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MÓDULOS DE HERMENÊUTICA

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Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Me. Tiago Lacerda 
MÓDULOS DA DISCIPLINA DE HERMENÊUTICA 
Fonte: Disciplinas on-line – FAC/FAPAR 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO/OBJETIVOS ............................................................................................... 2 
MÓDULO I – HERMENÊUTICA – ASPECTOS HISTÓRICOS ........................................... 4 
MÓDULO II – HERMENÊUTICA – ASPECTOS TÉCNICOS .............................................. 7 
MÓDULO III – HERMENÊUTICA – ASPECTOS TÉCNICOS ........................................... 13 
MÓDULO IV – HERMENÊUTICA – ASPECTO FILOSÓFICO .......................................... 20 
MÓDULO V – CIÊNCIA DA HERMENÊUTICA JURÍDICA, TEORIA GERAL DA 
HERMENÊUTICA E SISTEMA JURÍDICO ........................................................................ 24 
MÓDULO VI – METODOLOGIA DA CIÊNCIA DA HERMENÊUTICA JURÍDICA ............ 26 
MÓDULO VII – A HERMENÊUTICA E A INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ..................... 29 
MÓDULO VIII – MODOS DE INTEGRAÇÃO DO DIREITO .............................................. 32 
ATIVIDADES DO MÓDULO I ............................................................................................ 34 
ATIVIDADES DO MÓDULO II ........................................................................................... 35 
ATIVIDADES DO MÓDULO III .......................................................................................... 36 
ATIVIDADES DO MÓDULO IV ......................................................................................... 37 
ATIVIDADES DO MÓDULO V .......................................................................................... 38 
ATIVIDADES DO MÓDULO VI ......................................................................................... 39 
ATIVIDADES DO MÓDULO VII ........................................................................................ 40 
ATIVIDADES DO MÓDULO VIII ....................................................................................... 41 
 
Página 2 
 
INTRODUÇÃO/OBJETIVOS 
 
Nesta nossa disciplina trataremos das Principais escolas hermenêuticas. 
Especificidades e conceito de hermenêutica jurídica. Os modos de produção do Direito e 
os instrumentos hermenêuticos. Hermenêutica jurídica e jurisprudência. Interpretação do 
Direito. Integração do Direito. Antinomias jurídicas. Aplicação do Direito. Interpretação e 
aplicabilidade das normas constitucionais e dos tratados internacionais. 
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa 
sugestão é que se dedique ao menos duas horas por semana para esta disciplina, 
estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa 
forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. 
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo os assuntos que 
deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura 
complementar sugerida. No mínimo, você deverá buscar entender muito bem o conteúdo 
da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior se você acompanhar 
também a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso ao longo dos estudos. 
 
CONTEÚDOS 
Módulo 1 - Hermenêutica: Aspecto Histórico. 
Módulo 2 - Hermenêutica: Aspecto Técnico (quanto ao agente). 
Módulo 3 - Hermenêutica: Aspecto Técnico (quanto à natureza e efeitos). 
Módulo 4 - Hermenêutica: Aspecto Filosófico. 
Módulo 5 - Ciência da Hermenêutica Jurídica, Teoria Geral da Hermenêutica e Sistema 
Jurídico. 
Módulo 6 - Metodologia da Ciência da Hermenêutica Jurídica. 
Módulo 7 - A Hermenêutica e a Interpretação do Direito. 
Módulo 8 - Modos de Integração do Direito. 
 
AVALIAÇÕES 
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de 
avaliações (NP1, NP2, SUB e EXAME), cabendo a você tomar conhecimento do 
Calendário Escolar dessas avaliações divulgado no campus e do agendamento das datas 
das suas provas através deste sistema on-line, dentro dos períodos especificados. Na 
data e horário agendados para a sua avaliação dirigir-se ao Laboratório de Informática ou 
outro setor designado pela Instituição para a realização da prova em sistema on-line. 
Página 3 
 
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar 
para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados para 
você neste sistema de disciplinas on-line. O que tem de ficar claro, entretanto, é que os 
exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a mera repetição dos 
exercícios da autoavaliação. 
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os conteúdos e exercícios 
que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito: 
 
CONTEÚDOS A SEREM EXIGIDOS NAS AVALIAÇÕES: 
 
NP1 Conteúdos e Exercícios Módulo 1 ao 4 
NP2 Conteúdos e Exercícios Módulo 5 ao 8 
SUB Todos os Conteúdos e Exercícios 
EXAME Todos os Conteúdos e Exercícios 
 
Obs.: Serão cobrados nas avaliações todos os módulos acima e todos os textos 
que o professor deixar na Copiadora da Faculdade e as demais indicações de leituras que 
constam no Plano de Ensino. 
Página 4 
 
 
 
Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO I – HERMENÊUTICA – ASPECTOS HISTÓRICOS1 
 
De origem grega, a Hermenêutica (hermeneuein) é tida como filosofia da 
interpretação, sendo associada ao deus grego Hermes, que traduzia tudo o que a mente 
humana não compreendesse, sendo chamado de deus-intérprete. 
Hermes traduzia as mensagens do mundo dos deuses para o mundo humano. 
Sua figura era tão marcante que foi atribuído a ele a descoberta da linguagem e da 
escrita, e sua função de mensageiro sugere, na origem da palavra hermenêutica, o 
processo de trazer para a compreensão algo que estivesse incompreensível. 
O deus grego Hermes era respeitado pelos demais como sendo aquele que 
descobriu o meio de compreensão humana no sentido de alcançar o significado das 
coisas e para transmiti-lo aos demais seres. Assim, Hermes seria um deus intérprete, 
considerado a entidade sobrenatural dotada de capacidade de traduzir, decifrar o 
incompreensível, ou seja, vinculava-se a sua figura a função de transmutação, de 
transformação de tudo aquilo que a compreensão humana não alcançava em algo que 
esta conseguisse compreender. 
O termo hermenêutica possui alguns significados diferentes de acordo com o 
tempo, passando de “compreender o significado do mundo” até chegar “ a teoria científica 
da arte de interpretar”. 
Podemos considerar que a expressão latina ars interpretandi (a arte da 
interpretação), foi substituída na teologia protestante, pelo termo hermenêutica. Na 
Antiguidade grega, a hermenêutica relacionava-se com à gramática, à retórica e à 
dialética e sobretudo com o método alegórico, para permitir a conciliação da tradição (os 
mitos) com a consciência filosoficamente esclarecida. Estava voltada para a transmissão 
 
1
 Texto adaptado da publicação História da Hermenêutica Jurídica de Maciel, José F. R. Carta Forense. 
2008. 
Página 5 
 
de uma mensagem, entendida muito mais como uma técnica, com a função de anunciar, 
esclarecer, traduzir algo que não estava claro. 
A exemplo de Platão, a hermenêutica estava em segundo plano, tendo em vista 
que as palavras estavam abaixo do plano das ideias, sendo que apenas por intermédio 
destas é que se podia entender e conhecer a realidade. 
Já Aristóteles desenvolveu pensamento diferente e, em sua obra Peri hermeneias 
(da interpretação), fez relação entre os conceitos e a realidade, pois entendia que o 
processo do conhecimento se faz por meio de abstrações mentais daquilo que é adquirido 
por meio da experiênciasensível. No entanto, em Aristóteles, a hermenêutica é apenas 
uma derivação da lógica, preocupada com a relação entre a linguagem e o pensamento. 
Mais tarde, a arte da interpretação foi assumida por teólogos judeus, cristãos e 
islâmicos, além de ser aplicada a interpretação do Corpus iuris canonici na tradição da 
jurisprudência. Isso mostra que a hermenêutica, enquanto arte da interpretação, se 
tornava presente cada vez que a tradição entrava em crise, sobretudo na época da 
Reforma Protestante. Tanto que, inicialmente relacionada aos oráculos, a hermenêutica 
mantém sua estrita ligação com a interpretação de textos religiosos ao se relacionar com 
a Bíblia, sendo aplicada desde a época dos patriarcas do judaísmo, passando pela 
teologia medieval e a Reforma, até a teologia moderna. 
Se a palavra hermenêutica provém do âmbito teológico, também o problema 
objetivo da hermenêutica começou com as questões da interpretação da Escritura, 
havendo, inclusive, várias escolas e correntes da exegese bíblica no antigo judaísmo. 
 
