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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ALONGAMENTO ATIVO MELHORA FLEXIBILIDADE, TORQUE ARTICULAR E MOBILIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS LUCIA HELENA BATISTA TESE DE DOUTORADO SÃO CARLOS 2008 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ALONGAMENTO ATIVO MELHORA FLEXIBILIDADE, TORQUE ARTICULAR E MOBILIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Fisioterapia. Área de concentração: Processos de Avaliação e Intervenção em Fisioterapia. LUCIA HELENA BATISTA Orientadora: PROFA. DRA. TANIA DE FÁTIMA SALVINI SÃO CARLOS 2008 Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária/UFSCar B333aa Batista, Lucia Helena. Alongamento ativo melhora flexibilidade, torque articular e mobilidade funcional de idosos / Lucia Helena Batista. -- São Carlos : UFSCar, 2008. 132 f. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2008. 1. Idosos. 2. Articulação do joelho. 3. Exercícios de alongamento. 4. Torque. I. Título. CDD: 615.82 (20a) MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA PARA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO DE LUCIA HELENA BATISTA APRESENTADA AO PROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO CARLOS, EM 08 DE AGOSTO DE 2008 Tania de Fatima Salvini (UFSCar) Fabio Viadanna Se (UFSCar) ~~ (UFPR) '\ \ () ~'- -1' ~Cv\~ Amelia Pasqual Marquesl (USP) ~-Y\..'~ yYJ .71. ~ Cristina M. Nunes de Cabral (UNICID) DEDICATÓRIA Aos meus pais, Luiz e Leonor. Aos meus irmãos, Cristina e Paulo. DEDICATÓRIA Também dedico o meu trabalho à Profa Tania. Tentei achar uma frase que pudesse demonstrar o que sinto por ela, mas não consegui porque nenhuma delas exprimiu o que realmente penso. “Penso que sem ela não tinha conseguido chegar aqui, pois, acima de tudo, me ensinou a encarar as dificuldades e os erros de uma outra forma, mostrando-me que eles ocorrerão, sempre, e que podemos ver o lado positivo destes acontecimentos aprendendo com eles e que sairemos, com certeza, fortalecidos após superá-los.” Pode parecer pouco, mas para mim tem um imenso significado. Tanto significado que frase alguma poderia expressar. Obrigada Profa Tania, por tudo..... ........ você foi é e será muito importante para mim. AGRADECIMENTOS Ao Prof. José Rubens Rebelatto, que abriu as portas e possibilitou a realização do trabalho. À Profa Tania, que sempre acreditou em mim dando-me oportunidades e me incentivando pessoalmente e profissionalmente. À Coordenação da Universidade Aberta da Terceira Idade (UATI) - Maria Cecília V. Purquério que providenciou tudo o que foi necessário para que o trabalho fosse desenvolvido. Também aos funcionários da instituição os quais foram muito colaborativos, tornando a execução do trabalho mais tranqüila. Aos Membros da Banca de Avaliação, por terem concordado em participar predispondo-se a ler o trabalho e oferecer sugestões para que ele possa ser melhorado. Ao Jamacy e à Carol Vilar que acompanharam todo o processo durante meses. Dando muito apoio e auxílio. Obrigada pela participação de vocês. A Léo que sempre foi muito colaborativa em todos os momentos acompanhando as dificuldades e ajudando a solucioná-las. À Paula Camargo que, apesar de um pouco distante, pois tinha seu trabalho paralelo, sempre me deu apoio em diversos momentos. Aos amigos do laboratório, Tereza, Thiago, Davilene, Sabrina, Dório, João Durigan, Carol, Gabriel, Cris e Adriana, os quais ficarão marcados na memória, pois fizeram parte de momentos importantes para mim, não só relacionados a trabalho, mas também em momentos de descontração. Mari, obrigada pela seu imenso auxílio e disponibilidade . Não esquecerei! À Ana Cláudia e Kelly, secretárias do Programa de Pós-graduação em Fisioterapia da UFSCar, pela atenção e paciência. E, finalmente, às voluntários, que, sem dúvida, foram extremamente importantes neste trabalho. Primeiramente, por terem participado dele, sem eles não seria possível sua realização. Também, por provarem que podemos envelhecer bem, pois conseguimos, apesar das perdas inevitáveis advindas do processo de envelhecimento, promover nossa saúde e obter melhor qualidade de vida por meio da realização de exercícios físicos. A energia, disponibilidade e a doação de todos durante o trabalho foi admirável. Sempre que combinávamos estavam lá. Eu, realmente, não sei como agradecê-los pela enorme colaboração. Muito obrigada. À todos que direta ou indiretamente participaram neste percurso. RESUMO Objetivo a hipótese desse estudo é que um programa de alongamento ativo excêntrico dos músculos flexores do joelho de idosos gera aumento na flexibilidade, torque muscular e melhora na mobilidade funcional. Métodos: Idosas ativas com 68,3±6,2 anos, participaram do estudo que teve duração de 12 semanas. O estudo foi dividido em três fases (A1-B-A2) com duração de 4 semanas cada, onde A1 e A2 controle (sem intervenção), e a fase B, alongamento dos flexores do joelho 2x/semana (intervenção). Foram avaliados, antes e após cada fase, a flexibilidade mensurando o ângulo de extensão do joelho, mobilidade funcional por meio do Teste “Timed Up & Go” (TUG) e o torque isocinético dos músculos flexores e extensores do joelho usando um dinamômetro Biodex 3 a 60°/s. Resultados: os alongamentos promoveram aumento na flexibilidade dos flexores (p=0,000), no torque flexor e extensor do joelho (p≤ 0,01)e o tempo de realização do TUG diminuiu (p=0,0001). Conclusões: O alongamento ativo dos músculos flexores do joelho em idosos melhora a flexibilidade o torque e a mobilidade funcional. Palavras-chave: idosos, flexores do joelho, alongamento ativo excêntrico, torque ABSTRACT Objective: The hypothesis of this study is that a program of eccentric active stretching of the knee flexors increases flexibility and muscle torque and improves functional mobility. Design: Active elderly women aged 68.3±6.2 years participated in the study which lasted 12 weeks. The study was divided in three phases (A1-B-A2) each lasting 4 weeks, where A1 and A2 were control phases (without intervention), and phase B included twice-weekly stretching of knee flexors (intervention). Before and after each phase, flexibility was assessed by measuring the knee extension angle, functionality was assessed using the “Timed Up & Go” (TUG) test, and isokinetic torque of the knee flexors and extensors was assessed using a Biodex 3 dynamometer at 60°/s. Results: Stretching promoted flexibility increase of the flexors (p=0.000), increase in knee flexor and extensor torque (p≤ 0.01), and a decrease in the TUG test performance time (p=0.0001). Conclusions: Active stretching of the knee flexors in the elderly improves flexibility, torque and functional mobility. Keywords: elderly, knee flexors, eccentric active stretching, torque LISTA DE FIGURAS Figura 1. (A) posicionamento inicial, 90° de quadril e joelho. Note a estabilização do sujeito com cintas sobre a pelve e a coxa (setas). (B) sujeito após a extensão passiva do joelho pelo terapeuta. Repare que o déficit da ADM de extensão do joelho foi medido entre a extensão total (considerada 180°), de onde partiu o braço móvel do goniômetro, e a extensão máxima do joelho atingida pelo sujeito..................................................................................................... 12 Figura 2. Postura utilizada para o programa de alongamento ativo dos flexores De joelho................................................................................................ 15 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Desenho experimental.............................................................. 