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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER MANUAL – ORIENTAÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – LICENCIATURA EM HISTÓRIA CURITIBA 2017 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER MANUAL – ORIENTAÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Documento de orientação para a organização do Trabalho de Conclusão de Curso Curso: Licenciatura em História CURITIBA 2016 3 CARTA AO ESTUDANTE Prezado(a) estudante, “Quando se une a prática com a teoria tem-se a ação criadora e modificadora da realidade”. (Paulo Freire) Parabéns! Você chegou em mais uma etapa de extrema relevância para sua vida profissional: o trabalho de conclusão de curso do seu curso. Este é o melhor momento para sua percepção concreta perante uma determinada realidade. A Escola Superior de Educação do Centro Universitário UNINTER apresenta o manual com as orientações para a realização do trabalho de forma acadêmica e orientada. Destaca-se que para a realização de tal atividade é imprescindível a leitura integral do presente documento. Embora trate-se de um trabalho de conclusão de curso, você não precisa, e nem deve, esperar até o final de seu curso para executá-lo. Você pode ir cumprindo todas as etapas que serão descritas aqui durante o decorrer do seu curso. Assim que possível, escolha seu tema e comece suas leituras e fichamentos. Não se preocupe se seu projeto inicial parecer muito simples. Você poderá aprimorá-lo após adquirir mais leituras e conhecimentos na área escolhida. Começar o quanto antes lhe dará tempo para fazer com calma cada etapa em vez de levá-lo a uma correria desenfreada no final, o que prejudicará sua redação e, consequentemente, sua avaliação final. Tudo pronto para começarmos? Seja bem-vindo a esta etapa do seu curso. Bons estudos práticos! Coordenação Curso Licenciatura em História Coordenação Núcleo de Pesquisa e Prática Pedagógica 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5 COMITÊ DE ÉTICA ............................................................................................................................... 7 NOÇÕES PRELIMINARES - PESQUISA .......................................................................................... 9 1. O QUE É UM TCC ...................................................................................................................... 10 1.1 PORQUE TODOS DEVEM REALIZAR O TCC? ............................................................. 10 2. O QUE É PESQUISA? ............................................................................................................... 11 2.1 Ciência ...................................................................................................................................... 12 2.2 Conhecimento científico .................................................................................................... 13 ROTEIRO DE TCC – PROJETO –TEXTO FINAL-APRESENTAÇÃO .................................... 17 1. COMO ELABORAR UM TCC .................................................................................................. 17 1.1 COMO ELABORAR UM TCC - PROJETO ........................................................................ 18 1.2 COMO ELABORAR UM TCC – TEXTO FINAL .............................................................. 20 1.3 TCC – APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 20 2. PASSO A PASSO DO TCC ........................................................................................................ 22 2.1 ESTRUTURAÇÃO DO TCC .................................................................................................. 22 2.2 FORMATAÇÃO DO TCC ...................................................................................................... 32 ANEXOS DO MANUAL ...................................................................................................................... 44 5 APRESENTAÇÃO A exigência de que você encerre o curso com a produção de um Trabalho de Conclusão (pesquisa) revela nossa preocupação com a qualidade do ensino que estamos oferecendo, pois será o momento em que escolherá um dos assuntos que despertou seu interesse durante seu percurso acadêmico para aprofundar-se nele. Sendo assim, é indispensável que o tema escolhido por você faça relações com os conteúdos que aprendeu. Os eixos nos quais você poderá pesquisar em seu TCC são: Metodologia do ensino de História: Pesquisas voltadas para o processo de ensino de História e elaboração de material didático. Pode se relacionar com temas das seguintes áreas: Antiguidade Oriental, História Antiga, História Medieval, História Moderna, História Contemporânea, História do Brasil, História da América, História da Arte e Arqueologia. Educação Patrimonial: Elaboração de projetos que envolvam a comunidade local, o patrimônio cultural brasileiro e iniciativas de educação patrimonial. Teoria & Historiografia: Pesquisas que enfoquem as discussões teórico-metodológicas da História, as diferentes correntes historiográficas, as distintas abordagens e metodologias para as fontes históricas. Durante todo o período, você deverá articular teoria e prática, utilizando as diretrizes aqui disponibilizadas e os referenciais bibliográficos indicados pelos professores, bem como as obras pesquisadas por eles e os 6 conhecimentos acumulados durante o desenvolvimento de todas as disciplinas do curso. 7 COMITÊ DE ÉTICA O pesquisador deve definir como se constituirá o trabalho de pesquisa. Sugerimos a realização de uma pesquisa bibliográfica, pois a pesquisa de campo requer um tempo maior na preparação e coleta de dados para a concretização da pesquisa e, para futura publicação, necessitará passar pelo comitê de ética da Instituição. Há um assunto importante sobre o qual você precisa ficar atento desde já: o comitê de ética. Após receber uma primeira orientação de seu professor (orientador) via AVA, você deverá submeter o seu Projeto de Pesquisa a aprovação de um Comitê de Ética. Neste caso, será obrigatória a entrega de um Projeto de Pesquisa para ser analisado pelo Comitê de Ética. Para que haja tempo hábil de encaminhar o seu projeto para a apreciação do Comitê de Ética, você deverá encaminhá-lo no início do período de elaboração de TCC, ou seja, logo nos primeiros dias da disponibilização do link para postagem. O primeiro passo é acessar o site da Plataforma Brasil, registrar-se como pesquisador e, depois, cadastrar o seu projeto. O modelo de projeto a ser seguido é o indicado pela plataforma, ou seja, você deve preencher os dados solicitados. O comitê reúne-se em datas fixas que estão disponíveis no site. Os projetos são avaliados de acordo com as datas das reuniões. Clique no link para acessar o site da plataforma do SISNEP – Sistema Nacional de Ética em Pesquisa. Um projeto não aprovado pelo comitê de ética não significa que você foi reprovado no TCC. Caso o seu projeto não seja aprovado, você deverá apresentar outro para nova análise. Para que você compreenda melhor, vamos explicar: qualquer dado que não seja de domínio público é OBRIGADO a passar pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Por exemplo: entrevista, pesquisa de campo, estudos de caso,acesso a prontuários de pacientes (em papel ou meio eletrônico), bases de dados de Unidades Básicas de Saúde (prefeituras, hospitais, clínicas, 8 laboratórios, operadoras de planos de saúde; secretarias municipais e estaduais de Saúde) e outros. Mais detalhes sobre esse assunto poderão ser encontrados com a tutoria do Curso e, principalmente, com o próprio Comitê de Ética da Instituição pelo e-mail: etica@uninter.com 9 NOÇÕES PRELIMINARES - PESQUISA 10 1. O QUE É UM TCC O TCC é um trabalho científico, resultado de uma pesquisa executada de acordo com os requisitos científicos de sua área específica. Esses requisitos variam de acordo com as diversas áreas de conhecimento e todos devem ser submetidos ao julgamento de seus pares. O TCC é a sua oportunidade para demonstrar que aprendeu a usar as ferramentas e conhecimentos obtidos durante o seu curso, mas também pode ser o primeiro passo para suas futuras pesquisas. Se você tem interesse em algum assunto particular, alguma dúvida ou curiosidade que gostaria de responder, este pode (e deve!) ser um bom começo. 1.1 PORQUE TODOS DEVEM REALIZAR O TCC? I. Para poder aliar a teoria à prática, no que tange à sua formação profissional e pedagógica. II. Porque a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96 determina essa exigência. III. Porque as Diretrizes do Curso indicam a carga curricular estipulada para a sua realização. IV. Para os que já atuam na profissão e buscam aperfeiçoamento, certificação e/ou progressão na carreira, significa: espaço de formação contínua; reflexão sobre a própria prática; análise de outras práticas a partir das teorias estudadas. 