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ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 203 20. CINEMÁTICA DO CORPO RÍGIDO 20.1 TIPOS DE MOVIMENTO Os diversos tipos de movimento de um corpo rígido podem ser agrupados como: translação, rotação em torno de um eixo fixo, movimento plano geral, movimento em torno de um ponto fixo e movimento geral. 20.1.1 Translação Diz-se que um movimento é de translação quando qualquer reta unindo 2 pontos quaisquer do corpo conserva a mesma direção durante o movimento. Neste movimento, todos os pontos do corpo deslocam-se segundo trajetórias paralelas. Quando as trajetórias são retas se diz que o movimento é uma translação retilínea e se as trajetórias são curvas o movimento é uma translação curvilínea. A Fig. (20.1) ilustra uma translação retilínea e uma translação curvilínea. Figura 20.1 – Ilustração de translação retilínea e translação curvilínea. 20.1.2 Rotação em torno de um eixo fixo Neste movimento os pontos que formam o corpo rígido se deslocam em planos paralelos ao longo de circunferências , cujos centros estão sobre o eixo de rotação. Quando o eixo de rotação intercepta o corpo rígido , os pontos situados sobre ele tem velocidade e aceleração nulas. No caso do movimento de rotação no plano tem-se todas as trajetórias concêntricas. A Fig. (20.2) ilustra o movimento de rotação no espaço e no plano. Figura 20.2 – Movimento de rotação no espaço e no plano. A B A` B´ A B A` B´ 1 2 A1 B1 A2 B2 c ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 204 O movimento de rotação não deve ser confundido com o movimento de translação curvilínea. A Fig. (20.3) ilustra um movimento de translação cicunferencial. Nota-se que os pontos A1, B1, C1 e D1 deslocam-se segundo circunferências paralelas não concêntricas. Figura 20.3 – Exemplo de translação circunferencial. Por outro lado, a Fig. (20.4) ilustra um movimento de rotação no plano. Nota-se que os pontos A1, B1, C1 e D1 deslocam-se segundo circunferências concêntricas. Figura 20.4 – Exemplo do movimento de rotação. 20.1.3 Movimento plano geral A principal característica deste tipo de movimento é que todos pontos do corpo rígido se deslocam planos paralelos. Qualquer movimento plano que não seja de rotação ao redor de um eixo fixo nem de translação considera-se como um movimento plano geral. O exemplo mais comum do movimento plano geral é o movimento de uma roda, que pode ser pensado como a composição de dois movimentos: translação do centro de massa da roda e rotação da roda em torno do seu centro de massa (rotação baricêntrica). Outro exemplo de movimento plano geral é o da haste que se desloca guiada por duas trilhas: uma horizontal e outra vertical. A Fig. (20.5) ilustra este caso. A1 C1 D1 D2 B2 B1 A2 C2 C1 C2 A1 A2 B1 B2 D2 D1 ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 205 Figura 20.5 – Exemplo de movimento plano geral. Numa análise de mecanismo é fundamental saber identificar o tipo de movimento que é realizado por cada uma das partes do mecanismo. A Fig. (20.6) apresenta um modelo do mecanismo a biela-manivela. A manivela realiza um movimento de rotação pura em torno do ponto O, biela realiza um movimento plano geral e o êmbolo realiza uma translação retilínea alternada. Figura 20.6 – Modelo do mecanismo biela-manivela. Haste Deslizante O Bielamanivela Êmbolo ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 206 20.1.3 Movimento em torno de um ponto fixo Neste caso, o corpo rígido realiza um movimento tridimensional com um ponto fixo. O exemplo mais comum deste movimento é o deslocamento de um pião sobre uma superfície. A Fig. (20.7) ilustra o movimento de um cone em torno de um ponto fixo. Figura 20.7 – Movimento de um cone em torno de um ponto fixo. 20.1.3 Movimento geral Todo movimento de um corpo rígido que não esteja incluído nos casos anteriores é classificado como movimento geral. 