11 Tabela 2. ADM de extensão do joelho, tempo de realização do TUG e torque isométrico e isocinético flexor e extensor do joelho.......................................................................................... 17 SUMÁRIO Contextualização.............................................................................................. 1 Estudo................................................................................................................ 5 Introdução..................................................................................................... 6 Métodos......................................................................................................... 9 Resultados..................................................................................................... 16 Discussão...................................................................................................... 17 Considerações Finais........................................................................................ 23 Atividades paralelas realizadas durante o transcorrer do Doutorado............ 25 Referências Bibliográficas............................................................................... 27 Anexo I.............................................................................................................. 35 Anexo II ............................................................................................................ 44 Anexo III .......................................................................................................... 68 Anexo VI .......................................................................................................... 75 Anexo V ............................................................................................................ 102 CONTEXTUALIZAÇÃO 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Sabe-se que estudos com animais demonstram que a contração muscular e o alongamento são dois estímulos capazes de ativar a síntese protéica (GOLDSPINK, 1999) e a associação destes estímulos parece potencializar este efeito (WILLIAMS, 1988; GOLDSPINK et al., 1992). Neste sentido, LASTAYO et al. (2003) mencionam que o exercício excêntrico proporciona maior estímulo para hipertrofia muscular, bem como para ativação neural. Apesar de tais evidências, o alongamento ativo excêntrico é pouco investigado na literatura, pois NELSON E BANDY (2004) e ZAKAS e BALASKA (2005) citam que dentre os tipos de alongamento mais estudados estão balístico, estático passivo e Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). MOORE e HUTTON (1980) realizaram um dos únicos estudos com humanos onde os músculos flexores do joelho foram submetidos a alongamentos FNP Contrai- Relaxa, passivo e ativo excêntrico. Os autores verificaram que o alongamento ativo excêntrico, realizado a curto prazo, ou seja, em uma única sessão, além de proporcionar maior ganho na flexibilidade, também foi o que gerou maior atividade dos seus antagonistas extensores do joelho durante os exercícios. Considerando que o alongamento ativo excêntrico é utilizado na prática clinica e que poucas evidências científicas foram encontradas a respeito deste tipo de alongamento em humanos, BATISTA et al. (2008) realizaram, em nosso laboratório, um estudo onde os músculos flexores do joelho de adultos jovens foram submetidos a um programa de alongamento ativo excêntrico a longo prazo, 4 semanas. Constatou-se que além de um considerável ganho na amplitude de movimento (ADM) de extensão do joelho, quando comparados a outros estudos realizados forma passiva ou FNP, também houve aumento na força muscular tanto dos músculos alongados quanto de seus 2 antagonistas. Os dados obtidos neste trabalho contribuíram com os resultados encontrados nos estudos já realizados com este tipo de alongamento, tanto em animais como em humanos. Também motivou a realização de novos trabalhos neste sentido. Surgiu, então, a idéia de aplicarmos o mesmo programa de alongamento ativo excêntrico em idosos, tendo em vista alguns fatores referentes ás alterações musculares e funcionais apresentadas por eles como conseqüência do envelhecimento. Há várias alterações estruturais associadas ao processo de envelhecimento (EVANS, 1999). Dentre elas as alterações musculares como a diminuição na massa muscular (JANSSEN, 2006). LEXELL et al., 1988, constataram que entre as idades de 15 e 83 anos há perda de aproximadamente 50% no número total de fibras musculares. Outros estudos indicaram que esta redução pode atingir 10% por década após os 50 anos (FIELDING, 1995). De acordo com GOLDSPINK e HARRIDGE (2004), o declínio da massa muscular, a qual ocorre naturalmente com o envelhecimento, pode ser ocasionado, também, devido à redução na realização de atividades físicas. Tendo em vista que o comprimento fisiológico do músculo é mantido pelo equilíbrio entre síntese e degradação de proteínas (KARPPAKA et al., 1990), e no caso do envelhecimento há mais degradação, déficits como queda na flexibilidade muscular e,consequentemente na amplitude de movimento articular (ADM) (KERRIGAN et al., 1998; MCGIBBON, 2003), e força muscular (FRONTERA et al., 1991, 2000, CANNON et al., 2001) fazem parte do processo sendo, então, comuns aos idosos. Esta massa muscular perdida pode ser substituída por tecido conjuntivo LEXELL (1995) aumentando a rigidez do músculo (GAJDOSIK et al., 2002). Tais déficits podem gerar conseqüências funcionais (GREENLUND e NAIR, 2003) que contribuem para ocorrência de quedas (MEULEMAN et al., 2000; LIU-AMBROSE et al., 2004) podendo ocasionar perda da independência. 3 LANZA et al. (2003) concluíram que a diminuição na força dos músculos extensores do joelho, parece influenciar o desempenho dinâmico dos idosos. De acordo com DEHAIL et al. (2007) o fortalecimento dos músculos extensores do joelho pode auxiliar a execução de uma tarefa básica da vida diária que é a atividade de levantar-se de uma cadeira e caminhar (Sit-to-Walk). A redução na ADM do joelho com a idade pode ser causada pelo encurtamento de músculos biarticulares como os flexores do joelho (NONAKA et al., 2002) e este encurtamento pode gerar alterações funcionais como durante a marcha (DeVITA e HORTOBAGYI, 2000). RINGSBERG et al. (1999) constataram, ainda, que o aumento na força em ambos os grupos musculares flexores e extensores do joelho foram altamente correlacionados com o desempenho funcional. Mediante tais evidencias pôde-se verificar que os idosos sofrem alterações musculares decorrentes do processo de envelhecimento e que os grupos musculares flexores e extensores podem ser afetados causando prejuízos funcionais. Portanto, ambos os grupos musculares deveriam ser foco de atenção em estudos que visam a promoção da saúde desta parcela da população propondo intervenções terapêuticas que amenizam tais perdas. Sendo assim, o programa de alongamento ativo seria indicado. O estudo realizado por FERBER et al. (2002) veio reforçar a nossa convicção de investigar as respostas dos idosos ao alongamento ativo excêntrico, pois os autores verificaram que durante a extensão ativa do joelho ocorreu uma intensa atividade eletromiográfica dos flexores do joelho (sobrecarga excêntrica), bem como dos seus antagonistas. Também observaram que o ganho de ADM de extensão do joelho foi grande quando comparado aos alongamentos passivo e FNP- Contrai-relaxa, também aplicados no estudo. Resultados parecidos foram constatados em adultos jovens no trabalho realizado por MOORE e HUTTON, (1980), como já descrito anteriormente, 4 indicando que os músculos esqueléticos dos idosos respondem de forma semelhante aos indivíduos jovens quando submetidos ao alongamento ativo a curto prazo. A resposta dos idosos ao alongamento ativo excêntrico a curto prazo (FERBER et al.,2002), como nos jovens (MOORE e HUTTON, 1980), motivou a realização do presente estudo, pois ambos grupos musculares flexores e extensores do joelho poderiam, também, ocorrer pós alongamentos a longo prazo, como já constatado pós- programa de alongamento ativo excêntrico aplicado em adultos jovens em nosso laboratório (BATISTA et al., 2008). Também julgamos necessário complementar o estudo com uma avaliação funcional dos idosos pós-programa de alongamento. Diante destas considerações este trabalho testou a hipótese de que um programa de alongamento ativo excêntrico dos músculos flexores do joelho causa aumento na flexibilidade e no torque dos músculos alongados, melhora o torque dos antagonistas, bem como a mobilidade funcional de idosos. Foi também investigado se as possíveis adaptações permaneceram após o término da intervenção. 