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fisio aula 8

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Nos herbívoros poligástricos há dilatação dos segmentos anteriores do trato gastrointestinal, enquanto nos monogástricos, há uma dilatação dos intestino grosso. Isso é necessário para a fermentação do alimento. No ruminante, a saliva é fundamental. O processo de tamponamento feito pela saliva é muito grande. O processo de fermentação é um processo produtor de ácidos, se não houver quem tampona isso, vai inviabilizar; 
No intestino delgado, de fora pra dentro há: serosa (dupla camada de peritônio); o esôfago é um canal de passagem de coisas grosseiras, não pode ser uma superfície de uma camada de células, tem que ser uma superfície com células estratificadas e até queratinizadas. No intestino, há uma camada muscular, que se compõe por fibras que se organizam de forma longitudinal e circular; na submucosa, há riqueza de defesa (presença de nódulos linfáticos); há um epitélio simples com projeções = vilosidades. Essas vilosidades formam uma grande rede de dígitos; no intestino grosso, ao invés de serem as papilas, há uma envaginação; nas vilosidades, há arteríolas, vênulas e uma rede capilar, assim como uma rede de vasos linfáticos. Então algo que está sendo absorvido aqui, pode ser absorvido pela veia, ou vaso linfático. Ducto lacteal central = drena linfa e macromoléculas levadas pela linfa. 
Cada célula intestinal possui microvilosidades (aumenta mais ainda área de superfície), essas células apresentam borda em escova; essas bordas em escova possui uma riqueza em proteínas, que podem funcionar como enzimas, receptores, transportadores. Enquanto aquilo que é drenado pelo venoso vai formar o sistema porta, o ducto lacteal vai desaguar no ducto torácico, que vai se juntar com o sangue que passou pelo fígado. 
Esse sistema tem controle pelos sistemas nervoso e endócrino; o sistema GI também aparece como órgão endócrino; hormônios são produzidos no trato GI e tem como função regular a função do próprio órgão. Em experimentos, retirava o sangue de um cão em fase digestiva, e injetava em um cão em jejum, aumentava a secreção pancreática do cão em jejum = durante a fase digestiva, tem algo que estimula a secreção pancreática; quando entramos na fase digestiva, o organismo detecta, e faz controle dessa fase; 
Para função digestiva, sabemos que o sistema nervoso central chega até lá pelo S e pelo parassimpático. 
Sistema nervoso GI: o nervo vago faz inervação em esôfago, estomago, vai até o cólon ascendente. O componente simpático forma cadeia ganglionar paravertebral. Gânglios são estações de sinapse. Do esôfago para baixo, ou a inervação é pelo vago, ou pela inervação sacral. Inervação simpática: adrenérgica; pelo parassimpático: colinérgica;
A inervação do SNA é extrínseca. Quando essa inervação atinge a estrutura do órgão. Essa inervação se espalha, e se conecta com uma grande rede que está constituída lá. Essa rede é vista desde o esôfago até a porção final do intestino. Essa rede é chamada de plexos intramurais = plexo mioentérico e submucoso; essa rede conecta se conecta à inervação extrínseca. Essa rede é influenciada pela inervação extrínseca, mas se eu cortar essa inervação, essa rede ainda consegue fazer sinalizações de ação neural. Essas fibras musculares que estão presentes, além de ter uma atividade mioentérica própria, há inervação dessa rede, que pode ser estimulada ou inibida. Tudo o que estimular essa rede aumenta o peristaltismo = capacidade que a musculatura lisa tem de responder a esses plexos. 20min após a morte do animal, ainda é possível observar peristaltismo. 
Reflexo gastrocólico: como que um reflexo gástrico influencia na motilidade do cólon? Isso é possível pois há uma conexão por rede. 
Uma célula intestinal, secreta a secretina, que vai pela circulação até o pâncreas, estimulando a secreção do suco pancreático. Colecistoquinina: chega à vesícula biliar, manda contrair a vesícula, jogando bile no intestino, para ajudar no processo da digestão da gordura; o produto das células pode ser um peptídeo local, que vai atuar na própria célula, sem cair na corrente sanguínea. 
