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Profa Fernanda Cerqueira ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINEs) O que é inflamação? É uma resposta fisiológica a uma variedade de estímulos, como infecções e danos teciduais; Para que serve? Proteger o organismo contra infecções ao eliminar patógenos e reparar os tecidos após eventuais danos Fármacos que apresentam propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias usados no tratamento dos sintomas da inflamação ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINEs) vasodilatação da microcirculação na área lesada TUMOR permeabilidade vascular DOR Liberação de mediadores químicos associada a lesão tissular por radicais livres, p.ex. PERDA FUNÇÃO SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO RUBOR E CALOR ALTERAÇÕES NA PERMEABILIDADE VASCULAR ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS EVENTOS LEUCOCITÁRIOS MANIFESTAÇÕES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO VASOCONSTRIÇÃO VASODILATAÇÃO FLUXO SANGUÍNEO HEMOCONCENTRAÇÃO LOCAL EXTRAVASAMENTO DE LIQUÍDOS PERMEABILIDADE VASCULAR FLUXO SANGUÍNEO ALTERAÇÃO NA DISPOSIÇÃO CELULAR HISTAMINA BRADICININA PGS CALOR E RUBOR MARGINAÇÃO HISTAMINA E PGs EDEMA REAÇÃO INFLAMATÓRIA Fase aguda Fase crônica • Curta duração • Dilatação de vasos • perm. vascular, exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas • Migração de leucócitos (neutrófilos) • Longa duração • Presença de linfócitos e macrófagos • Proliferação de vasos e tecido conjuntivo MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO: Origem celularPROSTANOIDES Estímulo fisiológico COX-1 (constitutiva) Estímulo inflamatório COX-2 (induzida) PGE2 INFLAMAÇÃO TXA2 PGI2 PGE2 Plaquetas Endotélio Rim Estômago PGI2 Macrófagos Endotélio Mastócitos PGD2 FASES DA INFLAMAÇÃO A resposta inflamatória ocorre em três fases: 1.Fase transitória aguda: vasodilatação localizada e aumento da permeabilidade vascular ( histamina, 5-HT, FAP etc) 2.Fase tardia ou subaguda : Infiltração de leucócitos e células fagocitárias 3.Fase proliferativa crônica: Degeneração tecidual e fibrose ESTÍMULO LESIVO RESOLUÇÃO CRONIFICAÇÃO HISTAMINA BRADICININA PROSTAGLANDINAS RESPOSTA INFLAMATÓRIA INFILTRAÇÃO CELULAR VASODILATAÇÃO PERMEABILIDADE VASCULAR RESUMO Participação de citocinas: IL-1 e FNT: Febre, sono, anorexia; ativação de leucócitos, aumento da expressão de moléculas de adesão; ativação de linfócitos B e T; células exterminadoras naturais; produção de outras citocinas e... INDUÇÃO DE ENZIMAS CICLOOXIGENASES RECRUTAMENTO DAS CÉLULAS INFLAMATÓRIAS ENVOLVE TAMBÉM: 1976 isolada 1988 clonada 1991 identificado um gene que codificava uma segunda isoforma da enzima: COX-2 Inibição da COX impedindo a síntese de prostaglandinas. Mecanismo de ação ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINE) METABÓLITOS DO ÁC. ARAQUIDÔNICO HETE: Hidroperoxieicosatetraenóicos COX-1 e COX-2 Sintetizam prostaglandinas apartir do Ácido Araquidônico COX-1 COX-2 17 aa aminoterminal 18 aa aminoterminal Presente em todos os tecidos, principalmente rins, vasos sanguíneos, plaquetas e estômago. Presente em algumas células quando estimuladas PGF2 - broncoconstrição e contração uterina PGI2 - vasodilatação, inibe a agregação plaquetária, citoproteção gástrica e hiperalgesia PGE2 - vasodilatação, citoproteção gástrica, mediador da febre e hiperalgesia PGD2 - vasodilatação e broncoespasmo EFEITOS BIOLÓGICOS DOS METABÓLITOS DO A.A. TXA2 - agregação plaquetária vasoconstrição LTB4 - quimiotaxia (neutrófilo e macrófago) LTC4, LTD4, LTE4 - broncoespasmo permeabilidade vascular - vasodilatação - permeabilidade vascular - quimiotáxico para leucócitos - ativa e agrega