5 ESTUDO 6 INTRODUÇÃO Há várias alterações musculares associadas ao processo de envelhecimento. Dentre elas, alterações na produção de calor (FERREIRA et al., 2008) e diminuição na massa muscular, atribuída à redução no tamanho e número das fibras musculares, descrita como sarcopenia. Esta perda muscular chega a alcançar de 1-2% ao ano após 50 anos (HUGHES et al., 2002). Sendo assim, diminuição na amplitude de movimento articular (ADM), conseqüente à queda na flexibilidade, (GAJDOSIK et al., 2005a) e déficits na força muscular (FRONTERA et al., 1991, ZHONG et al., 2007) são comuns nos idosos. A diminuição na flexibilidade e força muscular em idosos não ocorre somente devido às alterações nas fibras musculares, mas também devido a alterações no tecido conjuntivo (GAJDOSIK et al., 2004). Estudos com músculos de animais imobilizados em posição de encurtamento indicaram que há um aumento na quantidade do tecido conjuntivo (TABARY et al., 1972). Trabalhos com humanos também têm demonstrado que músculos encurtados de idosos são mais rígidos, e isto ocorre devido às alterações viscoelásticas do tecido conjuntivo (GAJDOSIK et al., 2005 a). Assim, a massa muscular do idoso é menor, mais fraca e mais rígida. Tais alterações musculares podem gerar conseqüências funcionais (GAJDOSIK et al., 2005b) como alterações no desempenho durante a marcha (RINGSBERG et al., 1999) ou até mesmo dificuldades em levantar e sentar de uma cadeira. A perda de mobilidade funcional pode contribuir para ocorrência de quedas e possível dependência física. DeVITA e HORTOBAGYI (2000) verificaram que idosos saudáveis têm diminuição na ADM do joelho, conseqüente ao encurtamento dos flexores do joelho, assim como na força dos músculos extensores desta articulação, quando comparados 7 aos jovens, e que estas adaptações geram dificuldades durante a marcha. RINGSBERG et al. (1999) constataram, ainda, que o aumento na força tanto dos flexores quanto dos extensores do joelho, foi altamente correlacionado com a melhora no desempenho funcional, pois gerou aumento na velocidade e no comprimento dos passos durante a marcha. De acordo com SANSON et al. (2000) há uma alta correlação entre declínio da força muscular de, aproximadamente, 40,2% dos extensores do joelho de mulheres entre 55 e 80 anos, e o aumento no tempo de realização do Teste “Timed Up & Go”, ou seja, diminuição na mobilidade funcional, de, em média, 47%. Diante dos déficits apresentados pelos grupos musculares flexores e extensores do joelho devido ao envelhecimento e as possíveis conseqüências funcionais geradas, estes devem ser foco de atenção em trabalhos que estudam as respostas dos idosos frente a diferentes intervenções terapêuticas que atuem no sentido de proporcionar alterações musculares capazes de amenizar tais perdas. O alongamento muscular é uma técnica muito utilizada na prática clínica para o ganho de flexibilidade. Esta intervenção é capaz de causar alterações morfológicas nas fibras musculares (GOMES et al., 2007 ) e no tecido conjuntivo (COUTINHO et al., 2006) geradas por respostas plásticas e elásticas destas estruturas podendo, assim, influenciar na flexibilidade e geração de força muscular total (GAJDOSIK et al., 2005b). Dentre os tipos de alongamento mais estudados estão o estático passivo e Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). Entretanto, o alongamento ativo excêntrico tem sido pouco investigado na literatura (BATISTA et al., 2008), apesar de existirem evidências científicas que comprovam sua eficácia. Sabe-se que, a contração muscular e o alongamento são dois estímulos capazes de ativar a síntese protéica (GOLDSPINK, 1999), e a associação destes estímulos 8 parece potencializar esta resposta nos músculos esqueléticos (GOLDSPINK et al., 2002). Alguns estudos com idosos têm demonstrado a efetividade dos exercícios de alongamento passivo e/ou Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva -Contrai-Relaxa, em promover melhora n desempenho durante a marcha pelo aumento na flexibilidade em diversos grupos musculares, como flexores de quadril (KERRIGAN et al., 2003) e tríceps sural (GAJDOSIK et al., 2005b). Poucos estudaram os músculos flexores do joelho (FELAND et al., 2001a, 2001b), mas não analisaram a função pós-alongamentos. E apenas em um deles o programa foi realizado a longo prazo (FELAND et al., 2001b). FERBER et al. (2002) realizaram um trabalho a curto prazo de grande importância, pois além de investigarem as técnicas passiva e FNP–Contrai-relaxa, aplicaram a FNP-Agonista Contrai-Relaxa, na qual o indivíduo deveria estender o joelho alongando ativa e excentricamente os flexores desta articulação. Os autores verificaram que durante o alongamento dos flexores houve grande atividade eletromiográfica (EMG) (co-contração) dos extensores do joelho, seu antagonista. Também observaram que o ganho de ADM de extensão do joelho foi, em média, 34% e a EMG dos flexores foi de 65 – 119% maiores com técnica ativa excêntrica quando comparada ao alongamento passivo. Resultados parecidos foram encontrados em adultos jovens em um estudo realizado por MOORE e HUTTON, (1980), indicando que os músculos antagonistas de idosos, como em jovens, podem ser influenciados durante o alongamento ativo dos agonistas. Tendo em vista que o processo de envelhecimento acomete os grupos musculares flexor e extensor do joelho, seria interessante investigar a resposta de ambos grupos musculares pós-programa de alongamento ativo dos flexores a longo prazo. Entretanto, esta investigação foi feita apenas com adultos jovens. 9 Este estudo foi realizado, recentemente, por BATISTA et al. (2008) os quais constataram que adultos jovens, após serem submetidos a alongamento ativo excêntrico dos flexores do joelho na postura em pé a longo prazo (4 semanas), obtiveram um aumento considerável na ADM de extensão do joelho (cerca de 23°), quando comparado a outros estudos os quais alongaram de forma passiva ou FNP nas posturas sentada ou deitada (cerca de 10°, em média). Também foi verificado aumento no torque do grupo muscular alongado e de seu antagonista, extensores do joelho. Analisando a literatura se verifica carência de estudos que avaliem, conjuntamente, as alterações na flexibilidade e força dos músculos flexores do joelho após serem submetidos a alongamento ativo excêntrico, bem como possíveis adaptações no grupo muscular antagonista e a influência sobre a mobilidade funcional de idosos. Portanto, este trabalho testou a hipótese de que um programa de alongamento ativo excêntrico dos músculos flexores do joelho causa aumento na flexibilidade e no torque destes, melhora o torque dos seus antagonistas e a mobilidade funcional de idosos. Foi também investigado se as possíveis adaptações permaneceram após o término da intervenção. MÉTODOS Seleção dos sujeitos Os sujeitos foram selecionados dentre os participantes de um Programa de Revitalização Geriátrica