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DIREITO CONSTITUCIONAL - REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

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1	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
REMÉDIOS	
  CONSTITUCIONAIS	
  (anotações	
  das	
  aulas)	
  
	
  
MANDADO	
  DE	
  SEGURANÇA	
  
	
  
HISTÓRICO.	
   CONCEITOS	
   FUNDAMENTAIS.	
   COMPETÊNCIA.	
   POLO	
   ATIVO.	
   POLO	
   PASSIVO.	
  
CABIMENTO	
  
	
  
Mandado	
   de	
   Segurança	
   se	
   inicia	
   em	
   nosso	
   país	
   com	
   a	
   Constituição	
   de	
   1891,	
   que	
   trás	
  
instrumento	
   de	
   garantia	
   das	
   liberdades	
   individuais	
   chamado	
   “Habeas	
   Corpus”	
   -­‐	
   Constituição	
   de	
  
1981,	
  com	
  forte	
  influência	
  da	
  constituição	
  americana	
  trás	
  o	
  instrumento	
  do	
  “habeas	
  corpus”.	
  
Na	
   República	
   Velha	
   vai	
   se	
   utilizar	
   o	
   “habeas	
   corpus”	
   para	
   fins	
   de	
  mandado	
   de	
   segurança,	
  
contra	
   qualquer	
   arbitrariedade	
   de	
   uma	
   autoridade	
   constituída	
   (na	
   verdade	
   isso	
   se	
   chamou	
   de	
  
doutrina	
  brasileira	
  do	
  HC).	
  Era	
  possível	
  porque	
  o	
  HC	
  tinha	
  uma	
  definição	
  mais	
  ampla	
  do	
  que	
  o	
  atual.	
  
O	
  problema	
  é	
  que	
  em	
  1926	
   tivemos	
  uma	
  emenda	
  à	
  Constituição	
  de	
  1891,	
  que	
   restringiu	
  a	
  
aplicação	
   do	
   HC.	
   Restringindo,	
   foi	
   necessário	
   alterar	
   e	
   criar	
   um	
   novo	
   instrumento	
   que	
   foi	
   o	
  
Mandado	
   de	
   Segurança,	
   que	
   passa	
   a	
   existir	
   no	
   âmbito	
   Constitucional	
   em	
   1934	
   e	
   assim	
   ele	
   vai	
  
permanecer	
   em	
   todas	
   as	
   Constituições,	
   exceção	
   feita	
   à	
   Constituição	
   de	
   1937	
   que	
   era	
   uma	
  
Constituição	
  extremamente	
  autoritária	
  (chamada	
  Polaquinha).	
  
Tirando	
  esse	
  período	
  desta	
  Constituição	
  que	
  durou	
  de	
  1937	
  a	
  1946,	
   tivemos,	
   a	
  partir	
  daí	
   a	
  
utilização	
  do	
  Mandado	
  de	
  Segurança.	
  
Posteriormente	
  à	
  Constituição	
  de	
  1946	
  nós	
  temos	
  a	
  regulamentação	
  de	
  uma	
  lei	
  que	
  foi	
  muito	
  
importante,	
   a	
   lei	
   1.533/51	
   que	
   perdurou	
   até	
   recentemente	
   –	
   2009.	
   Em	
   2009	
   ela	
   foi	
   substituída,	
  
permanecendo	
  muitos	
  de	
  seus	
  aspectos,	
  pela	
  lei	
  12.016/2009	
  que	
  é	
  a	
  lei	
  atual.	
  
	
  
Alguns	
   aspectos	
   constitucionais	
   (vamos	
   introduzir	
   o	
   mandado	
   de	
   segurança	
   na	
   sua	
  
definição,	
  e	
  também	
  analisar	
  a	
  sua	
  matriz	
  constitucional)	
  
	
  
É	
   uma	
   ação	
   cível,	
   de	
   matriz	
   constitucional,	
   de	
   natureza	
   mandamental	
   (a	
   maioria	
   dos	
  
doutrinadores	
   assim	
   o	
   entendem,	
   embora	
   setores	
   da	
   doutrina	
   importantes	
   achem	
   que	
   ela	
   tem	
  
natureza	
  constitutiva,	
  mas	
  prevalece	
  a	
  sua	
  natureza	
  mandamental),	
  de	
  rito	
  sumaríssimo,	
  especial,	
  
ela	
  está	
  regulamentada	
  no	
  artigo	
  5º,	
  LXIX	
  da	
  Constituição,	
  que	
  afirma:	
  “conceder-­‐se-­‐á	
  mandado	
  de	
  
segurança	
  para	
  proteger	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo,	
  não	
  amparado	
  por	
  habeas	
  corpus	
  ou	
  habeas	
  data,	
  
então	
  percebemos	
  que	
  ela	
  possui	
  um	
  caráter	
  residual,	
  sua	
  aplicabilidade	
  depende	
  da	
  não	
  aplicação,	
  
de	
   não	
   ser	
   o	
   caso	
   de	
  habeas	
   corpus	
   ou	
  habeas	
   data,	
   quando	
   o	
   responsável	
   pela	
   ilegalidade	
   ou	
  
abuso	
  de	
  poder	
  for	
  autoridade	
  pública	
  ou	
  agente	
  de	
  pessoa	
  jurídica	
  no	
  exercício	
  de	
  atribuições	
  do	
  
poder	
   público.	
   A	
   ideia	
   nasce	
   de	
   uma	
   visão	
   de	
   Estado	
   liberal,	
   de	
   defesa	
   do	
   indivíduo	
   frente	
   ao	
  
Estado.	
   Essa	
   concepção	
   dela	
   tem	
   uma	
   correlação	
   direta	
   com	
   a	
   democracia,	
   com	
   as	
   liberdades	
  
individuais.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
ASPECTOS	
  CONSTITUCIONAIS	
  DO	
  MS	
  
	
  
Primeiro	
  sua	
  aplicabilidade:	
  a	
  doutrina,	
  de	
  forma	
  praticamente	
  unânime,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  dos	
  
Professores	
   Sérgio	
   Ferraz	
   e	
   André	
   Ramos	
   Tavares	
   da	
   PUC	
   de	
   São	
   Paulo,	
   eles	
   entendem	
   que	
   a	
  
aplicabilidade	
  tem	
  que	
  ser	
  ampla	
  em	
  face	
  se	
  tratar	
  de	
  um	
  direito	
  fundamental,	
  de	
  um	
  instrumento,	
  
 
 
	
  
	
  
2	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
de	
   uma	
   garantia	
   fundamental.	
   Por	
   esse	
   motivo,	
   eles	
   entendem	
   que	
   temos	
   que	
   tomar	
   muito	
  
cuidado	
   na	
   análise	
   da	
   legislação	
   ordinária	
   que	
   não	
   pode	
   restringir	
   a	
   aplicação	
   deste	
   remédio	
  
constitucional.	
  
Alguns	
   autores,	
   por	
   exemplo,	
   embora	
   isso	
   seja	
   apenas	
   doutrinário,	
   a	
   jurisprudência	
   não	
  
encampa	
   essa	
   tese,	
   mas	
   alguns	
   autores	
   defendem,	
   muitos	
   até	
   da	
   PUC	
   de	
   São	
   Paulo,	
   também	
  
defendem	
  a	
  inconstitucionalidade,	
  a	
  título	
  de	
  exemplo,	
  do	
  prazo	
  decadencial	
  de	
  120	
  (cento	
  e	
  vinte)	
  
dias,	
  falam	
  que	
  é	
  uma	
  restrição,	
  não	
  prevista	
  na	
  constituição,	
  como	
  podemos	
  observar,	
  razão	
  pela	
  
qual	
  não	
  poderia	
  ser	
  constitucionalizada.	
  Mas	
  isso	
  é	
  doutrinário;	
  apenas	
  a	
  ideia	
  de	
  que	
  in	
  dúbio,	
  se	
  
aplica	
   o	
   mandado	
   de	
   segurança.	
   A	
   interpretação	
   não	
   deve	
   ser	
   restritiva	
   deste	
   remédio	
  
constitucional	
  e	
  sim	
  ampliativa	
  extensiva.	
  
	
  
Analisando,	
  ainda,	
  o	
  inciso	
  LXIX,	
  temos	
  um	
  aspecto:	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo.	
  O	
  que	
  significa	
  
direito	
  líquido	
  e	
  certo?	
  Vamos	
  analisar:	
  
	
  
Em	
  primeiro	
  lugar,	
  evidentemente,	
  que	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo.	
  Direito	
  não	
  se	
  confunde	
  com	
  o	
  
texto	
   de	
   lei;	
   sequer	
   se	
   confunde	
   com	
   a	
   norma	
   individual	
   concreta,	
   que	
   é	
   aquela	
   norma	
   após	
   a	
  
aplicação,	
  a	
  subsunção	
  da	
  norma	
  no	
  fato,	
  realizada	
  pelo	
  juiz,	
  pelo	
  poder	
  judiciário.	
  Não	
  é	
  isso:	
  não	
  é	
  
lei;	
  não	
  é	
  norma	
  individual	
  concreta.	
  
