponto de vista jurídico, a igreja não existia. Pois não havia divisão de 
cargos, ninguém sabia o que tinha que fazer. 
É justamente com a oficialização do cristianismo como religião do império romano que 
haverá um passo fundamental. Os sacerdotes cristãos assumem a posição no estado. 
Começam a surgir cargos específicos para essas pessoas dentro do império romano. E 
ao fazer isso esses sacerdotes começam a aprender uma coisa, o direito. 
A igreja católica é uma igreja tao poderosa em grande medida porque ela soube usar o 
Ius Romano e a lógica do Ius como forma de estruturação do poder desde o começo de 
sua formação. 
(O imperador de roma se intitulava Pontifices Maximum, quando a igreja católica assume, 
esse cargo/titulo passa para o Papa) 
A igreja começa portanto, a se institucionalizar por volta do século IV pelas maos de 
Constantino. 
Diocese é uma divisão administrativa do império romano. 
Concilio de Nilceia: onde as 4 dioceses sentam e conversam sobre os pontos que tem em 
comum. 
Canone= textos aceitos em comum acordo entre pessoas diferentes, por se manifestar 
como um texto superior. 
O nome dos documentos, das atas, que mostram os primeiros cânones, são as 
Conciliares. 
Elas foram escritas copiando a forma das constituições imperiais do império romano. 
O Concilio de Nilceia escreveu em formato de caputs. 
Adotaram o jeito do Ius Romano de interpretar a realidade e produziram um texto dentro 
dos parâmetros deste mesmo Ius. 
Mas a igreja ainda continuava dividida, 4 dioceses, cada uma no seu canto. 
O poder de fato da igreja, estava vinculada à figura do bispo. Quem mandava de fato na 
igreja era o bispo. O papa até o século XI era mais um guru espiritual do que de fato tinha 
poder. O papa era apenas o bispo de Roma. 
Os bispos eram os soberanos na igreja. 
Isso significa que em cada região o cristianismo acaba por ser interpretada de uma forma 
muito peculiar. 
O Concilio de Nilceia era o seu mínimo dominador comum. 
Por isso a igreja era algo muito plural e porosa. 
Por volta do século XI, uma sequencia de papas que se auto dominam de Gregorios, em 
homenagem à Gregorio Magno, iniciam as reformas Gregorianas. 
Que seria, pegar uma lousa e colocam cada um no seu lugar. 
E nesse processo de estruturação burocrático interno nas dioceses, é denominado de 
Revolução Papal. 
O papa assume para si o poder de impor exclusivamente os dogmas da igreja. 
Como ele vai agora ser um chefe com poder? A partir de agora, as terras que estão sob 
propriedade da igreja estão sob domínio do papa. 
A partir do século XI o papa vira um senhor feudal, a partir de agora ele tem o direito de 
cobrar impostos, de ter exércitos, esses estados papais duram ate o século XIX. 
Quando a revolução papal acontece o papa assume a condição de ser um senhor feudal 
e ele esta organizando a igreja, ele precisa lidar com uma questão complicada e 
complexa: 
Quais são os cânones da igreja agora no século XI? 
O primeiro Concilio de Nilceia é la pelo século IV, a revolução papal é no século XI. Tem 
valores culturais diferentes, pensamentos diferentes, portanto, contraditórios entre si. 
Esses documentos eram divididos nas seguintes espécies: Conciliares, Bulas Papais, 
Decretalis, Bíblia. 
A diferença de tempo entre eles é muito grande. 
Gregorio XII, chama um bispo que era jurista e pede para que ele entre nos arquivos do 
vaticano, pegue os 700 anos de documentos e separe o que importa daquilo que não 
importa. 
E depois, que construa uma coletânea de textos que seja coerente entre si. 
Esse bispo chamava-se Ivo de Chartres, e ele vai produzir um texto chamado de 
“Concordia in Discordantia Canonum”. Seria a concordância entre cânones discordantes. 
Seria os pontos em que eles concordam. (Ele organizou os cânones). 
Depois, Graciano, pega esse documento organizado pelo Ivo, e vai Glosar, explicar o que 
esta escrito ali. Seria o Decreto Gratiani. 
