Buscar

Direito Civil TIPOS DE BENS

Prévia do material em texto

Direito Civil - Bens
INTRODUÇÃO
Veremos nesse ficha mento-resumo a importância dos bens, suas características, seus tipos, a diferença entre bens e coisas e sua evolução histórica no direito brasileiro à luz do Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406/02) e da Constituição Federal de 1988, dentre outras leis específicas.
 Como os Bens são objetos do direito, o Código Civil de 2002 trouxe algumas subdivisões e classificações para uma melhor compreensão estando, assim, de acordo com o princípio basilar da operabilidade. Essa primeira grande divisão que é trazida pelo CC/02 é quanto ao valor econômico dos Bens, ou seja, para o Código vigente só importam os Bens que portem algum valor econômico, pois são esses que estão sujeitos a gerarem conflitos.
Assim sendo, são essas as classificações que o Código Civil de 2002 traz:
I) DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS – Bens Imóveis e Bens Móveis; Bens Fungíveis e Bens infungíveis; Bens Consumíveis e Bens Inconsumíveis; Bens Divisíveis e Bens Indivisíveis; Bens Singulares e Bens Coletivos.
II DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS – Bens Principais e Bens Acessórios.
III) DE ACORDO COM A TITULARIDADE – Bens Públicos e Bens Particulares.
 CONCEITO
Bens são todos aqueles objetos materiais ou imateriais que sirvam de utilidade física ou ideal para o indivíduo. Veja o que pensa Silvio Rodrigues “Para a economia política, bens são aquelas coisas que, sendo úteis aos homens, provocam a sua cupidez e, por conseguinte, são objetos de apropriação privada.” (2003: 115)
PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens, seja de pessoa física ou jurídica, sobre o qual incide as relações jurídicas econômicas, abrangendo os direitos reais e obrigacionais (pessoais).
“O patrimônio é formado pelo conjunto de relações ativas e passivas, e esse vínculo entre os direitos o as obrigações do titular, constituído por força de lei, infunde ao patrimônio o caráter de universalidade de direito.” (Rodrigues, 2003)
DOS BENS COSIDERADOS EM SI MESMOS
· Bens Imóveis: Compreende-se como bem imóvel aquele que não pode ser transportado de um local para o outro sem que haja destruição do local em que se encontra ou do bem. 
· Bens móveis: São aqueles que podem ser movidos de um local para o outro sem que cause uma destruição do Bem ou do local. É muito esclarecedora, nesse sentido, a redação do art. 82 do Código Civil (BRASIL, 2002) “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.”
· Bens Fungíveis: São bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. São exemplos de bens fungíveis o dinheiro, a água, caneta etc. Assim nos traz o art. 85 do Código Civil (BRASIL, 2002) “São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.”
· Bens Infungíveis: Ao contrário dos bens fungíveis, são aqueles que não podem ser substituídos por outros em razão de determinadas características individuais especiais e específicas. É uma característica própria dos bens imóveis, mas também se encontra presente em alguns bens móveis como, por exemplo, os veículos automotores (individualizados por seu chassi, placa etc). A infungibilidade poderá resultar da natureza do bem ou mediante a vontade das partes.
· Bens consumíveis: Destinados à satisfação de necessidades e interesse das pessoas podendo ser de duas espécies:
a) Consumíveis de fato: São os bens cujo uso para atender as necessidades humanas gera sua destruição imediata. Como exemplo pode ser citado as frutas, os legumes etc.
b) Consumíveis de direito: São os bens cuja consuntibilidade se dá no âmbito jurídico. Também destinado a atender interesse das pessoas, mas por meio de alienações. Exemplo desse bem é a al·
 Bens inconsumíveis: São os bens que podem ser usados de forma contínua e reiterados sem que isso importe na sua destruição imediata. Assim como no caso dos bens fungíveis e infungíveis, os bens consumíveis podem ser transformados em inconsumíveis. 
· Bens divisíveis: São aqueles bens que podem sofrer divisão em partes homogêneas e distintas sem a perda considerável de seu valor.
· Bens indivisíveis: São aqueles bens que não podem sofrer divisão sob pena de redução considerável de seu valor econômico, de sua substância, qualidade ou utilidade essencial.
· Bens singulares: são aqueles bens que, embora reunidos, consideram-se de per si, independente dos demais. (Código Civil, art. 89) Os bens são, em regra, singulares e somente serão considerados coletivos por determinação legal ou vontade das partes.
Os bens singulares podem ser classificados como:
a) Simples: são aqueles bens cujas partes formam um todo homogêneo e estão agrupados em ração de sua própria natureza. Exemplos: árvore (bem material), crédito (bem imaterial) etc.
b) Compostos: são aqueles bens que, reunidos, formam um só todo cujas partes não perdem suas condições jurídicas individuais. Exemplos: navio, material de construção utilizado em uma casa etc.
 Bens coletivos: são bens coletivos ou universais aqueles constituídos de bens singulares formam um todo (individualidade incomum), mas sem que desapareça a condição jurídica de cada parte (autonomia funcional).
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
· Bens principais: A primeira parte do artigo 92 do Código Civil (2002) diz que “principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;”
Quanto aos bens imóveis, o solo é o bem principal e tudo que se incorporar nele de forma permanente é acessório. No caso dos imóveis, o bem principal é aquele para o qual se destina um acessório. Por exemplo, a caneta é um bem principal e sua tampa um bem acessório.
· Bens acessórios: Aquele cuja existência dependa da existência de um outro bem (principal). A segunda parte do art. 92 do Código Civil (2002) nos diz que “... Acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.”
Os bens acessórios podem ser:
a) Naturais: aqueles que aderem naturalmente ao bem principal. Como, por exemplo, as arvores e seus frutos.
b) Civis: aqueles que aderem ao bem principal por determinação legal, não dependendo de vinculação material. Exemplos: Juros, aluguel etc.
c) Industriais: aqueles que aderem ao principal por força de engenho humano. Como exemplo pode ser citado um prédio que é erguido sobre um lote de terra.
DE ACORDO COM A TITULARIDADE
· Bens particulares: São aqueles bens que não pertencem a nenhum órgão ou entidade de domínio público (pessoas jurídicas de direito público interno 
· Bens públicos: É válido já dizer que, para a doutrina majoritária, a definição de bem público não deveria ser tratada pelo direito civil, tendo em vista ser este uma vertente do direito privado. Para eles, o mais correto seria que essa definição e classificações fossem tratadas pelo direito constitucional e administrativo (como o é).
Esses bens se classificam como, conforme os art. 99 do Código Civil:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
Para finalizar, é válido destacar as características dos bens públicos. São elas:
A) Inalienabilidade: característica somente dos bens afetados (bem de uso comum e especial). Esses bens, enquanto conservarem a sua qualificação, não podem ser alienados.
B) Imprescritibilidade: são imprescritíveis (não prescrevem) as pretensões da administração pública com relação aos bens públicos. Por conta dessa característica, os bens públicos não podem ser adquiridos por meio do usucapião.
C) Impenhorabilidade: decorre da característica da inalienabilidade dos bens públicos, ou seja, os bens públicos não podem ser dados como garantia e não podem ser objeto de execução judicial (adjudicação ou arrematação).

Continue navegando