Por	
   outro	
   lado,	
   o	
   que	
   seria	
   direito	
   líquido	
   e	
   certo?	
   Para	
   alguns	
   setores	
   da	
   doutrina	
  
minoritários,	
   nós	
   estaríamos	
   defendendo	
   a	
   tese	
   de	
   que	
   se	
   trata	
   de	
   direito	
   evidente.	
   O	
   direito	
  
líquido	
  e	
  certo	
  seria	
  um	
  direito	
  evidente,	
  comprovado.	
  
Mas	
  isso	
  não	
  prevaleceu,	
  até	
  porque,	
  obviamente	
  os	
  doutrinadores	
  que	
  defendem	
  essa	
  teseafirmam	
  que	
  se	
  não	
  for	
  evidente	
  não	
  é	
  o	
  caso	
  de	
  mandado	
  de	
  segurança.	
  É	
  uma	
  questão	
  de	
  mérito,	
  
e	
  por	
  ser	
  de	
  mérito	
  não	
  é	
  da	
  essência,	
  não	
  é	
  um	
  dos	
  requisitos	
  do	
  mandado	
  de	
  segurança.	
  Fico	
  com	
  
os	
  doutrinadores,	
  a	
  corrente	
  majoritária	
  no	
  âmbito	
  doutrinário	
  e	
  absolutamente	
  pacifica	
  no	
  âmbito	
  
jurisprudencial.	
  
Trata-­‐se	
  de	
  um	
  processo	
  documental,	
  essa	
  é	
  a	
  ideia.	
  
O	
  que	
  é	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo?	
  Aquele	
  que	
  eu	
  posso	
  provar,	
  independentemente	
  de	
  qualquer	
  
instrução	
  probatória,	
   qualquer	
  dilação	
  probatória.	
   Então	
  qual	
   é	
   o	
  direito	
   líquido	
  e	
   certo?	
  Aquele	
  
que	
  eu	
  provo	
  de	
  plano,	
  por	
  meio	
  de	
  documentos	
  encartados	
  na	
  petição	
  inicial.	
  É	
  aquele	
  direito	
  que	
  
eu	
  posso,	
  pelo	
  menos	
  em	
  tese,	
  demonstrar	
  de	
  forma	
  documental.	
  Não	
  necessita	
  de	
  uma	
  prova	
  oral,	
  
pericial,	
  de	
  qualquer	
  tipo	
  de	
  prova	
  que	
  vá	
  se	
  produzir	
  ao	
  longo	
  do	
  processo.	
  Mesmo	
  porque,	
  o	
  rito	
  
é	
  sumaríssimo,	
  o	
  rito	
  nem	
  admite,	
  nem	
  tem	
  nenhum	
  tipo	
  de	
  previsão	
  neste	
  sentido.	
  
Jurisprudência	
  sumulada	
  dos	
  tribunais	
  superiores	
  encampando	
  essa	
  tese:	
  
Súmula	
   625	
   do	
   STF:	
   Controvérsia	
   sobre	
   matéria	
   de	
   direito	
   não	
   impede	
   concessão	
   de	
   MS	
  
(afasta	
  a	
  tese	
  minoritária	
  do	
  direito	
  evidente	
  uma	
  vez	
  que	
  não	
  precisa	
  ter	
  nada	
  de	
  evidente	
  neste	
  
aspecto).	
  
Súmula	
  460	
  do	
  STJ	
  que	
  trata	
  da	
  compensação	
  tributária	
  que	
  está	
  prevista	
  no	
  artigo	
  170	
  e	
  170	
  
A	
  do	
  CTN	
  regulamentada	
  no	
  âmbito	
  federal	
  pelo	
  art.	
  74	
  da	
  9430/96.	
  O	
  problema	
  da	
  compensação	
  
são	
  os	
  créditos,	
  como	
  vou	
  provar	
  que	
  tenho	
  créditos	
  a	
  serem	
  compensados	
  por	
  débitos	
  vencidos	
  ou	
  
vincendos.	
  
A	
  súmula	
  460	
   fala	
  que	
  é	
   incabível	
  o	
  MS	
  para	
  convalidar	
  a	
  compensação	
  tributária	
   realizada	
  
pelo	
  contribuinte.	
  
Não	
   cabe	
  MS	
   para	
   provar,	
   convalidar	
   no	
   sentido	
   de	
   provar	
   que	
   foi	
   feita	
   com	
   correção,	
   a	
  
compensação	
   tributária	
   realizada	
   por	
   conta	
   e	
   risco	
   pelo	
   contribuinte	
   na	
   sua	
   contabilidade.	
   Pelo	
  
motivo	
  que	
  como	
  o	
  juiz	
  vai	
  saber	
  se	
  efetivamente	
  é	
  correta	
  a	
  afirmação	
  de	
  crédito	
  da	
  parte.	
  Teria	
  
que	
  colocar	
  um	
  perito	
  na	
  empresa	
  para	
  fazer	
  pericia	
  contábil,	
  verificando	
  se	
  havia	
  aquele	
  crédito	
  ou	
  
 
 
	
  
	
  
3	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
não.	
  Razão	
  pela	
  qual,	
  pela	
  necessidade	
  de	
  dilação	
  probatória	
  não	
  é	
  caso	
  de	
  MS	
  é	
  o	
  caso	
  de	
  extinguir	
  
o	
  processo	
  sem	
  resolução	
  de	
  mérito	
  no	
  caso	
  concreto.	
  
Súmula	
   213	
   STJ:	
  O	
  MS	
   constitui	
   ação	
   adequada	
   para	
   declaração	
   do	
   direito	
   a	
   compensação	
  
tributária.	
  Vai	
  afirmar	
  que	
  se	
  pode	
  compensar	
  crédito	
  decorrente	
  de	
  uma	
  tese	
  jurídica	
  especifica,	
  
tese	
  tributaria	
  específica.	
  Exemplo:	
  O	
  MS	
  pode	
  falar	
  que	
  não	
  compõe	
  a	
  base	
  de	
  cálculo	
  do	
  PIS	
  e	
  da	
  
COFINS	
  o	
  faturamento	
  decorrente	
  do	
  ICMS.	
  Isso	
  pode	
  se	
  provar	
  por	
  meio	
  de	
  MS	
  e	
  posteriormente,	
  
administrativamente,	
  fazer	
  a	
  compensação.	
  É	
  diferente	
  a	
  declaração	
  do	
  direito	
  de	
  ter	
  que	
  produzir	
  
uma	
  prova,	
  o	
  que	
  é	
  inadmissível.	
  
O	
  STJ	
  entende	
  que	
  não	
  cabe	
  REsp	
  do	
  art.	
  1º	
  da	
  12.016/09,	
  que	
  é	
  a	
  lei	
  atual	
  do	
  MS,	
  que	
  trata,	
  
na	
  verdade,	
  que	
  hipóteses	
  temos	
  ou	
  não	
  cabimento	
  de	
  MS	
  em	
  face	
  do	
  direito	
  liquido	
  e	
  certo.	
  Eles	
  
falam	
  que	
  isso	
  se	
  concretizaria	
  em	
  reapreciação	
  de	
  prova,	
  o	
  que	
  é	
  coibido	
  pela	
  súmula	
  7	
  do	
  mesmo	
  
tribunal.	
  
Além	
   disso,	
   ainda	
   no	
   âmbito	
   constitucional,	
   analisando	
   o	
   art.	
   5º,	
   LXIX	
   e	
   seus	
   principais	
  
tópicos,	
  vai	
  falar	
  também	
  da	
  ilegalidade	
  e	
  abuso	
  de	
  poder,	
  que	
  são	
  os	
  fatos	
  geradores	
  do	
  MS.	
  
A	
  ilegalidade	
  decorre	
  de	
  um	
  ato	
  administrativo	
  vinculado,	
  ou	
  ainda	
  o	
  abuso	
  de	
  poder	
  que	
  está	
  
mais	
   correlacionado,	
   no	
   âmbito	
   da	
   administração,	
   à	
   abusividade,	
   ao	
   ato	
   administrativo	
  
discricionário.	
  Sabemos	
  que	
  a	
  discricionariedade	
  não	
  significa	
  absoluta	
  possibilidade	
  de	
  fazer	
  o	
  que	
  
quiser,	
  isso	
  já	
  é	
  abusividade	
  passível	
  de	
  correção	
  por	
  meio	
  de	
  MS.	
  
Celeridade:	
  todo	
  processo,	
  nos	
  termos	
  do	
  processo	
  administrativo	
  judicial,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  
5º,	
  LXXVIII,	
  ele	
  deve	
  ser	
  célere,	
  deve	
  completar-­‐se	
  num	
  prazo	
  razoável,	
  uma	
  vez	
  que	
  a	
  E.C	
  45	
  trouxe	
  
esta	
  regra,	
  porém,	
  o	
  MS	
  é	
  mais	
  célere	
  ainda.	
  Se	
  falando	
  em	
  termos	
  hierárquicos	
  ele	
  está	
  abaixo	
  do	
  
HC.	
  Só	
  perde	
  para	
  o	
  HC	
  porque	
  o	
  objeto	
  deste	
  são	
  as	
  liberdades	
  individuais.	
  