É certo que a hermenêutica é um tema essencial para a teria do conhecimento. 
Tudo que é apreendido e representando pelo sujeito cognoscente depende de 
práticas interpretativas. Como o mundo vem à consciência pela palavra, e a 
linguagem é já a primeira interpretação, a hermenêutica torna-se inseparável da 
própria vida humana2 
 
Por sua vez, os romanos passaram do conceito de hermenêutica para a 
interpretatio, principalmente devido ao trabalho dos prudentes, que não se contentavam 
em entender o texto da lei, mas buscavam compreender o seu significado nos efeitos 
práticos produzidos na vida das pessoas, formando a jurisprudência (juris prudente). 
No campo jurídico ela é usada para a interpretação fidedigna da ideia do autor 
para que seja adequada a norma ao fato ocorrido e assim proporcione uma responsável 
aplicação do Direito. Tendo em vista que a Hermenêutica Jurídica em lato sensu divide-se 
em interpretação, integração e aplicação do Direito. Dessa forma é imensurável a 
 
2
 Soares, M. Freire. Hermenêutica Jurídica. Coleção Saberes do Direito. São Paulo. Saraiva, 2013. 
Página 6 
 
importância da Hermenêutica para todos os campos de atuação ressaltando o campo 
jurídico, para que possamos entender melhor o Direito e sua aplicação. 
A forma de pensar tipicamente romana retorna ao centro dos estudos jurídicos a 
partir do resgate do Corpus Iuris Civilis interpretando-o de maneira analítica. Davam 
explicações sobre cada parágrafo dos textos clássicos, mas sem preocupar-se em 
relacioná-los com outras partes da obra. 
Com o surgimento dos Comentadores, estudiosos que passaram a interpretar o 
Direito Romano de forma mais livre, passou-se a buscar soluções para casos concretos 
alicerçados no conjunto da obra, e não apenas em partes específicas do texto romano. 
Faziam uma interpretação com base filosófica, associando o Direito à Ética e 
buscando integrá-lo a um valor fundamental, a Justiça. 
Mais tarde surgiu um o movimento de nome humanista que, baseado na 
racionalidade, que se iniciou com os Comentadores, foi reforçado não só pelo 
humanismo, mas também pelo iluminismo, com foco de estudo na razão. Essa concepção 
acabou por dar origem à hermenêutica contemporânea, de base essencialmente 
filosófica, cujo expoente primeiro foi o teólogo protestante Friedrich Schleiermacher, 
seguido por outros importantes filósofos, como Wilhelm Dilthey, Martin Heidegger e, 
principalmente, Hans-Georg Gadamer cuja obra Verdade e Método é referência no 
entendimento da hermenêutica como filosofia, que serão abordados no próximo módulo 
de estudo. 
Página 7 
 
 
Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO II – HERMENÊUTICA – ASPECTOS TÉCNICOS 
 
Podemos dizer que a hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da 
interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar princípios e 
regras. Por sua vez a interpretação é um processo de definição do sentido e alcance das 
normas jurídicas. A interpretação ocorre com a subsunção do fato à norma de forma 
harmoniosa. 
 Interpretar é dar o verdadeiro significado da norma, é buscar o seu sentido e 
alcance. De acordo com o artigo 5º da LINDB “Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins 
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. 
 Toda norma necessita ser interpretada, mesmo que seu conteúdo seja claro, não 
se aplicando, portanto, o princípio in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a norma 
for clara prescinde-se de interpretação. Não se trata aqui de mera análise literal-
gramatical. 
 
A interpretação se ocupa de: 
a) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais. 
b) estender o sentido da norma às relações novas. 
c) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades 
sociais. 
d) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido 
a um significado objetivamente válido. 
 
A função do intérprete está em determinar o sentido exato e a extensão da forma 
normativa. 
Espécies de Interpretação – a) quanto ao agente; b) quanto à natureza; c) quanto 
aos efeitos. 
 
Página 8 
 
No que toca ao agente que interpreta a lei temos as seguintes formas de 
interpretação: 
 
→ Pública : a) autêntica; b) judicial; c) administrativa; d) Casuística 
→ Privada: a) Jurisperito. 
 
No que toca à natureza temos as seguintes formas de interpretação: 
 
→ a) gramatical; 
→ b) lógica 
→c) histórica 
→d) sistemática 
 
No que toca aos efeitos temos as seguintes formas de interpretação: 
 
→ a) extensão: extensiva, declarativa e restritiva. 
→ b) interpretação modificativa 
→ c) interpretação ab-rogante 
 
Interpretação Pública Autêntica 
 
Podemos dizer que a interpretação pública autêntica diz respeito a uma 
interpretação legislativa ou legal, ou seja, é aquela interpretação em que a própria lei tem 
o condão de revelar o significado de outra norma jurídica. este tipo de interpretação 
provém do próprio legislador, onde a norma interpretadora tem a mesma legitimação e o 
mesmo poder de incidência da norma interpretada. 
Por ter força obrigatória este tipo de interpretação garante uma maior exatidão e 
incidência já que satisfaz a exigência formal da certeza do direito e garante uma 
uniformidade no tratamento jurídico das espécies de fato idênticas. 
Pode ocorrer que até a entrada em vigência da nova lei interpretadora, a lei a ser 
interpretada gere efeitos discrepantes à orientaçãoainda não vigente. 
 
 
 
 
Página 9 
 
Interpretação Pública Judicial 
 
Podemos dizer que a interpretação pública judicial é aquela realizada pelos 
próprios órgãos do Poder Judiciário, ou seja, pelos magistrados e Tribunais. De acordo 
com o artigo 92 da CF/88, São órgãos do Poder Judiciário: 
 
I - o Supremo Tribunal Federal. 
I A - o Conselho Nacional de Justiça. 
II - o Superior Tribunal de Justiça. 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais. 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho. 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais. 
VI - os Tribunais e Juízes Militares. 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
O resultado deste tipo de interpretação são as orientações jurisprudenciais, que 
direcionam a interpretação da lei. Qualquer julgado, mesmo que não reiterado, constitui 
uma forma de interpretação judicial, já que a autoridade judicial interpretou a fonte do 
direito (lei) de uma determinada maneira. 
 
Em sendo assim, surgem algumas questões: 
a) a obscuridade, indecisão ou silência da lei não eximem a autoridade judiciária 
de decidir. 
b) de acordo com o artigo 5 da CF/88, inciso XXXV "a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaçoa a direito. 
c) via de regra a interpretação judicial vincula as partes da lide, salvo ações 
coletivas e súmulas vinculantes. 
d) este tipo de interpretação pode seguir outro caminho que não o científico e/ou 
doutrinário. 
 
Interpretação Pública Administrativa 
 
Podemos dizer que a interpretação pública administrativa é aquela realizada pelos 
membros do Poder Executivo, ou ainda, pelos membros da Administração Pública. Como 
Página 10 
 
sabemos, o Poder Executivo desempenha funções típicas e atípicas, tendo como funções 
típicas a prática de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e atos de administração. 
 
A interpretação pública administrativa divide-se em duas categorias: 
a) regulamentar - a interpretação está a cargo do administrador que o faz através 
da edição de decretos, portarias etc. 
b) casuística - se dá pela resolução pelo administrador de determinada pendência 
administrativa ou determinado caso concreto. 
 
Interpretação Pública Casuística 
 
Podemos dizer que a interpretação pública casuística é aquela proveniente do 
direito consuetudinário, ou seja, a prática reiterada e constante de costumes tem o 
condão de estabelecer uma orientação interpretativa de uma determinada norma. 
 
Interpretação Privada (jusperito) 
 
Podemos dizer que a interpretação privada (jusperito) é também conhecida como 
interpretação doutrinária ou doutrinal, estando ligada ao direito científico. Materializa-se 
por meio de tratados, comentários, pareceres, preleções de todas as autoridades cultas 
do direito. Assim, a força de uma obra doutrinária não está vinculada à sua autoridade, 
mas sim ao seu conteúdo científico, especulativo e lógico envolvido na interpretação do 
direito. 
É o que chamamos de communis opinio doctorum (opinião comum dos doutores). 
Este tipo de interpretação não tem a força obrigatória da interpretação pública autêntica, 
porém tem grande força na persuasão. 
 
Interpretação Gramatical 
 
Podemos dizer que a interpretação gramatical ou técnica gramatical (literal, 
semântica ou filológica) é aquela que busca o sentido literal do texto normativo. O 
intérprete busca primeiramente verificar o sentido dos vocábulos e a sua correspondência 
com a realidade que eles indicam ou designam. 
São pressupostos da interpretação gramatical: 
Página 11 
 
a) as palavras não podem ser examinadas isoladamente, sob pena de se romper 
com o contexto em que as mesmas se encontram. devem ser vistas como partes 
integrantes de um mesmo texto. 
b) se a palavra analisada tiver um sentido comum distinto do sentido técnico, a 
que se priorizar o sentido técnico na medida em que o direito tem linguagem própria. 
c) se houver incompatibilidade entre o sentido puramente gramatical e o sentido 
lógico na intrepretação, deve-se priorizar o sentido lógico e/ou contextual. 
d) tendo o legislador aplicado à palavra um sentido comum e não técnico, este 
deve ser aplicado para adaptá-lo à realidade social. 
e) o uso impróprio ou não preciso de palavras comuns ou técnicas deve conduzir 
o intérprete a reconstruir o preceito segundo a natureza da relação jurídica contemplada. 
f) este tipo de interpretação diz respeito apenas a um primeiro momento do 
processo de interpretação e integração da norma ao caso concreto. 
 