Ivo de Chartres 
- Direito Divino (Ius Divinum) - Necessário 
- Direito Humano (Ius Humanum) - Útil 
- Flexibilização da regra pela Graça 
 . Aequitas canônica 
De um lado temos o Ius Divinum, que seria a manifestação declarada por deus para os 
homens, por exemplo, os 10 mandamentos. 
Mas temos tambem o Ius Humanum, interpretações humanas do texto revelado. 
Duas especies de fontes canônicas. 
Uma interpretação mais humana da bíblia seria o Ius Humanum. 
A lógica do direito canônico funcionaria então assim: 
A logica do direito divino seria necessário. Se você quer ser salvo você tem que respeitar 
o texto bíblico. Mas, o texto bíblico é cheio de contradição. Entao para ajudar a entender o 
que rola no texto bíblico, existem os direitos humanos que são úteis para compreender a 
biblia. 
Todos esses conceitos dao origens aos Sacramentos. 
Aequitas canônica: Instituto dos canonistas que olham para o caso concreto e acham uma 
solução mais justa, interpretando de forma mais humana. 
Positivismo histórico. 
Positivismo(s) 
. Filosófico 
. Sociológico 
. Jurídico 
. Histórico 
- Afirmação dos estados nacionais 
- Criação do moderno conceito de povo (“vock”) 
Positivismo filosofico, cujo principal nome é o Comte. 
Positivismo Sociologico, o principal é o Durkheim 
Positivismo Juridico, o principal é o Kelsen 
Positivismo Histórico, o principal é o Alemanha: Leopold Von Ranke, França: Charles 
Langlois e Charles e Seignobos. 
O papel dos positivistas é explicar porque as coisas estão do jeito que estão. 
É a origem das historias dos grandes presidentes, grandes guerras, grandes tratados. 
Tudo aquilo que justifica o nosso estado/historia como ele é hoje. 
Características do positivismo em geral 
a) A realidade é dotada de exterioridade. (A realidade existe independente do sujeito). 
b) O conhecimento é um representação real 
c) Há uma dualidade entre fatos e valores 
Características do positivismo nas ciencias humanas 
 • Asociedade é regida por leis naturais, eternas, imutáveis, independentes da 
vontade e da ação humana, e na vida social reina uma harmonia natural. 
 • A sociedade pode ser epistemologicamente assimilada pela natureza sendo 
estudada pelos mesmos métodos das ciências naturais. 
 • As ciencias humanas e sociais devem limitar-se as explicações causais dos 
fenômenos de forma objetiva, neutra, livre de juízos e de valor ou de ideologias, de 
noções prévias ou preconceitos. 
Características do positivismo na história 
 • O historiador é imparcial na percepção dos acontecimentos 
 • A ideia de que a historia revela a verdade sobre o passado 
 • A função do historiador é mecânica com relação ao passado devendo apenas 
vocalizar o que aconteceu. 
Como fazem história: 
. Uso exclusivo de documentos oficiais, as ações do Estado conduzem a historia 
. Privilegia a historia politica e conflitos 
. Estudar exclusivamente os fatos 
. Mãe das histórias universais ou geral 
Críticas: 
. Muito dogmatica entre sujeito e objeto. É possível separar 100% o que se pensa e o que 
se olha. 
. Excessivo apego ao fato. 
Escola dos Annales 
. Movimento de oposição ao positivismo 
. Revista fundada em 1929, em Estrasburgo 
. Movimento dividido em 3 fases: 
 1. 1a geração: Marc Bloch e Lugen Feubre (1929-1956) 
 2. 2a geração: Fernand Braudel e Ernest Labrousse (1956-1968) 
 3. “Nova História” (1968-…) - Jacques Le Golf. Carlo Ginzburg. Peter burke. 
1929 surge uma revista academia revolucionaria. Sao os Annales da historia econômica e 
social. 
Oposição ao positivismo. 
Esse é um movimento que se dilata no tempo. Começa em 29 e vai embora. 