Ex.:	
  a	
  lei	
  da	
  ficha	
  limpa,	
  Lei	
  Complementar	
  135/2010	
  ela	
  coloca	
  que	
  devem	
  ser	
  julgados	
  antes	
  
a	
  precedência	
  para	
  as	
  ações	
  que	
  tenham	
  por	
  objeto	
  abuso	
  de	
  poder,	
  econômico,	
  político.	
  Exceção	
  
feita:	
  HC	
  e	
  MS.	
  
	
  
COMPETÊNCIA	
  DO	
  MANDADO	
  DE	
  SEGURANÇA	
  
	
  
Competência	
   jurisdicional	
   é	
   determinada	
   a	
   partir	
   da	
   pessoa	
   que	
   for	
   designada	
   como	
  
autoridade	
  coatora	
  e	
  não	
  pelo	
  objeto	
  da	
  ação.	
  Ex.:	
  MS	
  que	
  tenha	
  por	
  objeto	
  benefício	
  acidentário	
  –	
  
competência	
   para	
   conceder	
   ou	
   revisar,	
   nos	
   termos	
   a	
   Súmula	
   15	
   do	
   STJ,	
   é	
   da	
   Justiça	
   Comum	
  
Estadual.	
  Porém,	
  o	
  MS	
  que	
  tem	
  este	
  objeto,	
  ele	
  vai	
  tramitar	
  perante	
  a	
  justiça	
  federal,	
  porque	
  o	
  que	
  
interessa	
  é	
  a	
  autoridade	
  coatora	
  que	
  neste	
  caso	
  é	
  agente	
  do	
  INSS.	
  
	
  
POSSIBILIDADES	
  DE	
  COMPETÊNCIA	
  
	
  
Justiça	
   Federal	
   de	
   1ªinstância:	
   ele	
   vai	
   julgar	
  MS	
   que	
   tenha	
   como	
   autoridade	
   coatora	
   uma	
  
autoridade	
  federal,	
  ou	
  ainda,	
  caso	
  haja	
  interesse	
  de	
  entes	
  federais,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  109,	
  VIII,	
  da	
  
CF/88.	
   Aqui	
   a	
   lei	
   12.016	
   inovou	
   em	
   relação	
   à	
   1.533	
   em	
   seu	
   art.	
   2º	
   que	
   fala:	
   “haverá	
   interesse	
  
federal	
  se	
  a	
  União	
  federal	
  tiver	
  que	
  arcar	
  com	
  as	
  consequências	
  econômicas	
  do	
  ato	
  impugnado,	
  na	
  
verdade	
   ela	
   alarga	
   a	
   competência	
   federal	
   neste	
   tópico.	
   Se	
   União	
   federal	
   tiver	
   que	
   despender	
  
recursos,	
  automaticamente	
  haverá	
   interesse	
   federal	
  e	
   consequentemente	
  a	
   competência	
   será	
  da	
  
Justiça	
  Federal,	
  a	
  principio	
  de	
  1ª	
  instância.	
  
Problema:	
  o	
  Juiz	
  Federal	
  de	
  1ª	
  instancia	
  só	
  vai	
  julgar	
  se	
  não	
  estiver	
  na	
  competência	
  do	
  Juizado	
  
Especial	
   Federal,	
   porque	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   3º,	
   §	
   1º,	
   I,	
   da	
   lei	
   do	
   Juizado	
   Especial	
   Federal	
   –	
  
10.259/01,	
  os	
  juizados	
  não	
  são	
  competentes	
  para	
  julgar	
  MS.	
  
Tribunais	
   Regionais	
   Federais	
   julgam	
  MS	
   contra	
   ato	
   de	
   juiz	
   federal,	
   nos	
   termos	
   do	
   108	
   da	
  
 
 
	
  
	
  
4	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
Constituição,	
   ou	
   de	
   alguns	
   de	
   seus	
   membros,	
   isso	
   é	
   possível	
   por	
   meio	
   do	
   pleno	
   ou	
   do	
   órgão	
  
especial	
  do	
  Tribunal.	
  
Por	
   outro	
   lado,	
   temos	
   que	
   analisar	
   a	
   questão	
   das	
   turmas	
   recursais	
   federais	
   que	
   têm	
  
competência	
  para	
  apreciar	
  MS	
  contra	
  ato	
  judicial	
  de	
  juiz	
  do	
  juizado.	
  
Não	
  está	
  muito	
  claro,	
  por	
  hora,	
  se	
  é	
  possível	
  ser	
  cabível	
  MS	
  contra	
  ato	
  de	
   juízes	
  de	
  turmas	
  
recursais,	
   porque	
   as	
   turmas	
   recursais	
   tem	
   uma	
   estrutura	
  muito	
   simples	
   e	
   não	
   tem,	
   a	
   princípio,	
  
órgão	
   especial,	
   então	
   isto	
   está	
   em	
   aberto	
   na	
   jurisprudência.	
   Há	
   uma	
   tendência,	
   para	
   fins	
   de	
  
concurso,	
  de	
  não	
  cabimento.	
  
A	
   súmula	
   376	
  do	
   STJ	
   reafirma	
   competência	
   dos	
   juízes	
   de	
   turma	
   recursal	
   para	
   julgarem	
  MS	
  
contra	
   ato	
   de	
   juiz	
   de	
   juizado.	
   “Compete	
   	
   à	
   turma	
   recursal	
   processar	
   e	
   julgar	
  MS	
   contra	
   ato	
   de	
  
juizado	
  especial”.	
  
A	
  justiça	
  estadual	
  vai	
   julgar	
  o	
  juiz	
  de	
  1ª	
  instância	
  ,	
  MS	
  contra	
  autoridade	
  ou	
  equiparada,	
  for	
  
estadual	
   ou	
   Municipal,	
   ou	
   ainda	
   atos	
   de	
   sociedades	
   de	
   economia	
   mista.	
   É	
   uma	
   competência	
  
residual.	
  Mas,	
  da	
  mesma	
  forma	
  que	
  aplica-­‐se	
  no	
  Juizado	
  Especial	
  Federal,	
  não	
  se	
  incluem	
  os	
  juízes	
  
estaduais	
   em	
   atuação	
   no	
   juizado	
   especial	
   da	
   fazenda	
   pública.	
   Porque	
   1ª	
   instância	
   do	
   Juizado	
  
Especial	
  da	
  Fazenda	
  Pública	
  não	
  admite	
  MS	
  (art.	
  2º,	
  §	
  1º,	
   I,	
  da	
   lei	
  do	
  Juizado	
  Especial	
  da	
  Fazenda	
  
Pública	
  –	
  lei	
  12.153/09).	
  
Tribunal	
  de	
   Justiça	
  é	
  diferente.	
  Ato	
  de	
   juiz	
  estadual	
  é	
   cabível,	
  ou	
  de	
  um	
  de	
   seus	
  membros,	
  
porque	
  eles	
  tem	
  órgão	
  especial	
  ou	
  pleno.	
  A	
  turma	
  recursal	
  do	
  Juizado	
  Especial	
  Fazenda	
  Pública,	
  ela	
  
pode	
  julgar	
  MS	
  contra	
  ato	
  judicial	
  de	
  membro	
  do	
  Especial	
  Fazenda	
  Pública.	
  
STJ	
   tem	
   competência	
   para	
   julgar	
   MS	
   contra	
   ato	
   de	
   um	
   de	
   seus	
   membros,	
   secretario	
   de	
  
estado,	
  ato	
  de	
  comandante	
  das	
  forças	
  armadas	
  ou	
  de	
  membro	
  do	
  TCU,	
  entre	
  outras	
  situações.	
  A	
  
súmula	
  41	
  do	
  STJ	
   fala	
  que	
  o	
  “STJ	
  não	
  tem	
  competência	
  para	
  processar	
  e	
   julgar	
  originalmente	
  MS	
  
contra	
  atos	
  de	
  outros	
  tribunais	
  ou	
  dos	
  respectivos	
  órgãos”.	
  
STF	
   também	
   tem	
   competência	
   para	
   apreciar	
   MS	
   em	
   face	
   de	
   um	
   de	
   seus	
   membros,	
   do	
  
Presidente	
  da	
  República	
  ou	
  do	
  Presidente	
  da	
  Câmara	
  ou	
  do	
  Senado.	
  
Justiça	
  do	
  Trabalho	
  em	
  face	
  de	
  ato	
  dos	
  seus	
  membros.	
  TRT	
  pode	
  julgar	
  MS	
  contra	
  ato	
  de	
  um	
  
juiz	
  do	
  trabalho.	
  Previsto	
  no	
  art.	
  114	
  da	
  CF.	
  
E	
  a	
   justiça	
  eleitoral	
  também	
  pode	
  fazê-­‐lo.	
  Ex.:	
  MS	
  contra	
  ato	
  de	
  juiz	
  eleitoral	
  é	
   julgado	
  pelo	
  
respectivo	
  TRE.	
  
	
  
RELAÇÃO	
  JURÍDICO	
  /	
  PROCESSUAL	
  
	
  
Polo	
  ativo:	
  o	
  impetrante	
  –	
  o	
  art.	
  1º,	
  caput,	
  da	
  lei	
  12.016	
  fala	
  que	
  todas	
  as	
  pessoas	
  físicas	
  ou	
  
jurídicas,	
  inclusive	
  entes	
  públicos,	
  podem	
  impetrar	
  MS.	
  Há	
  ampla	
  liberdade	
  para	
  ajuizar	
  MS.	
  