onde realizavam, regularmente, há pelo menos 12 meses, exercícios leves de força, flexibilidade geral e resistência cardiovascular, em sessões de 50 minutos, três vezes por semana, em dias alternados. Foram excluídos aqueles que na avaliação fisioterapêutica apresentaram distúrbios vasculares, inflamatórios e músculo- esqueléticos do membro inferior. Foram considerados como critérios de inclusão: o 10 déficit de flexibilidade dos flexores do joelho ≥ 20° (FELAND et al., 2001a; 2001b), idade entre 60-80 anos, e a apresentação de um atestado médico declarando condições de saúde compatíveis com as atividades físicas a serem realizadas no estudo proposto. Dezessete sujeitos (60-80 anos) saudáveis e ativos, de ambos os sexos, foram inicialmente incluídos no estudo. Cinco homens foram excluídos ao longo do mesmo, por abandono das atividades previstas. Doze indivíduos concluíram o estudo, todas do sexo feminino. Antes de iniciar o estudo, todos os sujeitos assinaram um termo de consentimento, e sua aprovação foi concedida pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Carlos e está de acordo com a declaração de Helsinki para estudos em humanos. Fases da avaliação As fases A1-B-A2 foram aplicadas como a seguir: fase A1 – período sem intervenção; fase B-período com intervenção; fase A2-período sem intervenção (BARLON E NELSON, 1986). Cada uma das fases teve a duração de 4 semanas, como previamente descrito. Todos os sujeitos foram submetidos às 3 fases (A1-B-A2), exceto 5 sujeitos que não participaram da segunda fase (B). Neste tipo de estudo, os períodos sem intervenção (fases A1 e A2) servem como controle para comparação com o período com intervenção (fase B) (LINDQUIST et al., 2007). Em todos os sujeitos os 2 membros inferiores foram submetidos ao protocolo de intervenção durante 4 semanas. Entretanto, apenas o membro dominante foi submetido às avaliações (Tabela 1); a 1ª avaliação foi realizada na seleção dos sujeitos, antes do início da fase A1; a 2a avaliação foi realizada após 4 semanas (final da fase A1), antes da 1ª sessão de alongamento muscular; a 3ª avaliação foi realizada imediatamente após o período de intervenção (fase B); a 4a avaliação foi realizada 4 semanas após o término da intervenção (fase A2). Durante as 12 semanas do estudo, os sujeitos mantiveram suas 11 atividades no programa de revitalização geriátrica, mas foram orientados a não realizar exercícios de alongamento dos músculos flexores do joelho nesse período. Tabela 1. Desenho experimental. Fases A1 B A2 Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª Fases A1 e A2, período sem intervenção; Fase B, período com intervenção. Avaliação da flexibilidade Goniometria Para determinação do déficit de extensão do joelho foram utilizados um goniômetro universal, uma mesa de exame e um dispositivo de madeira especialmente construído para posicionamento e fixação do sujeito na mesa de exame, adaptado do modelo utilizado por Chan et al. (2001). Este dispositivo era composto de duas barras verticais laterais para fixação à mesa de exame e uma barra horizontal alcochoada, com altura regulável de acordo com o comprimento da coxa do sujeito. O sujeito foi posicionado em decúbito dorsal com os membros superiores ao longo do corpo, quadris e joelhos flexionados a 90° (Figura 1A). Foi utilizada uma cinta de estabilização sobre a pelve e outra fixando a coxa à barra horizontal do dispositivo. Um examinador movimentava de modo passivo a perna de teste em direção à extensão do joelho, enquanto o membro contralateral, com o quadril e joelho flexionados a 90°, permanecia em repouso sobre a barra horizontal (Figura 1B). Os sujeitos foram orientados a relatar o início da tensão dolorosa nos músculos flexores do joelho, quando então o movimento era interrompido caracterizando a amplitude final do movimento. Quando esta 12 amplitude era alcançada, um segundo examinador posicionava o goniômetro na face lateral do joelho, com o eixo coincidindo com o epicôndilo lateral do fêmur, a haste proximal em direção ao trocânter maior do fêmur e a haste distal em direção ao maléolo lateral. O ângulo de extensão do joelho foi mensurado em 3 tentativas e a maior medida foi registrada. O déficit de extensão do joelho foi calculado como a diferença entre o ângulo de extensão do joelho mensurado, e o ângulo de 180°, considerado o ângulo de extensão máxima normal dessa articulação. Figura 1: (A) posicionamento inicial, 90° de quadril e joelho. Note a estabilização do sujeito com cintas sobre a pelve e a coxa (setas). (B) sujeito após a extensão passiva do joelho pelo terapeuta. Repare que o déficit da ADM de extensão do joelho foi medido entre a extensão total (considerada 180°), de onde partiu o haste distal do goniômetro, e a extensão máxima do joelho atingida pelo sujeito. Avaliação da mobilidade funcional Para avaliar a mobilidade funcional dos sujeitos foi utilizado o Teste Timed “Up & Go” (TUG), considerado válido e confiável (PODSIADLO e RICHARDSON, 1991) A) B) 180° 13 e muito utilizado com idosos (SANSON et al., 2000). O teste foi iniciado com o sujeito sentado em uma cadeira onde recebeu instruções para, após comando verbal (“já”), levantar e caminhar sob a linha demarcada no chão (3 m) o mais confortável possível, contornar um obstáculo, dando uma volta de 180°, e retornar em direção a cadeira por uma outra linha paralela à primeira, e sentar-se. O tempo gasto para percorrer o percurso foi cronometrado pelo terapeuta desde que o sujeito recebeu o comando verbal para levantar até que sentasse. O teste foi realizado três vezes, sempre pelo mesmo terapeuta, e o menor tempo foi considerado para as análises estatísticas. Avaliação do torque isocinético dos flexores e extensores do joelho Primeiramente, os sujeitos realizaram aquecimento em uma bicicleta estacionária por 5 minutos a 20 km/h e auto-alongamentos dos músculos flexores e extensores do joelho (1 min). A seguir, foram posicionados sentados na cadeira do dinamômetro isocinético (Biodex Multi-Joint System 3, Biodex Biomedical. System Inc, New York) com o quadril flexionado a 90°, tronco e a coxa fixados com cintos de estabilização e as mãos segurando os suportes laterais. O torque isométrico máximo de extensão do joelho foi avaliado por meio de Contrações Isométricas Voluntárias Máximas (CIVM) a 60° de flexão do joelho. Foram realizadas três CIVM, e considerou-se o maior pico de torque alcançado para as análises estatísticas. Cada contração foi mantida por 5 segundos, com um intervalo de repouso de, aproximadamente, 3 minutos entre elas. O procedimento utilizado durante a avaliação do torque isométrico flexor do joelho foi o mesmo utilizado para avaliar o torque extensor, exceto que o torque flexor foi avaliado com a articulação do joelho a 30° de flexão. Antes das avaliações os voluntários realizaram uma familiarização com o procedimento onde exerceram 1 contração, do grupo muscular a ser avaliado, com 14 duração de 5 segundos. Um intervalo de 2 minutos foi dado para que iniciassem os testes. O torque isocinético concêntrico e excêntrico dos músculos flexores e extensores do joelho foram avaliados em uma ADM de 60º. Sendo que as avaliações dos extensores foram iniciadas a 90° de flexão do joelho e dos flexores a 75° de flexão (BATISTA et al., 2008). O programa utilizado para a análise das contrações máximas dos extensores do joelho foi concêntrico-excêntrico e para os flexores foi excêntrico- concêntrico. Os sujeitos realizaram 1 série de 5 contrações máximas, consecutivas, para cada grupo muscular a 60°/s com um intervalo de 3 minutos entre elas. Dois minutos antes das avaliações os sujeitos realizaram uma familiarização com o procedimento. Para isto, executaram 5 contrações