plaquetas PAF retardar ou interromper o processo responsável pela lesão tecidual alívio da dor Estratégia terapêutica ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINE) CLASSIFICAÇÃO - AINE INIBIDORES NÃO ESPECÍFICOS DA COX INIBIDORES ESPECÍFICOS DA COX-2 MECANISMOS DE AÇÃO COX ENDOPERÓXIDOS 5-LIPOXIGENASE 5-HPETE FOSFOLIPASE A2 AA LEUCOTRIENOS FOSFOLIPIDEOS TXA2 PGI2PGS x x x x x AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA AINE CONSTITUTIVA INIBIÇÃO REVERSÍVEL NÃO COMPETITIVA COX-1 COX-2 INDUZIDA INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL INIBIÇÃO COMPETITIVA AA CICLOXIGENASEXAINE 1.INFLAMAÇÃO: COXHistamina Leucotrienos Bradicinina Complemento Vasodilatação Permeabilidade vascular PGs Vasodilatação Permeabilidade vascular < + AINES _ EFEITOS TERAPÊUTICOS AÇÃO ANTIPIRÉTICA INIBE A SÍNTESE DE PGE NO HIPOTÁLAMO X AINE EFEITO ANTIPIRÉTICO Inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo Infecção Macrófagos Hipotálamo PGEs ponto de ajuste da temperatura corporal COX AINES Endotélio IL-1 IL-6 TNF IFN- IL-8 _ AÇÃO ANALGÉSICA SNP X AINE SNC X AINE PGs QUE SENSIBILIZAM NOCICEPTORES A MEDIADORES INFLAMATÓRIOS (BK) EFEITO ANALGÉSICO Nociceptor sensibilizado PGEs e PGIs Bradicinina Serotonina Histamina DOR Estímulos térmicos Estímulos mecânicos Nociceptor COX AINES _ 1.GASTROINTESTINAIS: Principal efeito adverso da utilização crônica de MAINE Provocado, principalmente, pela Inibição de COX 1 – inibição de PGI2 e PGE2 (responsáveis pela citoproteção) EFEITOS ADVERSOS 2.CARDIOVASCULARES: Inibem produção de PGI2 sem inibição de TXA2 plaquetário Acomete pacientes que apresentam risco de trombose EFEITOS ADVERSOS 3.RENAIS E NEFROPATIA: Reduzem fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática com ascite, doença renal crônica e hipovolemia Retenção de sal e água (edema) EFEITOS ADVERSOS 4.GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Contra-indicado o uso próximo ao término da gestação Prolongamento da gestação Hemorragia pós-parto com ácido acetil salicílico EFEITOS ADVERSOS 5.HIPERSENSIBILIDADE: Observado com ácido acetilsalisílico Respostas cruzadas com outros AINES Caráter não imunológico EFEITOS ADVERSOS Absorção rápida e completa no TGI A maioria é ligada a proteínas plasmáticas (95 a 99%) Metabolismo é hepático Excreção renal FARMACOCINÉTICA ÁCIDO ACETILSALICÍLICO - ASPIRINA® Relativamente seletivo para cox-1 Inibição da síntese de PGs bloqueio irreversível da COX SALICILATOS: Ácido salicílico, ácido acetilsalicílico, metilsalicilato, difunisal, salicilato, osalazine, sulfasalazina ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINE) ANTIINFLAMATÓRIO - interfere na biossíntese de PGS ANALGÉSICO - grande eficácia para reduzir dor de baixa e média intensidade ANTIPIRÉTICO - reduz a temperatura de forma rápida e eficaz EFEITOS FARMACOLÓGICOS EFEITOS COLATERAIS Distúrbios gastrointestinais Inibição da agregação plaquetária DICLOFENACO - VOLTAREN® DERIVADOS DO ÁC. FENILACÉTICO Derivado do ácido fenilacético Ação analgésica, anti-inflamatória e antipirética Equipotente para COX-1 E COX-2 Potência maior do que a da indometacina e do naproxeno e acumula-se no líquido sinovial, aumentando o efeito terapêutico posologia: art.reumat. - 50-75mg/ 4x dia osteoartrite - 50mg/ 3x dia INDICAÇÃO:longo prazo: - art. reumatóide - osteoartrite curto prazo: - lesões agudas na musc. esquelética EF. COLATERAIS: TGI (altera trans.hepáticas) t 1/2 PLASM.: 1- 2h DICLOFENACO - VOLTAREN® Paracetamol ou Acetaminofeno Mecanismo de ação Fraco inibidor da COX periférica Inibidor seletivo COX-3? Ação diminuida pelos hidroperóxidos - leucócitos DERIVADOS DO PARAMINOFENOL Paracetamol ou Acetaminofeno