Segue jurisprudência selecionada sobre o assunto: 
"Impossibilidade, na espécie, de se dar interpretação conforme à Constituição, 
pois essa técnica só é utilizável quando a norma impugnada admite, dentre as várias 
interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a Carta Magna, e não quando o 
sentido da norma é unívoco, como sucede no caso presente. Quando, pela redação do 
texto no qual se inclui a parte da norma que é atacada como inconstitucional, não é 
possível suprimir dele qualquer expressão para alcançar essa parte, impõe-se a utilização 
da técnica de concessão da liminar para a suspensão da eficácia parcial do texto 
impugnado sem a redução de sua expressão literal, técnica essa que se inspira na razão 
de ser da declaração de inconstitucionalidade 'sem redução do texto' em decorrência de 
este imprimir 'interpretação conforme à Constituição'." (ADI 1.344-MC, Rel. Min. Moreira 
Alves, julgamento em 18-12-95, DJ de 19-4-96). 
"Competência originária por prerrogativa de função: cancelamento da Súmula 
394: inclusão, no seu alcance, do foro privilegiado dos Prefeitos: nulidade do acórdão que, 
posteriormente ao cancelamento da Súmula 394, julgou originariamente processo penal 
contra ex-Prefeito, sem prejuízo da validade dos atos anteriores. O Supremo Tribunal, em 
25-8-99, no Inq 687, cancelou a Súmula 394, preservada, contudo, a validade de atos 
praticados e decisões proferidas com base na orientação nela anteriormente consagrada 
(DJ9-9-99). À aplicação ao caso de nova orientação do Tribunal, não importa que a Súm. 
394 não incluísse entre as suas referências normativas o art. 29, X, da Constituição, mas - 
conforme o ordenamento vigente ao tempo de sua edição - os preceitos da Carta Magna 
Página 12 
 
de 1946 e de leis ordinárias que então continham regras de outorga de competência penal 
originária por prerrogativa de função: a Súm. 394 jamais pretendeu interpretação literal 
das referidas normas de competência, que todas elas tinham por objeto o processamento 
e julgamento dos titulares dos cargos ou mandatos aludidos; a extensão ao ex-titular do 
foro pro prerrogativa da função já exercida, quando no exercício dela praticado o crime, 
sempre se justificou, na vigência mais que centenária da jurisprudência nela afirmada, à 
base de uma interpretação teleológica dos preceitos, correspondente (cf. voto vencido do 
relator, cópia anexa). Por isso, promulgada a Constituição de 1988 - que conferiu ao 
Tribunal de Justiça dos Estados a competência originária para julgar os Prefeitos (art. 27, 
X, originariamente, 27, VIII) - nada mais foi necessário a que se estendesse a orientação 
da Súm. 394 aos ex-Prefeitos, desde que o objeto da imputação fosse crime praticado no 
curso do mandato. Se a Súmula 394, enquanto durou - e em razão da identidade dos 
fundamentos dos precedentes em que alicerçada - se aplicou à hipótese dos ex-Prefeitos, 
alcança-os igualmente o seu cancelamento, assim como a qualquer outro ex-titular de 
cargo ou mandato a que correspondesse o foro especial". (RE de 2-2-01). No mesmo 
sentido: HC 87.656, rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-3-06, DJ de 31-3-06. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 13 
 
Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO III – HERMENÊUTICA – ASPECTOS TÉCNICOS 
 
Interpretação Lógica 
 
Podemos dizer que na interpretação lógica o que se pretende realizar é uma 
interpretação que busque o sentido e o alcance da norma dentro do seu contexto, com 
base em três procedimentos diferentes: 
 
a) Lógico-analítico. 
b) Lógico-sistemático. 
c) Lógico-jurídico. 
 
Lógico-analítico - Ligado à apreensão de conceitos, produzindo um juízo 
(afirmação ou negação), por meio de uma proposição. Com base nisso inicia-se um 
raciocínio no sentido da combinação de dois ou mais juízos, para dar origem a um 
silogismo. Busca-se a verdade das proposições, o seu real sentido dentro do contexto, 
com atribuição de um real significado à conjugação das proporsições. 
Lógico-sistemático - Configura-se como um processo comparativo, ou seja, 
introduz no texto elementos que podemos considerar estranhos, confrontando-se desta 
forma um texto com outro texto da própria lei em que está em exame, ou várias leis entre 
si do mesmo ramo do ordenamento, a fim de se estabelecer um entendimento. 
Lógico-jurídico - Este tipo de procedimento paraanálise e interpretação é aquele 
que investiga a razão da norma, ou seja, a ratio legis, levando-se em consideração seu 
contexo, tal como: o momento histórico em que foi criada, bem como a idéia de virtude 
normativa da norma (efetividade da norma). 
 
Interpretação Histórica 
 
A interpretação que faz uso da técnica histórica tem por fim esclarecer e 
interpretar a norma mediante uma verdadeira reconstrução do seu conteúdo significativo 
Página 14 
 
de origem no momento em que a foi criada. Podemos dizer que é uma continuação dos 
processos de interpretação gramatical e lógica com possibilidade de dar um 
conhecimento mais contundente da ciência jurídica. 
A interpretação histórica divide-se em: 
 
a) Próxima; 
b) Remota. 
 
Histórica próxima - Faz menção ao momento em que a norma foi elaborada, as 
circunstâncias que precederam a elaboração da lei. Ex: Anteprojetos de lei etc. 
Histórica remota - Pauta-se pela reconstrução do significado original da norma, 
ou seja, o momento em que o instituto surgiu no direito, analisando dados filosóficos, 
éticos, religiosos, sociológicos etc. 
 
Abaixo jurisprudência selecionada sobre o tema: 
 
"O direito constitucional positivo brasileiro, ao longo de sua evolução histórica, 
jamais autorizou - como a nova Constituição promulgada em 1988 também não o admite - 
o sistema de controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade, em abstrato. 
Inexiste, desse modo, em nosso em nosso sistema jurídico, a possibilidade de 
fiscalização abstrata preventiva da legitimidade constitucional de meras proposições 
normativas pelo Supremo Tribunal Federal." (ADI 466, Rel. Min. celso de Mello, 
julgamento em 3-4-91, DJ de 10-5-91). 
"No estado de direito democrático devem ser intransigentemente respeitados os 
princípios que garantem a prevalência dos direitos humanos. (...) A ausência de 
prescrição nos crimes de racismo justifica-se como alerta grave para as gerações de hoje 
e de amanhã, para que se impeça a reinstauração de velhos e ultrapassados conceitos 
que a ciência jurídica e histórica não mais admitem." (HC 82.424, Rel. p/ p ac. Min. 
Maurício Correa, julgamento em 17-9-03, DJ de 19-3-04). 
"A comunidade internacional , em 28 de julho de 1951, imbuída do propósito de 
consolidar e de valorizar o processo de afirmação histórica dos direitos fundamentais da 
pessoa humana, celebrou, no âmbito do Direito das Gentes, um pacto de alta significação 
ético-jurídica, destinado a conferir proteção real e efetiva àqueles, que, arbitrariamente 
perseguidos por razões de gênero, de orientação sexual e de ordem étnica, cultural, 
confessional ou ideológica, buscam, no Estado de refúgio, acesso ao amparo que lhes é 
Página 15 
 
negado, de modo abusivo e excludente, em seu Estado de origem. na verdade, a 
celebração da Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados - a que o Brasil aderiu em 
1952 - resultou da necessidade de reafirmar o princípio de que todas as pessoas, sem 
qualquer distinção, devem gozar dos direitos básicos reconhecidos na Carta das Nações 
Unidas e proclamados na Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana. Esse 
estatuto internacional representou um notável esforço dos Povos e das Nações na busca 
solidária de soluções consensuais destinadas a superar antagonismos históricos e a 
neutralizar realidades opressivas que nagavam, muitas vezes, ao refugiado - vítima de 
preconceitos, da discriminação, do arbítrio e da intolerância - o acesso a uma prerrogativa 
básica, consistente no reconhecimento, em seu favor, do direito a ter direitos." (Ext 783-
QO-QO, Rel. p/ o ac. Min. Ellen Gracie, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 28-
11-01, DJ de 14-11-03). 
 
Interpretação Sistemática 
 
Podemos dizer que o nosso ordenamento jurídico é composto por um complexo 
de normas e diplomas legais que convivem harmonicamente. Há a supremacia das 
normas constitucionais em relação às demais normas (infraconstitucionais). Assim, a 
interpretação sistemática é aquela que procura examinar a norma, não mais no seu 
aspecto intrínseco, ou seja, interno, mas sim, a sua relação com as demais normas do 
ordenamento jurídico que compõe um sistema de normas positivas. 
Exemplos: 
Medida Provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída pela 
doutrina consensual - da interpretação sistemática da Constituição - , não compreende a 
de normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, 
extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de extinção de 
punibilidade. (RE 254.818, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 8-11-00, Dj de 19-12-02). 
(g.n) 
Configura constrangimento ilegal a continuidade da persecução penal militar por 
fato já julgado pelo Juizado Especial de Pequenas Causas, com decisão penal definitiva. 
A decisão que declarou extinta a punibilidade em favor do Paciente, ainda que prolatada 
com suposto vício de incompetência de juízo, é susceptível de trânsito em julgado e 
produz efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal 
complementa os direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da 
República, cuja interpretação sistemática leva à conclusão de que o direito à liberdade, 
Página 16 
 
com apoio em coisa julgada material, prevalece sobre o dever estatal de acusar. 
Precedentes. (HC 86.606, Rel. Min. Carmen Lúcia, j. 22-5-07, Dj de 3-8-07). (g.n). 
 