11 2. O QUE É PESQUISA? “Nossos planos fracassaram porque não tinham objetivo. Quando um homem não sabe a que porto deseja chegar, nenhum vento é o vento certo.” Sêneca A história da humanidade revela uma constante busca pelo conhecimento. Desde os tempos mais remotos, o ser humano vem lutando para progredir. No início, pela própria sobrevivência. Posteriormente, pela necessidade intrínseca de adquirir meios mais práticos para obter uma vida melhor, com mais saúde, conforto e estabilidade. Há quem diga que, no fundo, a busca por todas essas realizações denuncia a vontade do homem de encontrar a felicidade. No entanto, a jornada humana é um caminho incerto. Durante sua evolução, o homem encontrou-se em meio a condições das mais adversas, como intempéries, enchentes, secas, animais ferozes, enfermidades de variadas intensidades, epidemias, guerras, pragas etc. Esses reveses foram, e são os grandes desafios que o fizeram/fazem usar de toda a sua capacidade criativa para superá-los, em favor de sua sobrevivência. Na medida em que o tempo avança, surgem novos desafios, além dos que ainda permanecem nos intrigando. Como lidar com esses desafios? Essa é a pergunta chave para o começo de uma a investigação. Antes de tudo – O QUÊ – exatamente, deve ser resolvido? Uma vez detectado qual é o problema, surge a próxima pergunta: POR QUÊ resolvê-lo? Há, basicamente, dois grandes motivadores, que podem estar juntos ou não: a necessidade e a curiosidade. Então, problema encontrado, necessidade de resolvê-lo e/ou curiosidade estabelecidos, o próximo passo é COMO resolvê-lo? É a partir daí, que o homem lança seu olhar ao redor, inferindo causas prováveis para o problema e propondo hipóteses: a) para as causas, caso não as conheça, e b) para como solucioná- 12 lo. Usando ferramentas adequadas, aquelas que gerem condições viáveis para a busca da solução, ele parte para a coleta de informações sobre causas e hipóteses levantadas, que serão testadas para sua confirmação, ou não. A pesquisa científica é a aplicação controlada, por pares, desse método que é usado, em parte, empiricamente, por nós todos, todos os dias, sem sequer percebermos. A pesquisa científica pode ser concebida como um processo sistemático no avanço construtivo do conhecimento. 2.1 Ciência Ciência é uma forma de se obter conhecimento por meio do método científico. Também chamamos ciência, o conjunto desses conhecimentos obtidos por meio do método científico. Diferente do senso comum, cujo conhecimento se dá por repetição sem investigação, o conhecimento científico, para ser admitido como tal, precisa atender a requisitos específicos. Numa pesquisa cotidiana basta escolher o melhor método de obter a resposta e implementá-lo até, efetivamente, conseguir a resposta. Depois que você descobre com que roupa deve ir à festa de casamento, não escreve todos os passos que deu para descobrir e leva por escrito para festa pra ver se seus colegas aprovam. Você veste a roupa e vai se divertir. Na pesquisa científica é bem diferente. Todas as etapas são descritas e explicadas, de acordo com as normas científicas, antes e durante sua execução. Finda a pesquisa, escreve-se a dissertação, se for uma pesquisa de mestrado, ou a tese, se for de doutorado. No caso do trabalho de conclusão de curso (TCC) de graduação, será escrito um artigo científico. Depois tudo pronto, o trabalho é submetido ao julgamento por pares, que são outros pesquisadores que têm reconhecido saber sobre o assunto pesquisado e/ou que também o estão estudando. 13 2.2 Conhecimento científico O conhecimento científico baseia-se na abordagem sistemática dos fenômenos a serem investigados e necessita aprendizado superior para seu exercício. Com o intuito de facilitar a apreensão dos fenômenos, a ciência foi segmentada em diversas áreas do conhecimento (medicina, botânica, engenharia, sociologia, psicologia etc.) e cada área produz seus métodos e ferramentas para pesquisa e construção de seu conhecimento. Além da abordagem metodológica e a segmentação, o conhecimento científico também só é considerado válido depois que suas descobertas tenham sido submetidas aos pares, para avaliação, refutação ou confirmação. Tanto os resultados, como os procedimentos utilizados na obtenção das informações sofrem meticuloso escrutínio, e só depois da confirmação da adequação do trabalho, os resultados podem ser considerados válidos e incluídos no conjunto dos conhecimentos humanos. 2.2.1 Tipologia 2.2.1.1 Aplicada Objetiva o progresso técnico, a criação de produtos/utilidades para o mercado, a conquista de “know-how” sobre alguma tecnologia já existente, o aumento do valor de produtos através da criação de novas funcionalidades, etc. 2.2.1.2 Básica Objetiva descobrir coisas novas. O que são, como funcionam, onde estão. Os resultados servem de base para outras pesquisas. 14 2.2.1.3 Bibliográfica Pesquisa feita em fontes documentais como bibliotecas, hemerotecas, bancos de dados, etc. Pesquisa feita em trabalhos impressos de outros autores, que compõem o acervo de bibliotecas, bancos de dados, sites de periódicos científicos, etc. Os textos pesquisados são livros, teses, dissertações, artigos ou outra produção científica impressa. 2.2.1.4 Campo Pesquisas feitas no ambiente natural do objeto a ser investigado. O pesquisador vai ao local original, observa e coleta dados, sem intervir e produz tanto um caderno de campo com tudo o que experimentou enquanto pesquisador, como um documento descritivo e analítico do fenômeno investigado. A antropologia constitui-se namaior usuária desse tipo de pesquisa. 2.2.1.5 Documental Pesquisa feita em qualquer tipo de documento. Podem ser documentos impressos, gravados, fotografias, filmes, jornais. Entretanto, ao contrário da pesquisa bibliográfica, a documental utiliza-se de material ainda não investigado. 2.2.1.6 Descritiva Descreve os fatos e dados sem que sejam manipulados pelo pesquisador. Seu objetivo é observar e descobrir os fenômenos, para então descrevê-los, interpretá-los e classificá-los esclarecendo o que aconteceu. 15 2.2.1.7 Experimental Diferente da pesquisa descritiva, a pesquisa experimental busca demonstrar como e por que determinado fenômeno ocorre ou ocorreu, inclusive, replicando-o em laboratório, sob condições controladas. Pesquisas também diferem em relação à abordagem: elas podem ser quantitativas ou qualitativas. 2.2.2 Caráter/Cunho da pesquisa 2.2.2.1 Pesquisa quantitativa É a que utiliza técnicas e ferramentas estatísticas com o intuito de quantificar os dados obtidos. É frequentemente usada para produção de aferições em amostras com muitos indivíduos. A ferramenta mais comum nas pesquisas quantitativas é o formulário com questões fechadas, ou seja, com um número limitado, e definido a priori, de opções de resposta. Ex.: Pesquisas eleitorais, pesquisas demográficas, pesquisas de satisfação. - Modelo de questão fechada: Como se sentiu em relação ao nosso atendimento? Muito satisfeito Satisfeito Insatisfeito Muito insatisfeito 2.2.2.2 Pesquisa qualitativa Esta é utilizada quando o pesquisador pretende obter resultados que não são passíveis de medição numérica. Quando as subjetividades individuais estão envolvidas. Nesse caso, o número da amostra é bem mais reduzido e as 16 questões são investigadas mais a fundo. Formulários também podem ser usados nas pesquisas qualitativas, mas as questões são abertas. Cada entrevistado elabora a sua resposta às perguntas. Por envolver subjetividades, é imprescindível que o projeto desse tipo de pesquisa seja submetido ao Comitê de Ética o mais breve possível. Ex.: Pesquisas antropológicas, pesquisas biográficas. - Modelo de questão aberta: Quais as atividades diárias dos membros da sua família? Quais atividades são feitas em conjunto? IMPORTANTE: Você pode fazer uma pesquisa mista! Unir conceitos e organizar o seu trabalho de acordo com o que os seus objetivos necessitam para serem cumpridos! 17 ROTEIRO DE TCC: PROJETO – TEXTO FINAL - APRESENTAÇÃO 1. COMO ELABORAR UM TCC Ao longo do curso você cumprir três diferentes disciplinas: 18 TCC – PROJETO – voltada para o início da sua pesquisa de conclusão de curso. Organização do tema. TCC – TEXTO FINAL – voltada para organização e finalização da sua pesquisa de conclusão de curso. TCC – APRESENTAÇÃO – voltada para a apresentação do seu trabalho para uma banca examinadora. IMPORTANTE: Siga os itens a seguir como se fosse um passo-a-passo. Assim, facilitará a organização do seu TCC! 1.1 COMO ELABORAR UM TCC - PROJETO Trabalho de Conclusão de Curso TCC TCC Projeto TCC Final TCC Apresentação 19 O TCC – Projeto é um trabalho que deverá conter, na sua totalidade, de 8 (oito) a 10 (dez) páginas. Se você responder tais questões, ao final terá seu TCC organizado de forma coesa e dentro das normas de exigências acadêmicas, com a seguinte estrutura: 20 1.2 COMO ELABORAR UM TCC – TEXTO FINAL Neste momento, você irá elaborar o Texto - Final de seu Trabalho de Conclusão de Curso (artigo completo). Este texto deverá ter, no mínimo, 15 (quinze) e, no máximo, 20 (vinte) páginas digitadas, sendo considerados os elementos textuais: Introdução, Fundamentação Teórica, Metodologia e Considerações Finais. Essa etapa representa o fechamento da pesquisa, portanto você deverá prestar atenção aos tempos verbais e deverá colocar todos os verbos referentes à sua execução no passado. 