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24/10/2017 1 Fisiopatologia e abordagem nutricional do Diabetes Mellitus Profa. Me. Mariana Carrapeiro Conceito Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, devido a defeito na secreção de insulina, na sua ação, ou ambos. A hiperglicemia crônica esta associada a longo prazo com dano, disfunção e falência de diversos órgãos, especialmente os olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. (ADA, 2010; SBD, 2007) 24/10/2017 2 Glicose na circulação Insulina Tecidos periféricos Glicemia Glicose na circulação Insulina Tecidos periféricos Glicemia Glicemia - Renais - Oculares - Neurológicos - Cardiovasculares 24/10/2017 3 Classificação DM tipo 1: Destruição de células β, levando a deficiência absoluta de insulina – 5 a 10% dos casos DM tipo 2: Defeito na ação e/ou na secreção de insulina – 90 a 95% dos casos Diabetes Gestacional: IG com início ou diagnóstico durante a gestação Classificação Outros tipos menos frequentes LADA – Latent Autoimmune Diabetes in Adults – DM I tardia Defeitos genéticos na função das células beta ou na ação da insulina Doenças do pâncreas exócrino Endocrinopatias Induzidas por drogas (Glicocorticóides, Hormônio tireoidiano, Agonistas betadrenérgicos, Tiazídicos, entre outros) Pré-diabetes Glicemia de jejum alterada Tolerância à glicose diminuída Fatores de risco para DM e DCV 24/10/2017 4 Aspectos Epidemiológicos >90% casos são do tipo 2 Relacionado ao estilo de vida ocidental Incidência crescente especialmente nos países em desenvolvimento (2/3 da população afetada) e em grupos etários mais jovens. NO MUNDO 2014: 382 milhões de pessoas (5,3% da população mundial). Em 2035: 471 milhões. NO BRASIL Média de diabetes na faixa etária de 20 a 79 anos: 11.933.580 pessoas (5,9% da população) 30 a 59 anos: prevalência de 2,7% 60 a 69 anos: prevalência de 17,4%. (SBD, 2014) Aspectos Epidemiológicos Principal causa de novos casos de insuficiência renal terminal. Aumento de 2 a 4 vezes dos eventos/doenças cardiovasculares. Principal causa de amputações traumáticas das extremidades inferiores. Principal causa de novos casos cegueira em adultos de 20-74 anos de idade. (ADA, 2004) DIABETES 24/10/2017 5 Aspectos Epidemiológicos 6ª causa mais frequente de internação hospitalar. 30% dos pacientes internados em unidade coronariana intensiva são diabéticos. 26% dos diabéticos ingressam em programas de hemodiálise. 23,6 milhões de americanos são diabéticos, aproximadamente 1 em cada 4 não sabem disso! (ADA, 1997) Fisiologia : Pâncreas Pâncreas Exócrino (Ácinos): - Íons bicarbonato - Precursores das enzimas digestivas. Pâncreas Endócrino (Ilhotas de Langerhans): - Alfa (Glucagon) - Beta (Insulina) - Delta (Somatostatina) - PP (polipeptídeo pancreático) 24/10/2017 6 Fisiologia: Pâncreas Ingestão alimentar absorção de nutrientes no TGI Glicose e outros substratos estimulam as ilhotas pancreáticas para secreção hormonal. Secreção de insulina: 1ª fase: secreção aguda e de curta duração. 2ª fase: secreção menos intensa e mais prolongada. 1ª fase 2ª fase Diabetes Mellitus • Diabete insulino-dependente • Deficiência absoluta de insulina com insuficiência na produção • Ocorre principalmente na infância e na adolescência, mas ocasionalmente em adultos • Transtornos no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos • Principalmente alterações no metabolismo da glicose Definições: DM Tipo 1 24/10/2017 7 Fisiopatologia: DM Tipo 1 Insulina na circulação Vasos sangüíneos Células Beta Células Beta destruídas Destruição de cél. Beta pancreáticas Deficiência de Insulina Necessidade de reposição hormonal Fisiopatologia: DM Tipo 1 Auto-imune Auto-anticorpos: antiinsulina, antidescarboxilase do ácido glutâmico e antitirosina-fosfatases. Idiopático Ausência de marcadores de autoimunidade contra as células beta. Cetoacidose e graus variáveis de deficiência de insulina. 