Características Gerais. (Presentes nas 3 gerações) 
a) Explosão de fontes. 
b) Interdisciplinaridade 
c) Do evento ao processo - “História-Problema” 
d) História como ciência em construção 
Os Annales dizem que temos que parar de olhar a historia como algo visto de cima, e sim 
como algo visto de baixo. 
Mostrar que para entender quem somos talvez seja mais interessante, ao invés de olhar o 
que o governo faz, olhar o que os camponeses faziam. 
O ser humano nao esta só nos momentos heróicos, o ser humano é também alguém 
simples. Entender a vida dos homens normais e nao somente dos lideres. 
Se nós só lermos as decisões do estado, nós nunca vamos entender a vida de alguém 
simples. 
 
Enquanto a tradição positivista tinha uma preocupação narrativa com a historia, a tradição 
dos annales rompe com a importância que é dada aos eventos e caminha em direção aos 
processos. 
Historia como ciencia em construção. As ciências humanas começam a se afirmar como 
um grupo de ciências que tem como produto de suas convicções uma verdade provisória. 
Marc Bloch define a historia como a ciencia dos homens e das mulheres no tempo. 
Todo o presente gera novas perguntas para o passado e isso gera sempre uma nova 
interpretação. 
Características da 1a geração 
. “História das Mentalidades” e Psicohistória. (Marc Bloch) É um jeito de fazer historia 
muito influenciado pela sociologia, especialmente a de Durkheim. “Os reis Taumaturgos” 
. Psicohistória: Lugen Feubre, muito influenciado pela psicologia. 
. Síntese geral: “História Total” 
. Recusa da história politica 
Historia das mentalidades: jeito inovador que a geração dos annales faz historia, na 
pratica. 
marc bloch sem estudar de fato os reis em si, estudou a mentalidade de um povo. 
Psicohistória, tem na psicologia sua pedra de toque. Lucien Feubre se destaca. 
François Rabelais se destaca muito tambem. 
Escreve livros que envolvem dois gigantes. Vai acompanhando as aventuras desses 
personagens pela terra. Eles veem o que acontece nas igrejas, as injustiças, Rabelais cria 
um novo gênero literário, a comedia/barroco grotesco. 
Um tipo de livro muito chocante e apelativo. 
Por exemplo, em uma passagem o gigante Gargantula quer se alimentar e se alimenta de 
padres e defeca bíblias. Depois ele toma banho numa pia de agua benta cheia de urina. 
Há uma ideia de que François era ateu e a critica que ele fazia poderia trazer uma 
conotação ateia. 
Feubre escreve um artigo contra isso e esse artigo é o ápice para lançar a psicohistoria. 
Feubre fala sobre a “Instrumental Mental” 
O que é essa ideia? 
A ideia é muito simples. 
Ser ateu no sec 16, como busca defender uma serie de autores, é uma hipótese 
impossível. Porque? 
Porque nao há instrumental mental capaz de permitir que alguém fosse ateu no século 16. 
Instrumental mental é uma categoria da psicologia, diz que para algumas ideias existirem, 
algumas ideias precedentes precisam existir para dar base. 
Para alguém ser ateu essa pessoa precisava ter uma ideia de relativismo psicologico. 
O relativismo psicologico é algo que vai aparecer no século 17. 
Precisaria tambem ter a ideia de prova cientifica. 
Entao Feubre tem a proposta de demonstrar que ser ateu no sec 16 é impossível por falta 
de instrumental mental. 
Contudo, a palavra ja existe. 
Ateu era uma palavra muito presente em folhetos e em orações marianas que circulavam 
entre a população camponesa da França. 
Era o equivalente as revistas de fofoca no nosso tempo. 
Chamar alguém de ateu, era quase a mesma coisa que chamar alguém de idiota. 
Entao se, Rabelais nao era ateu, o que ele era? Como ele poderia ter essas ideias? 
Entao ele começa a identificar (e ai vem a psicologia junto) que esse tipo de piadas 
circulam muito entre populações que nao tem um estudo abstrato muito profundo. 
Seria piadas próximas a mentalidade dos próprios camponeses. 