consecutivas de acordo com o grupo muscular a ser testado. Todas as avaliações foram acompanhadas pelo mesmo terapeuta. A Pressão Arterial (PA) e a Freqüência Cardíaca (FC) foram aferidas antes, durante os intervalos e após todas as avaliações descritas. Programa de alongamento dos músculos flexores do joelho Primeiramente, os sujeitos foram orientados a se posicionarem na postura em pé em frente a uma maca. A seguir, o fisioterapeuta alinhou a coluna do sujeito com o auxílio de uma barra. Feito isto, o instruiu a fletir o joelho e o tronco, lentamente, até que conseguisse apoiar as mãos sobre a maca, porém sem descarregar o peso corporal sobre ela (Figura 2). Na seqüência, deveria estender, suavemente, o joelho e realizar, simultaneamente, uma anteversão da pelve até que referisse estar sentindo tensão máxima suportável de alongamento nos músculos flexores do joelho, porém sem sentir dor. Ao atingir a tensão máxima, o alongamento deveria ser mantido por 1 minuto. Ao 15 término, o sujeito retornava à posição ereta na qual permanecia por 30 segundos, e então repetia o procedimento por sete vezes. O programa foi realizado 2 x por semana por 4 semanas. Cabe mencionar que a barra foi mantida sobre a coluna do sujeito durante os alongamentos, com o objetivo de evitar possíveis compensações na coluna (BATISTA et al., 2008). Figura 2: Postura utilizada para o programa de alongamento ativo dos flexores de joelho Análise dos dados As variáveis dependentes medidas nas quatro avaliações foram: o déficit na ADM de extensão do joelho aferido na goniometria (°); o pico de torque isométrico flexor e extensor do joelho; o torque isocinético flexor e extensor (excêntrico/concêntrico) a 60°/s (Nm) a mobilidade funcional (seg). Uma ANOVA one-way com medidas repetidas foi aplicada para detectar a existência de diferença entre os 4 momentos avaliados nas variáveis estudadas e o teste Student Newman-Keuls test (SNK), para comparações múltiplas, com o objetivo de identificar entre quais momentos ocorreram 16 as diferenças. O nível de significância adotado para todas as análises foi de 5% (p<0,05). O software Statistica 7.0 foi utilizado para todos os cálculos estatísticos. RESULTADOS Flexibilidade: Houve aumento na ADM de extensão do joelho após intervenção (fase B) (p=0,0001), mas o ganho não foi completamente mantido nas 4 semanas após o término da intervenção (fase A2) (Tabela 2). Entretanto, a ADM da fase A2 foi maior quando comparada á fase pré-intervenção (fase A1). Mobilidade funcional: O tempo de realização do Teste TUG diminuiu após intervenção (fase B) (p=0,0001) e esta melhora na mobilidade funcional permaneceu após um mês do término dos alongamentos (fase A2) (Tabela 2). Torque isométrico flexor e extensor do joelho: Não foi constatado aumento no pico de torque isométrico flexor e nem extensor do joelho. Contudo, houve uma tendência de aumento no torque extensor. Torque isocinético flexor e extensor do joelho: Foi verificado aumento no torque concêntrico e excêntrico flexor e extensor do joelho (p=0,01; p=0,02 e p=0,02; p=0,01, respectivamente) após a intervenção (fase B) (Tabela 2). Apenas o torque flexor concêntrico não foi mantido na fase A2. (Tabela 2). 17 Tabela 2 – ADM de extensão do joelho, tempo de realização do TUG e torque isométrico e isocinético flexor e extensor do joelho. Fases A1 B A2 Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Déficit extensão joelho (°) 24,7±6,2 24,1±6,6 14,1±7,1* 18,8±7,0*,● Tempo de realização TUG (seg) 8,8±1,0 8,4±0,9 7,2±0,8* 7,6±0,7* PT/Flexor/Isom (Nm) 61,1±15,0 60,1 ± 15,2 62,0 ± 14,4 61,6±16,5 PT/Flexor/Conc (Nm) 81,2±14,9 79,2± 17,7 87,9± 13,7* 81,8±19,1*,● PT/Flexor/ECC (Nm) 88,4±16,4 82,8 ± 17,4 92,6 ± 14,6▲ 86,4±18,9 PT/ Extensor/Isom (Nm) 102,3±24,5 101,2 ± 20,9 110,3 ± 25,6 107,5±25,0 PT/ Extensor/Conc (Nm) 88,2±18,7 86,4 ± 18,6 95,2 ± 16,2▲ 95,1±24,7 PT/ Extensor/ECC (Nm) 120,7±29,8 113,9 ± 26,1 125,3 ± 26,5▲ 124,6±28,2 PT = pico de torque; Isom= isométrico; ECC = excêntrico; Conc = concêntrico; * = p<0,05 comparado a 1ª e 2ª avaliações; ● comparado a 3ª evaluation; ▲ comparado a 2ª avaliação. A1 e A2 = período sem intervenção e B = período com intervenção. DISCUSSÃO Os resultados desse estudo mostram que o programa de alongamento dos músculos flexores do joelho foi efetivo para aumentar a flexibilidade deste grupo muscular, o torque flexor e extensor do joelho e a melhora na mobilidade funcional de idosos. Também foi constatado que a maioria destas respostas persistiram após um mês do término do programa de alongamento. Esses resultados indicam boa capacidade de adaptação do sistema neuromuscular em idosos. Foi constatado que músculos de mulheres idosas apresentam menor comprimento e maior rigidez quando comparados às jovens (GAJDOSIK et al., 2005a). No entanto, exercícios de alongamento em músculos encurtados de idosas aumenta a ADM pelo aumento no comprimento do músculo, provavelmente, devido às adaptações nas 18 propriedades viscoelásticas do tecido conjuntivo (GAJDOSIK et al., 2005b). Assim, o aumento na ADM de extensão do joelho observado no presente estudo, provavelmente, seja devido às adaptações no tecido conjuntivo geradas pós-programa de alongamento dos flexores do joelho. Estudos prévios constataram que músculos de ratos encurtados, pós-imobilização, e submetidos posteriormente á sessões intermitentes de alongamento, aumentaram o comprimento das fibras musculares e o número de sarcômeros em série (COUTINHO et al., 2004). Apesar destas alterações não terem sido demonstradas em músculos humanos, o aumento na flexibilidade dos músculos encurtados das idosas, constatado pós-alongamentos no presente estudo, pode também ser decorrente do aumento no comprimento observado nas fibras musculares em músculos de animais. No entanto estudos subseqüentes devem ser realizados em humanos para investigar essa hipótese. Um dos poucos estudos com idosos onde foi analisado o aumento na flexibilidade dos músculos flexores do joelho por meio de avaliações da ADM de extensão desta articulação após alongamentos, foi realizado por FELAND et al. (2001b). Os autores verificaram que a ADM de extensão do joelho aumentou, em média, 14,4° pós- alongamentos passivos. No presente estudo, que também alongou os flexores de joelho, mas de forma ativa excêntrica, o aumento médio foi de 10°. Interessante observar que no estudo realizado por FELAND, et al. (2001b) os alongamentos foram executados todos os dias por 6 semanas, enquanto no presente estudo os alongamentos foram realizados 2x/semana por 4 semanas. A comparação entre esses dois estudos indica que as sessões de alongamento realizadas ativamente causaram adaptações musculares mais rápidas no músculo esquelético do idoso, tendo em vista que a freqüência do programa de alongamento passivo foi bem mais intensa. 