20.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MOVIMENTO DE UM SÓLIDO Característica Geométrica do Sólido. Um corpo rígido ou sólido é aquele no qual as distâncias mútuas entre os seus pontos são invariáveis. Matematicamente esta definição pode ser escrita como constante constante 0cos 2121 22 21 2 2121212121 =−•− ==− −=°−−=−•− )P(P)P(P dPP PPPPPP)P(P)P(P Característica Cinemática do Sólido. Estando o sólido em movimento tem-se )(11 tPP = e )(22 tPP = . Logo, a expressão que representa a característica geométrica de um sólido pode ser derivada em relação ao tempo. Executando-se esta derivada obtém-se 0)()( 0)(2 2211212121 =•−−•−→= −•− dt dPPP dt dPPP dt dP dt dPPP (20.1) que pode ser rescrito como P2 P1 d ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 207 dt dPPP dt dPPP 221121 )()( •−=•− (20.2) Considerando que dt dPVp 11 = � , dt dPVp 22 = � e dividindo-se ambos os lados da (20.2) por 21 PP − tem-se )()( 212 21 21 1 21 21 pppp vuvuvPP PPv PP PP ������ •=•→• − − =• − − (20.3) em que u� é um vetor unitário com a mesma direção de )( 21 PP − . Aplicando-se em (20.3) a propriedade do produto escalar tem-se coscos 21 21 αα PP VV = (20.4) Da expressão (20.4) concluí-se que, em cada instante, as velocidades de dois pontos quaisquer de um sólido têm projeções iguais sobre a reta que eles determinam, como ilustra a Fig. (20.8). Figura 20.8 – Característica cinemática do sólido. Definição do movimento do corpo rígido. Para definir o movimento do sólido adota- se um triedro UXYZ, considerado fixo, e um triedro Oxyz rigidamente ligado ao corpo. A Fig. (20.9) ilustra estes sistemas de referência. Figura 20.9 – Representação dos sistemas de referência. 2α 1αu � 2pV � 1pV � P1 P2 y x z P 0 U X Y Z i jk UXYZ: Sistema fixo Oxyz: Sistema solidário ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 208 Desse modo, qualquer ponto P do sólido conserva durante o movimento uma posição invariante com relação a Oxyz. Logo, pode-se afirmar que o movimento dos eixos solidários (Oxyz) caracteriza perfeitamente o movimento do sólido. Matematicamente este movimento é representado pelas equações )(tOO = , )(tii �� = , )(tjj �� = e )(tkk �� = . A primeira destas equações determina a posição da origem e as demais determinam a orientação do triedro Oxyz. Uma vez conhecidas estas funções pode-se determinar, em qualquer instante, a posição, velocidade e aceleração de um ponto P qualquer do sólido. A posição de um ponto P é definida por )()()( OPUOUP −+−=− , mas U(0,0,0) e kzjyixOP ��� ++=− )( , logo kzjyixOP ��� +++= (20.5) Esta equação é conhecida como equação geométrica do movimento do ponto P. A partir desta expressão pode-se calcular a velocidade e aceleração de um ponto apenas por derivação ou seja dt dPVP = � e 2 2 dt PdaP = � . 