1.3 TCC - APRESENTAÇÂO 21 Esta etapa se realiza após a aprovação nas etapas anteriores (TCC – Projeto e TCC – Final). A apresentação do TCC é o momento em que você irá compartilhar através da pesquisa o conhecimento adquirido, os resultados e as suas contribuições. Ela é organizada pelo coordenador de polo, que deverá convidar outro professor ou Tutor para compor a banca examinadora. Organize a apresentação em, no mínimo, 15 minutos e, no máximo, 20 minutos, considerando os seguintes itens: título do TCC, aluno, tema, objetivos da pesquisa, metodologia (descrição breve da fundamentação teórica, discussão de resultados, apresentação da análise de estudo) e considerações finais. A banca examinadora deverá preencher a Ficha de Avaliação, na qual serão apontadas as considerações sobre o trabalho. A arguição sobre o trabalho poderá se estender até 15 minutos. A data da banca examinadora será marcada pelo Coordenador do polo e pelo Tutor presencial em até 30 (trinta) dias após as notas de todas as disciplinas terem sido publicadas no seu aproveitamento. Você poderá usar como recursos didáticos: slides, transparências, cartazes, entre outros, e solicitar a providência dos equipamentos necessários ao polo dentro do prazo estabelecido pelo Tutor presencial. 22 PASSO A PASSO DO TCC 2.1 ESTRUTURAÇÃO DO TCC É relevante ter em consideração que uma pesquisa científica se constrói a partir de algumas perguntas: O QUE, PARA QUÊ? COMO? RESULTOU? O QUÊ? A primeira pergunta envolve os dois primeiros itens obrigatórios que devem conter em seu trabalho: TEMA E PROBLEMA. 2.1.1 Tema Esse é o objeto de sua pesquisa. O que você vai pesquisar. Mas como escolher um tema? Um tema não deve ser escolhido de forma rápida e sem reflexões. Um tema adequado precisa ser útil para você e você precisa gostar IMPORTANTE: ele deverá estar dentre as linhas de pesquisa do seu curso descritas no início deste documento. No Centro Universitário UNINTER – Escola Superior de Educação – o Trabalho de Conclusão de Curso é um ARTIGO CIENTÍFICO, de modo que seja abordado um aspecto específico de um fenômeno, busque-se produzir novos conhecimentos ou ainda que sejam organizados conhecimentos já existentes. Não se esqueça de avaliar criticamente se sua escolha é factível. Você tem os meios para efetuá-la? Acesso às fontes, tempo hábil, recursos financeiros que possam vir a ser necessários? Tudo isso deve ser observado antes de começar. 23 A importância do recorte do tema O recorte do tema delimita a área de abrangência de sua pesquisa. O recorte pode até mesmo contemplar um único aspecto de um problema que lhe interessa. Um recorte bem feito garante que você tenha controle sobre até aonde vai com o tema escolhido. Após escolher seu tema, você deve torná-lo um “problema”. Embora muitas vezes esse “problema” tenha o sentido usual que damos a palavra, problematizar o seu tema significa torná-lo um objeto de investigação viável. Veja um exemplo de TCC nas Ciências Biológicas. A partir da observação da variação na coloração, maisescura/menos escura do abdome de uma espécie de mosca, uma aluna pensou em um tema para seu projeto de TCC. TEMA: Polimorfismo de pigmentação em Drosophila polymorpha Mas como transformar esse tema em um projeto de pesquisa viável para um TCC? Recortando! Então, o que ela precisou fazer para isso? Investigar preliminarmente – Existe a variação? Especificar e tipificar. Localizar – Aonde vai ser a pesquisa? Em todas as cidades, estados, países? Delimitar os locais. Amostra - Vai abranger todas as espécies? Definir quais espécies farão parte da coleta. Tempo - Até quando? Demarcar um período. Vamos ver como ficou. RECORTE: 24 Avaliação da frequência de Drosophila polymorpha (Dobzhansky & Pavan, 1943) e do seu polimorfismo de pigmentação abdominal em coletas de Drosophilidae na Ilha de Santa Catarina e ilhas vizinhas. Ficou bem mais específico, não? Agora falta problematizar. 2.1.2 Problema Problematizar é transformar o seu tema na pergunta que vai ser respondida ao final de sua pesquisa. Para tanto, você deve esclarecer o que tem em mente, o que o levou a pensar na questão como um problema. Em seguida, utilizando-se de autores que você já conhece e sabe que podem contribuir com suas ideias e fundamentá-las. Como vimos anteriormente, uma pesquisa pode ter várias motivações. No exemplo seguinte, temos uma pesquisa que partiu da solicitação de moradores de uma comunidade que gostariam de melhorar suas condições de vida, mas não sabiam onde e como deveriam atuar. Em vista disso, solictaram a ajuda de um pesquisador para levantar as informações sobre a comunidade para poderem atuar na transformação. Assim: TEMA: Levantamento de informações sobre uma comunidade TÍTULO: Análise sócio-ambiental do morro da Mariquinha – Maciço Central de Florianópolis PROBLEMA: Dado o interesse dos membros da comunidade em melhorar as suas condições de vida, quais fatores influem para a existência do estado atual e o que pode ser mudado para modificar essas condições? 25 Assim, RECORTAR E PROBLEMATIZAR não parece mais tão complicado, não é? PARA QUE? A segunda pergunta envolve o terceiro, quarto e quintos itens obrigatórios que devem conter em seu trabalho: JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS e HIPÓTESE. 2.1.3 Justificativa Por que escolheu fazer? O que te levou a essa pergunta? Qual a importância dessa resposta para a ciência? O tema que escolheu com certeza deve ter alguma relevância para você. Porque desperta sua curiosidade, porque pode ser útil no seu local de trabalho, porque está ligado a alguma necessidade social, etc. Você deve explicitar isso. Dizer o porquê de ter se interessado pelo assunto, o que vê de relevante, útil ou interessante nele que justifique seu empenho em estudá-lo e apresentá-lo a seus pares. Deve deixar claro aonde ele se encaixa no conjunto do conhecimento científico produzido. Fundamente sua justificativa. Não adianta escrever que escolheu esse ou outro tema porque ficou curioso. Explique no que esse tema pode interessar à ciência ou a uma comunidade, como vimos em exemplo anterior. Em suma, como pode contribuir para ampliar o conjunto do conhecimento humano? 26 2.1.4 Objetivos Quais são seus objetivos, geral e específicos? Toda pesquisa tem objetivos: você quer descobrir, comprovar, compilar, revisar ou explicar alguma coisa. Um objetivo sempre é definido por um verbo no infinitivo. Você vai pesquisar, buscar, avaliar, descobrir, desenvolver, etc. O objetivo geral é ação que vai responder a sua pergunta de pesquisa, o seu problema. Os objetivos específicos são as etapas que vai investigar para obter a resposta. Abaixo você encontra uma tabela com os verbos mais utilizados na redação dos objetivos. Eles estão separados de acordo com a intenção da pesquisa: conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar. Verbos utilizados na redação dos objetivos Conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese Avaliação Apontar Calcular Classificar Definir Descrever Distinguir Enumerar Enunciar Especificar Estabelecer Exemplificar Expressar Identificar Inscrever Marcar Medir Nomear Concluir Deduzir Demonstrar Derivar Descrever Determinar Diferenciar Discutir Estimar Exprimir Extrapolar Ilustrar Induzir Inferir Interpolar Interpretar Localizar Aplicar Demonstrar Desenvolver Dramatizar Empregar Esboçar Estruturar Generalizar Ilustrar Interpretar Inventariar Operar Organizar Praticar Relacionar Selecionar Traçar Analisar Calcular Categorizar Combinar Comparar Contrastar Correlacionar Criticar Debater Deduzir Diferenciar Discriminar Discutir Distinguir Examinar Experimentar Identificar Compor Comunicar Conjugar Construir Coordenar Criar Desenvolver Dirigir Documentar Escrever Especificar Esquematizar Exigir Formular Modificar Organizar Originar Argumentar Avaliar Comparar Contrastar Decidir Escolher Estimar Julgar Medir Precisar Selecionar Taxar Validar Valorizar 27 Ordenar Reconhecer Registrar Relacionar Relatar Repetir Modificar Narrar Preparar Prever Reafirmar Relatar Usar Investigar Provar Planejar Prestar Produzir Propor Reunir Sintetizar Fonte: BLOOM et al. (1972) apud SANTOS, MOLINA e DIAS (2007) Esses verbos não esgotam todas as possibilidades. Como você pode ver nos exemplos abaixo, ainda há outros. Seus objetivos definirão os verbos adequados ao que se propõe. O objetivo do quadro acima é ajudá-lo a encontrar alguns dos verbos mais utilizados. Veja como seriam alguns dos objetivos na pesquisa sobre as Drosóphilas: GERAL: Investigar se a variação na pigmentação das Drosóphilas é uma vantagem evolutiva. ESPECÍFICOS: Mapear a população de Drosophilas nas ilhas. Verificar se a vegetação interfere na variação da pigmentação. Verificar se o clima interfere na variação da pigmentação. Verificar se localização geográfica interfere variação da pigmentação. E na pesquisa da comunidade da Mariquinha: GERAL: Fornecer subsídios para melhorias da qualidade de vida e ambiental da população ESPECÍFICOS: Fazer o levantamento das solicitações dos moradores. Levantar dados sobre coleta de resíduos na localidade. 