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Reflexões sobre direitos humanos e a natureza - A Solidariedade das Flores

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A Solidariedade das Flores
	A Natureza sem a interferência do homem é a maior expressão de equilíbrio. Cada espécie se desenvolvem de forma a contribuir com a existência de outras. Embora fauna e flora não apresentem a consciência, faculdade inerente à pessoa humana, por sua simples existência em sistemas equilibrados e organizados, exprimem da forma mais bela a essência da solidariedade que deveria nortear os atos humanos, individuais ou coletivos, dos administrados e dos administradores.
Se o homem buscasse mais inspiração na natureza do que o lucro pelo lucro alçaria o maior dos ganhos, o real desenvolvimento, aquele em que a vida é preservada, a saúde do corpo, a alegria e a paz de espírito como expressões de saúde mental, e, por via de consequência, a paz e o bem-estar social seriam naturalmente atingidos como consequência do próprio ato de viver.
É recente a abordagem dos direitos humanos sob a ótica da solidariedade e tanto o Estado como seus administrados insipientes na busca pela sua efetivação.
	Já se vão séculos do marco na luta pelos direitos do homem representado pela Carta Magna de 1215, na qual se buscava a garantia das liberdades individuais - direitos de primeira dimensão - impondo limites ao poder real. Apesar da fraternidade ter sido invocada pelos revolucionários da Revolução Francesa, e a solidariedade exaltada por Roosevelt como o “fator mais importante na produção de uma vida política e social saudável”, foi necessário que a humanidade enfrentasse os horrores do extermínio em massa do início do século XX para que se percebesse a necessidade de proteger a sociedade e não apenas os indivíduos, para reconhecer a necessidade de se estabelecer padrões de dignidade para a pessoa humana de maneira transnacional, contidos nos direitos de solidariedade, um direito de terceira dimensão, por seu caráter coletivo.
	Esses direitos de terceira geração vieram primeiramente nas declarações internacionais ou supranacionais de direitos, sendo incorporados nos ordenamentos jurídicos nacionais por tratados, por instrumentos legais nacionais ou pelas práticas de políticas públicas promotoras de direitos sociais.
	Na Constituição Brasileira, o princípio da solidariedade encontra-se repetido várias vezes, quer seja de forma expressa ou de implícita, estando sua maior expressão no fato de constituir o objetivo fundamental da República como preceitua seu artigo 3º, inciso I:
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
Tais objetivos estão voltados à construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que seja capaz de garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promovendo o bem de todos, sem discriminações de qualquer natureza.
A realização de tais objetivos deve ser constantemente perseguida, posto que baseados em normas constitucionais de eficácia plena, ou seja, que não dependem de qualquer norma infraconstitucional para sua aplicação. Estado e administrados devem atuar em coparticipação nessa busca, refletindo a pratica da cidadania, elemento fundamental do Estado Democrático de Direito.
A força vinculante do artigo 3º da Constituição Federal foi posta no momento da promulgação da Carta Magna, no entanto permanece com extrema carência de efetivação em todos os seus aspectos.
A espécie humana, que se coloca acima das demais, considerando inclusive que as outras espécies fazem parte do seu patrimônio, ainda não logrou alcançar o equilíbrio necessário à sadia qualidade de vida que as demais espécies sempre mantiveram sem a interferência do homem. O homem deveria olhar melhor para as flores e com elas aprender a beleza do compartilhar, do respeitar, do viver, para enfim vislumbrar os caminhos para a realização do princípio da solidariedade!
Por Wally Fantoni Torres em 13/11/2017 – Reflexões sobre os direitos humanos e a natureza

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