No circuito do estomago, a histamina tem processo importante no processo de estimulação. É produzida por mastócitos. 
Nos animais, o estômago pode ser alvo de estresse. Alguns animais podem ter aumento de secreção, inapetência, perda de peso, ulceras gástricas. 
Mediadores hormonais e parácrinos: a gastrina é um hormônio importante para estimular as células produtoras de ácido clorídrico e também a secreção de histamina. A colecistoquinina é outro hormônio (se é hormônio, a secreção é endócrina). 
O estômago recebe alimento, é um saco fechado; quando começar a descarregar, vai lançar no duodeno um componente fluido e ácido, o duodeno secreta secretina, estimulando a secreção pancreática, que tem como função tamponar o duodeno. No estomago, as enzimas atuam em pH ácido. Já no duodeno, as enzimas atuam em pH básico. Considerar somente monogástricos.
O estômago vazio não fica “armado”, ele fica murcho. Com o ensaio digestivo, mesmo antes de mastigar, pela visão, o estomago dá uma relaxada = relaxamento receptivo, para receber o alimento; após a parada da ingestão, o esfíncter de cima fecha, e o estomago começa a ter movimentação. Na região da curvatura maior, há células que são sensíveis, estão em estado de repolarização e polarização. Células de Cajal: têm excitabilidade diferenciada, quando se despolariza, passa isso para as células vizinhas, que é musculatura lisa, ao despolarizar contrai, isso vai andando pelo intestino. Isso é o suficiente para fazer um tipo de motilidade. Essas células têm excitabilidade própria, um ritmo, é chamado também de marca-passo estomacal; o intestino tem uma motilidade própria, a inervação pode aumentar isso ou diminuir. Algumas situações aumentam tanto esse estímulo, que pode provocar diarreia. O parassimpático é estimulante, o simpático é MODULADOR. A secreção salivar diminui com estimulação do simpático. Durante a fase digestiva, a sialorréia é comandada pelo parassimpático. 
Existe uma relação entre o potencial de ação e a contração muscular. A adrenalina diminui a excitabilidade do sistema, ao ponto dele desaparecer. Quando a atividade elétrica desapareceu, a contração caiu. Quando o potencial de ação começou a aparecer e aumentou a freqüência, a tensão do músculo aumenta novamente. No trato gastrointestinal, a estimulação simpática diminui a tensão na fibra muscular, o sistema fica mais relaxado (não diz respeito especificamente de esfíncter, é um caso separado). Quando administro acetilcolina (em relação ao parassimpático), vinha em uma determinada freqüência, quando estimulo com acetilcolina, a freqüência aumenta, há aumento do tônus da contração; no processo de regulação da inervação extrínseca (simpático e parassimpático sobre o trato GI), a acetilcolina aumenta a contração, enquanto a adrenalina inibe. Toda droga parassimpáticomimética, aumenta a mobilidade do trato GI; o parassimpático é estimulador tanto da motilidade quanto da secreção. 
Os plexos estão espalhados pela parede intestinal, ele tem uma rede de conexões. Pego o bolo de alimento, ele estimula a parede, esse estímulo é percebido pela inervação. A rede do plexo organiza uma reação de relaxamento para o seguimento posterior e contração da região anterior. Se relaxo posterior, e contraio a anterior, o bolo se movimenta, a onda de contração migra atrás dele, esse bolo alimentar está se movimentando, de pedacinho em pedacinho. Quando há contração da parte anterior, em sincronismo com o relaxamento da porção posterior = movimento peristáltico, que é o grande responsável pelo movimento do conteúdo. Quando o estômago relaxa para receber a dieta, ele dá estímulo para as porções posteriores empurrarem o que tiver lá dentro, para dar espaço. 
O movimento peristáltico me dá a entender que as fibras que estão em disposição longitudinal estão contraindo em série. No trato GI eu vou gerando dois tipos de movimentos, o peristaltismo e a segmentaçãorítmica = segmenta o bolo alimentar, fazendo a possibilidade da mistura. Dividi-se uma porção do bolo, e mistura com a metade do outro bolo, vai misturando. 