19 Em estudo prévio realizado em nosso laboratório (BATISTA et al., 2008) utilizando o mesmo protocolo do presente estudo, mas com jovens, foi identificado um aumento médio de 23,6° na ADM de extensão do joelho pós-alongamento ativo, bem maior que os 10° observados no presente estudo. FERBER et al. (2002) citam que o déficit de força dos idosos para sustentar o posicionamento e a tensão durante os alongamentos pode influenciar nos resultados. SULLIVAN et al. (1992) afirmam que a manutenção da tensão durante os alongamentos é imprescindível para a obtenção de maior grau de ADM. Talvez os idosos não tenham conseguido manter a postura de alongamento como os jovens, por isto não obtiveram aumento na ADM tão expressivo quanto eles. O pico de torque isocinético flexor e extensor (concêntrico e excêntrico) aumentou no presente estudo pós-alongamento ativo excêntrico dos flexores do joelho em idosos. Estes resultados estão de acordo com os encontrados em nosso estudo realizado com jovens (BATISTA et al., 2008), onde também foi constatado aumento no torque tanto dos músculos agonistas alongados quanto de seus antagonistas após realização do mesmo programa de alongamento a longo prazo. O aumento do torque neste estudo foi atribuído à postura em pé utilizada durante os alongamentos que, segundo os autores, estimulou a co-contração de ambos os grupos musculares flexores e extensores do joelho para manter a estabilização articular. Mediante estes dados pode-se dizer que os idosos respondem de forma semelhante aos jovens e que o aumento no torque de ambos os grupos musculares destes indivíduos, também, pode ter ocorrido pela co-contração muscular exigida pela postura de alongamento. O aumento no torque em ambos os grupos musculares pós-alongamentos também pode ter acontecido em virtude do aumento no limiar de ativação do OTG (inibição 20 autogênica) e, como conseqüência, aumentado o número de unidades motoras ativas podendo gerar maior tensão muscular pós-exercícios (WILMORE e COSTILL, 2001). Outro fator que pode estar relacionado ao aumento do torque é a hipertrofia muscular já observada em músculos de animais após sessões de alongamentos (COUTINHO et al, 2004). GOLDSPINK et al., (2002) afirmam que a associação entre contração e alongamento parece gerar maior efeito sobre estas adaptações. Portanto, existe a possibilidade dos exercícios de alongamento dos flexores do joelho em humanos no presente estudo ter estimulado adaptações musculares semelhantes às observadas em animais. No entanto, não há estudos similares em humanos. KOKKONEN et al. (2007) também verificaram que exercícios de alongamento crônico dos músculos flexores e extensores do joelho, realizado em jovens, foi capaz de aumentar, em média, 23,9% a força muscular de ambos os grupos musculares. Os autores, também, sugerem que possa ter ocorrido hipertrofia muscular similar a observada em músculos de animais. Segundo GAJDOSIK et al. (2005a), um músculo encurtado tem seu comprimento reduzido e maior rigidez que, além de diminuir a ADM articular, diminui a capacidade do músculo de armazenar energia elástica para potencializar contrações. GAJDOSIK et al. (2005b) verificaram aumento no comprimento muscular, maior energia elástica absorvida e ainda, embora não significativo, ganho na força muscular pós-alongamentos em idosas. Além disso, diversos estudos mostram que a tensão adapta o tecido conjuntivo tornando-o mais complacente e favorecendo o aumento do torque (para revisão ver KJÄER, 2004). Assim, o aumento no torque pós-programa de alongamento no presente estudo pode ter sido gerado não somente pelo aumento no comprimento do músculo, mas, também, devido ás adaptações no tecido conjuntivo. 21 Cabe mencionar, ainda, que o torque excêntrico é menos acometido com o processo de envelhecimento, comparado aos torques isométrico e concêntrico (KLASS et al., 2005). Talvez por esta razão as respostas dos idosos durante as contrações excêntricas tenham sido melhores que as concêntricas 4 semanas após o término do programa de alongamento, pois o ganho no torque flexor concêntrico obtido na fase B não se manteve na fase A2 , indicando que essa adaptação foi de curta duração. Como já mencionado, músculos alongados são mais fortes, pois a força passiva e ativa contribuem para a produção de força total (KJAER, 2004). GAJDOSIK et al. (2005b) constataram em seu estudo com tríceps sural de idosas, que o ganho na ADM e na energia absorvida pós-alongamentos é muito importante, pois promove aumento na energia elástica de recuo contribuindo para melhorar a o desempenho nas funções destes indivíduos como sentar e levantar de uma cadeira, bem como caminhar mais rapidamente. Sendo assim, a aumento na flexibilidade e torque dos flexores do joelho no presente estudo podem ter contribuído para a diminuição no tempo de realização do teste TUG indicando melhora na mobilidade funcional dos idosos. É preciso considerar que a postura de alongamento dos músculos flexores do joelho tenha influenciado, também, o tríceps sural causando alterações na ADM da articulação do tornozelo durante a realização do teste. De acordo com ISLES et al. (2004), os valores do tempo de realização do teste TUG considerados normais entre as idades de 60 a 69 anos está, em média, por volta de 7,24seg, sendo que entre as idades de 70 a 79 anos aumenta para 8,54seg. No presente estudo foi verificado a ocorrência de uma diminuição no tempo de realização do teste de 8,4seg para 7,2seg pós-alongamentos, permanecendo esta diminuição após 4 semanas do término da realização do programa de alongamento. Isto significa que os ganhos de 22 ADM e força obtidos pós-alongamentos promoveram uma melhora na mobilidade funcional dos idosos que recuperaram os valores funcionais de uma década. CONCLUSÕES Os resultados desse estudo mostram que o programa de alongamento dos músculos flexores do joelho realizado de forma ativa excêntrica, foi efetivo para aumentar a flexibilidade dos músculos flexores do joelho, o torque flexor e extensor e a mobilidade funcional das idosas. A manutenção da maioria dessas adaptações por 4 semanas, após o término da intervenção, indicam que o alongamento ativo excêntrico induz adaptações de longo prazo no músculo esquelético das idosas. 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e progressivo no qual ocorrem modificações tanto morfológicas como funcionais, que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos (FILHO e NETTO, 1994). A redução no tamanho e número das fibras musculares, denominada Sarcopenia (HAMEED et al., 2002), resulta em encurtamento dos músculos, aumento na rigidez, queda na amplitude de movimento articular (ADM), e também alterações na produção de força muscular diminuindo a mobilidade funcional dos idosos. Apesar de vários trabalhos já terem demonstrado a efetividade dos exercícios de alongamento em promover aumento na flexibilidade em diversos grupos musculares de idosos (RAAB et al. 1988; KERRIGAN et al. 2003; GAJDOSIK et al. 2005b; KATZMAN et al., 2007), poucos analisaram as respostas dos flexores do joelho pós- alongamentos (FELAND et al. 2001 a, 2001 b; FERBER et al., 2002), e não investigaram alterações na força do grupo muscular alongado, e nem tão pouco possíveis respostas dos músculos antagonistas pós-programa de alongamento o que seria crucial, pois ambos os grupos musculares sofrem perdas com o processo de envelhecimento causando disfunções o que pode contribuir para ocorrência de quedas, evento, este, que aumenta a probabilidade de sofrerem lesões e fraturas e até se tornarem fisicamente dependentes. O presente estudo contribuiu, exatamente, neste sentido, pois além de demonstrar aumento na flexibilidade dos músculos flexores do joelho de idosos pós- programa de alongamento ativo excêntrico, também constatou que a força tanto dos músculos alongados quanto dos seus antagonistas aumentou. Também verificou a 25 diminuição do tempo de execução do teste TUG, o que indica melhora na mobilidade funcional destes indivíduos pós-exercícios de alongamento. E ainda, contatou que tais alterações permaneceram após 4 semanas do término do programa, demonstrando que este tipo de alongamento promove adaptações a longo prazo nos músculos dos idosos. Estes resultados mostram que apesar dos idosos sofrerem perdas musculares inevitáveis devido ao processo de envelhecimento é possível amenizá-las com a realização de exercícios, como o alongamento ativo excêntrico utilizado neste estudo. Portanto, este tipo de alongamento, como já demonstrado em estudos realizados com animais e adultos jovens, é um exercício que proporciona adaptações musculares importantes e que a