20.3 MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO Como num movimento de translação qualquer reta unindo dois pontos quaisquer do corpo conserva a mesma direção durante o movimento tem-se que os vetores i � , j � e k � são constantes. A posição de um ponto B qualquer do corpo pode ser definida como BAAB rrr ��� += sendo A um ponto qualquer do corpo (pode ser pensado como o ponto O do item anterior) conforme ilustrado na Fig. (20.10). Figura 20.10 –Localização de um ponto do corpo rígido através de coordenadas relativas Derivando-se, em relação ao tempo, a expressão que localiza o ponto Btem-se dt rd dt rd dt rd BAAB ��� += . Representando-se o vetor BAr � como BABABA urr �� = , em que BAu � é um B U A Ar � Br � BAr � Z X Y ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 209 vetor unitário com mesma direção e sentido de BAr � , pode-se rescrever a derivada dt rd BA � como ( ) dt udru dt drur dt d dt rd BA BABA BA BABA BA � �� � +== . Como o corpo é rígido tem-se 0= dt drBA , e como qualquer reta unindo dois pontos quaisquer do corpo conserva a mesma direção durante o movimento tem-se 0= dt ud BA � . Logo, a distribuição de velocidade num movimento de translação fica definida pela expressão (20.6). AB AB VV dt rd dt rd ���� =→= (20.6) Derivando-se esta expressão em relação ao tempo tem-se a distribuição de aceleração AB AB aa dt rd dt rd �� �� =→= 2 2 2 2 (20.7) Destas expressões concluí-se que um corpo rígido em translação apresenta uma distribuição uniforme de velocidade e aceleração num dado instante de tempo. 20.4 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO EM TORNO DE UM EIXO FIXO Diz-se que um corpo rígido realiza uma rotação quando este se movimenta de modo que permanece fixa uma reta invariavelmente ligada a este e ao sistema de referência. Esta reta é denominada eixo de rotação, o qual pode ou não conter pontos do sólido. Costuma-se representar as sucessivas posições, pelas quais passa um sólido em rotação, por um ângulo θ definido por dois planos π0 e π , que concorrem no eixo de rotação, sendo o primeiro fixo, e o segundo solidário ao sólido. A Fig. (20.11) ilustra esta situação. Figura 20.11 – Representação do movimento de rotação. X Y Z π0 U π π1 P0 P P1 ∆θ θ ω � ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 210 No movimento de rotação tem-se )(tθθ = . Considerando-se que durante um intervalo de tempo ∆t o ângulo θ sofra uma variação ∆θ, devido a característica geométrica do sólido, tem-se que todos os pontos do sólido descreverão arcos de circunferência com ângulos centrais ∆θ. Logo, pode-se escrever ω θθ == ∆ ∆ →∆ dt d tt 0 lim (20.8) Desta expressão conclui-se que todos os pontos de um sólido em rotação apresentam a cada instante a mesma velocidade angular. Para se definir o movimento de rotação deve-se definir o eixo de rotação, a velocidade angular e o sentido de rotação. Para tal emprega-se o vetor rotação ω� que tem as seguintes características: • Módulo: dtdθωω ==� ; • Direção: Mesma direção do eixo de rotação (no caso o eixo UZ); • Sentido: Executando-se o movimento de rotação com a palma da mão direita tem-se o sentido indicado pelo polegar. Na figura (20.10) está indicada a direção e sentido do vetor ω� . Distribuição característica de velocidades. Para estudar a distribuição de velocidades no movimento de rotação vamos considerar a Fig. (20.12). Figura 20.12 Sabe-se que dt rdv � � = representa a velocidade de um ponto P através de um vetor tangente a trajetória no ponto P e de módulo dt ds v = . Verifica-se que o comprimento do arco ∆S descrito por P, quando o corpo realiza uma rotação ∆θ vale θφθ ∆=∆=∆ senprBPS (20.9) A´ ´AAu � O P A pV � pr � φ B∆θ ∆ S ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 211 Dividindo-se ambos os membros desta expressão por ∆t, e fazendo-se 0→∆t tem-se dt dr dt dS t r t S p p tt θφθφ sen senlimlim 00 =→ ∆ ∆ = ∆ ∆ →∆→∆ (20.10) que pode ser rescrita como φω senpP rV = (20.11) Sabe-se que o módulo do produto vetorial entre dois vetores é definido como θsenbaba =× � � . Logo, por analogia com a expressão (20.11) conclui-se que PV � é representado pelo produto vetorial pP rV �� � ×= ω (20.12) A ordem dos vetores no produto vetorial ficou definida aplicando-se a regra da mão direita (coloca-se a palma da mão na direção do 1o vetor e gira-se a palma da mão de modo a interceptar o 2o vetor pelo menor ângulo existente entre os vetores. O vetor ω� tem a direção 'AA e o vetor pr � tem a direção ( )BP − . Logo, para se obter o sentido de PV� considera-se ω� o primeiro vetor do produto vetorial. Pelas propriedades do produto vetorial sabe-se que pp rV � � ⊥ e ω� � ⊥pV . A expressão (20.12) pode ser rescrita como ωω �� � ×−=−×= )()( POOPVP (20.13) A vantagem da notação ω� � ×−= )( POVP é que o cálculo da velocidade fica semelhante ao cálculo do momento de uma força. De acordo com a expressão (20.12), num movimento de rotação a velocidade se distribui linearmente como ilustrado na Fig. (20.13). Figura 20.13 – Distribuição da velocidade num movimento de rotação. Para determinar a velocidade de um ponto P de um sólido em rotação, num caso geral, deve-se definir o vetor ω� fazendo-se 'AAu �� ωω = , em que 'AAu � é um vetor unitário, que indica a direção do eixo de rotação e o sentido da rotação (ver Fig. (20.12)). Representando-se o vetor 'AAu � como )cos,cos,(cos' zyxAAu θθθ= � , em que θx, θy e θz são os cossenos diretores do eixo de rotação, pode-se calcular a velocidade através do determinante apresentado na expressão (20.14) ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 212 −−−=++= zyx zyxPPPP POPOPOVVVV zyx θωθωθω coscoscos )()()( kji kji � (20.14) Quando o problema for definido no plano XY, o vetor rotação terá sempre a direção Z ou seja k � � ωω = . Neste caso, a expressão (20.14) fica ji kji ji xyyxPPP POPOPOPOVVV yx )()( 00 0)()( −−−= −−=+= ωω ω � (20.15) Distribuição característica de acelerações. Para se obter a distribuição da aceleração num corpo em rotação deriva-se a expressão (20.12) em relação ao tempo obtendo-se dt rd r dt dr dt d dt Vd a ppp p p � �� � �� � � ×+×=×== ω ω ω )( (20.16) Escrevendo-se o vetor velocidade angular como 'AAu �� ωω = pode-se escrever a sua derivada como dt udu dt du dt d dt d AA AAAA ' '' )( � �� � ω ω ω ω +== . Uma das características do movimento de rotação em torno de um eixo fixo é que a posição do eixo de rotação é invariável, logo 0' = dt ud AA � , o que resulta em αα ω ω ω ���� � ==== ''' )( AAAAAA uudt du dt d dt d (20.17) Desta expressão se conclui que o vetor aceleração angular α� é paralelo ao eixo de rotação e o seu módulo é igual a variação da velocidade angular. É importante ressaltar que este resultado não é geral, ou seja ele somente se aplica no caso de uma rotação em torno de um eixo fixo. Prosseguindo na análise da expressão (20.16), nota-se que PP p rV dt rd �� � � ×== ω . Logo, pode-se escrever ( )ppp rra ������ ××+×= ωωα (20.18) Verifica-se que o vetor resultante pr �� ×α é ortogonal ao eixo de rotação AA’ e ao raio pr � , logo este vetor é tangente à trajetória de P, representando, portanto, a aceleração tangencial, ou seja ppt ra ��� ×= α . Já o vetor resultante do duplo produto vetorial )( pr ��� ×× ωω é ortogonal ao eixo de rotação AA’ e ao vetor PP rV �� � ×= ω , que é tangente à trajetória em P. Logo, o vetor resultante é ortogonal à trajetória em P. Aplicando-se a regra da mão direita, nota-se que este vetor está orientado para o centro da curvatura representando, então, a aceleração normal ( )pnp ra ���� ××= ωω . ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil LucianoPerin - CEMACOM 213 Utilizando-se a notação, ω� � ×−= )( POVp também se deduz uma expressão semelhante para a aceleração fazendo-se [ ] dt dPO dt dP dt dOPO dt da p ω ωω � ��� ×−+× −=×−= )()( (20.19) Como o ponto O pertence ao eixo de rotação tem-se 0= dt dO , logo dt dPO dt dP dt dPO dt dPa p ω ω ω ω � � � �� ×−+×=×−+×−= )()( Considerando-se que dt dPVP = � e que dt dω α � � = tem-se [ ] αωω ���� ×−+×−×= )()( POPOa p (20.20) Para se calcular a aceleração de um ponto P, num caso geral de um sólido em rotação, deve-se em primeiro lugar escrever os vetores ω� e α� em notação vetorial, ou seja )cos,cos,(cos zyx θθθωω = � e )cos,cos,(cos zyx θθθαα = � . Considerando que ω � � ×−= )( POVp já tenha sido calculado, a expressão para o cálculo da aceleração resulta em −−−+ = zyx zyx zPyPxP xxxP POPOPO VVV a θαθαθα θωθωθω coscoscos )()()(coscoscos kjikji � (20.21) Da Álgebra Vetorial, demonstra-se que o duplo produto vetorial pode ser transformado em ( ) ( ) ( )cbabcacba ��������� •−•=×× . Aplicando-se este resultado em (20.16) obtém-se um modo alternativo para calcular a aceleração normal [ ]ωω ��� ×−×= )( POanp ou seja [ ] ( ) [ ] )()()( ωωωωωω ������� POPOPOanp −•−−•=×−×= (20.22) Levando-se em conta as propriedades do produto escalar e que ( )PO −⊥ω� tem-se )(90cos)(0cos 2 POPOPOa onp −=−−−°== ωωωω � (20.23) Logo, a expressão (20.16) pode ser escrita como αω �� ×−+−= )()(2 POPOa p (20.24) A expressão (20.24) pode ser usada sem limitações em problemas bidimensionais. A vantagem desta expressão é a sua facilidade de uso em comparação com a (20.20). No entanto, em problemas tridimensionais é recomendável o uso da expressão (20.20) já que para a expressão (20.24) seja válida é necessário que o ponto O, ponto que pertence ao eixo de rotação, seja igual ao ponto B da Fig. (20.12). ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 214 20.5 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) O disco A parte do repouso e gira com uma aceleração angular constante 2/2 srad=α . Quanto tempo é necessário para que o mesmo complete 10 revoluções? Se o disco A está em contato com o disco B e não há deslizamento entre os discos, determine a aceleração angular e a velocidade angular de B no instante em que A completar 10 revoluções. Solução: 00 (repouso) 0 tQuando 00 ==→= ωθ e . Pelos dados do problema tem-se 2rad/s 2=Aα e rad 83,62210revoluções 10 =⋅== πθ A Das expressões do movimento cicunferencial variado tem-se 2 283,62 2 22 00 ttt =→++= αωθθ s 93,7=t (horário) 915937200 rad/s,,.t A =+=+= αωω m/s,,.,rV AAp 2320915 === ω Como não há deslizamentos a velocidade do ponto P, em ambos os discos, são iguais. Do mesmo modo, as componentes tangenciais da aceleração de ambos os discos são iguais. Logo, horário)-(anti 321 150 23 rad/s, , , r V rrV B p BBBAAp ===→== ωωω 2 672 150 202 rad/s, , ,. r ra a arara B A ABtBBAA p ===== Já as componentes normais da aceleração no ponto P atuam em sentidos opostos. Além disso, seus módulos são distintos. ptBBAA arar =≠ 2 ω 2 2 68 650 m/sa m/s,a B A n n = = Obs. A razão BA rr é chamada de relação de transmissão. Raciocínio semelhante ao aplicado neste problema se aplica em transmissões de movimento por engrenagens e correntes. De modo geral, o procedimento aplicado é válido sempre que não houver deslizamento entre os elementos que formam a transmissão. 