Interpretação Teleológica 
 
Devido à importância, cabe-nos destinar um módulo à interpretação teleológica e 
à interpretação sociológica, quanto aos meios (natureza) de interpretação. A interpretação 
teleológica, também conhecida como finalística é auela interpretação que busca alcançar 
a finalidade para a qual a norma foi criada. Portanto, busca-se com a interpretação uma 
destinação que atenda à obtenção do bem comum, respeitando-se os valores sociais a 
que se destina a norma. 
O intérprete deverá ficar atento ao texto constitucional, no qual estão indicadas as 
finalidades precípuas do Estado Democrático de Direito, da ordem jurídica, social e 
política. 
Exemplos: 
"Procuradoria-Geral da República - Audição. O preceito inserto no § 1o do artigo 
103 da Constituição Federal há de merecer interpretação teleológica. Visa ao 
conhecimento da matéria pelo Ministério Público, não implicando, necessariamente, seja-
lhe enviado automaticamente todo e qualquer processo. O pronunciamento do Órgão 
pode ocorrer na assentada em que apreciado o recurso. Precedente: recurso 
extraordinário n. 177.137-2/RS, relatado pelo Ministro Carlos Velloso perante o Pleno, em 
24 de maio de 1995." (AI 158.725 - AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18-
12-95, DJ de 8-3-96). 
"Registro de candidatura ao Cargo de Prefeito. Eleições de 2004. Art. 14, § 7o da 
CF. Candidato separado de fato da filha do então prefeito. Sentença de divórcio proferida 
no curso do mandato do ex-sogro. Reconhecimento judicial da separação de fato antes do 
período vedado. Interpretação teleológica da regra de inelegibilidade. A regra 
estabelecida no art. 14, § 7o da CF, iluminada pelos mais basilares princípios 
republicanos, visa obstar o monopólio do poder político por grupos hegemônicos ligados 
por laços familiares. Precedente. Havendo a sentença reconhecido a ocorrência da 
separação de fato em momento anterior ao início do mandato do ex-sogro do recorrente, 
não há se falar em perenização no poder da mesma família (...)." (RE 446.999, Rel. Min. 
Ellen Gracie, julgamento em 28-6-05, DJ de 9-9-05). 
 
Interpretação Sociológica 
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Podemos dizer que a interpretação sociológica é aquela interpretação na visão do 
homem moderno, ou seja, é aquela que decorre do aprimoramento das ciências sociais, 
de modo que a regra pode ser compreendida nos contextos de sua aplicação, quais 
sejam o das relaçõessociais, de modo que o intérprete terá um elemento necessário a 
mais para considerar quando da apreciação dos casos concretos à aplicação da norma 
jurídica. 
Exemplos: 
"Fundamento do núcleo do pensamento do nacional-socialismo de que os judeus 
e os arianos formam raças distintas. os primeiros seriam raça inferior, nafasta e infecta, 
características suficientes para justificar a segregação e o extermínio: inconciabilidade 
com os padrões éticos e morais definidos na Carta Política do Brasil e do mundo 
contemporâneo, sob os quais se ergue e se harmoniza o estado democrático. Estigmas 
que por si só evidenciam crime de racismo. Concepção atentatória dos princípios nos 
quais se erige e se organiza a sociedade humana, baseada na respeitabilidade e 
dignidade do ser humano e de sua pacífica convivência no meio social. Condutas e 
evocações aéticas e imorais que implicam repulsiva ação estatal por se revestirem de 
densa intolerabilidade, de sorte a afrontar o ordenamento infraconstitucional e 
constitucional do País." (HC 82.424-QO, Rel. p/o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 
17-9-03, DJ de 19-3-04). 
"Lei n. 8.624/93, que dispõe sobre o plebiscito destinado a definir a forma e o 
sistema de governo - Regulamentação do art. 2o do ADCT/88, alterado pela EC 02/92 - 
Impugnação a diversos artigos (arts. 4o, 5o e 6o) da referida Lei n. 8.624/93 - 
Organização de frentes parlamentares, sob a forma de sociedade civil, destinadas a 
representar o parlamentarismo com Monarquia - Necessidade de registro dessas frentes 
parlamentares, perante a Mesa Diretora do Congresso Nacional, para efeito de acesso 
gratuito às emissoras de rádio e de televisão, para divulgação de suas mensagens 
doutrinárias ('direito de antena') - Alegação de que os preceitos legais impugnados teriam 
transgredido os postulados constitucionais do plurarismo político, da soberania popular, 
do sistema partidário, do direito de antena e da liberdade de associação - Suposta 
usurpação, pelo Congresso Nacional, da competência regulamentar outorgada ao 
Tribunal Superior Eleitoral - Considerações, feitas pelo relator originário (ministro Néri da 
Silveira), em torno de conceitos e de valores fundamentais, tais como a democracia, o 
direito de sufrágio, a participação política dos cidadãos, a essencialidade dos partidos 
políticos e a importância de seu papel no contexto do processo institucional, a relevância 
Página 18 
 
da comunicação de idéias e da propaganda doutrinária no contexto da sociedade 
democrática - Entendimento majoritário do Supremo Tribunal Federal no sentido da 
inocorrência das alegadas ofensas ao texto da Constituição da República". (ADI 839-MC, 
Rel. p/o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 17-2-93, DJ de 24-11-06). 
"O processo de reforma agrária, em uma sociedade estruturada em bases 
democráticas, não pode ser implementado pelo uso arbitrário da força e pela prática de 
atos ilícitos de violação possessória, ainda que se cuide de imóveis alegadamente 
improdutivos, notadamente porque a Constituição da República - ao amparar o 
proprietário com a cláusula de garantia do direito de propriedade (CF, art. 5o, XXII) - 
proclama que 'ninguém será privado (...) de seus bens, sem o devido processo legal' (art. 
5o, LIV).". (ADI 2.213 - MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-4-02, DJ de 23-4-
04). 
 
OBSERVAÇÃO: Para muitos autores a interpretação teleológica e/ou sociológica 
são vistas como uma única forma de interpretação, aquela que adapta a norma à sua 
realidade social, buscando os fins sociais e o bem comum. 
 
Quanto aos efeitos temos as seguintes interpretações: 
a) extensão: extensiva, restritiva e declarativa. 
b) modificativa 
c) ab-rogante 
 
Interpretação Extensiva 
 
Na interpretação extensiva o intérprete passa a concluir que a norma sob análise 
disse menos do que deveria dizer, ou seja, ele estende a sua aplicação para outras 
situações não mencionadas na norma em análise. 
 
Interpretação Restritiva 
 
Na interpretação restritiva o intérprete passa atribuir à norma sob análise um 
alcance menor do que aquele previsto originariamente no texto. 
 
 
 
Página 19 
 
Interpretação Declarativa 
 
Na interpretação declarativa o intérprete dá à norma uma interpretação 
coincidente exatamente com o seu texto, nem ampliando e nem reduzindo a sua 
aplicação. 
 
Interpretação Modificativa 
 
No que toca à interpretação modificativa, pode esta ser de duas espécies: 
modificativa atualizadora ou modificativa corretiva: 
 
Interpretação Modificativa Atualizadora 
 
Na interpretação modificativa atualizadora podemos dizer que ela é um resultado 
da interpretação sociológica ou teleológica. Ocorre quando o intérprete se vê na 
necessidade de atualizar a norma diante de uma nova realidade que não foi prevista pelo 
legislador, quando da edição da norma. 
 
Interpretação Modificativa Corretiva 
 
Na interpretação modificativa corretiva podemos dizer que ela é resultado da 
interpretação sistemática. Ocorre quando duas normas estiverem em antinomia no 
ordenamento jurídico, a fim de evitar a exclusão de uma e aplicação de outra pela 
autoridade. O sentido de uma das normas é alterado a fim de que ela possa 
compatibilizar-se no ordenamento jurídico. 
 
Interpretação Ab-Rogante 
 
Na interpretação ab-rogante podemos dizer que é aquela que se aplica quando o 
preceito normativo é mau construído e não se consegue aludir com clareza mínima as 
hipóteses que se pretende alcançar com a norma. Aplicável quando houver entre duas 
disposições legais uma contradição insanável, podendo-se eliminar uma das regras e 
aplicar a outra (ab-rogação simples), ou eliminar as duas e aplicar uma terceira (dupla ab-
rogação). 
 