80% dos casos surgem antes do 30 anos. 24/10/2017 8 Fisiopatologia: DM Tipo 1 Fatores genéticos (predisponentes) Fatores ambientais (precipitantes) Ex.: Vírus, substâncias químicas, constituintes da dieta (Soro albumina bovina – exposição precoce ao leite de vaca) Fatores imunológicos (perpetuadores) Diabetes Mellitus DM tipo I: 2. Metabolismo CHO PTN LIP Glicose Aa Ac. graxos •Energia (3ª) •Construção de células e tecidos •Produção de glicose •Excedente: TGL •Energia (2ª) •Membranas celulares •Hormônios •Energia (1ª) •Células dependentes exclusivas- tecido nervoso e hemácias •Controle da glicemia •Construção de glicogênio •Excedente: TGL Metabolismo de Macronutrientes 24/10/2017 9 Diabetes Mellitus DM tipo I: 2. Metabolismo Metabolismo de Macronutrientes Ausência ou indisponibilidade de glicose ↑ degradação de TGL ↓ Piruvato ↓ Oxalacetato ↑ acetil-CoA ↑ ↑ ↑ CORPOS CETÔNICOS CETOACIDOSE ↓ pH sanguíneo Cetonemia Cetonúria 24/10/2017 10 Diabetes Mellitus • Quando uma grande quantidade de acetil-CoA é produzida pela oxidação de ácidos graxos no fígado, parte é convertida em : – Acetoacetato – Β- hidroxibutirato – Acetona → VOLATILIZADA NOS PULMÕES • CORPOS CETÔNICOS → são utilizados por outros tecidos para produção de Acetil-CoA e consequentemente produção de energia – Músculo esquelético – Músculo cardíaco – Cortex renal CORPOS CETÔNICOS (ácido) Fisiopatologia: DM Tipo 1 Fisiopatologia: DM Tipo 1 Ausência ou indisponibilidade de glicose ↑ degradação de TGL ↓ Piruvato ↑ Degradação de PTN PERDA DE PESO 24/10/2017 11 indisponibilidade de glicose ↑ ↑ ↑ GLICOSE SANGUÍNEA GLICOSÚRIA LESÕES RENAIS DESIDRATAÇÃO SEDE EXCESSIVA Fisiopatologia: DM Tipo 1 AUSÊNCIA DE INSULINA ↑ ↑ ↑ GLICOSE SANGUÍNEA CÉLULAS NÃO CONSEGUEM UTILIZAR A GLICOSE PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA FOME EXCESSIVA Fisiopatologia: DM Tipo 1 24/10/2017 12 Fisiopatologia: DM Tipo 1 HEMOGLOBINA GLICOSE HEMOGLOBINA GLICOSILADA - ESTÁVEL ALTAS CONCENTRAÇÕES DE GLICOSE ↑↑ HEMOGLOBINA GLICOSILADA ↓ HEMOGLOBINA DISPONÍVEL AO TRANSPORTE DE OXIGÊNIO CANSAÇO E DESÂNIMO Diabetes Mellitus • Poliúria • Polidipsia • Polifagia • Emagrecimento rápido • Fraqueza • Fadiga • Irritabilidade Sintomas: DM Tipo 1 24/10/2017 13 Diabetes Mellitus • Defeitos na ação e secreção da insulina. – Ambos presentes quando a hiperglicemia se manifesta – Pode haver predomínio de um deles. • Pode ocorrer em qualquer idade, geralmente diagnosticado após os 40 anos. • Pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver – Podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado • A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade • Cetoacidose rara, ocorre quando se associa a outras condições como infecções. Diabetes MellitusDefinições: DM Tipo II Diabetes Mellitus • Múltiplos fatores: base genética + fatores ambientais • Falha no uso apropriado da insulina em combinação com deficiência relativa desse hormônio • Base genética: – Defeitos na ligação dos receptores de insulina – ↓ do número de receptores de insulina – Declínio da ação da insulina sobre pós- receptores • Fatores ambientais: – Obesidade – Hipertensão – Dislipidemias – Estilo de vida sedentário – Tabagismo – Histórico de DM Gestacional. Causas: DM Tipo II 24/10/201714 Diabetes Mellitus • O sobrepeso e o sedentarismo levam ao aumento de glicose e ácidos graxos livres (AGL) • Glicose + AGL – produção de energia: ↑ na formação de radicais livres (estresse oxidativo). • As células musculares e os adipócitos podem se proteger desta condição, produzindo resistência à ação da insulina com o objetivo de reduzir a entrada de glicose e AGL nas células. • As células β e o endotélio são tecidos não dependentes de insulina, sendo assim a sobrecarga de glicose e AGL nestas células provoca estresse oxidativo que induz a disfunção endotelial e das células β. Fisiopatologia: Diabetes Tipo 2 Diabetes Mellitus • Disfunção endotelial → doenças cardiovasculares. • Disfunção das células β → alteração na secreção de insulina. • Resistência insulínica → AGRAVANTE DO QUADRO → maior requerimento secretório de insulina para a manutenção das concentrações plasmáticas normais de glicose. • Hiperglicemia pós-prandial: – Tolerância diminuída à glicose (IGT). – Induz ao stress oxidativo. • A persistência desta condição provoca exaustão das células β • Desenvolvimento de doenças cardiovasculares Fisiopatologia: Diabetes Tipo 2 24/10/2017 15 Fisiopatologia: Diabetes Tipo 2 Resistência à insulina Produção hepática de glicose Captação de glicose pelos tecidos periféricos Hiperglicemia Secreção deficiente de insulina Glucagon Insulina Diabetes Mellitus • Alguns sintomas semelhantes ao DM I: – Polidipsia – Poliúria – Fraqueza, fadiga • Sintomas são mais leves e nem sempre percebidos pelo paciente • 1/3 dos pacientes não têm consciência do diagnóstico • Quadro progressivo: quando ocorre o diagnóstico, 50% da função das células β já foi perdida – ADA – recomenda a partir dos 45 anos, triagem diagnóstica de 3 em 3 anos – Principalmente → IMC > 25 kg/m² Sintomas: Diabetes Tipo 2 24/10/2017 16 Fatores de risco: DM Tipo II Idade 45 anos Excesso de peso (IMC 25 kgm2) Obesidade central Mulheres: CC ≥ 88 cm Homens: CC ≥ 102 cm Antecedentes familiares Hipertensão arterial (> 130-85 mmHg) Nível sangüíneo de colesterol (≥200 mg/dL) Nível sangüíneo de triacilgliceróis (≥ 150 mg/dL) Sociedade Brasileira De Diabetes (2002) Principais Características: DM Tipo 1 DM Tipo 2 Auto-imune Resistência à insulina Herança associada ao sistema HLA (antígeno leucocitário humano) Herança poligênica 1ª e 2ª décadas de vida Mais frequente após os 40 anos Indivíduo magro Indivíduo obeso, sedentário e com HA Descompensação: cetoacidose diabética Descompensação: coma hiperosmolar Ambos os sexos Ambos os sexos 24/10/2017 17 Diagnóstico – ADA, SBD, OMS Teste oral de tolerância à Glicose (TOTG): o paciente recebe uma carga de 75 g de glicose, em jejum, e a glicemia é medida antes e 120 min após. Parâmetro Valores Diagnóstico Glicemia de jejum De 110 a 126mg/dL Pré-diabetes > 126 mg/dL Diabetes Glicemia casual > 200 mg/dL Diabetes TTOG >140 mg/dL após 2 h Diabetes + Presença de sintomas e sinais clínicos clássicos de Diabetes + Presença de glicose e corpos cetônicos na urina Diagnóstico Hemoglobina Glicada (HbA1c): Percentual da hemoglobina que sofre glicação não enzimática Correlação direta com a evolução das complicações microvasculares. Reflexo dos últimos 6 meses. 