Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/03/2017 1 UMIDADE Prof. Dr.ª Janaina Vieira ÁGUA É a única substância que existe em abundância nos 3 estados físicos Componente majoritário dos seres vivos, e portanto, dos ALIMENTOS ÁGUA A água é essencial por ser Portadora de substâncias nutritivas e de produtos de descarte Altamente reativa e, ao mesmo tempo, um meio onde as reações se realizam Um estabilizador das reações biopolímeras Um determinante nas reações com outras moléculas A presença de água em quantidades adequadas e com localização definida é imprescindível nos alimentos para que tenham qualidade aceitável para o consumidor Conteúdo de água em alimentos perecibilidade Conservação para utilizar armazenamento por longos períodos Desidratação Congelamento Para entender o papel da água nos alimentos é necessário estender também sua estrutura e propriedades Viscosidade normal Ponto de fusão: 0 °C Ponto de ebulição: 100 °C Densidade: 0,999841 g cm-3 a 0 °C água 0,9168 g cm-3 gelo Condutividade do gelo é 4x maior do que a da água Difusividade térmica do gelo é 9x maior do que a da água Os tecidos congelam mais rápido do que descongelam DETERMINAÇÃO DE UMIDADE Medida importante utilizada na análise de alimentos A umidade de um alimento está relacionada a Estocagem Alimentos estocados com alta umidade irão deteriorar mais rapidamente que os possuem baixa umidade. Ex:grãos com umidade excessiva estão sujeitos a rápida deterioração devido ao crescimento de fungos que desenvolvem toxinas como aflatoxina; 21/03/2017 2 Embalagem Alguns tipos de deterioração podem ocorrer em determinadas embalagens se o alimento apresentar uma umidade excessiva. Ex.: velocidade do escurecimento em vegetais e frutas desidratadas ou a absorção de oxigênio (oxidação) em ovo em pó podem aumentar com o aumento da umidade, em embalagens permeáveis à luz e ao oxigênio; Processamento A quantidade de água é importante no processamento de vários produtos Ex.: umidade do trigo na fabricação do pão e produtos de padaria. O conteúdo de umidade varia muito entre os alimentos Alimento Umidade Produtos lácteos fluidos 87 – 91 % Leite em pó 4 % Queijos 40 – 75 % Manteiga 15 % Creme de leite 60 – 70 % Sorvetes 65 % Margarina e maionese 15 % Molhos de salada 40 % Frutas 65 – 95 % Vegetais 66 % em média Ovos 74 % Açúcar 1 % ou menos Macarrão 9 % Cereais Abaixo de 10 % Literatura muitos métodos de determinação de umidade Não existe método exato, preciso e prático Dificuldades encontradas Separação incompleta da água do produto Decomposição do produto com formação de água além da original Perda das substâncias voláteis do alimento que serão computadas como peso em água Na prática prefere-se um método que determine um maior valor da umidade Decomposição de componentes orgânicos e da volatilização de compostos voláteis Exatidão, precisão e praticidade tem sido importantes na seleção de um método analítico de determinação de umidade TIPOS DE ÁGUA Água livre Está presente nos espaços intergranulares e entre os poros do material Essa água mantém suas propriedades físicas e serve como agente dispersante para substâncias coloidais e como solvente para compostos cristalinos 21/03/2017 3 Água absorvida Está presente na superfície de macromoléculas como o amido, pectina, celulose e proteínas por forças de Van der Waals e pontes de hidrogênio Água ligada É aquela que encontra-se ligada a outros componentes dos alimentos, está presente em quantidades muito pequenas nos alimentos Ex.: batata a qtd de água ligada está em torno de 0,090g de água/g de matéria seca Não está disponível para o crescimento de MO’s nem para reações enzimáticas É definida como água constitucional e representa uma pequena fração da água dos alimentos de alta umidade, estando situada, por exemplo, nas regiões intersticiais de proteínas ou como parte dos carboidratos MÉTODO A água que vai ser efetivamente medida vai depender do método analítico empregado Somente a água livre é medida com certeza em todos métodos O resultado da medida de umidade vai depender sempre do método utilizado e das condições empregadas, como tempo e temperatura Métodos Secagem em estufas Secagem por radiação infravermelha Secagem em fornos de micro-ondas Secagem em dessecadores Sólidos totais É a diferença entre o peso total da amostra e o conteúdo de umidade. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE POR SECAGEM EM ESTUFA Usado para alimentos Tempo 6 – 18 horas a 100 – 105° C, ou até peso constante Tempo determinado remoção incompleta da água Formação de crosta na superfície Peso constante - superestimação da umidade Ar quente é absorvido pela superfície Para o interior por condução Tempo para atingir a parte interna Material Estufa, balança analítica, dessecador com sílica gel, capsula de porcelana ou de metal de 8,5 cm de diâmetro, pinça e espátula de metal Procedimento Pese a cápsula que deve ser colocado na estufa até verificar peso constante. Anotar o peso Pesar 2 a 10 g da amostra em cápsula de porcelana ou de metal, previamente tarada. Aqueça durante 3 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita a operação de aquecimento e resfriamento ate peso constante. 