Se eu analisar o estômago, na parte superior a parede é fina, e vai engrossando até chegar na região pilórica. Quanto maior o volume muscular maior a força de contração. O estomago está misturando, está secretando, as válvulas pilóricas e gástricas estão fechadas, o componente vai ficando mais fluido, até estar a ponto de ser lançado no duodeno. No caso do ruminante, há vários compartimentos fazendo isso, é comum auscultar esses movimentos gástricos para dar um diagnóstico quanto a saúde intestinal desse animal. 
As fibras longitudinais fazem movimento continuo (---), enquanto a camada circular aperta (o), dividindo o bolo alimentar.
Taxa de passagem = tempo que o alimento despende para percorrer todo o intestino; aumentar a taxa de passagem é diminuir o tempo; algumas substancias são colocadas como marcadores, quando passa pelo trato gastrointestinal ela muda de cor, são utilizados para fazer exame. 
Compara-se um bovino e um eqüino, que estão submetidos a uma dieta de forragem nova (tem um teor de fibra mais baixo); geralmente, quanto maior a planta, maior o teor de fibra. A taxa de passagem no eqüino é em torno de 48 horas. No ruminante, é em torno de 80 horas. Ao comer uma pastagem mais velha, aumenta a taxa de passagem, ele comeu mais, por isso aumentou. Em uma pastagem ruim, é provável que o eqüino leve mais vantagem, já que vai diminuir a taxa de passagem. Já um ruminante, vai aumentar a taxa de passagem, vai ficar ruminando mais tempo. O alto teor de fibra impacta a digestão no ruminante, enquanto no eqüino acelera. No caso de bovinos leiteiros, tem-se a preocupação na época da seca oferecer uma suplementação. A cana de açúcar é um excelente componente, porém tem um teor de fibra muito grande. O grande desafio hoje é pegar a cana e aumentar sua digestibilidade. Cana hidrolisada com cal. A fibra vegetal na dieta humana não contribui tanto para requisitos energéticos, mas sim para dar volume e garantir a secreção e motilidade intestinais. O processo digestivo envolve a ingestão, hidrólise do alimento no tubo gastrointestinal; atividade das glândulas anexas; absorção dos produtos da digestão e excreção dos resíduos não digeridos e/ou não absorvidos ou de substâncias secretadas. 
É recomendável o uso de ureia em equinos? Pode-se usar ureia para alimentar bovinos (ex. cama de frango com bases nitrogenadas provenientes excreção de aves, antigamente).
TRAZER ESSA DISCUSSÃO PARA A PROXIMA AULA (NA LITERATURA, ETC), IDENTIFICANDO OS PORQUÊS, ETC 
A ação motora do tubo digestivo tem caráter físico e depende das inervações intrínseca e extrínseca. E, somado com o processo químico, são ações coordenadas pelo sistema nervoso (hormônios tissulares).
Mastigação: um cão não mastiga eficientemente. Os dentes têm mais função de apreender o alimento, e não de mastigar. 
Alimentos mais ácidos estimulam mais a secreção salivar. Condicionamento da salivação com sino. Um bovino pode secretar 60l de saliva por dia. Homem: 1-2l. A secreção salivar tem função de dicção nos seres humanos, de deglutição, de proteção da cavidade oral; a função digestiva tem mais importância em humanos (amilase salivar). O cão tem amilase salivar, mas o alimento fica na boca por um tempo muito curto. A saliva é importante até mesmo na termorregulação de alguns animais, como camundongos, que lambem o corpo, e ao evaporar, leva embora calor. 
A saliva é relativamente alcalina, é hipotônica em relação ao plasma (99,5% de água, 0,5% de matéria seca); matéria seca: cloretos, fosfatos, mucina, amilase, etc. No caso do ruminante, há produção de 60l de saliva, cerca de 2kg de bicarbonato, isso para o tamponamento do rúmen é imprescindível. No humano, não há essa importância, não necessita do tamponamento do estômago, mas só da boca.

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