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CONCEITOS DE NATAÇÃO Nadar = ação motora de locomoção dentro do ambiente aquático com recursos próprios. (Dicionário) * Na Era Primitiva, relacionou-se com a sobrevivência das pessoas, já que, precisavam fugir de animais maiores ou caçar nos rios e lagos. * Considerada como Desporto, que consiste no deslocamento das pessoas através dos movimentos de braços e pernas no meio aquático. * Hoje em dia, poderíamos classificá-la como: um desporto, forma de entretenimento (lazer) e meio de se obter melhoras do condicionamento orgânico em prol da qualidade de vida e saúde. HISTÓRICO DA NATAÇÃO NO MUNDO Apesar de os seres humanos não serem especificamente dotados pela natureza como nadadores altamente proficientes, uma técnica de aprimoramento dos nados pode produzir uma propulsão surpreendentemente fácil e correta. A evolução de descobertas relacionadas à propulsão, explica a fascinação quase obsessiva pelas técnicas dos nados nos primeiros anos do desenvolvimento da natação. (COLWIN, 2000. p.1) As traduções de textos gregos e romanos falam de nadadores que usavam movimentos alternados com braço emerso, acreditando-se que a braçada do nado crawl existia há muito tempo. O livro, The Boke Named the Governour, de Sir Thomas Elyot (publicado em Londres por Thomas Berthelet em 1531), discutia a natação como uma parte importante da educação dos cavalheiros. Cópias do The Boke Named the Governour, 258 fólios, estão guardadas na Biblioteca da Universidade de Cambridge e no Museu Britânico. Durante a Idade Média, a natação desapareceu em toda a Europa, por causa da crença de que os banhos ao ar livre ajudavam a disseminar epidemias que, com tanta frequência, varriam o continente. • Nesta época, quando as pessoas nadavam, preferiam um tipo de nado de peito, pois podiam manter o rosto fora da água, apesar de que até a segunda metade do século XIX, ainda persistia esse preconceito contra a natação. Esta situação de recuo fez com que o nado crawl ficasse “perdido” durante séculos, apesar de se acreditar que os povos oceânicos sempre haviam nadado com os braços emersos. (BORGES, 2003.p.1; COLWIN, 2000.p.8; GONÇALVES, 2003.p.1) VESTIMENTA / TRAJE • Quando as competições organizadas de natação começaram no século XIX, a Braçada Lateral era o estilo padrão de competição. Os dois braços ficavam submersos o tempo todo e as pernas executavam um amplo movimento alternado (tesoura). Os nadadores perceberam que reduziriam a resistência recuperando um braço acima da água, em vez de sob ela. Essa braçada ficou conhecida como Braçada Lateral Inglesa, com o braço emerso. A seguir, surgiu a ideia de uma braçada dupla, alternada e com os braços emersos, observando a técnica incomum de John Trudgen, que se transformou na braçada básica do Nado Crawl. • A dificuldade com a braçada de Trudgen era que lhe faltava continuidade; na realidade, ela era descoordenada, porque realizava uma pernada de peito a cada duas braçadas (ciclo de braçada). Com isso, já tendo introduzido a braçada dupla alternada com os braços emersos, percebeu-se que uma braçada contínua poderia ser facilmente executada se não fosse feita nenhuma pernada. Finalmente, uma nova ação de pernas, o movimento contínuo das pernas estendidas, ajustou-se muito bem à ação alternada com os braços emersos, e dessa forma, nasceu o Nado Crawl. (COLWIN, 2000; GONÇALVES e LENK) • O surfe de barriga apresenta uma alternativa possível sobre a origem do crawl, pois surfistas usam braçadas rápidas e alternadas com o braço emerso para alcançar a crista da onda em rápida formação. Ao que parece, a ideia da batida de pernas e dos braços, emersos e alternados, vieram das Ilhas dos Mares do Sul. Os pioneiros australianos foram rápidos em perceber essas alternativas e as combinaram em uma forma completamente nova de natação. O crawl foi um prodígio da ingenuidade, do lazer, da casualidade e muito mais rápido do que qualquer outra técnica anterior.(COLWIN, 2000. p.6; GONÇALVES, 2003.p.1-3; LENK, 1966.p.17) A evolução dos fundamentos da natação, mais especificamente, da braçada do crawl, é a história do esforço humano para nadar de forma mais eficiente, melhorando a técnica de natação disponível em cada época. Esse desenvolvimento foi habilmente registrado por várias autoridades de destaque e especialmente nas descrições clássicas de Steedman (1867), Wilson (1883), Thomas (1904), Sinclair e Henry (1908), Cureton (1934) e Carlile (1963). (Apud. COLWIN, 2000.p.6) INSTALAÇÕES E MÉTODOS Todos os nados iniciaram suas evoluções através do nado de peito. O nado borboleta começou a tomar forma no início século XX, aproximadamente em 1930. Nesta época, os nadadores de peito observaram que poderiam nadar mais rápido, se utilizassem a recuperação sobre o nível da água, mantendo-se dentro da regra. Com a introdução da braçada de borboleta, a prova de peito tornou-se uma das mais interessantes, já que alguns nadadores continuaram a utilizar o peito submerso, alguns passaram a praticar o novo nado borboleta- peito na superfície e outros nadavam com a combinação dos dois nados (braçada dupla simultânea com pernada de peito). Com o passar do tempo, os nadadores perceberam que, caso utilizassem a pernada de golfinho, que hoje conhecemos, poderiam ir mais rápido. Essa pernada fez