28 Levantar dados sobre hábitos da comunidade em relação ao ambiente. Fazer um mapa do locais onde há degradação do ambiente. Mapear as ruas e as condições em que se encontram. Fazer o levantamento das moradias que não são contempladas com serviços de água e luz. Avaliar o grau de suporte dado pelo Estado e Município, através da presença de escolas, creches, posto de saúde, segurança. Os objetivos compõem, basicamente, o roteiro do que precisa investigar para responder sua pergunta. Quando observa um fenômeno, você supõe que há causas para sua ocorrência. Ainda que não tenha certeza de quais são, pode dar palpites. Esses palpites são as hipóteses. COMO? A terceira pergunta envolve o sexto e sétimo itens obrigatórios que devem conter em seu trabalho: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA e METODOLOGIA. 2.1.5 Fundamentação Teórica Desde antes do início de seu trabalho, você deverá pesquisar as fontes bibliográficasque vai usar. Que autores já pesquisaram e publicaram sobre o mesmo assunto ou algum outro tema que de alguma forma se relacione com o seu. O conjunto das informações que deve obter é o levantamento bibiográfico. Ele compreende dados primários e/ou secundários. Os dados 29 primários são aqueles obtidos por meio de pesquisa de campo. Aqueles que você mesmo recolhe por meio de suas pesquisas. Você os produz em observações de campo, coleta de informações via formulários que elaborou ou outro tipo de apropriação direta. Os dados secundários são aqueles obtidos a partir de trabalhos de outros pesquisadores. A pesquisa em dados secundários é, portanto, aquela feita em livros científicos, teses, dissertações, monografias, periódicos científicos ou qualquer material bibliográfico, independente do tipo, que esteja relacionado ao tema ou área de seu trabalho. Evidentemente, todas as fontes utilizadas devem ser confiáveis. Para tanto, você também vai pesquisá-las em bancos de dados também confiáveis. Abaixo vão alguns endereços de repositórios onde você pode encontrar fontes confiáveis para executar seu levantamento bibliográfico. Para fundamentar seu artigo você deverá se utilizar das contribuições de outros pesquisadores da sua área. Para tanto, terá que pesquisar entre os vários autores disponíveis aqueles cujos trabalhos lhe serão úteis. A pesquisa bibliográfica deve acompanhar todo o seu trabalho, visto que ela facilita desde definição do tema de pesquisa até a elaboração e redação do artigo final. Para começar, você pode iniciar com os artigos listados nas ementas e programas de disciplinas do seu curso. Selecione o material que se adapta ao trabalho que pretende fazer e comece por aí. Não se esqueça de que pode pedir ajuda a seu orientador, mas tenha em mente que é você quem faz o trabalho. Não vá ao orientador sem nada nas mãos. Conforme for lendo o material dessa primeira seleção, vá fazendo fichamentos. Faça uma ficha para cada livro ou artigo contendo seus dados bibliográficos, um pequeno resumo, uma lista com seus pontos mais importantes, indicando a página e as linhas no texto. Nessa ficha também deverão constar os trechos que acredita que possam ser utilizados, em forma de citações, para fundamentar o seu trabalho. 30 A partir dessa primeira seleção, você pode ir expandindo seu campo. Quem os autores que você leu estão citando? Verifique se na bibliografia deles há outros autores e obras que também sejam úteis à sua pesquisa. A pesquisa bibliográfica de fontes pode incluir outros materiais além de livros e artigos. Pode incluir documentos, mapas, periódicos, manuscritos, material fotocopiado, fotografias etc. Todo material utilizado deve estar identificado e referenciado. Você não precisa citar todos os autores que leu, mas todas as leituras efetuadas podem ser incluídas na bibliografia. Entretanto, apenas as citadas em texto científico são consideradas: Scientific Eletronic Library Online - SciELO Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES Biblioteca Nacional Digital – Brasil Biblioteca Digital da Fundação Getúlio Vargas Portal Domínio Público Biblioteca Ana Maria Poppovic da Fundação Carlos Chagas Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – USP Biblioteca Digital UNICAMP Google Acadêmico Além dessas, você pode encontrar fontes confiáveis em todas as bibliotecas das Instituições de Ensino Superior do país. 2.1.6 Metodologia A metodologia é o eixo estruturador de cada ciência. Ela abrange e se apoia na sistematização dos experimentos, nas análises dos fenômenos, na organização e descrição dos princípios norteadores da pesquisa e dos procedimentos experimentais utilizados. É por meio da pesquisa científica que os conhecimentos científicos se acumulam e a ciência avança. Para tanto, é 31 necessário que haja clareza sobre todas as etapas do projeto a fim de executá- lo com eficiência. No capítulo Metodologia Científica de um trabalho de conclusão de curso (TCC), descreve-se minuciosa e rigorosamente os procedimentos ou técnicas utilizadas na elaboração da pesquisa científica. RESULTOU? A quarta e última pergunta envolve o oitavo e nono itens obrigatórios que devem conter em seu trabalho: CONCLUSÕES E REFERÊNCIAIS. 2.1.7 Conclusões É no item conclusões que você em texto descritivo o cruzamento dos dados teóricos, pesquisas de campos e suas percepções – corroborando ou refutando sua hipótese. É interessante que ao final da escrita você indique propostas de novas pesquisas a partir do ponto que terminou. A investigação é uma constante. Novos caminhos, novas análises podem ser realizadas e quem sabe não seja por você mesmo em cursos de Mestrados e/ou Doutorado? 2.1.8 Referenciais Ao fazer sua pesquisa para levantamento de fontes vai descobrir muito material. Eles podem ser bibliográficos, documentos, sites, etc. Como escolher o que vai utilizar no seu trabalho? Usando três critérios (Pereira, 2013): 32 Relevância O que é mais importante, não só para fundamentação do seu trabalho, como para a área da ciência na qual ele se insere. Acessibilidade Sempre que possível, procure utilizar obras indexadas, portanto, facilmente encontráveis. Atualmente, graças ao desenvolvimento do meio eletrônico, o acesso a obras digitalizadas ficou muito mais fácil. Essa acessibilidade facilita, a você e a seus leitores, a localização de suas referências. Lembre-se de utilizar os links de repositórios bibliográficos disponibilizados anteriormente. Atualidade Você não pode prescindir de obras clássicas. Inclua-as entre suas leituras, mas não deixe de buscar as últimas publicações da área. Uma boa estratégia é usar as obras clássicas para justificativa do seu trabalho e as mais recentes para a análise. Se ficar com dúvidas entre dois ou mais artigos semelhantes, opte pelo mais recente. 2.2 FORMATAÇÃO DO TCC A estética do trabalho acadêmico depende essencialmente da obediência a certos padrões à sua apresentação gráfica. Assim, devem ser seguidas algumas recomendações referentes ao formato, margens e paginação (NBR 14724:2011). 33 O trabalho acadêmico deve ser impresso em folha “A4” de dimensões 21,0 x 29,7cm. Deve-se utilizar apenas um dos lados da folha e tinta de cor preta. A fonte utilizada deve ser Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para citações longas (mais de três linhas) e notas de rodapé. Com relação às margens, a folha deve apresentar margem de 3cm à esquerda, 2cm à direita, 3cm na parte superior e 2cm na parte inferior. O texto deve ser digitado com espaço 1,5, exceto nas citações longas, nas notas de rodapé, nas referências no final do trabalho e no resumo que devem ser digitados em espaço simples. Os parágrafos devem iniciar a 1,25cm a partir da margem esquerda (ou um TAB do computador). As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço em branco e por filete de 3cm a partir da margem esquerda. Os títulos das seções devem ser separados do texto que os precede ou que os sucede por uma entrelinha dupla (um espaço duplo ou dois espaços simples). Sobre a numeração, as folhas pré-textuais são contadas, mas não numeradas. As folhas textuais e pós-textuais são numeradas com algarismos arábicos na extremidadesuperior à direita. Não se deve usar nenhum tipo de pontuação ou sinal antes ou após o número (Ex.: 1, 2, 3... e não 02 ou –2-, ou 2.). 