É	
   admissível	
   também	
   litisconsórcio	
   ativo	
   (mais	
   de	
   um	
   impetrante).	
   A	
   limitação	
   é	
   que	
   não	
  
pode	
  haver	
  ingresso	
  de	
  novos	
  litisconsortes	
  após	
  o	
  despacho	
  da	
  petição	
  inicial,	
  para	
  evitar	
  a	
  burla	
  
ao	
  princípio	
  do	
  juiz	
  natural.	
  
Polo	
  passivo:	
  é	
  mais	
  complexo.	
  Há	
  quem	
  defenda	
  que	
  é	
  a	
  autoridade	
  coatora,	
  mas	
  a	
  doutrina	
  
majoritária	
  não	
  pensa	
  desta	
   forma.	
  André	
  Ramos	
  Tavares,	
  por	
  exemplo,	
   fala,	
  e	
  o	
  Professor	
  Omar	
  
concorda,	
  que	
  é	
  a	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público,	
  até	
  de	
  direito	
  privado	
  a	
  qual	
  está	
  vinculada	
  a	
  
autoridade	
   coatora.	
   Tanto	
   que,	
   em	
   sede	
   recursal	
   quem	
   entra	
   com	
   apelação	
   (seja	
   apelante	
   ou	
  
apelado)	
  é	
  a	
  própria	
  pessoa	
  jurídica.	
  
A	
  autoridade	
  coatora	
  (natureza	
  jurídica)	
  a	
  coloca	
  como	
  assistente	
  simples	
  da	
  pessoa	
  jurídica	
  
de	
   direito	
   público.	
   O	
   professor	
   Omar	
   acha	
   isso.	
   Porque	
   em	
   tese	
   ela	
   pode	
   vir	
   a	
   responde	
  
regressivamente	
   pelo	
   ato	
   coator,	
   em	
   caso	
   de	
   culpa	
   ou	
   dolo,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   37,	
   §	
   6º	
   da	
  
Constituição	
  Federal,	
  em	
  ação	
  autônoma.	
  
 
 
	
  
	
  
5	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMONOutros	
  acham	
  que	
  não.	
  André	
  Ramos	
  Tavares	
  fala	
  que	
  é	
  um	
  mero	
  informante	
  do	
  juízo.	
  Não	
  é	
  
litisconsorte,	
  assistente	
  ou	
  réu	
  e	
  sim	
  um	
  auxiliar	
  do	
  juízo.	
  
A	
  autoridade	
  coatora,	
  segundo	
  o	
  art.	
  6º,	
  §	
  3º,	
  da	
   lei	
  12.016	
  é	
  aquele	
  que	
  tenha	
  praticado	
  o	
  
ato	
   impugnado	
  ou	
  da	
  qual	
  emane	
  a	
  ordem	
  para	
  a	
  sua	
  prática.	
  Para	
  Hely	
  Lopez	
  Meirelles	
  é	
  quem	
  
ordenou	
  e	
  quem	
  pode	
  desfazer	
  o	
  ato	
  impugnado.	
  
Entre	
   as	
   autoridades	
   coatoras	
   temos	
   os	
   equiparados,	
   aquele	
   que	
   responde	
   pela	
   pessoa	
  
jurídica	
   de	
   direito	
   público,	
   que	
   estão	
   previstos	
   no	
   art.	
   1º,	
   §	
   1º	
   da	
   lei	
   12.016.	
   “Equiparam-­‐se	
   às	
  
autoridades,	
   para	
   efeitos	
   desta	
   lei,	
   os	
   representantes	
   ou	
   órgãos	
   de	
   partidos	
   políticos	
   (pessoas	
  
jurídicas	
  de	
  direito	
  privado,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  17	
  da	
  CF	
  e	
  do	
  art.	
  1º	
  da	
   lei	
  dos	
  partidos	
  políticos,	
  
que	
  em	
   face	
  de	
  sua	
   relevância	
  pública	
  podem	
  ser	
  autoridades	
  coatoras)	
  e	
  os	
  administradores	
  de	
  
entidades	
  autárquicas,	
  ex.	
  INSS,	
  bem	
  como	
  os	
  dirigentes	
  e	
  pessoas	
  jurídicas	
  ou	
  as	
  pessoas	
  naturais	
  
no	
  exercício	
  de	
  atribuições	
  do	
  poder	
  público	
   (exemplo	
  que	
  trabalha	
  por	
  delegação,	
  concessão	
  ou	
  
autorização	
  –	
  ex.:	
  reitores	
  de	
  universidades).	
  
Ainda	
  com	
  relação	
  à	
  autoridade	
  coatora,	
  podem	
  ser	
  de	
  quaisquer	
  dos	
  três	
  poderes:	
  executivo	
  
é	
  o	
  mais	
   comum,	
  mas	
   também	
  pode	
   ser	
  do	
   legislativo	
   (ex.	
   Presidente	
  da	
  Câmara)	
   e	
   também	
  do	
  
judiciário	
   exigindo-­‐se	
   ato	
   significativamente	
   ilegal,	
   não	
   é	
   qualquer	
   ato.	
   Não	
   pode	
   substituir	
   um	
  
recurso.	
  
A	
  questão	
  da	
  autoridade	
  coatora	
  é	
  complicada	
  porque	
  na	
  prática	
  a	
  organização	
  dos	
  entes	
  é	
  
complexa,	
   razão	
   pela	
   qual	
   aparece	
   uma	
   possibilidade	
   muito	
   comum	
   de	
   a	
   autoridade	
   coatora	
  
constar	
  na	
  petição	
   inicial	
  de	
   forma	
  equivocada.	
  Surgem	
  várias	
  teorias.	
  Há	
  quem	
  ache	
  que	
  não	
  há	
  
possibilidade	
  de	
  aplicação	
  subsidiária	
  no	
  caso	
  do	
  CPC,	
  em	
  face	
  do	
  rito	
  sumaríssimo,	
  razão	
  pela	
  qual	
  
extingue	
  o	
  processo	
  sem	
  resolução	
  do	
  mérito.	
  Não	
  parece	
  a	
  mais	
  adequada	
  nem	
  a	
  mais	
  aceita	
  pela	
  
jurisprudência.	
   Outra	
   tese	
   seria	
   que	
   o	
   juiz	
   substitui	
   a	
   autoridade	
   coatora,	
   embora	
   ela	
   não	
   seja	
  
tecnicamente	
  a	
  mais	
  correta	
  e	
  é	
  minoritária	
  porque	
  é	
  o	
   juiz	
  que	
   introduz	
  a	
  autoridade	
  coatora,	
  o	
  
que	
  não	
  parece	
  mais	
  adequado,	
  mas,	
  é	
  também	
  uma	
  teoria	
  defendida	
  por	
  alguns.	
  O	
  mais	
  comum	
  é	
  
a	
  possibilidade	
  de	
  emenda	
  à	
  inicial	
  para	
  alteração	
  da	
  autoridade	
  coatora.	
  
Quais	
   os	
   deveres	
   da	
   autoridade	
   coatora?	
   Eles	
   têm	
   o	
   dever,	
   em	
   primeiro	
   lugar,	
   além	
   de	
  
prestarem	
   informações	
   no	
   prazo	
   de	
   10	
   dias,	
   em	
   até	
   48	
   horas	
   tem	
   que	
   informar	
   à	
   procuradoria	
  
específica	
   que	
   defende	
   a	
   pessoa	
   jurídica	
   a	
   qual	
   ela	
   está	
   relacionada,	
   principalmente	
   em	
   face	
   da	
  
concessão	
   da	
   liminar.	
   O	
   STJ	
   tem	
   jurisprudência	
   que	
   diz	
   que	
   se	
   não	
   houver	
   comprovação	
   de	
  
prejuízo,	
  não	
  é	
  o	
  caso	
  de	
  anular	
  uma	
  sentença	
  na	
  qual	
  não	
  houve	
  essa	
  intimação.	
  O	
  STJ	
  afirma	
  que	
  
inexiste	
   prejuízo	
   à	
   ausência	
   de	
   notificação	
   de	
   órgão	
   de	
   representação	
   judicial	
   de	
   pessoa	
   jurídica	
  
interessada	
  no	
  MS	
  não	
  é	
  causa	
  de	
  nulidade.	
  Hoje	
  é	
  a	
  posição	
  que	
  prevalece	
  em	
  toda	
  jurisprudência	
  
de	
  que	
  não	
  se	
  anula	
  processo	
  sem	
  prejuízo.	
  
Outra	
   questão	
   com	
   relação	
   ao	
   erro	
   da	
   autoridade	
   coatora	
   seria	
   a	
   aplicação	
   da	
   teoria	
   da	
  
encampação	
   (a	
   autoridade	
   pega	
   para	
   si	
   a	
   responsabilidade).	
   Caso	
   haja	
   erro	
   na	
   indicação	
   da	
  
autoridade	
  coatora,	
  a	
  outra	
   (com	
  vinculo	
  hierárquico)	
  acaba	
  assumindo	
  e	
  defendendo	
  o	
  ato,	
  não	
  
haverá	
  nulidade	
  (se	
  fundamenta	
  também	
  no	
  princípio	
  da	
  economia	
  processual).	
  