Entao talvez ele nao fosse ateu, ele era um homem entre dois mundos, era um erudito 
mas tinha a capacidade de circular e falar com camponeses. 
Síntese Geral. Essa caracteristica se mantém na 2a geração. 
Conceito de Historia Total /Historie Tout Court/ 
Busca conscientemente romper as caixinhas divisórias da historia 
politica, social, religioes, artes, guerras.. 
A ideia de historia total nao é a ideia de fazer uma coisa só. 
Essa ideia é construir uma narrativa que consiga construir uma linha que conecte tudo. 
A recusa da história politica. 
Uma recusa do estudo dos grandes nomes, eventos, tratados, guerras. 
Nessa epoca, ainda estão brigando com o positivismo. 
O positivismo lembrava de algo que falava desses temas. 
Eles excluíram os estudos que envolviam esses temas. Isso foi um erro. 
Características da 2a geração 
a) Criação das temporalidades: curta, media e longa duração. 
b) Aproximação entre História e Geografia: Geohistória 
c) História seriada e demográfica 
a) Nao paramos muito para pensar no que significa o tempo. 
O que é feito aqui pelo Brudel, é tentar reconhecer a relação entre tempo e civilizações. 
E aí ele desenvolve 3 diferentes extratos do tempo. Níveis de temporalidade. 
Ondinhas que chegam na beira da praia são como os fatos históricos. Sao pequenas 
coisas que chamam atenção que ficam visíveis a olho nu, mas que tao logo chegam na 
areia ja são sugadas e desaparecem. Estudar fatos na historia é como tentar estudar o 
oceano olhando as ondinhas na beira da praia. Isso é encantador, chama atenção mas 
fala muito pouco sobre esse mar. 
Se eu quero saber a dinâmica de um mar, seria inteligente conhecer a baía daquele mar. 
Se eu quero entender os oceanos eu preciso olhar para as profundas correntes marítimas 
que nao sao visíveis a olhos nus. 
Temos então as conjunturas. 
Conjuntura é uma conjunto de décadas ou séculos que demonstram uma certa lógica 
temporária sobre a formação de uma civilização. 
Agora se voce quer entender o que são de fato as civilizações, as diferentes entre elas ou 
tudo o que as envolve, temos que olhar para a longa duração, no campo das estruturas. 
Ele escreve um livro chamado O mediterrâneo no Tempo de Felipe II. 
b) Geohistoria. A relação da geografia com as sociedadesdo passado. 
Relações entre espaço e civilização. 
c) História Seriada e História Demografica. 
Surge aqui a economia e a estatística 
Especialidade do Ernest Labrousse 
Ele começa a observar através de uma serie de documentos seriados (documentos que 
se repetem no tempo), ele pega a lista de preços do pão e ele ve que os preços subiam. 
Ele pega o grafico do preço e o gráfico da demografia. 
A demografia crescia devagar. mas em um determinado momento que aumenta muito. 
Um momento tem mais pessoas do que pao. 
Ou seja, ocorre inflação. 1789. 
Pois isso se da que a revolução se dá por causa da fome. 
Características da 3a geração dos Annales (1968) 
a) Explosão de Temas 
b) Fragmentação da História - Crise das sínteses gerais 
c) História Cultural - “Do portão ao Sótão” 
d) Retorno da História Política 
A terceira geração abre os olhos para o tipo de preocupação teórica e metodológica. 
A fragmentação da historia. 
Ao invés de estudar a historia como um todo, agora escrevemos historias mais 
especificas. Fica difícil de ligar uma na outra. (Ao invés de escrever sobre a sala como um 
conjunto, escreve sobre cada aluno nela, ai perde um pouco o sentido de sala). 
A historia cultural é o grande caminho para a 3a geração. 
A antropologia dialoga com a historia. 
Ela caminha para refletir sobre questões teóricas. 
O que significa estar no porão? (a 1a e a 2a geração estavam la) É onde fica a estrutura. 
O historiador então ia la pra baixo. Entender como e quando. Entender a mentalidade. 
Quais são as vigas mestras que fundaram a civilização de uma certa historia.

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