34 As divisões e subdivisões denominam-se seções (primárias, secundárias, terciárias, quaternárias, quinária...), sendo que os títulos das seções devem ser destacados gradativamente, utilizando-se racionalmente os recursos de negrito, itálico ou grifo, caixa alta ou versal. Não se recomenda subdivisão excessiva de um texto, ou seja, subdivisão que ultrapasse a seção quinária. A partir daí deve-se usar alíneas, caracterizadas por letras minúsculas, seguidas de um parêntese. Os títulos das seções primárias por serem as principais seções de um texto devem iniciar em folha distinta. Nos títulos, sem indicativos numéricos, como agradecimentos, resumo, sumário, referências, os mesmos devem ser centralizados. As abreviaturas e siglas quando aparecem pela primeira vez no texto, devem ser redigidas por extenso e, entre parênteses, a abreviatura ou sigla. A construção da(s) tabela(s) deve(m) obedecer às Normas de Apresentação Tabular publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1993). Os quadros compreendem ilustrações com informações qualitativas – normalmente textuais – dispostas em linhas e/ou colunas e que se caracteriza graficamente por terem os quatro lados fechados. Quando mais de um deve ser numerado e o título deve vir na parte superior. 35 EXEMPLO TCC - PROJETO 36 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER IDENTIFICAÇÃO Nome: (Nome completo) RU: (Registro Uninter) 1 TEMA A Metodologia de aprendizagem baseada em projetos. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA A metodologia de aprendizagem baseada em projetos e a prática pedagógica no ensino superior de duas Instituições de Curitiba. 2 PROBLEMATIZAÇÃO Como a metodologia de aprendizagem baseada em projetos, numa prática pedagógica inovadora, pode contribuir para produção do conhecimento no Ensino Superior? 3 JUSTIFICATIVA O tema pesquisado decorre de questões levantadas ao longo da formação acadêmica do pesquisador na graduação e pós-graduação lato- sensu em Magistério Superior. Na época, começaram a surgir questionamentos sobre a utilização de uma prática pedagógica diferenciada. Atualmente, o interesse dos pesquisadores da área de educação pelo tema tem aumentado significativamente. Dessa forma, a pesquisa visa colaborar para que os professores das mais diversas áreas possam refletir sobre suas práticas pedagógicas com o conhecimento e o emprego da metodologia de aprendizagem baseada em projetos. 37 4 OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL Analisar a possível conexão entre a metodologia de aprendizagem baseada em projetos e a produção de conhecimento no ensino superior. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar aspectos teóricos da Metodologia de aprendizagem baseada em projetos; Apresentar a contribuição da metodologia de aprendizagem baseada em projetos para construção do conhecimento no ensino superior. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A sociedade caracterizada no século XX como sociedade de produção em massa, “transforma-se e passa, no final do século, a ser designada sociedade do conhecimento” (TOFFLER, citado por BEHRENS, 2000, p. 42). De fato, o elevado grau de competitividade ampliou a demanda por conhecimentos e informações e, em decorrência, a educação foi eleita como estratégia para fazer face à velocidade das mudanças. A escola tradicional, a educação formal, as antigas referências educacionais tornaram-se obsoletas. (MORAES, 2009, p. 588) Na sociedade de produção em massa, as práticas pedagógicas levaram, de forma geral, à reprodução do conhecimento, à repetição, à memorização e à cópia. Já na sociedade do conhecimento, altera-se a velocidade de desenvolvimento da ciência e da tecnologia extrapolando a concepção dos enciclopedistas em relação à evolução do conhecimento humano. (CARVALHO, 1987, p. 34) Behrens (2000, p. 45) ressalta que o ensino como construção de conhecimento propõe o envolvimento do aluno no processo educativo. A 38 exigência de tornar o sujeito cognoscente valoriza a reflexão, a curiosidade, o espírito crítico, a incerteza, a provisoriedade, o questionamento e exige reconstruir a prática educativa proposta em sala de aula. 6 METODOLOGIA Este estudo tem como base uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo participante, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente, será feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam práticas pedagógicas inovadoras e para apresentar aspectos teóricos da metodologia de aprendizagem por projetos. A pesquisa de campo será realizada na Instituição XX e na Instituição XX. Serão entrevistados X professores de cada Instituição [...].1 REFERÊNCIAS BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 2000. CARVALHO, R. de Q. Tecnologia e trabalho industrial: as explicações sociais da automação microeletrônica na indústria automobilística. Porto Alegre: L&PM, 1987. MORAES, M. C. M. de. A teoria tem consequências: indagações sobre o conhecimento no campo da educação. Educação e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 107, p. 585-607, maio/ago. 2009. Disponível em:< http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 13/01/2013. 1 Os textos apresentados nesse modelo foram retirados de: SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007 (p. 132-142). 39 EXEMPLO TCC – TEXTO FINAL 40 TÍTULO (centralizado, em negrito, fonte Arial, 12) SOBRENOME, Nome do aluno2 RU do aluno SOBRENOME, Nome do professor orientador3 RESUMO O resumo pede, obrigatoriamente, um texto conciso, destacando os aspectos de maior relevância, ressaltando os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões do trabalho. Deve ser elaborado entre 150 a 250 palavras, escrito na terceira pessoa do singular e redigido em um único parágrafo, com frases completas e claras, em espaço simples entrelinhas e sem recuo de parágrafo; deve-se evitar citação; usar fonte tamanho Arial 12 (doze) e texto justificado. A palavra resumo deve estar centralizada em negrito com todas as letras maiúsculas. Esse texto deve ser dividido da seguinte forma: 40% resumindo a Introdução e o Desenvolvimento do trabalho; 10% resumindo os Objetivos do trabalho; 20% resumindo a Metodologia do trabalho; e 30% resumindo os Resultados do trabalho. O Resumo deve ser o último item a ser construído em uma pesquisa. Palavras-chave: _____________. _____________. _______________. (Palavras-chave: Mínimo 3 (três), máximo 5 (cinco), conforme a temática abordada, separadas por ponto). 1 INTRODUÇÃO Na Introdução, o aluno deve resgatar seu TCC – Projeto e apontar os Objetivos, o Problema e as Justificativas do seu trabalho, deve ter, no máximo, 2 (duas) páginas, e deve ser construída em texto corrido. 2 Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. __ - 20__. (semestre e ano). 3 Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER. 41 Devem ser apresentados o tema,os Objetivos da pesquisa, a Justificativa e a Metodologia e as Partes. A fonte deve ser Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas. 2 (DESENVOLVIMENTO) TÍTULO No Desenvolvimento são apresentadas a Fundamentação Teórica e a Metodologia. Na Fundamentação Teórica do TCC – Texto Final, o aluno deverá incluir o mesmo texto que construiu para a Fundamentação Teórica do TCC – Projeto, tomando os seguintes cuidados: Fazer todas as revisões solicitadas pelo Professor Orientador na Fundamentação Teórica de seu TCC – Projeto; Conjugar todos os verbos referentes à execução de sua pesquisa neste texto. Eles deverão estar no tempo verbal passado, pois quando ocorrer a apresentação do trabalho, a pesquisa já terá sido concluída. Realizar uma releitura do texto procurando identificar lacunas, questões superadas ou, ainda, a inclusão de novas citações com a ampliação do conhecimento sobre o tema. É importante ressaltar que os verbos referentes à execução de sua pesquisa deverão estar no tempo verbal passado, pois quando ocorrer a apresentação do trabalho, a pesquisa já terá sido concluída. Se algum procedimento metodológico programado não pôde ser efetivado, em função de problemas no decorrer da pesquisa, o aluno deverá relatar o fato nesta parte do texto e explicar o porquê de ele ter ocorrido. É importante que o aluno se empenhe em realizar todos os passos metodológicos que planejou em seu TCC – Projeto. Apenas problemas de força maior, que não expuserem uma 42 falha no planejamento e não interferirem na essência da pesquisa serão aceitos sem prejuízo à nota. A Metodologia deverá ter 1 (uma) página e ser construída em texto corrido. No Desenvolvimento, é importante elaborar um texto com início, meio e fim. Geralmente, inicia-se com a parte teórica, em seguida, abordam-se questões práticas/análise de dados. Ao final, aparecem as inferências sobre o tema estudado. O texto pode ser elaborado em texto corrido ou ser subdividido em subtítulos. Citações diretas com mais de três linhas têm formatação diferente: recuo, fonte tamanho 10, entrelinhas simples, ano e página obrigatórios. Citações diretas com menos de três linhas – usam-se aspas, devendo ser informado o ano e a página. Os autores parafraseados devem ser citados no texto e referenciados no final. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O texto de Considerações Finais deve apresentar uma retrospectiva dos principais elementos da pesquisa, desde a problematização (apresentação do problema) até a escolha dos procedimentos metodológicos, apresentando e discutindo os resultados e demonstrando que os objetivos da pesquisa foram alcançados, pois, inclusive, as pesquisas puramente bibliográficas devem expor resultados. As Considerações Finais terminam o artigo com a apresentação de inferências/resultados, conclusões, indicações de pesquisas futuras ou até mesmo de novas indagações. Pontos significativos da trajetória da pesquisa, indicando dificuldades, surpresas, devem ser descritos, assim como a indicação da necessidade de novos estudos científicos sobre o tema abordado. 43 O texto de Considerações Finais deverá ter, no máximo, 2 (duas) páginas e deve ser construído em texto corrido. REFERÊNCIAS O título REFERÊNCIAS deve ficar sem numeração e centralizado. Todos os autores citados no TCC – Texto Final deverão aparecer na lista de Referências. Autores não citados no texto não deverão ser incluídos entre as referências do trabalho. Cada tipo de obra ou fonte de pesquisa (artigo, livro, página da internet etc.) exige uma forma de registro de referência diferente. Para compor corretamente a lista de referências de seu trabalho, consulte o documento “Normas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos”, disponibilizado na Rota de Aprendizagem da disciplina no AVA. Anexos e Apêndices (Elemento opcional) Anexos: documentos produzidos por outra pessoa ou instituição, que ilustram o trabalho, mas que não foram inclusos no corpo do texto. Todos os anexos devem ser “chamados”, ou seja, indicados durante a parte textual da pesquisa. Apêndice: documento elaborado pelo próprio autor. 44 ANEXOS DO MANUAL 45 A REDAÇÃO ACADÊMICA Escrever corretamente e de forma clara é uma arte. Entretanto, talento para a escrita não nasce conosco e nem é fruto de inspiração divina, portanto, não é uma arte que está além do alcance de ninguém. É importante compreender que escrever corretamente implica em um bom vocabulário, clareza de ideias, mas também esforço físico. É comum pensarmos que um texto bem escrito, de um autor consagrado, saiu de uma tacada só, como se o autor fosse iluminado. Não é bem assim. Um texto bem escrito é reescrito várias vezes, mexido e remexido de todas as maneiras, com vários cortes, revisões múltiplas e lindos trechos que vão parar na lixeira. Quando estiver redigindo seu artigo, fique atento ao uso correto dos conceitos e termos científicos de sua área. Eles são fundamentais para o trabalho científico. Ao usar apropriadamente os conceitos e termos científicos você evita equívocos e facilita a compreensão e a avaliação do trabalho pelos seus pares. Pratique a escrita. Escreva e mostre para seu professor orientador. Observe suas críticas e reescreva. Não tenha receio de mudar frases, cortar palavras. No processo de escrever e reescrever, o texto vai se tornando enxuto e elegante, sem repetições, nem excesso de palavras. Se uma frase não ficou clara, refaça-a. Não escreva outra para explicar a primeira e por aí em diante, ad nauseam4. Muito provavelmente o seu texto não vai ficar bom da primeira vez, mas não desista. É a fase do trabalho físico mencionado anteriormente: escrever, escrever e depois, reescrever. Uma tática interessante é dar seu projeto de artigo para alguém, além do seu professor orientador, ler. De preferência, alguém que não esteja familiarizado com o assunto, mas interessado o suficiente para ler. Quem não conhece o assunto, vai ter dúvidas, vai fazer perguntas. Respondê-las vai fazê-lo perceber o quanto você sabe. Lembra da parte da clareza das ideias? Quanto mais tentar explicar para um leigo, mais terá que elaborar seu pensamento e com isso a redação vai se construindo mentalmente. Além de responder verbalmente, anote as perguntas e responda-as também no artigo. A cada nova versão, dê novamente para um leigo. Essa é uma maneira simples de saber o que se esqueceu de descrever, onde o texto não está claro e o que precisa ser mais bem explicado. Seu professor orientador o ajudará com as correções teóricas, éticas e metodológicas. Ao redigir você estará descrevendo para os leitores todas as etapas pelas quais passou para concluir seu trabalho. Para que compreendam, a ordenação é fundamental. Você não só deve estruturar o texto completo em capítulos ordenados como “introdução” metodologia”, “fundamentação teórica”, etc., como ordenar os parágrafos dentro desses capítulos. Os parágrafos devem estar de acordo com cada etapa de suas reflexões. Deve acompanhar todo processo de pensamento que o levou desde a ideia para a pesquisa até a suas conclusões. Cada parágrafo expressará uma dessas etapas. Seu tamanho será determinado pela maior ou menor necessidade de elucidação de cada etapa. Fique atento para não escrever uma frase para “consertar” a anterior que não ficou muito clara. Reescreva a anterior. Ao terminar o raciocínio descrito no parágrafo, comece o seguinte. Nas palavras de Severino, “A estrutura do parágrafo reproduz a estrutura do próprio trabalho;constitui-se de uma introdução, de um corpo e de uma conclusão. Na introdução, anuncia-se o que se pretende dizer; no corpo, desenvolve-se a ideia anunciada; na conclusão, resume-se ou 4 Ad nauseam é uma expressão em latim cujo significado é “até enjoar ou entediar”. 46 sintetiza-se o que se conseguiu.” (SEVERINO, 2007: 151. Grifos no original.) Ainda de acordo com Severino, ainda que cada parágrafo contenha uma etapa distinta do suas reflexões, eles devem estar conectados uns aos outros ou seu texto se tornará uma colcha de retalhos ininteligível. “Portanto, a articulação de um texto em parágrafos está intimamente vinculada à estrutura lógica do raciocínio desenvolvido. É por isso mesmo que, na maioria das vezes, esses parágrafos são iniciados com conjunções que indicam as várias formas de se passar de uma etapa lógica à outra.” (SEVERINO, 2007: 152) No item domínio da linguagem escrita, você encontrará um link para um quadro de conectivos ou elementos de ligação entre parágrafos. Use-o! Domínio da linguagem oral e escrita Dicas importantes para escrever: Gerúndio – evite. A chance de errar é grande. Expressões como “vou estar pesquisando”, “vou estar escrevendo” ou “vou estar” qualquer outra coisa, só estão corretas em algumas situações e, provavelmente, nenhuma das que você empregaria. Transcrição de citações – Como já foi dito anteriormente, citações devem ser grafadas como estão no texto original. Inclusive com eventuais erros de português, redação e/ou digitação. Caso não pretenda citar ipsis litteris5o autor, mas utilizar-se de suas ideias, cuidado com as paráfrases. Escrever a mesma frase mudando as palavras por sinônimos também configura-se plágio. Cuidados com o falso eruditismo. Não tente parecer mais erudito usando palavras das quais não tenha domínio do significado. Na dúvida sobre o significado, consulte o dicionário. Não escreva uma bobagem por preguiça. Evite repetir e/ou usar palavras que não acrescentam informação. Use todas as palavras necessárias para deixar seu texto claro, mas evite penduricalhos. Procure ser objetivo. Os leitores agradecem! Se você tem dificuldade na escrita, prefira frases curtas. Frases longas podem ser armadilhas perigosas. Você corre o risco de se perder no meio e terminar enrolando mais do que esclarecendo. Pleonasmo é uma figura de estilo que usa a redundância para enfatizar uma expressão. Entretanto, há um tipo de pleonasmo que está longe de ser uma figura de estilo. É um vício de linguagem e não deve ser usado. Exs: encarar de frente; elo de ligação; certeza absoluta; comparecer pessoalmente; há anos atrás; metades iguais; outra alternativa; voltar atrás; adiar para depois, etc. Comece a redação do seu artigo de forma a interessar o leitor. Dê nos primeiros parágrafos indicações claras do que se trata e o que se propõe. Em seguida, vá desenvolvendo o texto de forma organizada e ordenada, Tenha em mente que o objetivo de redigir um artigo é transmitir a seus leitores os seus 5 Ipsis litteris – expressão em latim que significa “literalmente”. (Que tal começar o seu glossário?) 47 achados. Para que eles compreendam do que se trata, sua redação deve ser clara, objetiva e suas ideias exprimidas de forma organizada. Elementos de ligação entre parágrafos Um artigo científico com frases soltas, jogadas de qualquer maneira, não atingirá seu objetivo maior que é divulgar ciência. Apesar da estruturação de um texto ser feita por meio de parágrafos, estes devem estar conectados formando um todo coerente. Para tanto, utilizamos o recurso dos conectivos (elementos de ligação) que podem ser: pronomes conjunções preposições advérbios locuções adverbiais palavras denotativas Expressões a evitar e expressões de uso recomendável. Algumas formas de expressão, embora corretas, tornaram-se tão difundidas que passaram a ser utilizadas também em contexto ou versões equivocadas. Um exemplo clássico é a expressão “à nível de”. Ao usar notas de rodapé, certifique-se de que são informações complementares. Evite inserir muitas notas e/ou notas muito extensas. Como seu nome indica, são notas, não tratados ou testamentos. Se as suas notas estiverem muito extensas, avalie a possibilidade de inserir as informações no próprio parágrafo. “Segundo a NBR 10520 (ABNT, 2002, p.2) notas de rodapé são “indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica. As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer considerações, que não devam ser incluídas no texto, para não interromper a sequência lógica da leitura. Devem ser reduzidas ao mínimo e situar-se em local tão próximo quanto possível do texto. Para a utilização de notas de rodapé deve-se observar um certo equilíbrio. Não se deve permitir que um texto permaneça equívoco ou ambíguo por falta de explicação em nota de rodapé. Por outro lado, não se desvia para rodapé informação básica que deve integrar o texto.” 