As	
   informações	
   não	
   tem	
   natureza	
   jurídica	
   de	
   defesa	
   e	
   sim	
   de	
   prova,	
   é	
   um	
   instrumento	
  
informativo.	
  
Sobre	
   a	
   não	
   apresentação	
   ou	
   apresentação	
   intempestiva,	
   existem	
   3	
   correntes	
   doutrinárias	
  
das	
  consequências	
  destes	
  atos:	
  
Em	
  primeiro	
  lugar	
  os	
  que	
  defendem	
  a	
  revelia.	
  Todos	
  os	
  efeitos	
  da	
  revelia,	
  previstos	
  no	
  CPC	
  se	
  
aplicariam	
  aqui.	
  
Outros,	
  como	
  Hely	
  Lopez	
  Meirelles,	
  afirmam	
  se	
  tratar	
  de	
  confissão	
  dos	
  fatos.	
  
E	
  por	
  fim	
  a	
  teoria	
  que	
  prevalece	
  no	
  STJ,	
  no	
  STF	
  e	
  que	
  o	
  Professor	
  Omar	
  entende	
  como	
  a	
  mais	
  
correta	
  é	
  a	
  de	
  que	
  não	
  tem	
  efeitos	
  processuais,	
  poderá	
  ter	
  efeitos	
  administrativos	
  ou	
  até,	
  em	
  tese,	
  
 
 
	
  
	
  
6	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
responsabilização	
   civil	
   da	
   autoridade	
   coatora	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   37,	
   §	
   6º	
   da	
   CF,	
   mas	
   não	
   teria	
  
efeitos	
  nem	
  de	
  revelia	
  nem	
  de	
  confissão.	
  
Cabimento:	
  
O	
  art.	
  1º,	
  §	
  2º	
  da	
  lei	
  do	
  MS	
  diz	
  que	
  não	
  cabe	
  MS	
  contra	
  atos	
  de	
  gestão	
  comercial	
  praticado	
  
pelos	
  administradores	
  de	
  empresas	
  públicas,	
   sociedades	
  de	
  economia	
  mista	
  e	
  de	
  concessionárias	
  
de	
  serviços	
  públicos.	
  Natural	
  por	
  causa	
  do	
  previsto	
  no	
  art.	
  173	
  da	
  CF	
  que	
  não	
  autoriza	
  tratamento	
  
diferenciado	
   entre	
   as	
   pessoas	
   jurídicas	
   de	
   direito	
   público	
   interno	
   (administração	
   indireta)	
   e	
   as	
  
demais	
  empresas	
  privadas.	
  Eles	
  até	
  podem	
  ser	
  autoridade	
  coatora,	
  por	
  exemplo	
  de	
  uma	
  licitação,	
  
mas	
  não	
  vai	
  poder	
  ser	
  em	
  face	
  de	
  regras	
  de	
  empréstimo,do	
  mútuo.	
  
Da	
  mesma	
  forma	
  não	
  cabe	
  contra	
  ato	
  administrativo	
  de	
  que	
  caiba	
  recurso	
  suspensivo,	
  sem	
  
exigência	
  de	
  caução.	
  
Também	
  não	
  cabe	
  contra	
  lei	
  em	
  tese,	
  até	
  por	
  falta	
  de	
  interesse	
  de	
  agir,	
  mas	
  sim	
  contra	
  atos	
  
normativos	
  de	
  efeitos	
  concretos.	
  	
  
Cabe	
   contra	
   ato	
   disciplinar,	
   Processo	
   administrativo	
   disciplinar,	
   suspensão,	
   advertência,	
  
muito	
  mais	
  ligado	
  à	
  questão	
  formal,	
  ampla	
  defesa,	
  etc.	
  
Não	
  cabe	
  contra	
  decisão	
  judicial	
  transitada	
  em	
  julgado.	
  Não	
  cabe	
  também	
  contra	
  ato	
  judicial	
  
contra	
  o	
  qual	
  caiba	
  recurso	
  com	
  efeito	
  suspensivo.	
  Os	
  Juizados	
  em	
  geral	
  tem	
  uma	
  restrição	
  muito	
  
grande	
  de	
   recursos	
  e	
  quando	
  há	
   restrição	
  de	
   reursos,	
  em	
  qualquer	
   rito	
  processual	
  aumenta-­‐se	
  a	
  
demanda	
  por	
  MS	
  contra	
  ato	
  judicial.	
  
Basicamente	
   cabe	
   contra	
   ato	
   judicial	
   significativamente	
   abusivo	
   ou	
   ilegal	
   inclusive	
   no	
   juízo	
  
criminal.	
  
	
  
	
  
PARTE	
  02	
  	
  
	
  
MANDADO	
  DE	
  SEGURANÇA:	
  	
  
	
  
PETIÇÃO	
   INICIAL.	
   DECADÊNCIA.	
   ATUAÇÃO	
   DO	
   MINISTÉRIO	
   PÚBLICO.	
   EXTINÇÃO	
   SEM	
  
RESOLUÇÃO	
  DO	
  MÉRITO	
  LIMINAR	
  
	
  
Analisaremos	
  a	
  petição	
  inicial	
  do	
  mandado	
  de	
  segurança.	
  
Se	
   utilizam	
   todos	
   os	
   requisitos	
   do	
   Código	
   de	
   Processo	
   Civil,	
   a	
   petição	
   inicial,	
   obviamente,	
  
sempre	
   será:	
   endereçamento,	
   qualificação,	
   causa	
   de	
   pedir	
   	
   e	
   pedido.	
   Pedido	
   imediato,	
  mediato,	
  
enfim,	
   todas	
   as	
   regras	
   da	
   petição	
   inicial	
   que	
   nós	
   temos	
   no	
   Código	
   de	
   Processo	
   Civil	
   se	
   utilizam	
  
igualmente	
  no	
  mandado	
  de	
  segurança	
  com	
  algumas	
  derrogações,	
  características	
  específicas,	
  quais	
  
sejam:	
  
Primeiro:	
   na	
   petição	
   inicial	
   não	
   haverá	
   aquele	
   requerimento	
   genérico	
   de	
   provas.	
   “protesta	
  
provar	
   o	
   alegado	
   por	
   todos	
   os	
  meios	
   em	
   direito...”,	
   isso	
   não	
   é	
   possível	
   pela	
   questão	
   do	
   direito	
  
líquido	
  e	
  certo,	
  que	
  é	
  aquele	
  que	
  se	
  prova	
  de	
  imediato,	
  do	
  plano,	
  com	
  os	
  documentos	
  juntados	
  na	
  
exordial.	
  
Então,	
   não	
   há	
   que	
   se	
   falar	
   em	
   produção	
   de	
   provas.	
   Isso	
   não	
   seria	
   admissível	
   em	
   hipótese	
  
nenhuma.	
  Se	
  precisar	
  de	
  provas,	
  não	
  é	
  o	
  caso	
  de	
  Mandado	
  de	
  Segurança.	
  
Além	
   disso,	
   também	
   não	
   vai	
   haver	
   o	
   requerimento	
   tradicional	
   de	
   condenação	
   da	
   parte	
  
contrária	
   (que	
  no	
  caso	
  seria	
  o	
   réu,	
  o	
   impetrado	
  especificamente	
  da	
  pessoa	
   jurídica)	
  e	
  honorários	
  
advocatícios,	
   também	
   é	
   inadmissível,	
   pois	
   não	
   cabe	
   condenação	
   em	
   honorários	
   advocatícios	
   em	
  
sede	
  de	
  mandado	
  de	
  segurança.	
  
Nada	
  impede	
  o	
  pedido	
  genérico	
  de	
  condenação	
  em	
  custas,	
  porque	
  não	
  se	
  trata	
  de	
  uma	
  ação	
  
 
 
	
  
	
  
7	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
em	
  que	
  haja	
   imunidade,	
  com	
  relação	
  às	
  custas.	
  As	
  custas	
  tem	
  natureza	
  tributária,	
  na	
  modalidade	
  
taxas,	
  e	
  algumas	
  ações	
  constitucionais	
  possuem	
  regra	
  de	
  imunidade.	
  Não	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  mandado	
  de	
  
segurança	
   que	
   tem	
  que	
  pagar	
   as	
   custas	
   e	
   eventuais	
   despesas,	
   embora	
   não	
  haja	
   condenação	
   em	
  
sede	
  de	
  honorários	
  advocatícios.	
  
No	
  mais,	
  temos	
  também	
  algumas	
  regras	
  previstas	
  no	
  art.	
  6º	
  da	
  12.016,	
  regras	
  específicas,	
  por	
  
exemplo:	
   é	
   necessária	
   a	
   juntada	
   de	
   2	
   (duas)	
   vias	
   com	
   cópia	
   de	
   todos	
   os	
   documentos,	
  
independentemente	
  da	
  conta	
  fé	
  “terceira	
  via”.	
  Normalmente	
  em	
  qualquer	
  ação	
  tem	
  –	
  se	
  uma	
  via	
  
com	
  documentos	
  e	
  a	
  contrafé.	
  Aqui	
  são	
  duas	
  vias	
  com	
  documentos,	
  porque	
  uma	
  das	
  vias	
  ficará	
  no	
  
processo	
   (processo	
   tradicional	
   de	
   papel),	
   sendo	
   que	
   para	
   o	
   processo	
   digital	
   essa	
   regra	
   não	
   tem	
  
sentido,	
  mas	
  para	
  o	
  processo	
  tradicional	
  de	
  papel	
  uma	
  das	
  vias	
  fica	
  no	
  processo	
  e	
  a	
  outra	
  vai	
  ser	
  
entregue	
  para	
  a	
  autoridade	
  coatora.	
  