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Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO IV – HERMENÊUTICA – ASPECTO FILOSÓFICO 
 
 
Friedrich Schleiermacher 
No Século XIX verificamos uma generalização do uso de hermenêutica no quadro 
dos saberes humanos. Schleiermacher foi considerado o pai da moderna hermenêutica 
com seu projeto de conceber uma hermenêutica geral como uma verdadeira arte de 
compreensão. Tomou seus estudos com base nas obras de Ast e Wolf, filólogos que se 
limitaram a desenvolver a metodologia hermenêutica, ou seja, processo de reconstrução 
do pensamento. Schleiermacher procurou a partir desta base sistematizar a 
hermenêutica, resgatando a filosofia transcendental, a ponto de preocupar-se com o seu 
caráter epistemológico. 
Schleiermacher formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem 
uma prática de desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto de 
partida dogmático. Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo 
específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para sua interpretação. 
A hermenêutica se relaciona com o agente social concreto e atuante no processo 
dialógico da compreensão, o que a torna uma arte da compreensão, que engloba todos 
os setores da expressão da cultura humana. Por força disto, a interpretação se orienta 
não somente para o texto, mas, sobretudo, para o diálogo com o seu autor, a fim de que o 
hermeneuta possa reencontrar a sua intenção originária.¹ 
Desta forma podemos depreender que para Schleiermacher, seria necessário 
abandonar a literalidade da interpretação gramatical, uma vez que o intérprete deve 
considerar as circunstâncias concretas que influenciaram a elaboração do texto, recriando 
assim a mente do autor de acordo com os influxos sociais que marcaram a sua existência. 
 
 
 
 
Página 21 
 
Wilhelm Dilthey 
 
Após a morte de Schleiermacher, a proposta de desenvolver uma hermenêutica 
geral um pouco se perdeu, quando o Filósofo Dilthey vislumbrou na hermenêutica o 
fundamentopara as ciências humanas. A experiência concreta, histórica e viva passa a 
ser o ponto de partida e o ponto de chegada do conhecimento humano. 
Os meios necessários à compreensão do mundo histórico-social podem ser, 
dessa maneira, tirados da própria experiência psicológica, e a psicologia, deste ponto de 
vista, é a primeira e mais elementar das ciências do espírito. A experiência imediata e 
vivida na qualidade de realidade unitária (Erlebnis - Vivência; Experiência) seria o meio a 
permitir a apreensão da realidade histórica e humana sob suas formas concreta e viva. 
Dilthey submete a uma análise rigorosa o conceito de Erlebnis. Dilthey propõe 
uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos e esclareça as 
estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma metafísica que se 
pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a reduzir todos os aspetos 
da realidade a um único princípio absoluto. 
Neste particular a historicidade é essencial ou constitutiva do homem e, em geral, 
do mundo humano. Em segundo lugar, na concepção de Dilthey, o mundo histórico é 
constituído por indivíduos que, enquanto "unidades psicofísicas vivas", são os elementos 
fundamentais da sociedade: é por isso que o objetivo das ciências do espírito é "o de 
reunir o singular e o individual na realidade histórico-social, de observar como as 
concordâncias (sociais) agem na formação do singular". Por isso, no domínio das ciências 
do espírito, a historiografia tem um carácter individualizante e tende a ver o universal no 
particular 
A Filosofia se torna uma das estruturas que constituem uma civilização e o 
trabalho do historiador seria precisamente captar as relações que, em uma sociedade, 
ligam as diferentes manifestações do mundo cultural. É sobre este postulado que se 
apoiam as principais obras históricas de Dilthey. 
 
Martin Heidegger 
 
Para Heidegger eram considerados o seu método fenomenológico e 
hermenêutico. Ambos os conceitos estão relacionados a intenção de dirigir a atenção 
para o trazer à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que se mostra, 
mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. 
Página 22 
 
 
Desta forma, o trabalho hermenêutico visa a interpretar o que se mostra pondo a 
lume isso que se manifesta aí mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixava 
ver. 
O método vai diretamente ao fenômeno, procedendo à sua análise, pondo a claro 
o modo como da sua manifestação. Neste sentido, a sua metodologia operava uma 
inflexão do ponto de vista, na medida em que o foco deveria ser desviado do dasein (ser-
no-mundo) para o ser. Esta inflexão focaliza os modos de ser do ente, correspondendo a 
uma inversão da ontologia tradicional. 
Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi 
igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo. 
De acordo com Martin Heidegger, a hermenêutica não estaria inserida no quadro 
gnosiológico, como um problema de metodologia das ciências humanas. Não se trataria, 
como em Dilthey, de opor o ato de compreensão, próprio das ciências humanas, ao 
caminho da explicação, via metodológica das ciências naturais. A compreensão passa a 
ser visualizada não como um ato cognitivo de um sujeito dissociado do mundo, mas, isto 
sim, como um prolongamento essencial da existência humana. Compreender é um modo 
de estar, antes de configurar-se como um método científico.² 
 
Hans-Georg Gadamer 
 
Para Gadamer, a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto 
histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do objeto. 
Na filosofia contemporânea, a hermenêutica é um dos temas polêmicos, uma vez 
que tradicionalmente a filosofia se ocupa com a descoberta das essências, entendendo-
se aqui essência como verdade, como aquilo que pode ser cognoscível. Podemos dizer 
que Gadamer, em sua obra Verdade e Método, assegura que a hermenêutica não é um 
método para se chegar à verdade e que o problema hermenêutico não é, por sua vez, um 
problema de método. A hermenêutica não seria uma metodologia das ciências humanas, 
mas uma tentativa de compreender as ciências humanas. 
Gadamer afirma que a compreensão das coisas e a correta interpretação não se 
restringe à ciência, mas à experiência humana, principalmente no que se refere ao 
fenômeno da linguagem como experiência humana de mundo. 
Assim, no que se refere à hermenêutica jurídica, Gadamer procurou descobrir a 
diferença entre o comportamento do historiador jurídico e do jurista diante de um texto, 
Página 23 
 
por exemplo. Seu interesse estava em saber se a diferença entre o interesse dogmático e 
o interesse histórico se constituía numa diferença unívoca. 
Conclui que há a seguinte diferença: 
"O jurista toma o sentido da lei a partir de e em virtude de um determinado caso 
dado. O historiador jurídico, pelo contrário, não tem nenhum caso de que partir, mas 
procura determinar o sentido da lei na medida em que coloca construtivamente a 
totalidade do âmbito de aplicação da lei diante dos olhos. Somente no conjunto dessas 
aplicações torna-se concreto o sentido de uma lei". 
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Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO V – CIÊNCIA DA HERMENÊUTICA JURÍDICA, TEORIA GERAL DA 
HERMENÊUTICA E SISTEMA JURÍDICO 
 
A Interpretação Jurídica enquanto Atividade de Compreensão 
 
Podemos dizer que a interpretação das normas jurídicas diante do caso concreto 
tem como intérpretes os operadores do direito, dentre os quais estão os advogados 
doutrinadores e juízes, cabendo a estes últimos a concretização da jurisdição. 
Jurisdição tem por definição o poder de dizer o direito, pois iuris = direito e dictio = 
dizer. Dessa forma, pode-se afirmar que a jurisdição é um meio de traduzir a norma aos 
interlocutores (jurisdicionados) diante dos fatos concretos. É aqui que a interpretação 
jurídica ocorre com maior relevância, como dito, no âmbito da jurisprudência. 
Essa importância da interpretação jurisdicional decorre do princípio da 
inafastabilidade da jurisdição previsto no artigo 5, XXXV da CF/88. Trata-se de regra 
cogente direcionada ao Poder Judiciário, na busca por uma solução a todas as 
demandas, mesmo aquelas não regulamentadas pelo legislador. Daí porque, diz-se que a 
jurisdição, além de “dizer o direito”, “cria o direito”, tudo para não fugir do seu dever legal 
de sempre dar uma resposta às demandas e solucionando o caso concreto. 
Por exemplo, tem-se as relações jurídicas entre homoafetivos no Brasil. A 
ausência de normas que regulamentem os direitos e deveres dos casais homossexuais, 
demandou do Judiciário, quando provocado, a se manifestar sobre o tema, interpretando 
o Direito e aplicando os métodos jurídicos disponíveis. É a jurisprudência brasileira quem 
hoje regulamenta as situações jurídicas dessas pessoas, de modo que as 
regulamentações sobre os direitos dos homossexuais decorrem do chamado “direito 
judicial”. 
Assim sendo, se por um lado, é vedado ao Judiciário deixar sem resposta o caso 
concreto, por outro, onde não houver regulamentação legal, é dado aos juízes o poder de 
criar a regra jurídica para o caso concreto. Trata-se de um paradoxo, sem dúvidas. Mas 
tudo é resolvido por meio da hermenêutica jurídica. 
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Os tribunais criam além das normas individuais, como acima explicado, normas 
gerais quando as decisões do caso concreto tenham força vinculante. Neste sentido, a 
atividade se assemelha a atividade legiferante do Poder Legislativo e reforça o princípio 
da segurança jurídica. Hans Kelsen compartilha dessa ideia: 
“A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias, 
surge com particular evidência quando um tribunal recebe competênciapara produzir 
também normas gerais através de decisões com força de precedentes”. 
Assim sendo, o papel da jurisdição ao interpretar o Direito é mais relevante que o 
papel dos outros intérpretes justamente porque é capaz de preencher os “espaços vazios” 
deixados pelo legislador. Como será demonstrado abaixo, o papel dos outros intérpretes é 
fundamental para auxiliar a jurisdição a solucionar os casos concretos, como é o caso da 
interpretação doutrinária do direito. 
Doutrina vem do latim doctrina, que por sua vez decorre do verbo docere que 
significa lecionar ou ensinar. Para o direito, a doutrina significa fonte forma e não estatal 
(como é a lei) que se forma por um conjunto de obras (livros, artigos, resenhas, 
comentários, etc.) e pareceres (opinião fundamentada), que são produzidos por 
conceituados juristas. Não tem a doutrina força vinculante e obrigatória, mas contribui 
para a evolução dos sistemas jurídicos contemporâneos. Certo é que tanto o legislador 
quanto o juiz encontram nas mais diversas obras jurídicas elementos teóricos 
indispensáveis para o aperfeiçoamento da legislação e da jurisprudência. Neste particular, 
a doutrina oferece o que chamamos de argumento de autoridade. 
Já a jurisprudência, é considerada uma fonte formal e estatal do direito. 
Concebemos jurisprudência como decisões reiteradas num mesmo sentido, capazes de 
criar um padrão normativo tendente a influenciar futuras decisões judiciais. 
Podemos citar exemplos de mudança jurisprudencial que demonstram o papel 
construtivo dos juízes brasileiros: reconhecimento do furto famélico, relativização da 
autonomia da vontade pela adoção da teoria da imprevisão, reconhecimento da 
sociedade de fato antes mesmo da regulamentação legislativa da união estável, guarda 
compartilhada, abandono afetivo antes mesmo da positivação no direito de família. 
Texto adaptado da publicação A hermenêutica jurídica de Hans Kelsen em cotejo 
com a hermenêutica de Karl Larenz: a busca pela resposta correta de Roberto M dos 
Santos. Âmbito Jurídico. 
 