24/10/2017 18 Diagnóstico – Pré-diabetes Obs.: A1C = Hemoglobina Glicada Complicações Agudas do DM Hiperglicemia Cetoacidose diabética (DM1) ( glicose celular produção hepática, lipólise Cetose + Hiperglicemia Acidose, desidratação) Coma hiperosmolar (DM2) ( glicose celular produção hepática Hiperglicemia Desidratação) choque, edema cerebral, trombose venosa profunda, infecções, síndrome do desconforto respiratório 24/10/2017 19 Complicações Agudas do DM Hipoglicemia: Erro na dosagem de medicamentos Excesso de exercícios glicopenia cerebral (distúrbios de comportamento, convulsão e coma) Complicações Crônicas do DM Microangiopatias Retinopatia Nefropatia Neuropatia Macroangiopatias coronárias, cerebrais e de membros inferiores Aterosclerose doenças vasculares periféricas Hipertensão Acidente vascular cerebral Duração da doença Susceptibilidade individual Fatores agravantes 24/10/2017 20 Complicações Crônicas do DM Principal causa de morbidade e mortalidade Hiperglicemia crônica conduz aos danos celulares e teciduais ↑↑↑ Glicose → favorece reações prejudiciais ao organismo Formação dos AGEs (produtos de glicação avançada): AGEs modificam as propriedades químicas e funcionais das mais diversas estruturas biológicas. Geração de radicais livres, da formação de ligações cruzadas com proteínas ou de interações com receptores celulares Fundamentos do Tratamento no DM Mudanças no estilo de vida Plano alimentar Atividade Física Suspender o tabagismo Adequação de peso Farmacoterapia Medicamentos orais (DM Tipo 2) Insulinoterapia (DM Tipo 1) 24/10/2017 21 Fundamentos do Tratamento no DM O DM2 pode ser prevenido ou, pelo menos, retardado, através de intervenção em portadores de pré-diabetes. Alterar seu estilo de vida, com modificação dos hábitos alimentares Perda ponderal (redução de ao menos 5% a 10% do peso corporal) caso apresentem sobrepeso ou obesidade. Diabetes Mellitus • INSULINA BASAL: 0,5 a 1UI/hora ao longo do dia para controle da glicemia durante o jejum e entre as refeições • Tratamento no DM Tipo 1 24/10/2017 22 Diabetes Mellitus • INSULINA BASAL: 0,5 a 1UI/hora ao longo do dia para controle da glicemia durante o jejum e entre as refeições • Glargina e Detemir – análogos, bastante eficientes no controle glicêmico noturno em a redução da Hb glicada • NPH – insulina humana, mais utilizada na prática clínica Tratamento no DM Tipo 1 Diabetes Mellitus • SECREÇÃO EM BOLUS: após ingestão alimentar em 2 fases Tratamento no DM Tipo 1 24/10/2017 23 Diabetes Mellitus • Análogos de ação rápida e ultra-rápida – Boa aproximação do perfil fisiológico – Sistema de Infusão contínua – Regra Geral: 15g de CHO – 1 UI Tratamento no DM Tipo 1 Diabetes Mellitus DM tipo II: Tratamento no DM Tipo 2 24/10/2017 24 Objetivos da Dietoterapia no DM Manter estado nutricional adequado Controlar os níveis glicêmicos Adequar a ingestão alimentar às necessidades do paciente Prevenir/controlar fatores de riscos para DCV Prevenir complicações agudas do DM Atender às características individuais do paciente Necessidades nutricionais estabelecidas a partir de uma avaliação nutricional detalhada. Individualizar em situações especiais Necessidades Nutricionais Recomendações de ingestão Energia De acordo com necessidade individuais Carboidratos 60 a 70% CHO + AGMI Proteínas 15 a 20% Gorduras Totais - Ácidos graxos saturados - Ácidos graxos poliinsaturados ~30% <10% Até 10% Fibras Mínimo 20g/dia Colesterol <300 mg/dia Fonte: SBD 2013-2014 24/10/2017 25 Recomendações Gerais Carboidratos: Prioridade: quantidade total e qualidade. Não é necessário restringir o consumo de sacarose. Adoçantes: considerar o limite diário de ingestão. Contagem de carboidratos: melhora no controle glicêmico Recomendações Gerais Proteínas: Metabolismo menos afetado Ingestão diária recomendada para indivíduos saudáveis. Controle