Pode	
  acontecer	
  da	
  parte	
  não	
  ter	
  acesso	
  a	
  um	
  documento	
  essencial	
  para	
  a	
  propositura	
  da	
  ação	
  
que	
  se	
  encontra	
  em	
  posse	
  de	
  alguma	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público	
  ou	
  não,	
  alguma	
  autoridade,	
  
nesse	
  caso	
  é	
  possível	
  pedir	
  que	
  o	
  próprio	
  juiz	
  oficie	
  e	
  determine	
  a	
  entrega	
  no	
  prazo	
  máximo	
  de	
  10	
  
(dez)	
  dias	
  deste	
  documento	
  essencial.	
  Então,	
  são	
  situações	
  nas	
  quais,	
  não	
  por	
  culpa	
  da	
  parte,	
  mas	
  
por	
  ser	
   inacessível	
  o	
  acesso	
  a	
  este	
  respectivo	
  documento,	
  necessite	
  do	
  auxílio	
  do	
  poder	
  judiciário	
  
para	
   se	
   chegar	
   a	
   esse	
   documento.	
   Se	
   é	
   um	
  documento	
   que	
   se	
   poderia	
   ter	
   acesso	
   e	
   não	
   juntou,	
  
estaríamos	
  diante	
  de	
  um	
  caso	
  sem	
  resolução	
  do	
  mérito,	
  mas	
  naquelas	
  situações	
  em	
  que	
  a	
  pessoa	
  
não	
  tem	
  acesso	
  fácil,	
  poderá	
  se	
  utilizar	
  desta	
  via.	
  
Essas	
  são	
  algumas	
  características	
  da	
  petição	
  inicial,	
  e	
  mais	
  algumas	
  se	
  tem	
  que	
  informar	
  se	
  há	
  
interesse	
   patrimonial	
   da	
   União:	
   pelo	
   motivo	
   relacionado	
   à	
   competência.	
   Se	
   houver	
   interesse	
  
patrimonial	
  da	
  União	
  Federal,	
  nesta	
  hipótese,	
  o	
  processo	
  será	
  de	
  competência	
  da	
  Justiça	
  Federal.	
  
Também	
  tem	
  que	
  informar	
  quem	
  é	
  a	
  autoridade	
  coatora	
  corretamente	
  e	
  a	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  
direito	
   público	
   ou,	
   excepcionalmente	
   pessoa	
   jurídica	
   de	
   direito	
   privado	
   que	
   esteja	
   vinculada	
   à	
  
autoridade	
   coatora	
   (que	
   exerça	
   uma	
   função	
   delegada	
   ou	
   concessionária,	
   ou	
   partido	
   político	
   que	
  
sabemos	
  que	
  são	
  pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  privado).	
  	
  Tem	
  que	
  falar	
  quem	
  é	
  autoridade	
  coatora	
  e	
  
também	
  a	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público	
  ouprivado	
  que	
  esteja	
  vinculado.	
  
É	
  possível	
  também	
  juntar	
  a	
  inicial	
  e	
  os	
  documentos	
  por	
  meios	
  eletrônicos,	
  se	
  houver	
  processo	
  
eletrônico,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  dos	
  juizados	
  especiais	
  federais,	
  de	
  algumas	
  varas	
  do	
  trabalho,	
  estadual	
  e	
  
federais	
   e	
   com	
   isso,	
   aos	
   poucos	
   introduzimos	
   o	
   processo	
   chamado	
   digital	
   e	
   eletrônico	
   que	
   está	
  
tomando	
  corpo	
  em	
  todo	
  país,	
  ou	
  por	
  meio	
  de	
  fax,	
  é	
  possível	
  também.	
  Só	
  que	
  nessa	
  última	
  hipótese	
  
os	
  originais	
  têm	
  que	
  chegar	
  ao	
  cartório	
  até	
  5	
  (cinco)	
  dias	
  úteis	
  após	
  a	
  remessa	
  do	
  fax,	
  uma	
  regra	
  
que	
  se	
  faz	
  necessária	
  e	
  vai	
  se	
  juntar	
  também,	
  como	
  não	
  há	
  uma	
  regra	
  de	
  imunidade	
  em	
  relação	
  ao	
  
mandado	
   de	
   segurança,	
   razão	
   pela	
   qual	
   tem	
  que	
   pagar	
   custas,	
   a	
   não	
   ser	
   que	
   o	
   impetrante	
   seja	
  
beneficiário	
   de	
   justiça	
   gratuita,	
   caso	
   contrário	
   terá	
   que	
   pagar	
   custas,	
   juntar	
   as	
   custas	
   tomando	
  
cuidado	
  com	
  o	
  valor	
  da	
  causa,	
  que	
  é	
  muito	
  comum,	
  muitas	
  vezes	
  em	
  tributário,	
  falando	
  em	
  valores	
  
altíssimos,	
  o	
  valor	
  da	
  causa	
  tem	
  uma	
  correlação	
  com	
  o	
  valor	
  econômico	
  subjacente	
  à	
  ação,	
  então	
  
será	
  algo	
  próximo	
  ao	
  valor	
  econômico	
  ligado	
  ao	
  valor	
  da	
  ação.	
  	
  	
  
O	
   juiz,	
   em	
   seu	
   primeiro	
   contato	
   com	
   a	
   petição	
   inicial,	
   uma	
   das	
   hipóteses	
   possíveis	
   é	
   a	
  
extinção	
  liminar	
  sem	
  a	
  resolução	
  do	
  mérito.	
  Em	
  quais	
  hipóteses?	
  
Seria	
  o	
  caso	
  de	
  inépcia	
  da	
  petição	
  inicial,	
  em	
  situação	
  esdrúxula,	
  que	
  ela	
  estivesse	
  impossível	
  
de	
  entender	
  os	
  seus	
  termos,	
  mesmo	
  assim	
  ainda	
  haveria	
  possibilidade	
  de	
  emenda,	
  	
  caso	
  contrário	
  
seria	
  essa	
  hipótese	
  ou	
  não	
  era	
  hipótese	
  de	
  mandado	
  de	
  segurança,	
  tendo	
  em	
  vista	
  a	
  necessidade	
  
de	
  uma	
  dilação	
  probatória,	
  produção	
  de	
  provas,	
  oitiva	
  de	
  testemunhas,	
  	
  por	
  exemplo,	
  então	
  não	
  há	
  
como	
  concertar	
  uma	
  ação	
  destas,	
  por	
  exemplo	
  uma	
  ação	
  em	
  que	
  se	
  pleiteia	
  concessão	
  de	
  pensão	
  
por	
   morte,	
   tendo	
   que	
   se	
   provar	
   que	
   a	
   pensionista/companheira	
   vivia	
   em	
   união	
   estável	
   com	
   o	
  
segurado,	
  seja	
  de	
  regime	
  próprio	
  seja	
  de	
  regime	
  geral	
  de	
  previdência	
  social,	
  não	
  importa,	
  terá	
  que	
  
 
 
	
  
	
  
8	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
se	
   ouvir	
   testemunhas,	
   depoimento	
   pessoal,	
   audiência	
   e	
   acabou.	
   Evidentemente	
   seria	
   o	
   caso	
   de	
  
extinguir	
  o	
  processo	
  sem	
  a	
  resolução	
  do	
  mérito	
  ou	
  ainda	
  nas	
  hipóteses	
  de	
  decadência,	
  em	
  que	
  se	
  
tem	
   120	
   (cento	
   e	
   vinte)	
   dias,	
   da	
   ciência	
   do	
   ato	
   coator,	
   para	
   impetrar	
   o	
  mandado	
   de	
   segurança.	
  
Ultrapassado	
   esse	
   prazo	
   é	
   o	
   caso	
  de	
  decadência	
   e	
   se	
   já	
   ultrapassou	
   extingue-­‐se	
   o	
   processo	
   sem	
  
resolução	
  do	
  mérito	
  ou	
  ainda,	
  qualquer	
  das	
  hipóteses	
  previstas	
  no	
  CPC,	
  tais	
  como	
  litispendência	
  ou	
  
coisa	
  julgada,	
  que	
  também	
  gera	
  essa	
  possibilidade.	
  
Temos	
  que	
  tomar	
  um	
  certo	
  cuidado	
  porque	
  há	
  situações	
  nas	
  quais	
  o	
  mandado	
  de	
  segurança	
  
não	
  gera	
  automaticamente	
  coisa	
  julgada,	
  no	
  rito	
  ordinário,	
  muitas	
  vezes	
  houve	
  uma	
  extinção	
  sem	
  
resolução	
  do	
  mérito	
  ou	
  outras	
  situações	
  que	
  possibilitam	
  a	
  interposição	
  de	
  uma	
  nova	
  ação.	
  