 
 
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Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO VI – METODOLOGIA DA CIÊNCIA DA HERMENÊUTICA JURÍDICA 
 
Dogmática x Zetética 
 
Podemos dizer que a dogmática jurídica é o método de observar, de analisar e de 
atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos anteriormente. 
Há, ainda, a possibilidade de a orientação ser fundamentada em valores e princípios 
gerais do Direito. 
Preocupa-se, portanto, a dogmática, em orientar a ação e possibilitar uma 
decisão, sempre fundada em premissas previamente estabelecidas, pressupostos válidos 
conforme a lógica, a experiência concreta ou os valores fundamentais do Direito. 
A dogmática pretende instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando 
parte da área de decisão do operador do Direito, que deve agir de maneira a respeitar os 
limites do que foi imposto pela legislação. A interpretação do jurista, desta maneira, se 
submete à norma em vigor, sem questioná-la. 
Na concepção de Miguel Reale, a interpretação dogmática do jurista é o momento 
máximo de aplicação da Ciência do Direito, é “quando o jurista se eleva ao plano teórico 
dos princípios e conceitos gerais indispensáveis à interpretação, construção e 
sistematização dos preceitos e institutos de que se compõe". 
A dogmática jurídica adota uma postura não-problemática em face a seus 
pressupostos e a adoção de uma função voltada para a decidibilidade dos casos 
concretos. Desta forma, o saber jurídico-dogmático pretende alcançar a estabilidade 
social, conferindo segurança jurídica, pois condiciona a solução dos conflitos de forma a 
causar a menor perturbação social possível. 
Na dogmática há certa padronização da resposta jurídica ao ocorrer determinado 
fato jurídico. Desta forma o estado-juiz transmite confiança à sociedade de que existe 
resposta e de que maneira ela ocorre após determinado fato jurídico. 
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A dogmática indica ao operador do Direito algumas soluções possíveis para 
determinado conflito, desta forma, orienta a ação dentro dos limites estabelecidos pela 
norma em vigor para a interpretação do operante. 
Podemos falar que existe uma “legitimação” das decisões através da 
institucionalização dos poderes do Estado, que criam e aplicam a legislação, sem retirar a 
interpretação necessária para cada caso concreto, servindo como guia do jurista perante 
o litígio. 
Já a a Teoria Zetética do Direito pode ser entendida pela oposição à Teoria 
dogmática do Direito, onde determinados conceitos e fatos são simplesmente aceitos 
como dogmas. Em oposição, a zetética coloca o questionamento como posição 
fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser investigado e indagado. 
Qualquer premissa tida como certa pela dogmática pode ser reavaliada, alterada e até 
desconstituída pelo ponto de vista zetético. 
A palavra "zetética" possui sua origem no grego zetein que significa perquirir, 
enquanto "dogmática" origina também do grego dokein, ou seja, doutrinar. No Brasil, a 
teoria zetética foi postulada por Tércio Sampaio Ferraz Júnior, com base na obra do 
jusfilósofo alemão Theodor Viehweg. 
Outra distinção entre as teorias dogmática e zetética pode ser encontrada em sua 
função desempenhada, enquanto a visão dogmática busca a formação de opiniões, a 
zetética procura se relacionar com a investigação e com a dissolução, através do 
questionamento, das opiniões já formadas. 
É também característica da teoria zetética a extrapolação das fontes usualmente 
reconhecidas do direito, as formais (leis, jurisprudência, súmulas), utilizando fontes 
secundárias como Sociologia, História, Geopolítica, etc Desta forma, muitos consideram 
esta visão como mais ampla e completa do que as teorias tradicionais, entendendo como 
origem das normas e como perpétua fonte de seu conteúdo a sociedade que as mesmas 
visam regular. 
A teoria zetética do Direito tem como fundamento o questionamento de 
pressupostos, a dúvida, o processo de fundamentação, justificação e questionamento, 
promovendo a quebra de dogmas. O zetético é a dissolução das opiniões, a especulação 
explícita e infinita. Preocupa-se com o questionamento dos significados, perquirindo o que 
é e não o que deve ser. 
Assim, para facilitar o entendimento da correlação funcional entre a dogmática 
jurídica e a teoria zetética do Direito, é necessário que se explicite as diferenciações 
básicas. 
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A dogmática procura a ação, enquanto à zetética importa a especulação. A zetética não 
tem reserva em perquirir, sentir dúvida, já a dogmática almeja respostas. A zetética se faz 
de questionamentos infinitos, a dogmática tem finitude. A zetética é informativa; a 
dogmática, por sua vez, além de informativa, é diretiva. 
Assim sendo, o que deve fazer o intérprete é descobrir quais são os valores 
protegidos no texto que traduz o comando legal, explorando as possibilidades 
gramaticais, bem como o que pode haver nas entrelinhas, conhecendo bem, 
primeiramente, a lei antes de aplicá-la ao caso concreto. 
O sentido do mais zetético, menos dogmático é no sentido de que os operadores 
do direito abram espaço a pensar nas situações sociais aonde cada assunto, cada norma, 
cada conceito irá se encaixar. 
------------------------------------------------- 
Schiefler G. H. C. Breve introdução ao estudo da dogmática jurídica. 
Duarte, Ícaro de Souza. Mais zetética, menos dogmática. A Hermenêutica como 
pressuposto para uma melhor formação dos alunos. 
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Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO VII – A HERMENÊUTICA E A INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
 
1. Interpretação do Direito e as Cláusulas Gerais 
Podemos observarum corrente uso de cláusulas geral como técnica legislativa 
para a conformação dos princípios aplicados ao processo e a tutela de direitos dos 
cidadãos. 
Segundo Soares, citando Alberto Jorge Junior (2004, p. 123) pode-se dizer que as 
cláusulas gerais funcionam no interior dos sistemas jurídicos, mormente os codificados 
como elementos de conexão entre as normas rígidas e a necessidade de mudança de 
conteúdo de determinados valores, em meio a um ambiente social em transformação, 
operando, dentro de certos limites, a adaptação do sistema jurídico às novas exigências 
na interpretação desses valores. 
Desta forma podemos dizer que, a técnica legislativa das cláusulas gerais vem 
abrindo a possibilidade da inserção no diploma legal de pautas de valoração oriundas do 
substrato social, possibilitando aos juízes e à doutrina, com frequência se socorrer de 
conceitos integradores como ética, boa-fé, dignidade, solidariedade, razoabilidade, 
probidade, equidade, interesse público, bem comum entre outros. 
 
2. Interpretação do Direito e as Máximas da Experiência 
Trata-se de recurso tradicional de controle da atividade jurisdicional, prevista no 
NCPC no artigo 375 que dispõe: O juiz aplicará as regras de experiência comum 
subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de 
experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
Claramente esta experiência deve levar em consideração o homem médio, que 
está inserido em determinada cultura e momento histórico. Nestes casos o juiz poderá 
socorrer-se do senso comum, valendo-se de conhecimentos que devem estar fundados 
naquilo que comumente ocorre na sociedade, sendo fruto do comumente acontece. 
Cabe lembrar que as regras de experiência não se confundem com os fatos 
notórios que independem de prova, conforme previsto no artigo 374 do NCPC que dispõe: 
Página 30 
 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I - notórios; 
[...] 
Tal entendimento se dá porque as máximas de experiência resultam de 
observações de um indivíduo sobre vários fatos que tiveram a mesma relação de causa e 
efeito, enquanto que o fato notório não é uma repetição de vários fatos, mas sim, a 
certeza de um acontecimento. 
Segundo Soares “O hermeneuta não pode assim, desprezar as regras /máximas 
de experiência ao proferir uma dada decisão, devendo, ao valorizar a apreciar as provas 
dos autos, servir-se daquilo que comumente acontece na vida social”. 
 
