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Direito Penal III - Crimes contra a honra

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Aula de Direito Penal III
Crimes contra a honra: São de competência do DECRIM por ter baixo potencial ofensivo, salvo o de injúria nos parágrafos 2° e 3°, que são julgados pelo Juizado Especial Criminal.
Honra objetiva: Aquilo que terceiros pensam a respeito dos nossos atributos físicos, morais e intelectuais.
Honra subjetiva: Aquilo que nós mesmos pensamos sobre nossos atributos físicos, morais e intelectuais.
Calúnia (art. 138)
 Acusar alguém falsamente de fato atribuido como crime, ou divulgar imputação que conheça ser falsa. Tutela a honra objetiva. É um crime comum de ação livre, podendo ser praticado através de gestos, palavras ou outros meios que ofendam a honra, tendo como polo passivo e ativo qualquer pessoa.
Os requisitos do crime de calúnia são: imputação do fato + qualificado como crime + falsidade de imputação. Deve haver um caso concreto, não precisando ser muito detalhado, não pode apenas ser vaga.
É um crime unissubsistente, caso praticado verbalmente. Ou pode ser plurissubsistente, se a imputação for proferida por mensagem, carta, etc. O elemento subjetivo é o dolo de dano (não existe culpa). A consumação se dá quando a falsa imputação torna-se conhecida por outrem, que não o sujeito passivo. A tentativa só possível caso seja um crime plurissubsistente. É um crime instantanêo (em regra), podendo ser permanente (postagem no facebook).
Embora os mortos não venham a ser tutelado pela norma penal, é púnivel a calúnia contra eles, sendo o sujeito passivo a família do morto. Admite-se calúnia contra menores, doentes mentais e pessoa jurídica (crimes ambientais).
A denunciação caluniosa é quando se dá causa a inquerito policial, sabendo da inocência da vítima. Comunicação falsa de um crime é quando provoca ação da autoridade sobre crime que sabe não se ter verificado.
A exceção da verdade (regra) é a oportunidade ao ofensor de provar que aquele fato imputado à vítima é verdadeiro. Não é admitido quando a calúnia é cometida contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro, quando o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível ou não foi condenado por sentença irrecorrível.
Difamação (art. 139)
Imputar fato ofensivo à reputação de alguém, sem caráter criminal, quer ele seja verdadeiro ou não. É necessário que o fato seja concreto, determinado, não precisando ser muito detalhado. Tutela a honra objetiva. É um crime comum de ação livre, podendo ser praticado através de gestos, palavras ou outros meios que ofendam a honra, tendo como polo passivo e ativo qualquer pessoa.
É um crime unissubsistente, caso praticado verbalmente. Ou pode ser plurissubsistente, se a imputação for proferida por mensagem, carta, etc. O elemento subjetivo é o dolo de dano (não existe culpa). A consumação se dá quando a falsa imputação torna-se conhecida por outrem, que não o sujeito passivo, é prescindível que várias pessoas tomem conhecimento da imputação. A tentativa só possível caso seja um crime plurissubsistente. É um crime instantanêo (em regra), podendo ser permanente (postagem no facebook).
A exceção da verdade (exceção) só é admitada se o ofendido é funcionário público e a difamação é relativo ao exercício de suas funções.
Injúria (art. 140)
Atribuir a alguém qualidades negativas ou defeitos, consiste em uma opinião pessoal do agente sobre o sujeito passivo. Mesmo que seja verdadeira, não retira-se o cunho injurioso da manifestação. Tutela a honra subjetiva.
O elemento subjetivo é o dolo de dano (não existe culpa), é necessário um fim especial de denegrir a honra do ofendido. O crime se consuma quando o sujeito passivo toma ciência da imputação ofensiva. Não é necessário que o agente passivo sinta-se ofendido, basta que o ato seja revestido de idoneidade ofensiva. É um crime unissubsistente, caso praticado verbalmente. Ou pode ser plurissubsistente, se a imputação for proferida por mensagem, carta, etc. A tentativa só possível caso seja um crime plurissubsistente.
A injúria pode ser:
Simples: caput. (Descrito acima)
Real: §2° Constituida de violência ou vias de fato. Não caractezira lesão corporal, mas caso pratique, responde pelos dois. Ex: Raspar a cabeça da amante do marido.
Discriminatória: §3° Discriminar alguém pela raça, religião, etc. Passa para a vara criminal. Ex: “Seu velho gaga!” “Seu preto burro!”
O perdão judicial é dado quando:
O agente provocou diretamente a injúria, seja através de um crime ou de uma conduta reprovável. Ex: Homem xinga a mulher ao pega-la o traindo.
Quando uma injúria é rebatida com outra injúria. Ex: “Filho da puta!” “Filho da puta é você!”
Pedido de explicação em juízo (art. 144): Providência tomada para esclarecimento acerca de situações revestidas de equivocidade, ambiguidade ou dubiedade, a fim de que se viabilize o exercício futuro de ação penal condenatória.
Retratação (art. 143): Admitida apenas nos crimes de difamação e calúnia. O agente desdiz o que havia falado, antes da sentença, extinguindo assim a punibilidade. A retratação deve ser feita no mesmo meio que praticou a ofensa.
Exclusão do crime (art. 142): Ofensas feitas na discussão de uma causa em juízo (desde que tenham nexo com a causa), pela parte ou seu procurador, ou em críticas à obras (liberdade de imprensa, sem excessos) ou funcionários que em decorrência de seu dever funcional venham a ofender a honra de alguém em seus pareceres, tem imunidade de opinião, não respondendo por difamação ou injúria. A imunidade abrange apenas o agente, quem propaga a informação, responde pelo crime.
Majorantes (art. 141): Motivos para aumento de pena:
Caso os crimes sejam praticados contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro.
Contra funcionário público em razão de sua função.
Na presença de várias pessoas (a partir de 3) ou meios que facilitem a divulgação (Redes sociais).
Praticados contra maiores de 60 anos ou portador de deficiência, exceto para injúria.
Ação Penal (art. 145): A regra é que a ação penal será privada, salvo quando for injúria com resultado de lesão corporal, sendo nesse caso pública incondicionada. Será pública, condicionada à representação do funcionário público, quando a ofensa for dirigida contra ele no exercício de suas funções ou caso a injúria for por raça, cor, idade, deficiente, etc. Ao Ministério Público cabe a representação nos casos de ofensas cometidas contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro.

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