Da	
   sentença	
   terminativa	
   cabe	
   apelação,	
   no	
   prazo	
   do	
   CPC.	
   Se	
   o	
  mandado	
   de	
   segurança	
   for	
  
originário	
   de	
   tribunais	
   pode	
   ser	
   aplicada	
   a	
   regra	
   do	
   557	
   do	
   código	
   de	
   processo	
   civil,	
   ou	
   mais	
  
especificamente,	
  então	
  é	
  possível	
  que	
  o	
   relator	
  monocraticamente,	
   tome	
  decisão	
  de	
  acordo	
  com	
  
jurisprudências	
   ou	
   súmulas	
   dos	
   tribunais	
   superiores	
   ou	
   mesmo	
   da	
   própria	
   turma	
   ou	
   daquele	
  
tribunal	
  ou	
  turma	
  recursal	
  a	
  qual	
  ele	
  está	
  vinculado.	
  Neste	
  sentido,	
  tem	
  que	
  ser	
  aplicada	
  a	
  regra	
  do	
  
art.	
  557,	
  §	
  1º	
  do	
  CPC,	
  que	
  é	
  o	
  agravinho,	
  agravo	
  interno	
  ou	
  agravo	
  regimental,	
  que	
  é	
  agravo	
  em	
  5	
  
(cinco)	
  dias	
  que	
  a	
  parte	
  insatisfeita	
  com	
  aquela	
  decisão	
  monocrática,	
  quer	
  uma	
  análise	
  colegiada.	
  
	
  
Pode	
  impetrar	
  novamente	
  o	
  mandado	
  de	
  segurança,	
  se	
  for	
  extinto	
  sem	
  resolução	
  do	
  mérito?	
  
Pode.	
  Se	
  for	
  o	
  caso,	
  porque	
  muitas	
  vezes	
  foi	
  extinto,	
  a	
  título	
  de	
  exemplo,	
  porque	
  houve	
  um	
  
erro	
   na	
   indicação	
   da	
   autoridade	
   coatora;	
   ou	
   ainda,	
   faltou	
   um	
  documento	
   essencial,	
  mesmo	
   que	
  
tenha	
   sido	
  dado	
  um	
  prazo	
  para	
   juntar	
  e	
  não	
   foi	
   juntado,	
   enfim,	
  nessas	
   circunstancias	
   foi	
   extinto	
  
sem	
  resolução	
  do	
  mérito.	
  A	
  apelação	
  é	
  uma	
  hipótese	
  que	
  normalmente	
  não	
  é	
  hipótese	
  adequada	
  
em	
   face	
   da	
   celeridade,	
   razão	
   pela	
   qual	
   muitas	
   vezes	
   se	
   impetra	
   novamente	
   o	
   mandado	
   de	
  
segurança,	
  desde	
  que	
  seja	
  dentro	
  do	
  prazo	
  originário	
  e	
  decadencial	
  de	
  120	
  (cento	
  e	
  vinte)	
  dias,	
  que	
  
não	
   vai	
   ser	
   interrompido	
   com	
   a	
   interposição	
   da	
   primeira,	
   com	
   o	
   ajuizamento	
   do	
   primeiro	
  
“mandamus”.	
  
	
  
É	
   possível	
   adentrar,	
   julgar,	
   entrar	
   com	
   a	
   nova	
   ação	
   sem	
   problema	
   algum,	
   desde	
   que	
   não	
  
tenha	
  a	
  decisão	
  adentrado	
  no	
  mérito,	
   caso	
   contrário	
   teríamos	
  uma	
  hipótese	
  de	
   coisa	
   julgada	
  ou	
  
litispendência	
  dependendo	
  da	
  situação.	
  
Outro	
  aspecto	
  é	
  a	
  possibilidade	
  de	
  desistência,	
  que	
  possibilitaria	
  a	
  extinção	
  sem	
  resolução	
  do	
  
mérito.	
  
O	
   impetrante	
   pode	
   desistir?	
   Pode,	
   desde	
   que	
   a	
   autoridade	
   coatora	
   não	
   tenha	
   sido	
   ainda	
  
notificada	
  ou,	
  caso	
  já	
  tenha	
  sido	
  notificada,que	
  autorize.	
  Havendo	
  uma	
  autorização,	
  neste	
  sentido	
  
não	
  há	
  problema	
  algum.	
  
O	
  juiz	
  deve	
  alterar	
  de	
  ofício	
  a	
  autoridade	
  coatora	
  e	
  esta	
  é	
  uma	
  das	
  hipóteses	
  mais	
  comuns	
  em	
  
extinção	
  sem	
  julgamento	
  do	
  mérito.	
  
A	
  jurisprudência	
  tem	
  entendido	
  também	
  que	
  deve	
  dar	
  uma	
  oportunidade	
  de	
  um	
  prazo	
  para	
  a	
  
correção.	
  Alguns	
   juízes,	
  por	
  uma	
  questão	
  de	
  praticidade,	
  alteram	
  de	
  ofício,	
   tendo	
  em	
  vista	
  que	
  o	
  
resultado	
   final	
   acaba	
   sendo	
  pouco	
   relevante.	
   Tem-­‐se	
  que	
   admitir	
   que	
  não	
   é	
   o	
  mais	
   técnico,	
   isto	
  
seria	
   dar	
   uma	
   oportunidade	
   para	
   a	
   própria	
   parte	
   poder	
   redirecionar	
   e	
   tentar	
   indicar	
   autoridade	
  
coatora	
  mais	
  correta.	
  
Outra	
  parcela	
  entende	
  que	
  não	
  há	
  possibilidade	
  desta	
  oportunidade	
  e	
  que	
  se	
  deve	
  extinguir	
  o	
  
processo	
  sem	
  resolução	
  do	
  mérito,	
  de	
  imediato.	
  	
  
A	
   atuação	
   do	
  Ministério	
   Público:	
   deve	
   dar	
   o	
   seu	
   isento	
   parecer	
   nas	
   ações	
   de	
  mandado	
   de	
  
segurança,	
  atuando	
  como	
  fiscal	
  da	
  lei	
  e	
  terá	
  o	
  prazo	
  de	
  10	
  (dez)	
  dias	
  para	
  se	
  manifestar.	
  	
  
Existe	
   uma	
   tendência	
   grande	
   de	
   retirar	
   a	
   atuação	
   do	
  ministério	
   público	
   como	
   fiscal	
   da	
   lei.	
  
 
 
	
  
	
  
9	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
Claro	
  que	
  isso	
  não	
  vai	
  se	
  retirar	
  totalmente,	
  mas	
  se	
  passou	
  a	
  entender	
  que	
  o	
  Ministério	
  Público	
  pós	
  
1988,	
   tem	
   uma	
   função	
   extremamente	
   relevante,	
   as	
   ações	
   coletivas,	
   as	
   ações	
   penais,	
   ações	
   de	
  
improbidade,	
   enfim,	
   uma	
   atuação	
   muito	
   ampla	
   e	
   muitas	
   vezes	
   se	
   percebeu	
   que	
   essas	
  
manifestações	
   que	
  muito	
   pouco	
   são	
   levadas	
   em	
   consideração	
   pelo	
   poder	
   judiciário,	
   elas	
   seriam	
  
quase	
   que	
   uma	
   “captis	
   de	
   minucio”	
   do	
   Ministério	
   Público	
   que	
   estaria	
   reduzindo	
   a	
   exarar	
   uma	
  
simples	
   opinião.	
   Então	
   existe	
   uma	
   tendência	
   de	
   se	
   retirar	
   a	
   atuação	
  do	
  Ministério	
   Público	
   como	
  
fiscal	
   da	
   lei	
   e	
   isso	
   tem	
  ocorrido	
   por	
   iniciativa	
   do	
   próprio	
  Ministério	
   Público,	
   como	
   acontecia	
   em	
  
ações	
   de	
   Acidentes	
   do	
   Trabalho	
   que	
   eles	
   atuavam,	
   em	
   ações	
   de	
   execução	
   fiscal,	
   que	
   depois	
   foi	
  
abandonada	
  essa	
  prática.	
  
E	
  na	
  hipótese	
  do	
  Ministério	
  Público	
  não	
  ser	
  intimado	
  ou	
  ser	
  intimado	
  e	
  não	
  apresentar	
  a	
  sua	
  
manifestação,	
  será	
  que	
  estaríamos	
  diante	
  de	
  uma	
  hipótese	
  de	
  nulidade	
  do	
  processo?	
  	
  
A	
   12.016	
   fala	
   “findo	
   o	
   prazo	
   que	
   se	
   refere	
   o	
   inciso	
   I	
   do	
   caput	
   7	
   desta	
   lei,	
   o	
   juiz	
   ouvirá	
   o	
  
representante	
  do	
  ministério	
  público	
  que	
  opinará,	
  dentro	
  do	
  prazo	
  improrrogável	
  de	
  10	
  dias.	
  
O	
  parágrafo	
  único	
   fala	
  assim:	
  “com	
  ou	
  sem	
  o	
  parecer	
  do	
  ministério	
  público,	
  os	
  autos	
  serão	
  
conclusos	
  ao	
  juiz	
  para	
  decisão,	
  a	
  qual	
  será	
  necessariamente	
  proferida	
  em	
  30	
  dias”.	
  