3. Interpretação do Direito e o fenômeno da Discricionariedade 
Podemos dizer que discricionário está ligado ao poder que as autoridades 
constituídas possuem de agir com certa liberdade. Por exemplo, no campo do Direito 
Administrativo, o ato discricionário comportaria um juízo subjetivo, situado no campo da 
conveniência e oportunidade do administrador, alcançando os motivos e o objeto da 
providência administrativa (Soares, 2010, p. 116). 
No tocante ao campo jurisdicional, há renomados doutrinadores que entendem 
que o ato de julgar será sempre vinculado e nunca discricionário, já que existe apena uma 
solução jurídica para determinado caso concreto. Não obstante este entendimento, nos 
parece mais plausível a corrente que entende quer o ato de julgar não deixa de ser uma 
atividade discricionária. 
“Ao magistrado cabe optar pela melhor interpretação do texto legal, tendo em 
vista a realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o 
resultado do exercício de um poder discricionário”. (Soares, 2010, p. 119). 
Certamente o legislador não poderia antever todos os fatos para discipliná-los à 
luz das normas jurídicas, sendo certo que a previsão abstrata da lei tem a intenção clara 
de que seja aplicada a melhor, mais justa e adequada interpretação ao caso concreto, 
dando margem à discricionariedade que não se pode confundir com arbitrariedade. 
 
4. Interpretação do Direito e a Jurisprudência 
Podemos entender o termo jurisprudência como sendo uma fonte do Direito por 
intermédio da reiteração de julgados num mesmo sentido, capazes de criar um padrão 
normativo que poderá influenciar futuras decisões. 
Página 31 
 
Tem importante papel a jurisprudência porque comporta o preenchimento de 
lacunas do ordenamento jurídico. 
Conforme preceitua Soares citando Eros Grau “... a norma jurídica é produzida 
para ser aplicada a um caso concreto. Essa aplicação se dá mediante a formulação de 
uma decisão judicial, uma sentença, que expressa a norma de decisão. Este, que está 
autorizado a ir além da interpretação tão somente como produção das normas jurídicas, 
para delas extrair normas de decisão, é aquele que Kelsen chama de intérprete autêntico: 
o juiz”. (2010, p. 122-123). 
Desta forma podemos observar a consagração do poder normativo da Justiça do 
Trabalho, a uniformização da jurisprudência, súmulas comuns dos Tribunais Superiores, 
inclusive do STF, bem como a positivação constitucional da súmula vinculante. Aqui um 
particular sobre a súmula vinculante que além de dirimir uma controvérsia, estabelece um 
precedente com força vinculante, a fim de assegura que casos futuros análogos sejam 
decididos da mesma forma. 
Para Soares “O juiz, quando interpreta o Direito, jamais é neutro. Ele está 
revelando o seu conjunto de valores, que serve de inspiração na descoberta da regra ou 
princípio jurídico adequado ao caso concreto. “ (2010, p. 125). 
Soares, Ricardo M. F. Hermenêutica e interpretação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2010. 
Página 32 
 
 
Curso: Direito 
 
Disciplina: Hermenêutica Cód. Disciplina: 18A4 
Professor: Tiago Lacerda 
MÓDULO VIII – MODOS DE INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
Modos de Integração do Direito 
Podemos dizer que a integração do direito é um processo de preenchimento das 
lacunas das leis, a fim de que se possa dar sempre uma resposta jurídica aquele que 
procura o judiciário (jurisdicionado). Quando ocorre uma auto-integração, podemos dizer 
que é o aproveitamento de elementos do próprio ordenamento jurídico. Já a 
heterointegração é a aplicação das normas que não participam da legislação, como as 
regras estrangeiras. 
No Brasil, de acordo com o artigo 4º da LINDB temos: 
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
O referido artigo de lei nos traz as formas de integração, quais sejam: a analogia, 
os costumes e os princípios gerais do direito. 
Vamos ver cada um: 
1. Analogia 
É o processo no qual o julgador aplica a um caso não previsto aquilo que o 
legislador prévio definiu para outro semelhante em igualdade de razões – Paradigma. 
Espécies de Analogia 
Analogia legis: consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso 
semelhante, não previsto pelo legislador. 
Analogia juris: sugere um processo mais amplo, porque não encontrando regra 
jurídica que regulamente caso semelhante, ao julgador se permite com suporte em 
diversas regras jurídicas, disciplinadoras de um instituto semelhante, descobrir o preceito 
aplicável ao caso não previsto, pela combinação de muitos outros. 
Fundamentos da Analogia 
- A necessidade de o legislador dar harmonia e coerência ao sistema jurídico; 
- Os princípios do direito natural também dão fundamento a analogia, pois estabelecem 
que deve ser dado igual tratamento para as situações semelhantes impedindo a injustiça. 
Página 33 
 
2. Princípios Gerais do Direito 
São postulados que norteiam o ordenamento jurídico. São enunciações 
normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do 
ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de 
novas normas. Representam a manifestação do próprio espírito de uma legislação. 
Funções dos Princípios Gerais do Direito 
- Informadora, ou seja, servem de inspiração ao legislador e de fundamentopara 
o ordenamento jurídico; 
- Normativa, atuando como fonte supletiva, na ausência da lei, nesse caso 
constituindo meio de integração do direito. Os princípios gerais de direito têm grande 
importância no preenchimento das lacunas da lei, em face de seu caráter normativo à 
falta de lei ou costume aplicável ao caso concreto; 
- Interpretadora, para orientar o intérprete ou o julgador. 
3. Costumes 
Enquanto fontes do direito, os costumes tratam de comportamentos reiterados 
dos quais podemos extrair normas. Essas normas podem ser secundum legem, praeter 
legem e contra legem. No segundo caso, quando o costume não é previsto pela lei nem 
por ela proibido, pode ser utilizado enquanto mecanismo de preenchimento da lacuna, 
permitindo ao juiz redigir uma sentença em conformidade com ele. 
Na ausência de lei, assim, o juiz pode constatar que a própria sociedade 
estabeleceu um critério para regular o fato, repetindo-o ao longo do tempo e tomando 
consciência de sua obrigatoriedade. Utilizará tal critério para julgar o caso. 
 
Página 34 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO I 
 
Exercício 1 
Qual o conceito de Hermenêutica? 
 
A) Hermenêutica relaciona-se à questão da lógica. 
B) Hermenêutica é a ciência que estuda a finalidade social da norma. 
C) Podemos dizer que a hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da 
interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar princípios e 
regras. 
D) Hermenêutica é a ciência que estuda a anomia, ou seja, ausência de norma. 
E) n.d.a. 
 
Exercício 2 
Podemos dizer que a hermenêutica, enquanto ciência da interpretação se ocupa de: 
 
A) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais. 
B) estender o sentido da norma às relações novas. 
C) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades sociais. 
D) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido a um 
significado objetivamente válido. 
E) todas estão corretas. 
 
Exercício 3 
Podemos dizer que na obra "da interpretação" (tradução) faz-se uma relação entre os 
conceitos e a realidade, uma vez que o processo do conhecimento se faz por meio de 
abstrações mentais daquilo que é adquirido por meio da experiência sensível. Estamos 
falando da obra: 
 
A) Hermeneuein do deus grego Hermes. 
B) Ars Interpretandi de Platão. 
C) Peri Hermeneias de Aristóteles. 
D) Corpus Iuris Civilis de Justiniano. 
E) Juris prudente do Direito Romano. 
 
Exercício 4 
Para os Romanos, o conceito de hermenêutica passou para interpretatio, devido aos 
trabalhos dos prudentes, que por sua vez não se contentavam em entender o texto de lei, 
mas buscavam compreender o seu significado nos efeitos práticos produzidos na vida das 
pessoas. No trecho acima estamos nos referindo: 
 
A) à jurisprudência. 
B) à mitologia. 
C) aos oráculos. 
D) aos Comentadores. 
E) à razão. 
Página 35 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO II 
 
 
Exercício 1 
A interpretação pública judicial consiste na interpretação realizada pelos órgãos do Poder 
Judiciário 
 
PORQUE 
 
Na interpretação pública judicial as orientações jurisprudenciais é que direcionam a 
interpretação da lei. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 2 
Na interpretação pública administrativa a interpretação é realizada pelos membros do 
Poder Executivo 
 
PORQUE 
 
A interpretação pública administrativa é aquela decorrente do direito consuetudinário, ou 
seja, da prática reiterada dos costumes. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 3 
Podemos dizer que a interpretação decorrente do direito consuetudinário, ou seja, da 
prática reiterada dos costumes configura a: 
 
A) interpretação pública casuística. 
B) interpretação pública judicial. 
C) interpretação pública administrativa regulamentar. 
D) interpretação privada 
E) n.d.a. 
 