com que o nado borboleta-peito ficasse tão mais rápido que o nado de peito convencional. Sendo assim, em 1955, o nado borboleta passou a ser considerado um nado de competição à parte. A invenção do nado borboleta é creditada ao nadador Jack Sieg e ao seu treinador David Armbrust. (MAGLISHO, 1999, p.383) Segundo Gonçalves (2003.p.3-4) o nado borboleta surgiu como uma variação do nado de peito, onde recuperava-se os braços à frente por sobre a água. O estilo foi criado em 1935 pelo americano Henry Myers. A partir de 1952, por determinação da Federação Internacional de Natação (FINA), passou a ser uma prova específica, com a utilização de movimentos simultâneos de pernas, no plano vertical, o que contribuiu significativamente para o aumento da velocidade do nado e deu origem ao que atualmente chamamos de golfinho. A partir dessa época, quando começaram a utilizar a pernada de golfinho, a forma de nadar mencionada acima passou a ser chamada como nado de golfinho, sendo que até os dias de hoje a Federação Internacional de Natação (FINA) mantém o nome das provas de borboleta. (PÁVEL, 1992) Segundo Lenk (1966, p.21) a Federação Internacional de Natação Amadora, em 1952, recorreu a novas modificações em seus regulamentos, e agora separando definitivamente os dois estilos. Impunha que no nado de peito clássico as mãos fossem conduzidas por dentro da água para frente ao invés do nado borboleta, em que especifica que os braços devem ir à frente fora d’água simultaneamente. No que diz respeito ao movimento das pernas mantém a tesourada para o nado de peito clássico e permite ao borboleta movimentos simultâneos de cima para baixo (no sentido vertical). De acordo com Colwin (2000) o nado de costas começou a ser executado com braçada dupla e pernada de peito invertida. Em 1920, sendo chamado de crawl de costas, era executado com os braços alternados e flexionando-os na recuperação. Kiefer em 1930, passou a executar a puxada e a recuperação com os braços retos e em um plano de 45º em relação à superfície da água. A seguir passou-se a nadar o costas moderno.Natação Brasileira e sua Organização “Os índios foram os primeiros habitantes do Brasil a praticar a natação, no século XVI. Não era por esporte, mas por sobrevivência! Nadar era uma forma de fugir dos ataques de animais ferozes. A natação esportiva no país só surgiu no final do século XIX, por influência do remo, o esporte mais praticado no Rio de Janeiro e em São Paulo.” (Manual de Esportes – Natação; Prefeitura do Rio – p.18). A natação foi introduzida no Brasil, oficialmente, no dia 31 de julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram, no Rio de Janeiro, a União de Regatas Fluminense, mais tarde chamada de Conselho Superior de Regatas e Federação Brasileira das Sociedades de Remo. Em 1898, o clube de Natação e Regatas promoveu o primeiro campeonato brasileiro. O percurso escolhido foi de aproximadamente 1500 metros, entre a Fortaleza Villegaignon até a praia de Santa Luzia. Essa prova repetiu-se até 1912. Em 1913 as provas (chamadas de concursos aquáticos), são organizadas pela Federação Brasileira das Sociedades de Remo e realizadas na enseada de Botafogo, Rio de Janeiro. PRAIA DE SANTA LUZIA - RJ Abraão Saliture foi o campeão dos 1500 metros nado livre, tendo sido disputadas também as provas de 100 metros para estreantes, 600 metros para seniores e 200 metros para juniores. A partir de 1916, a natação passa a ser promovida pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Em 1915, a prova de 600 metros passou a constituir o Campeonato Carioca. O Campeonato Brasileiro foi patrocinado pela CBD, a partir de 1916, e somente em 1928 ele se realizou com as provas olímpicas da época, sagrando-se campeões os cariocas. As primeiras piscinas para competições, no Brasil, são construídas em 1919, pelo Fluminense Futebol Clube, no RJ, e em 1923, pela Associação Atlética São Paulo, em SP, uma das entidades fundadoras da Federação Paulista de Natação. Antes disso, os Cariocas nadavam na Enseada de Botafogo e os Paulistas, no Rio Tietê. PISCINA FFC - 1919 • A Natação Brasileira trilha um longo caminho nas águas turbulentas da elite Internacional. • Em 1920, na Antuérpia, a equipe verde e amarela fez sua estreia em uma Olimpíada e foram necessários mais trinta e dois anos para que o primeiro nadador subisse ao pódio. • A brasileira Maria Lenk, em 1939, foi recordista mundial nos 200 e 400 m Nado Peito. • Na Olimpíada de Helsinki, em 1952, Tetsuo Okamoto ganhou a medalha de bronze nos 1.500 m livre. • O segundo brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na piscina, foi Manoel dos Santos, bronze nos 100 m livre dos Jogos de Roma, em 1960, com o tempo de 55”40. • Em 1961, estabelece novo recorde Mundial da prova, 53”60. • 1980, Jogos Olímpicos de Moscou, revezamento 4 x 200m livre masculino (Djan Madruga, Cyro Delgado, Jorge Fernandes e Marcus Matiolli), conquistaram o bronze. • 1984 – Jogos Olímpicos de Los Angeles, Ricardo Prado conquista a prata no 400 m Medley, com o tempo de 4’18”45. • Gustavo Borges • Barcelona – 1992 – Vice-campeão – 100 m livre; • Atlanta – 1996 – Vice-campeão – 200 m livre e Bronze nos 100 m livre. • Fernando Scherer – Bronze nos 50 m livre. • Cesar Cielo e demais nadadores da atualidade.
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