6 RESUMO Um resumo é um relato reduzido dos pontos principais de uma obra. Um resumo de artigo científico, por exemplo, não deve ser muito grande, algo entre dez a doze linhas, ou de 4 a 6 frases, sem entrada de parágrafo e começando por uma introdução ao artigo. As frases seguintes contemplarão a justificativa, o método utilizado, os resultados e a conclusão. Durante seu curso, você deverá escrever vários resumos, tanto como tarefa quanto para seu uso pessoal, nos fichamentos. Entretanto, vemos com muita frequência, resumos mal feitos, nos quais o aluno pega o texto lido e tenta reduzi-lo, cortando algumas palavras. Isso não é um bom resumo. Ao fazer um resumo, certifique-se de que ao resumir algum trecho de outro autor, mantenha-se fiel a ideia original. Resumir é descrever de maneira sucinta e objetiva algum ponto ou ideia que compreendeu. Não é cortar palavras aleatoriamente do texto 6 http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgtds/NORMAS%20ABNT/15_-_Notas_de_rodape.pdf 48 original para ele ficar menor. Isso não é um bom resumo. O bom resumo deve ser sucinto e ir direto aos pontos principais. Veja dois exemplos de resumo de artigo científico: Este trabalho buscou o impacto da aposentadoria precoce de homens entre 45 e 55 anos, em seus relacionamentos familiares e conjugais. Para tanto, foram feitas entrevistas e colhidos depoimentos de homens aposentados e, também de algumas mulheres, esposas de aposentados. A análise das representações desses sujeitos sobre vários aspectos de suas vidas, como relacionamentos pessoais e sociais, trabalho, modos de vida, entre outros, obtidas através de suas falas, revelou que para os homens a aposentadoria, precoce ou não, constitui- se em praticamente um rito de passagem, marcando sua entrada numa outra categoria, menos valorizada, do tecido social. O assédio moral tornou-se uma discussão frequente no mundo do trabalho. Levando em consideração o aumento de relatos desta prática, o objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de assédio moral em estudantes universitários que trabalham e averiguar quais são as características biosociodemográficas e laborais mais frequentes no grupo de trabalhadores que sofreram assédio moral. A amostra foi composta por 457 estudantes trabalhadores da região metropolitana de Porto Alegre/RS, utilizando como instrumentos um questionário Biosociodemográfico e Laboral e o Questionário de Atos Negativos (QAN). Constatou-se que 89,3% dos estudantes apresentaram escore de assédiomoral de acordo com o QAN – medida objetiva. De acordo com a medida subjetiva, 11,2% dos participantes declararam ter sofrido assédio moral. Pode-se verificar altos índices da prática de atos hostis no trabalho, muitas vezes, vistos como atitudes corriqueiras e normais no ambiente laboral. Conclui-se que é necessário buscar alternativas para superar este problema, que já atinge uma parcela significativa de trabalhadores. PARÁFRASE Parafrasear é, essencialmente, reescrever. É quando você se apropria da ideia de um autor, mencionando-o, mas reelaborando com suas próprias palavras aquilo que ele disse ou escreveu. Em outras palavras, paráfrase é a transformação de um texto já escrito em outro texto. É importante salientar que, quando produzimos uma paráfrase, alteramos e substituímos as palavras do texto, mas de maneira alguma devemos alterar seu sentido. A paráfrase é um excelente exercício de escrita e visa facilitar a compreensão do leitor sobre alguns conceitos que, aparentemente, podem ser de difícil entendimento. Para compreender um pouco mais a noção de paráfrase, imagine-se explicando um assunto para uma criança, supondo-se que essa criança desconheça parcial ou totalmente tal assunto. Para fazer-se entender, você buscará uma adequação da linguagem, uma didática especial no manuseio com as palavras e, principalmente, buscará exemplos claros e práticos que possam “traduzir” o assunto. Em textos acadêmicos a paráfrase é bem-vinda por pelo menos dois motivos: evita o excesso de transcrições (citações diretas) e traz fluidez ao texto, despertando um maior interesse do leitor. RESENHA A resenha é a descrição sintetizada e discutida de uma obra com o intuito de dar aos leitores informações sobre a obra resenhada. Uma resenha pode ser de um filme, de uma peça de teatro, de um livro, de textos em geral, de um evento, de discos, de uma exposição, de esportes (jornais estão cheios de resenhas sobre futebol, cinema e espetáculos), etc. Uma resenha é um texto não muito extenso, entre duas e seis páginas. 49 Ao fazer uma resenha você deve começar apresentando a obra, ou evento, que vai ser resenhada. Dizer do que se trata, seu autor, sua importância em relação a outras similares, enfim, delimitar o contexto no qual se insere. Em seguida, deve descrever seus pontos mais importantes, comparando com outras obras, do mesmo autor ou obras similares de outros autores, enquanto vai deixando claro no que considerou que a obra supera as outras e no que ela sai perdendo. Por fim, emite seu julgamento indicando para os leitores se considera que a a obra vale a pena ser vista (filme, peça teatral, show musical), lida (livro), visitada (exposição, feira). Embora as resenhas também possam apenas descrever uma obra para seu público- alvo, muito mais frequentemente elas apresentam caráter opinativo. Ou seja, seu objetivo é a crítica ou avaliação de uma determinada obra ou evento. Veja em seguida alguns exemplos de resenhas. Exemplo de resenha culinária publicada na revista VEJA São Paulo: Resenha por Arnaldo Lorençato e Helena Galante Titular da cozinha do restaurante italiano número da cidade desde julho de 2012, Luca Gozzani imprime sua marca em receitas, como o suflê desenformado de queijo sobre creme de batata ao parmesão e o tartare de atum fresquíssimo coberto por uma esfera de iogurte — sim, isso mesmo, no clássico Fasano há uma esfera de iogurte. Ambas as sugestões custam R$ 69,00. O ravióli de vitelo regado por creme de queijo parmesão e fios de molho rôti (R$ 99,00) atesta a excelência do cozinheiro. Nada supera, porém, o porquinho de leite de carne tenra envolta em pele fina como um papel e deliciosamente crocante. Ele vem assentado sobre feijão-branco colorido por molho de tomate (R$ 115,00). Na sobremesa, ele faz o tiramisu (R$ 42,00) de uma maneira peculiar. Em vez de ficar pronto esperando o pedido, o doce é montado na hora com o biscoito borrifado por uma mistura de café, vinho marsala e açúcar antes de receber o creme de queijo mascarpone. Fica durinho e deve ser quebrado com a colher. Há ainda duas opções de menu degustação, uma com ingredientes da terra e outra de pescados. Cada um deles custa R$ 310,00. Recomenda-se reservar. Exemplo de resenha esportiva publicada na revista Manchete Esportiva: Flamengo Sessentão, por Nelson Rodrigues “Corria o ano de 1911. Vejam vocês: — 1911! O bigode do kaiser estava, então, em plena vigência; Mata-Hari, com um seio só, ateava paixões e suicídios; e as mulheres, aqui e alhures, usavam umas ancas imensas e intransportáveis. Aliás, diga-se de passagem: — é impossível não ter uma funda nostalgia dos quadris anteriores à Primeira Grande Guerra. Uma menina de catorze anos para atravessar uma porta tinha que se pôr de perfil. Convenhamos: — grande época! grande época! Pois bem. Foi em 1911, tempo dos cabelos compridos e dos espartilhos, das valsas em primeira audição e do busto unilateral de Mata-Hari, que nasceu o Flamengo. Em tempo retifico: — nasceu a seção terrestre do Flamengo. De fato, o clube de regatas já existia, já começava a tecer a sua camoniana tradição náutica. Em 1911, aconteceu uma briga no Fluminense. Discute daqui, dali, e é possível que tenha havido tapa, nome feio, o diabo. Conclusão: — cindiu-se o Fluminense e a dissidência, ainda esbravejante, ainda ululante, foi fundar, no Flamengo de regatas, o Flamengo de futebol. Naquele tempo tudo era diferente. Por exemplo: — a torcida tinha uma ênfase, uma grandiloqüência de ópera. E acontecia esta coisa sublime: — quando havia um gol, as mulheres rolavam em ataques. Eis o que empobrece liricamente o futebol atual: — a inexistência dohisterismo feminino. Difícil, muito difícil, achar-se uma torcedora histérica. Por 50 sua vez, os homens torciam como espanhóis de anedota. E os jogadores? Ah, os jogadores! A bola tinha uma importância relativa ou nula. Quantas vezes o craque esquecia a pelota e saía em frente, ceifando, dizimando, assassinando canelas, rins, tórax e baços adversários? Hoje, o homem está muito desvirilizado e já não aceita a ferocidade dos velhos tempos. Mas raciocinemos: — em 1911, ninguém bebia um copo d’água sem paixão. Passou-se. E o Flamengo joga, hoje, com a mesma alma de 1911. Admite, é claro, as convenções disciplinares que o futebol moderno exige. Mas o comportamento interior, a gana, a garra, o élan são perfeitamente inatuais. Essa fixação no tempo explica a tremenda força rubro-negra. Note-se: — não se trata de um fenômeno apenas do jogador. Mas do torcedor também. Aliás, time e torcida completam-se numa integração definitiva. O adepto de qualquer outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não. Se entra um gol adversário, ele se crispa, ele arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um césar apunhalado. Também é de 1911, da mentalidade anterior à Primeira Grande Guerra, o amor às cores do clube. Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo, a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: — quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juizes, bandeirinhas tremem então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.” Exemplo de resenha de livro, publicada na Revista Estudos Feministas Diferença na igualdade César Schirmer dos Santos Universidade Federal de Santa Maria Elogio da diferença: o feminino emergente ROSISKA, Darcy de Oliveira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. 167p.A reedição de Elogio da diferença é muito bem-vinda, seja porque houve avanços desde 1991, ano da primeira edição, seja porque outros avanços propostos por Rosiska Darcy de Oliveira não foram buscados, quiçá por serem pouco conhecidos. Se a bandeira clássica do feminismo foi a igualdade, a proposta de Darcy de Oliveira é a diferença. Não a diferença da opressão, não a diferença da inferioridade, mas o direito de ser igual sendo outro. Se o feminismo sempre lutou pela igualdade de oportunidade entre homens e mulheres nas carreiras culturalmente masculinas, o que Darcy de Oliveira propõe é a igualdade de valor social entre essas carreiras e os trabalhos culturalmente femininos, pois seria um erro concordar com a premissa tácita de que as tarefas "femininas" são inferiores e seria um empobrecimento do horizonte civilizatório de todos a total terceirização dessas tarefas para as creches e outros serviços. Se as tarefas tradicionalmente femininas são distintas das tarefas tradicionalmente masculinas, isso não quer dizer que elas sejam inferiores ou menos importantes. O prestígio social de umas deve ser igual ao das outras, sem que as tarefas sejam iguais. Deve haver diferença na 51 igualdade e igualdade na diferença. A meu ver, o desafio dessa proposta é explicar como se pode dar o devido valor aos papéis femininos sem abrir espaço para o discurso reacionário, o qual naturaliza e essencializa os papéis de mãe e de esposa do lar. Não poderia o reacionário dizer que está de acordo com o pós-feminismo de Darcy de Oliveira, dado que defende que as mulheres fiquem em casa, sem estudar ou trabalhar, só cuidando das crianças, dos velhos e do esposo? Uma parte da resposta a essa questão é simples. Por se tratar de um pós-feminismo, a proposta de Darcy de Oliveira pressupõe as conquistas feministas, isto é, não só Darcy de Oliveira pressupõe, contra o reacionário, que as mulheres devem ter espaço garantido, talvez até mesmo com cotas e discriminação positiva, nos mundos do trabalho e da educação. A ideia não é que as mulheres abandonem o mundo público e sejam encerradas no mundo privado. A ideia é que se reconheçam o valor e a importância fundamental do mundo privado e que se preserve este mundo. Assim, contra a ideologia reacionária, Darcy de Oliveira toma o voltar-se para o mundo privado como uma escolha, não como um destino, muito menos como um fardo. Outra parte da resposta é mais complexa. Afinal, se a valorização do mundo íntimo e privado não viria da remuneração do "trabalho" de cuidar dos próximos, mas sim de uma gigantesca mudança civilizatória, na qual se estimularia os homens a buscarem as "carreiras" tradicionalmente femininas, não estar-se-ia esperando o impossível? Ora, a proposta de Darcy de Oliveira é justamente que se espere e se imagine o "impossível", pois é a partir da invenção do "impossível" que se abrem novas possibilidades. É transformando – e desorganizando – as opções abertas a homens e mulheres que se cria um mundo no qual a ação e o conhecimento femininos valem ao menos tanto quanto as carreiras e práticas tradicionalmente masculinas. Assim, a proposta de Darcy de Oliveira é voltada para o futuro, mas com um olho no passado. Do passado se resgatam as atividades femininas com conotação pouco meritória, buscando a sua valorização no futuro. Sem tal projeto, é como se o feminino tivesse que ser definido segundo a régua masculina, e o problema todo é justamente que uma igualdade digna deste nome requer réguas diferentes para gêneros diferentes, não porque um gênero é superior ou inferior ao outro, mas porque cada gênero tem uma métrica distinta, sendo a existência de cada escala por si mesmo um elemento rico e inegociável da vida em sociedade. Darcy de Oliveira aponta para sinais claros de que há algo de desequilibrado na sociedade, apesar de haver mais oportunidade para as mulheres. Sim, agora as mulheres podem estudar e podem trabalhar, mas o mundo privado que serve de sustento e de plano de imanência para o mundo público do trabalho e do ensino ainda se apoia no núcleo familiar com uma mulher que cuida de todos, inclusive e principalmente do marido, que dá tanto trabalho quanto um filho. Esse desequilíbrio já é reconhecido na muito discutida jornada dupla de trabalho, mas pouco se fala sobre como lidar com essa questão. Por que não se fala disso? Talvez por se considerar natural que as mulheres cuidem de tarefas "menores", como a limpeza das crianças ou da casa. Mas de onde viria tal inferioridade? Do mero fato de essas tarefas tradicionalmente serem feitas por mulheres? Se assim for, o equilíbrio nos valores do cuidado privado e do trabalho público viria da escolha, pelos homens, dessas tarefas e "vocações" femininas. É exatamente o que Rosiska Darcy de Oliveira propõe. REVISÂO Outra parte muito importante da produção de um texto de qualidade é a revisão. Revise, revise e revise. Não espere para fazer uma única revisão final. Vá revisando o texto cotidianamente, Você verá que, a cada revisão, encontrará algo a ser corrigido e/ou reformulado. 52 Muitas vezes, o autor se apega à frases ou parágrafos que redigiu. Entretanto, durante o processo de elaboração/reflexão/redação/revisão lhe ocorre uma outra redação para o mesmo trecho. Apesar de notar a redundância, ele pode sentir dificuldade em descartar suas frases queridas e a tentação de deixar as duas proposições é grande. Primeiro, porque as duas podem ser, realmente, boas construções textuais. Segundo, porque o processo de redação é custoso. Páginas cheias de texto demoram a ser produzidas e descartar qualquer coisa parece ser um retrocesso que acabará por inviabilizar o término do trabalho dentro do prazo estipulado. Ainda assim, essa tentação deve ser vencida e, pelo bem da clareza e objetividade do trabalho, o autor deve escolher a que melhor descreve o que quer dizer. É importante notar que, muitas vezes, mesclamos duas frases e construímos uma bem mais adequada. Entretanto, na minha experiência, duas construções muito boas, porém redundantes, raramente, se tornam uma terceira melhor. É mais provável que as duas boas, misturadas, se tornem uma mais “fraca”. Portanto, antes de mesclar, observe com cuidado se realmente a junção foi para melhor. Se não, não tenha dó, escolha uma e siga em frente! Olha o prazo!!! Não se acanhe em pedir a opinião de seu orientador. Ele é seu primeiro leitor. E se após várias revisões, ainda não se sinta confiante com sua redação e/ou seu professor orientador demonstre preocupação com ela, não se esquive de contratar um revisor para a versão final. O custo é muito menor do que apresentar um artigo mal escrito e cheio de erros. O cuidado que você despende na elaboração de seu artigo reflete a importância que você dá a ele. Um texto mal escrito, descuidado, vai mostrar à sua banca examinadora o pouco valor que você dá ao seu trabalho. 53 COMO POSTAR NO AVA 54 55 56 EVITANDO O PLÁGIO O Trabalho de Conclusão de Curso deve ser uma produção inédita. A questão do plágio é muito séria. Plágio é a apropriação indébita de uma obra intelectual, ou parte dela, que tenha sido produzida por outro, sem dar o devido crédito. Em última instância, um furto. O plágio pode ocorrer em textos, filmes, músicas etc. Mas se, forçosamente, em um trabalho científico, temos que nos basear em conhecimentos de outros, como evitar o plágio? Deixando explícito a quem pertence aquela produção utilizada
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