Exercício 4 
Podemos dizer que a interpretação em que a própria lei revela significado de outra norma 
jurídica configura: 
 
A) interpretação pública judicial. 
Página 36 
 
B) interpretação pública autêntica. 
C) interpretação pública administrativa regulamentar. 
D) interpretação pública administrativa casuística. 
E) interpretação pública casuística. 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO III 
 
 
Exercício 1 
Por que dizemos que a interpretação histórica é uma continuação dos processos de 
interpretação gramatical e lógica com possibilidade de dar um conhecimento mais 
contundente da ciência jurídica? 
 
A) Porque a interpretação histórica é utilizada nos Cursos de Direito na disciplina História 
do Direito. 
B) Porque baseia-se exclusivamente nos costumes, princípios gerais do direito e analogia. 
C) Porque a interpretação que faz uso da técnica histórica tem por fim esclarecer e 
interpretar a norma mediante uma verdadeira reconstrução do seu conteúdo significativo 
de origem no momento em que ela foi criada. 
D) Porque faz uso de outra norma mais recente para dar suporte comparativo entre 
normas. 
E) n.d.a 
 
Exercício 2 
A interpretação que faz menção ao momento em que a norma foi elaborada, as 
circunstâncias que precederam a elaboração da lei, como por exemplo, anteprojetos de lei 
diz respeito à: 
 
A) interpretação histórica (remota). 
B) interpretação lógica-gramatical. 
C) interpretação lógica-sistemática. 
D) interpretação histórica (próxima). 
E) interpretação privada. 
 
Exercício 3 
Na interpretação sistemática procura-se examinar a norma em relação às demais normas 
do ordenamento jurídico 
PORQUE 
Neste tipo de interpretação a norma não é mais examinada no seu aspecto intrínseco. 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 4 
O artigo 1.337 do CC, parágrafo único dispõe: "O condômino ou possuidor que, por seu 
reiterado comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os 
demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa 
Página 37 
 
correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas 
condominiais, até ulterior deliberação da assembleia". 
Neste caso, o comportamento antissocial pode ser praticado pelo condômino 
ou pelo possuidor. Neste caso, podemos entender o possuidor como o locatário, 
usufrutuário, comodatário ou quem quer que tenha, por extensão, a posse direta da coisa. 
Trata-se de interpretação: 
 
A) extensiva. 
B) declarativa. 
C) modificativa. 
D) ab-rogante. 
E) restritiva. 
 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO IV 
 
Exercício 1 
"formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem uma prática de 
desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto de partida dogmático. 
Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo específico de uma obra 
em apreço, inserindo-o em um contexto para sua interpretação". 
 
Com base no texto acima identifique seu autor: 
 
A) Wilhelm Dilthey. 
B) Martin Heidegger. 
C) Hans-Georg Gadamer. 
D) FriedrichSchleiermacher. 
E) n.d.a 
 
Exercício 2 
"propõe uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos e 
esclareça as estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma 
metafísica que se pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a reduzir 
todos os aspectos da realidade a um único princípio absoluto". 
 
Com base no texto acima estamos falando do autor: 
 
A) Wilhelm Dilthey. 
B) Friedrich Schleiermacher. 
C) Hans-Georg Gadamer. 
D) Martin Heidegger. 
E) n.d.a 
 
Exercício 3 
Analise as assertivas abaixo: 
 
I - Podemos dizer que além da sua relação com a fenomenologia, a influência de 
Gadamer foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo. 
 
Página 38 
 
II - Para Heidegger a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto 
histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do objeto. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) I e II são falsas. 
B) somente I é veraddeira. 
C) somente II é verdadeira. 
D) I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 4 
Em sua obra Verdade e Método, assegura que a hermenêutica não é um método para se 
chegar à verdade e que o problema hermenêutico não é, por sua vez, um problema de 
método. Nesse sentido, a hermenêutica não seria uma metodologia das ciências 
humanas, mas sim uma tentativa de compreender as ciências humanas. 
 
A obra acima referida pertence a: 
 
A) Dilthey. 
B) Schleiermacher. 
C) Heidegger. 
D) Gadamer. 
E) Aristóteles. 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO V 
 
 
Exercício 1 
De acordo com o artigo 5o, XXXV da CF/88, a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito. Neste caso podemos dizer que a jurisdição (poder 
de dizer o direito) "cria o direito" para não fugir do seu dever legal de sempre dar uma 
resposta às demandas que lhe são submetidas, solucionando o caso concreto. Com 
referência ao dispositivo constitucional acima previsto podemos dizer que trata-se do 
princípio: 
 
A) da inércia da jurisdição. 
B) da inafastabilidade da jurisdição. 
C) da territorialidade da jurisdição. 
D) da investidura da jurisdição. 
E) da analogia. 
 
Exercício 2 
A interpretação doutrinária do direito: 
 
A) tem força vinculante e obrigatória condicionando as decisões judiciais. 
B) é obrigatória mas não tem força vinculante nas decisões judiciais. 
C) não tem força vinculante e obrigatória, mas contribui para a evolução dos sistemas 
jurídicos contemporâneos. 
D) significa dizer o direito ao caso concreto. 
E) é um princípio geral do direito. 
Página 39 
 
Exercício 3 
A interpretação doutrinária é chamada de: 
 
A) argumento de autoridade. 
B) argumento por causa e consequência. 
C) argumento de exemplificação ou ilustração. 
D) argumento de senso comum. 
E) argumento de fuga. 
 
Exercício 4 
No tocante à interpretação do direito, podemos afirmar que a jurisprudência é: 
 
A) fonte informal do direito. 
B) fonte formal e não estatal do direito. 
C) fonte formal e estatal do direito. 
D) um princípio geral do direito. 
E) é um costume reiterado. 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO VI 
 
 
Exercício 1 
Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição sistematizada em ideias e princípios 
fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de confecção, 
denomina-se: 
 
 
A) flexível. 
B) formal. 
C) outorgada. 
D) dogmática. 
E) n.d.a 
 
Exercício 2 
Ao método de observar, de analisar e de atuar perante o Direito segundo orientações por 
casos concretos ocorridos anteriormente, chamamos: 
 
A) zetética. 
B) dogmática. 
C) jurisprudência. 
D) analogia. 
E) costumes. 
 
Exercício 3 
Analise as assertivas abaixo: 
I - A zetética procura instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando parte da 
área de decisão do operador do direito, que deve agir de maneira a respeitar os limites do 
que foi imposto pela legislação. 
II - A dogmática coloca o questionamento como posição fundamental, o que significa que 
qualquer paradigma pode ser investigado. 
 
Página 40 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) I e II são falsas. 
B) somente I é correta. 
C) somente II é correta. 
D) I e II são corretas e a segunda justifica a primeira. 
E) I e II são corretas e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 4 
Analise as assertivas abaixo: 
I - A dogmática faz uso de fontes do direito secundárias, tais como Sociologia, História, 
Geopolítica entre outras. 
II - A zetética não tem reserva em perquirir, importa especulação e faz questionamentos 
infinitos. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) I e II são falsas. 
B) somente I é verdadeira. 
C) somente II é verdadeira. 
D) I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO VII 
 
 
Exercício 1 
De acordo com o artigo 375 do NCPC o juiz aplicará as regras de experiência comum 
subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de 
experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
Tal dispositivo legal refere-se: 
 
A) às cláusulas gerais. 
B) ao fenômeno da discricionariedade. 
C) à jurisprudência. 
D) às máximas da experiência. 
E) aos princípios gerais do direito. 
 
Exercício 2 
Analise as assertivas abaixo: 
As máximas da experiência se confundem com os fatos notórios 
PORQUE 
As máximas da experiência resultam de observações de um indivíduo sobre vários fatos 
que tiveram a mesma relação causa e efeito, enquanto que o fato notório não é uma 
repetição de vários fatos, mas sim, a certeza de um acontecimento. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
Página 41 
 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 3 
Analise as assertivas abaixo: 
O poder discricionário está ligado ao poder que as autoridades judiciárias constituídas 
possuem de agir em estrita e literal observância da lei 
PORQUE 
Ao magistrado cabe optar pela melhor interpretação do texto legal, tendo em vista a 
realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o resultado do 
exercício de um poder discricionário. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são veraddeiras e a segunda não justifica a primeira. 
 
Exercício 4 
A quem podemos chamar de "intérprete autêntico"? 
 
A) o advogado. 
B) o juiz. 
C) o membro do Ministério Público. 
D) o legislador. 
E) o doutrinador. 
 
 
ATIVIDADES DO MÓDULO VIII 
 
 
Exercício 1 
Com base no que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os 
itens que se seguem. 
I - Integração normativa consiste na obrigatoriedade de o juiz furtar-se à decisão quando a 
lei for omissa. 
II - A atividade através da qual se preenchem as lacunas verificadas na lei, mediante a 
pesquisa e a formulação da regra jurídica pertinente à situação concreta não prevista pelo 
legislador é chamada de integração. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) I e II são falsas. 
B) somente I é verdadeira. 
C) somente II é verdadeira. 
D) I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.

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