200mm 150mm A B P Aα AP a� ta � BP a� An a� Bn a� ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 215 2) A haste dobrada ABCD gira em torno da reta AD, com velocidade angular constante de 95 rad/s. Determine a velocidade e aceleração do vértice B, quando a haste se encontra na posição mostrada na figura. Solução: Em primeiro lugar deve-se definir as coordenadas dos pontos de interesse A(0; 0,2; 0,12), B(0,3; 0,2; 0,12) e D(0,3; 0; 0) . O vetor ωωωω tem a direção do eixo de rotação e o sentido definido pelo sentido de rotação, o qual não foi indicado no problema. Uma solução é adotar o sentido de ωωωω ilustrado no esquema abaixo. A melhor maneira de definir o vetor velocidade angular é escrever este em função de um vetor unitário que define o eixo de rotação, no caso emprega-se o vetor unitário uAD. Logo, pode-se escrever ADu �� ⋅= ωω , em que ( ) ( )316,0;526,0;789,0−= − − = DA DAuAD � ( ) ( ) rad/s 30;50;75 316,0;526,0;789,095 −= −⋅= ω ω � � A velocidade do ponto B pode ser calculada fazendo-se ( ) ω�� ×−= BPVB em que P é um ponto do eixo de rotação. Fazendo-se, por exemplo P = A tem-se ( ) ( ) ( )m/s 857,0;514,0;049,17m/s 15;9;0 305075 003,0 −⋅=−= − −=×−= kji ω � � BAVB Como a haste ABCD gira com velocidade angular constante, sabe-se que 0 � � =α . Logo a aceleração do ponto B é calculada fazendo-se ( )[ ] ( ) ( ) 2 2 m/s 406,0;677,0;614,082,1661 m/s 675;1125;1020 1590 305075 −−−⋅= −−−= − −=×−×= B B a BAa � ��� kji ωω z x y 20 0 m m O A B C D 300 mm 120 mm z x y 20 0 m m O A B C D 300 mm 120 mm ωωωω uAD ENG 01156 – Mecânica - Aula 20 Prof Inácio Benvegnu Morsch / aluno Eng Civil Luciano Perin - CEMACOM 216 ENG 1156 – MECÂNICA – TRABALHO 8 – TERCEIRA ÁREA Os trabalhos devem ser desenvolvidos em folha A4 branca a caneta e sem rasuras, ou podem ser desenvolvidos em editor de texto. Neste caso, o trabalho pode ser entregue em arquivo (formato .rtf, pdf ou .doc) ou impresso em folha A4 branca. Trabalhos fora destas condições não serão avaliados. 1) Considerando que um carro protótipo, realizando um movimento retilíneo, foi submetido a uma aceleração apresentada na tabela abaixo, determine a velocidade final e a distância percorrida pelo carro para t = 12 s. Considere que o veículo parte do repouso. tempo (s) 0 3 6 8 10 12 a (m/s2) 4 7 9 11 13 13 2) Uma fita de computador move-se entre dois tambores. Durante um intervalo de 3 s, a velocidade da fita aumenta uniformemente de 0,61 m/s para 1,52 m/s. Considerando que a fita não escorrega nos tambores, determine a aceleração angular do tambor A e o número de revoluções executadas pelo tambor A durante este intervalo de tempo. 3) A peça rígida ilustrada na figura abaixo é formada por um eixo ABC soldado a uma placa retangular DEFG. O conjunto gira uniformemente com uma velocidade angular de 9 rad/s em torno do eixo ABC. Sabendo-se que o movimento, quando visto do ponto C, é anti-horário, calcule a velocidade e aceleração do ponto F. 175 175 10 0 100 100 10 0 x y z D C B A E F G (mm) 20 mm 30 mm A B
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