21/03/2017 4 Cálculo Regra de três Anotar o peso da amostra que foi levada à estufa Anotar o peso da cápsula Anotar o peso da cápsula + amostra que saiu de estufa Calcular o valor de água perdida Fazer a diferença Cálculo Umidade ou compostos voláteis = (peso do cadinho + peso da amostra) – (peso final) X 100 Peso da amostra PARTICULARIDADES DAS AMOSTRAS Amostras líquidas Devem ser evaporadas em banho-maria até a consistência pastosa para então serem colocadas na estufa Amostras açucaradas Formam uma crosta na superfície que impede a saída da água do interior Costuma-se adicionar areia, asbesto ou pedra-pomes em pó misturada à amostra, para aumentar a superfície de evaporação Peso da amostra Varia entre 2 a 5 g, dependendo da quantidade de água, deve ser bem espalhada no cadinho PARTICULARIDADES DE TEMPERATURA, MATERIAL DO CADINHO E GRANULOMETRIA DA AMOSTRA Tipos de estufa Estufa simples: T ºC de secagem acima de 100 °C, para evaporar a água Estufa à vácuo: T ºC pode ser bastante reduzida (~70 °C) Preserva a amostra Evita a formação de crostas na superfície Granulometria Processo de moagem com espessuras menores possíveis para facilitar a evaporação da água Material Velocidade de evaporação é maior em cadinhos de alumínio do que vidro e porcelana; Velocidade é maior em estufas com ventilação forçada do que em estufas simples; Pesagem da amostra após resfriá-la completamente no dessecador LIMITAÇÕES DO MÉTODO EM ESTUFA Temperatura de secagem Umidade relativa e movimentação do ar dentro da estufa Vácuo na estufa Tamanho das partículas e espessura da amostra Número e posição das amostras na estufa Material e tipo de cadinhos Pesagem da amostra quente 21/03/2017 5 ATIVIDADE DE ÁGUA Principal determinante da sobrevivência, crescimento e desenvolvimento dos micro-organismos Os micro-organismos necessitam de água para suas atividades metabólicas ATIVIDADE DE ÁGUA A relação entre o teor de água não - ligada ou disponível é denominadade Atividade de água Aa ou Aw Aa = P P0 P = pressão parcial de vapor da água no alimento P0 = pressão de vapor da água pura Aa varia de 0 e 1 Aw varia de 0 a 1 É proporcional à umidade relativa de equilíbrio A ÁGUA NOS ALIMENTOS A quantificação do teor de água em produtos alimentícios é extremamente importante na sua preservação A água numa matriz alimentícia pode exercer diversas funções Solvente Reagente Componente adsorvido O efeito da Aa na textura de alimentos é importante, mas não há correlações específicas, que expliquem essa variação As alterações dependem da matriz do produto e do tempo de armazenamento, entre outros fatores TRANSFORMAÇÃO NOS ALIMENTOS A Aa tem marcada influência nas reações de transformações de alimentos Microbiológicas, físicas e químicas Reações químicas de transformação A Aw afeta de maneira bem definida as velocidades das principais reações químicas de transformação dos alimentos Reações físicas de transformação Cristalização em geleias e doces de frutas Recristalização de açúcares em balas vítreas e lactose em leite em pó Redução do escoamento livre de pós secos Perda de crocância em cereais desidratados Aglomeração e empedramento de açúcar e pós secos Adesão à embalagem de balas, caramelos e chicletes Forma da curva de plasticização de cereais matinais crocantes 21/03/2017 6 Reações microbiológicas Comportamento de microrganismos frente à Aw é variável Depende da espécie, cepa microbiana, substrato, entre outros. As bactérias são usualmente mais exigentes quanto à disponibilidade de água livre, seguida dos bolores e leveduras Alimentos de baixa Aa (< 0,60) são microbiologicamente estáveis Grupos de micro-organismos Aw mínimo Maioria das bactérias 0,91 Maioria das leveduras 0,88 Maioria dos bolores 0,80 Bactérias halofílicas 0,75 Bolores xerofílicos 0,65 Leveduras osmofílicas 0,61 Valores mínimos de Aa para alguns micro-organismos Valores de Aw de alguns alimentos MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE ATIVIDADE DE ÁGUA Diversidade Procedimentos simples (laboratoriais) O produto alcança o equilíbrio em uma atmosfera de umidade relativa conhecida Higrômetros de respostas rápidas PROCEDIMENTO Colocar uma quantidade amostra que preencha o recipiente de leitura, sem encher em demasia. Levar ao analisador de atividade de água e esperar até a estabilização e leitura Aqualab AmostraAw e T Redução da Aw nos alimentos Adição de solutos Sal Açúcar Remoção de água Desidratação Congelamento ATIVIDADE DE ÁGUA 21/03/2017 7 UMIDADE ≠ ATIVIDADE DE ÁGUA Umidade Quantidade de água presente em uma amostra sobre base seca ou úmida Uma propriedade extensiva que depende da quantidade de amostra Atividade de água Medida do estado da energia da água em um sistema (Qualitativa) Uma qualidade interna que não depende da quantidade de amostra UMIDADE ≠ ATIVIDADE DE ÁGUA EXERCÍCIO Amostra Peso da cápsula Peso da amostra Peso final A1 23,531 2,780 25,344 A2 22,785 2,983 23,803 A3 21,761 2,895 23,701
Compartilhar