Propriedades farmacológicas Analgesia e antipirese (efeito central via COX-3?) Pouco efeito antiinflamatório Analgésico e anti-térmico mais usado nos EUA DERIVADOS DO PARAMINOFENOL Propriedades farmacocinéticas É bem absorvido quando dado oralmente Conc máximas no plasma - 30 a 60 min t1/2 - 2-4 hs 20 a 50% - ligada a proteínas Inativado no fígado- doses terapêuticas – Conjugados (gliconurídeos ou sulfato) DERIVADOS DO PARAMINOFENOL Efeitos adversos Doses terapêuticas - poucos efeitos - reações cutâneas alérgicas Intoxicação aguda - náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal Doses tóxicas: hepatotoxicidade grave - metabólito tóxico DERIVADOS DO PARAMINOFENOL Indicações ◦ alívio da dor leve a moderada (cefaléia, mialgia, dor pós parto...) ◦ Febre (pode ser administrada em crianças viróticas) ◦ Pacientes alérgicos a aspirina ◦ Pode ser usada em indivíduos com distúrbios da coagulação ◦ Pode ser usada em indivíduos com história de úlcera DERIVADOS DO PARAMINOFENOL DROGAS DO TIPO FENAMATO ÁC. MEFENÂMICO- PONSTAN® MECLOFENAMATO SÓDICO ação antiinflamat., analgésicas e antipiréticas uso terapêutico: - ÁC. MEFENÂMICO - dismenorréia - MECLOFENAMATO - art. reumat . efeitos colaterais muito frequentes - TGI parece não oferecer vantagem alguma sobre AINE semelhantes ao AAS DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO IBUPROFENO - ADVIL® NAPROXENO - NAPROSYN® efeito colateral que AAS, Diclofenaco - TGI ação antiinflamatória analgésica e antipirética Ibuprofeno - menos seletivo para COX-1 Naproxeno - equipotente para COX-1 e 2 Uso Terapêutico: - Artrite Reumatóide - Osteoartrite - Tendinite aguda - Dismenorréia - t 1/2 plasm.: 2h Aspectos Farmacocinéticos: - IBUPROFENO: - NAPROXENO: - t 1/2 plasm.: 14h posologia: IBUPROFENO - A.Reumat. - 600 mg/ 4xdia NAPROXENO - A.Reumat. - 500 mg/2x dia PIROXICAM - FELDENE® MELOXICAM - MOVATEC® DERIVADOS DE ÁCIDOS ENÓLICOS Inibidor competitivo da COX - (relativamente seletivo para COX-1) - inibe a ativação dos neutrófilos Inibidor específico da COX 2 uso terapêutico: - artrite reumatóide, gota, dismenorréia DERIVADOS DA PIRAZOLONA Fenilbutazona, oxifenilbutazona, antipirina, aminopirina e dipirona Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Propriedades farmacológicas Antiinflamatório Analgésicos e antipirético DERIVADOS DA PIRAZOLONA Efeitos adversos Náuseas e vômitos, desconforto gastrointestinal úlceras, hemorragias e perfurações Hepatites, estomatites ulcerosas, nefrites Anemia aplasica, leucopenia, agranulocitose e trompocitopenia (↓ plaquetas) Reações cutâneas Retenção de líquido e edema Derivados da pirazolona Dipirona ou Metamizol Sódico ◦ Analgésico e antitérmico potente ◦ Fraco antiinflamatório ◦ Inibe IL-8 (pirógeno endógeno não dependente de PGs) ◦ Inibidor COX-1 e COX-3? (efeitos periféricos e centrais) ◦ Associado ao surgimento de agranulocitose e aplasia medular (pesquisa mal conduzida) Proibida em vários paises (EUA e Europa) ◦ Altamente prescrita no Brasil DERIVADOS DA PIRAZOLONA nimesulida nisulid® Mais seletivo para COX-2 Ação antiinflamatória, antipirética e analgésica Melhor tolerabilidade Uso terapêutico: - dismenorréia - Inflamação urológica posologia -100mg / 2x dia via oral CELECOXIBE CELECOXIBE - CELEBRA® inibidores mais seletivos para COX-2 antiinflamatório e analgésico efeitos colaterais mais leves uso terapêutico: - osteoartrite - dor (quadro pós cirúrgico) Distúrbios Gastrointestinais: PGI2 e PGE2 são protetoras da mucosa gástrica Bloqueio da agregação plaquetária: inibição da síntese de TXA2 reações de hipersensibilidade USOS - dor relacionada com o processo inflamatório - retardar / interromper o processo responsável pela lesão tecidual