mais rigoroso em indivíduos nefropatas. Gorduras: Limitar a ingestão da gordura saturada, trans e de colesterol risco de DCV. Ácidos graxos polinsaturadosômega 3 podem ser benéficos para redução de TG. 24/10/2017 26 Recomendações Gerais Fibras: Contribuem para o controle da glicemia e para o metabolismo de lipídios, pois diminuem a absorção de glicose e colesterol. Vitaminas e Minerais: 2-4 porções de frutas 3-5 porções de hortaliças Não confirmado benefício da suplementação com micronutrientes. Diabetes Mellitus • Crianças e adolescentes: • adequado crescimento e desenvolvimento. • Evitar: açúcares refinados, de absorção rápida • Alimentação equilibrada: • CHO : 50% a 60% do VET • PTN: 15% do VET • LIP 30% do VET Recomendações Gerais 24/10/2017 27 Diabetes Mellitus • Crianças e adolescentes • Regra de Holliday (SBD 2013-2014) • • 100 kcal/kg ate 10 kg de peso corpóreo; • • 1.000 + (kg−10) × 50 em crianças com massa entre 10 kg e 20 kg • • 1.500 + (kg−20) × 20 em crianças com mais de 20 kg. • Um aumento de 10%-20% no calculo calórico e justificado se a atividade física for mais intensa. • Estimula-se o consumo de fibras, mediante ingestão de legumes, vegetais e frutas Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • Crianças e adolescentes • Insulina para correção das concentrações glicêmicas (“bolus de correcao”). • Esse calculo e feito dividindo-se 1.800 pela quantidade diaria de insulina e o resultado indica aproximadamente quanto de glicemia uma unidade de insulina e capaz de baixar. • Exemplo: a criança recebe 20 U de insulina/dia • 1.800/20 = 90 • para cada 1 unidade de insulina consegue baixar 90 mg/dl Recomendações Gerais 24/10/2017 28 Diabetes Mellitus • DM Tipo II • ADA – CHO de grãos integrais, frutas, vegetais e leite e derivados nas versões desnatadas • Controle do peso : • Restrição calórica moderada – 250 a 500 calorias a menos do que a ingestão habitual – calculada a partir de histórico alimentar • Perda de peso moderada – paciente obeso que perde cerca de 5 a 10% do peso já tem resultados positivos na melhora da glicemia , perfil lipídico e pressão arteirial • Dietas extremamente hipocalóricas – somente em internação hospitalar • Dietas com baixo teor de gordura e rica em vegetais mostraram resultados positivos na sensibilidade à insulina e controle glicêmico Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • DM tipo II: • Pacientes com Obesidade Mórbida • Cirurgia cirurgia bariátrica: pode ser considerada para diabéticos tipo 2 com IMC > 35 kg/m2, especialmente se o diabético tem comorbidades de difícil controle, com terapia farmacológica, alimentar e estilo de vida saudável • Pode ser o único tratamento eficaz → perda de peso e melhora do controle glicêmico • Riscos do procedimento cirurgico Recomendações Gerais 24/10/2017 29 Diabetes Mellitus • DM tipo II: • Fracionamento das refeições • Realizar o café da manhã • Distribuir os alimentos fonte de CHO entre as refeições • Não pular refeições • Plano alimentar individualizado, respeitando as preferências do paciente • Resultados positivos sobre o perfil lipídico e sobre à sensibilidade à insulina pós-prandial Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • DM tipo I ou tipo II: • Diabéticos adultos: uma dose ou menos para mulheres • duas doses ou menos para homens. • 1 dose (15g de etanol): • 150 ml de vinho (1 taça) • 360 ml de cerveja (1 lata pequena) • 45 ml de destilados (1 dose com dosador padrão) • Deve ser ingerido com carboidrato antes e/ou durante o uso da • bebida, sendo necessário em alguns casos, ajuste na dose de insulina Recomendações Gerais 24/10/2017 30 Diabetes Mellitus • Adoçantes não nutritivos: considerar o nível diário aceitável de ingestão, estabelecido pela Food and Drug Administration (FDA). • Os edulcorantes não são essenciais ao tratamento do diabetes como a medicação oral/insulina e monitoração da glicemia, mas podem favorecer o convívio social e flexibilidade do plano alimentar. Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • PACIENTES INTERNADOS • Antes de qualquer cirurgia a glicemia deverá ser mantida em uma faixa entre 100 e 200 mg/dL • Pacientes críticos : – Glicemia pré-prandial o mais próximo possível de 90- 130mg/dL – Glicemia pós-prandial : abaixo de 180mg/dL • Insulina conforme necessário Recomendações Gerais 24/10/2017 31 Recomendações Gerais Para pacientes internados: Considerar sintomas gastrointestinais na decisão do tipo de dieta (consistência, exclusão de alimentos específicos) Dietas enterais específicas para pacientes diabéticos. Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes - Indivíduos com diabetes podem se beneficiar com a melhora do controle glicêmico e lipídico • Ômega 3 • A hipertrigliceridemia está associada a doenças cardiovasculares em indivíduos diabéticos. • O consumo de óleo de peixe favorece a redução de triglicerídeos plasmáticos nesses pacientes. • Entretanto, poderá ocorrer ligeiro aumento no LDL-C Recomendações Gerais 24/10/2017 32 Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Soja: Muitos estudos em humanos e animais sugerem que a soja tem efeitos benéficos no DM. • A soja pode reduzir o colesterol plasmático em pacientes diabéticos tipo 2, entretanto, não esta claro se esse efeito é decorrente da composição de aminoácidos, isoflavonas ou fibras presentes na soja. Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Psillium (Plantago ovata - uma erva nativa da Ásia, do Mediterrâneo e do Norte da África.) • Em pacientes diabéticos tipo 2, a adição de psillium na dieta pode melhorar o controle glicêmico e lipídico . Recomendações Gerais 24/10/2017 33 Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Goma Guar ( nativa da Índia) • Fibra solúvel extraída do endosperma do vegetal de espécie Cyamoposis tetragonolobus, tem demonstrado diminuir as concentrações de insulina e glicose pós prandiais em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Batata Yacon • O yacon e uma raiz tuberosa, oriunda da região andina; • Rica fibras alimentares soluveis e prebioticos, como fruto-oligossacarideos (FOS) e inulina. Recomendações Gerais 24/10/2017 34 Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Aveia • A aveia, rica em fibras solúveis, pode reduzir a resposta glicêmica pós-prandial em diabéticos tipo 2. • Além disso, tem a capacidade de aumentar a síntese de ácidos biliares e reduzir a absorção de colesterol, diminuindo o colesterol LDL Recomendações Gerais Diabetes Mellitus • Alimentos Funcionais: • Banana verde • A massa da banana verde é rica em fibras e amido resistente (AR), um tipo de carboidrato não digerido pelo organismo que apresenta funções fisiológicas na regulação intestinal, no controle da glicemia e no retardo do esvaziamento gástrico. Recomendações Gerais 24/10/2017 35 Importância da educação nutricional no DM Mudança comportamental traz benefícios metabólicos comprovados. Potencial de prevenção das complicações. Dificuldades do paciente em alterar o seu estilo de vida. Multiplicidade de ações terapêuticas requer atendimento multiprofissional. Diabetes Mellitus • CHO → maior efeito na glicemia • Objetivo → manter a glicemia dentro dos limites convenientes • Anotar todos os alimentos consumidos e as quantidades (em medida caseira) para descobrir quanto de carboidrato se está ingerindo. Contagem de carboidratos 24/10/2017 36 Diabetes Mellitus • Medir a glicemia mais vezes, em diferentes horários, de acordo com o esquema estabelecido pela equipe. • Essa é única maneira de saber a resposta individualdos alimentos, bem como se seu plano alimentar e tratamento estão no caminho certo. • Sua glicemia mostra quando e quais mudanças são necessárias. Contagem de carboidratos Diabetes Mellitus • Método 1 – lista de equivalente • + simples • Método 2 – Contagem em gramas de Carboidratos • + preciso Contagem de carboidratos 24/10/2017 37 Diabetes Mellitus • Método 1 – lista de equivalente • Os alimentos são agrupados de forma que • cada porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda a 15g de carboidrato • Grupo de alimentos - porções de uso habitual de nossa realidade e são formados com base na função nutricional e na composição química. Contagem de carboidratos Diabetes Mellitus • Método 1 – lista de equivalente • 1 substituto = 15g de carboidrato • 2 substitutos = 30g de carboidrato • 3 substitutos = 45g de carboidrato • 4 substitutos = 60g de carboidrato • Pela regra geral: • 1 substituto de CHO = 15g de CHO = 1 UI Contagem de carboidratos 24/10/2017 38 Diabetes Mellitus • DM tipo I: 8. Contagem de Carboidratos • Método 1 – lista de equivalente • Grupo de alimentos Alimento Porção (medida caseira) Substituto de CHO Grãos, feijões, vegetais Arroz branco cozido 2 colheres de sopa 1 Feijão cozido 4 colheres de sopa 1 Aveia 2 colheres de sopa 1 Frutas/sucos de fruta Caqui 1 unidade pequena 1 Iogurte/leite/substit utos do leite Leite integral copo duplo cheio (240ml) 1 Combinações de alimentos/lanches Cheeseburger 1 unidade 2 doces Brigadeiro 2 unidades pequenas 1 Contagem de carboidratos • Método 1 – Lista de equivalentes • EXEMPLO DE UMA REFEIÇÃO Alimento Substitutos de CHO 4 colheres de sopa (rasas) de arroz 2 2 colheres de sopa de feijão 0,5 2 pires de verduras e legumes 0 1 bife pequeno 0 1 caqui pequeno 1 Total Contagem de carboidratos 24/10/2017 39 Diabetes Mellitus • Método 2 – Contagem em gramas de Carboidratos • consiste em somar os gramas de CHO de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos • Pode-se, de acordo com a preferência do paciente e com os CHO pré definidos por refeição, utilizar qualquer alimento (incentivo a alimentação saudável). Contagem de carboidratos Diabetes Mellitus • Método 2 – Contagem em gramas de Carboidratos • EXEMPLO DE UMA REFEIÇÃO Alimento CHO (g) 4 colheres de sopa (rasas) de arroz 20 2 colheres de sopa de feijão 8 2 pires de verduras e legumes 0 1 bife pequeno 0 1 caqui pequeno 17 Total Contagem de carboidratos 24/10/2017 40 Diabetes Mellitus • Método 2 – Contagem em gramas de Carboidratos • FIBRA • > 5g de fibra /porção • Subtrair a quantidade de fibra do total de CHO • EXEMPLO • Alimento tem 45 g de CHO e 5 g de fibras • Total de CHO = 40g Contagem de carboidratos Diabetes Mellitus • Comparação dos Métodos: Contagem de Carboidratos •Alimento CHO (g) Substitutos de CHO 4 colheres de sopa (rasas) de arroz 20 2 2 colheres de sopa de feijão 8 0,5 2 pires de verduras e legumes 0 0 1 bife pequeno 0 0 1 caqui pequeno 17 1 Total 45 3,5 UI 3 UI 3,5 UI Contagem de carboidratos 24/10/2017 41 Diabetes Mellitus Fonte: SBD 2009 Contagem de carboidratos
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