população idosa pode ser altamente beneficiada com sua execução. Atividades paralelas realizadas durante o transcorrer do Doutorado Além da realização do Doutorado, durante o período do (2005 a 2008), também foram realizadas outras atividades como: estudos paralelos ao estudo principal em parceria com os outros membros do Laboratório de Plasticidade Muscular, bem com atividades de extensão e didáticas de supervisão, citadas no Relatório geral de produtividade (ANEXO I). Durante o Doutorado dados coletados no período do Mestrado (2002 a 2004) puderam ser re-analisados e divulgados por meio de dois artigos: um publicado (ANEXO II) e um aceito (ANEXO III), o qual encontra-se em fase de diagramação, ambos na Revista Brasileira de Fisioterapia. As atividades em parceria com outros membros do Laboratório resultaram, em um artigo submetido ao periódico Physical Therapy (ANEXO IV) que se encontra em processo de revisão. Esta parceria também me possibilitou auxiliar em atividades 26 científicas que resultaram em trabalhos de Conclusão de Curso (graduação em Fisioterapia). O estudo principal, descrito nesta tese, foi submetido ao periódico American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation (ANEXO V) e, também, se encontra em processo de revisão. Todas as atividades paralelas ao Doutorado contribuíram para promover melhoras no projeto principal, e também enriqueceram meus conhecimentos como docente. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28 REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS 1. BARLON DH, HAYES SC, NELSON R O: The scientist Practitioner: Research and accountability in clinical and educational settings. 1986; 3nd edition, Pergamon Press, New York, USA. 2. BATISTA LH, CAMARGO PR, OISHI J, SALIVINI TF. 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Relationships between physical performance measures, age, height and body weight in healthy adults. Age and Aging, 29:235-242, 2000. 55. SULLIVAN MK, DEJULIA JJ, WORRELL TW. Effect of pelvic position and stretching method on hamstring muscle flexibility. Med Sci Sports Exerc, 24(12):1383-1389, 1992. 56. TABARY JC, TABARY C, TARDIEU C, et al: Physiological and structural changes in the cat´s soleus muscle due to immobilization at different lengths by plaster casts. J Physiol, 224:231-244, 1972. 57. WILLIAMS PE, CATANESE T, LUCEY EG, GOLDSPINK G. The importance of stretch and contractile activity in the prevention of connective tissue accumulation in muscle. J Anat, 158:109 -114, 1988. 58. WILMORE JH, COSTILL DL. Fisiologia do esporte e do exercício. 1a ed. São Paulo (SP): Editora Manole; 2001. 59. ZAKAS A, BALASKA P, GRAMMATIKOPOULOU MG, ZAKAS N, VERGOU A. Acute effects of stretching duration on the range of motion of elderly women. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 9:270-276, 2005. 35 60. ZHONG S, CHEN CN, THOMPSON LV. Sarcopenia of ageing: functional, structural and biochemical alterations. Rev Bras Fisioter, 11(2):91-97, 2007. ANEXO I Relatório de Produtividade Científica referente ao período de 2005 a 2008 São Carlos 2008 I - IDENTIFICAÇÃO Nome: Lucia Helena Batista Filiação: Luiz Batista Leonor Miguel Ramos Batista Data de nascimento: 12/02/1967 Naturalidade: São Carlos, SP, Brasil Endereço: Rua Francisco de Oliveira Penteado, 935, Bairro- Boa Vista –CEP 13574-011 Telefone: (16) 9767 4945; (16) 3372 5056 E-mail: fisioluciahb@gmail.com II - FORMAÇÃO 1995 – 1999 Graduação em Fisioterapia. Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. 2002- 2004 Mestrado em Fisioterapia Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. III - ATUAÇÃO PROFISSIONAL Ensino, fisioterapia, Nível: Graduação Ministra aulas nas áreas de Geriatria e Gerontologia e Cinesiologia e Biomecânica, Supervisiona estágio na área de Geriatria e Gerontologia. Centro Universitário de Araraquara, UNIARA, Brasil. IV – RELATÓRIO DE PRODUTIVIDADE CIENCÍFICA A. Artigos completos publicados em periódicos � BATISTA, LH; CAMARGO, PR; OISHI, J; SALIVINI, TF. Efeitos do alongamento ativo excêntrico dos músculos flexores do joelho na amplitude de movimento e torque. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.12, n., p.176-182, 2008. � FERREIRA, JJA; SILVA, RM; BATISTA, LH; REBELATTO, JR; SALVINI, TF. Regular stretching, regardless of muscle warm-up, improves flexibility and torque in the elderly. Submetido ao periódico Physical Therapy, 2008. � BATISTA, LH; CAMARGO, PR; AIELLO, GV; OISHI, J; SALVINI, TF. Avaliação da amplitude articular do joelho: correlação entre as medidas realizadas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético. Revista Brasileira Fisioterapia, v.10, p.193-198, 2006. B - Resumos publicados em Anais de Congressos � BATISTA, LH ; CAMARGO, PR ; AIELLO, GV ; OISHI, J ; SALVINI, TF. Amplitude de Movimento do joelho: correlação das medidas com o goniômetro isocinético. In: XI Congresso Brasileiro de Biomecânica, 2005, João Pessoa. Anais do XI Congresso Brasileiro de Biomecânica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Biomecânica, 2005. v. 11. � BATISTA, LH ; CAMARGO, PR ; OISHI, J ; SALVINI, TF. Alongamento ativo excêntrico dos isquiotibais na postura em pé: efeito no torque muscular. In: XI Congresso Brasileiro de Biomecânica, 2005, João Pessoa. Anais do XI Congresso Brasileiro de Biomecânica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Biomecânica, 2005. v. 11. � BATISTA, LH ; CAMARGO, PR. ; OISHI, J ; SALVINI, T F. Alongamento Ativo Excêntrico dos Músculos Isquiotibiais na Postura em Pé: Efeito na Flexibilidade e Torque Muscular. In: XVI Congresso Brasileiro de Fisioterapia, 2005, São Paulo. Anais do COBRAF. São Paulo : Sociedade Brasileira de Fisioterapia, 2005. v. 16. � BATISTA, LH ; CAMARGO, PR ; AIELLO, GV ; OISHI, J; SALVINI, TF. Goniômetro Universal X Dinamômetro Isocinético Correlação entre as Medidas de Amplitude de Movimento do Joelho. In: XVI Congresso Brasileiro de Fisioterapia, 2005, São Paulo. Anais do XVI COBRAF. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fisioterapia, 2005. v. 16. C – Participação em Bancas Examinadoras � BATISTA, LH; FERREIRA JJA.; SALVINI TF. Participação em banca de Ana Carolina Vilar. Alongamento ativo em idosos: efeito sobre a amplitude de movimento, torque e velocidade da marcha. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) – Universidade Federal de São Carlos. � POZZI, LG; KISHI, M ; BATISTA, L H. Participação em banca de Franciele Alves e Gabrieli Cristina Sartori. Avaliação dos Efeitos de um protocolo de exercícios sobre as posturas estática e dinâmica e qualidade de vida de jovens sedentários.. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � KISHI, M S; POZZI, LG ; BATISTA, L H. Participação em banca de Janie Érika Domingues. Comparação do Fortalecimento Muscular pelo Método Kabat (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva) e mecanoterapia, em indivíduos hemíparéticos crônicos. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � CARRASCOSA, AC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Alexandre Braga da Fonseca. Efeito da Música na Dor Miofascial. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � BEDUSCHI, DZP ; MESQUITA, R A ; BATISTA, L H. Participação em banca de Karina Hiratsuka. Relação entre o Momento da Aplicação do Alongamento em um Protocolo de Fortalecimento Muscular no Ganho de Flexibilidade dos Músculos Isquiotibiais. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � CARRASCOSA, AC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Daniela Ramos e Cícera Ap. Passe Cerqueira. Efeito do alongamento passivo e ativo sobre a amplitude de movimento do joelho e desempenho da marcha de idosos. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � NEGRINI, F ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Patricia Sandrini Mastriani. Efeitos da hidroterapia em mulheres portadoras da Síndrome Metabólica. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � NEGRINI, F ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Juliana Midori Kawakami. O papel da hidroterapia no controle da Síndrome Metabólica. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � GRAZZIANO, CR ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Ligia Custódio de Lima. Avaliação da qualidade de vida no idoso pós aplicação de protocolo de treinamento de força muscular. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � OLIVEIRA, J de; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Ronaldo Luz e Miriam L. Sanches Domingues. Efeitos da Pompage em pacientes portadoras da Síndrome de Fibromialgia. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � OLIVEIRA, J de; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Paulo R. Dantas Pestana e Luis R. Ferreira Fernandes. Reabilitação Aquática em Portadoras de Artrite Reumatóide. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � CARRASCOSA, AC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH .. Participação em banca de Luciana Ferrin. A Influência da realização da manobra de Cawthorne Cooksey na qualidade de vida em portadores da vertigem postural paroxística benigna. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � GRAZZIANO, CR ; TSUHA, GF ; BATISTA, LH. Participação em banca de Fernanda Maestrello Matos e Simoni Teixeira Bittar. Treinamento Resistido em idosos: Análise Quantitativa da força Muscular dos Membros Superiores e Inferiores Pré e Pós-Aplicação do Protocolo de Treino de Força Muscular.. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � POZZI, LG ; NEGRINI, F ; BATISTA, LH . Participação em banca de Ana Paula Ragonete dos Anjos e Marina Leoni Mai. Avaliação Ergoespirométrica em Idosas Ativas e Sedentárias. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � OLIVEIRA, J de; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Ana Beatriz Fernandes. Tratamento da Incontinência Urinária de Esforço através da Reeducação Perineal associada à Correção Postural Global - Estudo de Caso. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MEDALHA, CC; OLIVEIRA, J de ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Luciana Cristina da Silva e Talita Fernandes Lopes. Análise do Efeito do Treinamento de Marcha em Esteira em um Paciente Atáxico - estudos de caso. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � TAUBE, OS.; CARRASCOSA, AC ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Breno Coerdeiro Simões/Rafael Dias Gianini Abimorad. Avaliação da flexibilidade de grupos musculares específicos com queixas sintomáticas apresentadas pelos acadêmicos de fisioterapia. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MACHADO, AC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Ana Paula Rodrigues/Daniela Tomaz Terra. Avaliação de disfunções temporomandibulares em músicos de uma orquestra de Araraquara. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MESQUITA, RA ; OLIVEIRA, J de ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Graziéla Nascimento Correia. Avaliaçào da qualidade de vida em mulheres submetidas à mastectomia conservadora e não conservadora. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MEDALHA, CC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, L. H.. Participação em banca de Ana Cláudia Nunciato/Denise Pastrelo. Proposta de um protocolo de fortalecimento muscular em mecanoterapia, associado ao treino de transferências, para aquisição de independência funcional de um paciente lesado medular - estudo de caso. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MEDALHA, CC ; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH. Participação em banca de Juliana Cristina Spaziani/Lilian Maria Pagluiusi Milanez. Aplicação dos princípios do método de reeducação postural global em pacientes neurológicos crônicos. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � MEDALHA, CC; MESQUITA, RA ; BATISTA, LH.. Participação em banca de Lígia Cristina Dantas Marchesoni. Análise de um protocolo de tratamento com bola suíça no controle de tronco de pacientes hemiplégicos. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. D – Orientações de Trabalho de Conclusão de Curso. � Gabriela T. Aravéchia, Natália de H. Dotti e Olivia Z. Ferro. A eficácia da Técnica Isostreching no Tratamento da Hiperecifose Torácica em Idosos.. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � Fernanda Danieli, Natalia S Pinotti e Patrícia R. Ceará. Efeito do Alongamento Passivo e Ativo dos Músculos Flecores de Joelho sobre a Amplitude de movimento do joelho e desempenho da marcha de idosos.. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � Luciana Ferrin. A Influência da realização da manobra de Cawthorne Cooksey na qualiade de vida em portadores da vertigem postural paroxística benigna. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � Daniela Ramos e Cicera Ap. Passe Cerqueira. Efeito do Alongamento Passivo e Ativo sobre a amplitude de movimento do joelho e desempenho da marcha de idosos. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. � Juliana Prada e Daniele Furtado. Efeito do Tratamento Fisioterapêutico Convencional na Qualidade de Vida de Pacientes Idosos. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em fisioterapia) - Centro Universitário de Araraquara. E – Participação em eventos � 1º Congresso de Ciências da Saúde da UNIARA - CONCISU. Mesa Redonda: Idoso: Uma abordagem multidisciplinar, Araraquara, SP, 2007. � XI Congresso Brasileiro de Biomecânica, João Pessoa, PB, 2005 � XVI Congresso Brasileiro de Fisioterapia – COBRAF, São Paulo, SP, 2005 44 ANEXO II Vol. 10 No. 2, 2006 Amplitude Articular do Joelho 193ISSN 1413-3555 Rev. bras. fisioter. Vol. 10, No. 2 (2006), 193-198 ©Revista Brasileira de Fisioterapia AVALIAÇÃO DA AMPLITUDE ARTICULAR DO JOELHO: CORRELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS REALIZADAS COM O GONIÔMETRO UNIVERSAL E NO DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO BATISTA LH 1, CAMARGO PR 1, AIELLO GV 1, OISHI J 2, SALVINI TF 1 1 Unidade de Plasticidade Muscular, Laboratório de Neurociências, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, São Carlos, SP 2 Departamento de Estatística, UFSCar, São Carlos, SP Correspondência para: Tania F. Salvini,Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Fisioterapia, Rodovia Washington Luís, km 235, CEP 13565-905, São Carlos, SP, e-mail: tania@power.ufscar.br Recebido: 15/02/2005 – Aceito: 30/11/2005 RESUMO Contextualização: O instrumento mais utilizado pelos terapeutas para mensuração da amplitude de movimento (ADM) articular é o goniômetro universal. No entanto, há carência de estudos que analisem a confiabilidade das medidas da ADM do joelho realizadas no dinamômetro isocinético. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a correlação entre as medidas de ADM na articulação do joelho, realizadas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético. Método: Foram avaliados 38 voluntários saudáveis (27 mulheres, 11 homens), com idade de 36 ± 11 anos, com limitação mínima de 20° na ADM de extensão do joelho. No membro dominante de cada sujeito foram realizadas três mensurações da ADM do joelho com o goniômetro e três mensurações no dinamômetro. Resultados: Os resultados deste estudo mostraram que há alto grau de correlação entre as medidas da ADM do joelho obtidas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético (Coeficiente de Correlação de Pearson = 0,90). Conclusão:
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