O	
  parágrafo	
  único	
  já	
  deixa	
  um	
  pouco	
  claro,	
  com	
  ou	
  sem	
  manifestação	
  do	
  ministério	
  público,	
  
portanto,	
   aparentemente	
   a	
   manifestação	
   do	
   ministério	
   público	
   não	
   seria	
   essencial.	
   É	
   bastante	
  
polêmico,	
  mas	
  há	
  uma	
  forte	
  tendência	
  jurisprudencial	
  de	
  não	
  declarar	
  nulidade	
  sem	
  prejuízo,	
  ou	
  ao	
  
menos,	
   como	
   os	
   processos	
   de	
  mandado	
   de	
   segurança	
   como	
   regra	
   terão	
   uma	
   atuação	
   em	
   sede	
  
recursal,	
   haverá	
   uma	
   nova	
   manifestação	
   do	
   ministério	
   público	
   em	
   sede	
   recursal	
   substituiria	
   e	
  
convalidaria	
  eventual	
  nulidade.	
  
Outro	
   tema	
   importante	
   é	
   o	
   prazo	
   decadencial	
   de	
   120	
   (cento	
   e	
   vinte)	
   dias.	
   O	
   impetrante	
  
possui,	
  a	
  partir	
  da	
  ciência	
  do	
  ato	
  coator	
  o	
  prazo	
  de	
  120	
  (cento	
  e	
  vinte)	
  dias	
  para	
  impetrar	
  mandado	
  
de	
   segurança,	
   caso	
   contrário	
   haverá	
   extinção	
   sem	
   resolução	
   do	
  mérito.	
   Tem	
  quem	
  entenda	
   que	
  
este	
   prazo	
   é	
   inconstitucional.	
   A	
   partir	
   de	
   um	
   olhar	
   constitucional	
   do	
   processo,	
   de	
   uma	
   forma	
  
bastante	
  ponderada,	
  a	
  interpretação	
  a	
  ser	
  dada	
  a	
  um	
  remédio	
  constitucional	
  deve	
  ser	
  ampla	
  e	
  não	
  
restritiva.	
  Não	
  é	
  a	
  toa	
  que	
  o	
  constituinte	
  quis	
  colocar	
  no	
  artigo	
  5º	
  da	
  constituição	
  Federal	
  (direito	
  
individual	
  fundamental)	
  o	
  mandado	
  de	
  segurança	
  e	
  outras	
  ações	
  importantíssimas	
  não	
  constam	
  lá,	
  
razão	
  pela	
  qual	
  a	
  interpretação	
  tem	
  que	
  ser	
  ampla	
  e	
  a	
  lei	
  de	
  uma	
  forma	
  inadequada	
  teria	
  colocado	
  
este	
  prazo	
  restringindo	
  um	
  direito	
  fundamental.	
  Este	
  prazo	
  não	
  tem	
  previsão	
  na	
  constituição	
  e	
  só	
  
na	
  lei	
  ordinária.	
  Tese	
  bastante	
  interessante,	
  mas	
  não	
  possui	
  nenhum	
  amparo	
  jurisprudencial.	
  
Ela	
   não	
   se	
   aplica	
   ao	
   Mandado	
   de	
   Segurança	
   Preventivo	
   porque	
   se	
   é	
   preventivo,	
  
evidentemente	
  ainda	
  não	
  ocorreu	
  o	
  ato	
  coator	
  não	
  tendo	
  como	
  iniciar	
  o	
  prazo,	
  caso	
  contrário	
  só	
  
caberia	
   para	
   o	
  mandado	
   de	
   segurança	
   repressivo.	
   Tem	
   quem	
   defenda,	
   embora	
   seja	
  minoritário,	
  
que	
   caberia	
   a	
   aplicação	
  deste	
   prazo	
  para	
   o	
  mandado	
  de	
   segurança	
   preventivo	
   o	
   caso	
   de	
   ciência	
  
antecipada	
   de	
   ato	
   potencialmente	
   coator,	
   tal	
   como,	
   por	
   exemplo	
   uma	
   lei	
   de	
   efeitos	
   concretos:	
  
volta	
  CPMF,	
  imposto	
  do	
  cheque	
  como	
  era	
  popularmente	
  chamado,	
  na	
  verdade	
  contribuição,	
  é	
  algo	
  
que	
   me	
   afeta	
   e	
   teremos	
   possibilidades	
   de	
   impetrar	
   mandado	
   de	
   segurança	
   contra	
   os	
   efeitos	
  
concretos	
  desta	
  lei.	
  	
  
Ainda	
  com	
  relação	
  ao	
  prazo	
  decadencial,	
  exatamente	
  pela	
  sua	
  natureza	
  decadencial	
  ele	
  não	
  
se	
  interrompe,	
  ele	
  se	
  suspende.O	
  que	
  existe	
  na	
  verdade	
  é	
  sua	
  renovação,	
  em	
  alguns	
  casos,	
  a	
  título	
  
de	
   exemplo,	
   o	
   caso	
  do	
   tributário	
   em	
  uma	
   lei	
   de	
   efeitos	
   concretos,	
   o	
   que	
   fere	
   a	
   constituição	
  em	
  
alguns	
  aspectos,	
  impetrar	
  mandado	
  de	
  segurança,	
  isso	
  é	
  muito	
  comum.	
  No	
  direito	
  tributário,	
  com	
  
relação	
  à	
   lei	
  de	
  feitos	
  concretos,	
  que	
  é	
   ilegal	
  ou	
  fere	
  a	
  constituição	
  em	
  algum	
  aspecto	
  e	
   impetrar	
  
mandado	
  de	
   segura,	
   isso	
  é	
  muito	
   comum	
  no	
  direito	
   tributário.	
   E	
  porque	
  depois	
  de	
  120	
   (cento	
  e	
  
vinte)	
  dias	
  da	
   lei,	
  ou	
  pelo	
  menos	
  depois	
  que	
  eu	
  estou	
  pagando	
  o	
  tributo,	
  não	
  há	
  que	
  se	
  falar	
  em	
  
decadência?	
   Também	
   pelo	
   fato	
   de	
   haver	
   uma	
   renovação	
   do	
   ato	
   coator	
   concreto	
   que	
   seria	
   o	
  
 
 
	
  
	
  
10	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
nascimento	
   da	
   obrigação	
   tributária	
   e	
   principalmente	
   após	
   a	
   constituição	
   do	
   crédito	
   tributário	
   o	
  
vencimento	
  do	
  prazo	
  para	
  o	
  recolhimento	
  do	
  tributo.	
   Isso	
  ocorreria,	
  como	
  regra,	
  mês	
  a	
  mês	
  uma	
  
renovação,	
  todo	
  mês	
  tem	
  que	
  pagar	
  o	
  tributo,	
  razão	
  pela	
  qual	
  não	
  haveria	
  que	
  se	
  falar	
  em	
  prazo	
  
decadencial.	
  
Algumas	
  questões	
  pontuais,	
  mas	
   importantes	
   com	
   relação	
  a	
  esse	
  prazo.	
  O	
   termo	
  a	
  quo	
   do	
  
prazo	
   decadencial,	
   para	
   importação	
   de	
   M.S.,	
   com	
   relação	
   a	
   edital	
   de	
   concurso.	
   Tem	
   muito	
  
mandado	
  de	
  segurança	
  com	
  relação	
  a	
  concurso	
  público.	
  Com	
  relação,	
  especificamente,	
  a	
  alguma	
  
regra	
   do	
   edital,	
   é	
   desde	
   a	
   publicação	
   do	
   edital,	
   especificamente	
   em	
   atos	
   administrativos,	
  
fundamentados	
   em	
   regra	
   no	
   edital,	
   neste	
   caso	
   é	
   desde	
   a	
   ciência	
   do	
   candidato	
   desde	
   ato	
  
administrativo.	
   Então	
   são	
   coisas	
   diferentes.	
   Você	
   pode	
   impugnar,	
   genericamente,	
   como	
   ato	
  
normativo	
  de	
  efeitos	
  concretos,	
  o	
  edital	
  em	
  si?	
  Sim,	
  desde	
  a	
  sua	
  publicação.	
  	
  
Por	
  outro	
  lado	
  se	
  houve	
  um	
  ato	
  administrativo	
  que	
  o	
  excluiu	
  do	
  concurso,	
  com	
  fundamento	
  
no	
   edital,	
   é	
   isso	
   hipótese	
   é	
   desde	
   a	
   ciência	
   do	
   candidato	
   daquele	
   ato	
   administrativo,	
   isto	
   é	
  
jurisprudência	
  do	
  STJ.	
  
Uma	
  outra	
  jurisprudência	
  interessante	
  do	
  STJ	
  ela	
  reafirma	
  a	
  tese	
  consignada	
  na	
  súmula	
  430	
  
do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal:	
  “O	
  pedido	
  de	
  reconsideração	
  na	
  via	
  administrativa,	
  não	
  interrompe	
  o	
  
prazo	
  para	
  mandado	
  de	
  segurança,	
  pois	
  não	
  há	
  que	
  se	
  falar	
  em	
  interrupção	
  e	
  suspensão.	
  
Nesta	
   jurisprudência	
   pacífica	
   do	
   STJ	
   reafirma-­‐se	
  que	
  esse	
   enunciado,	
   essa	
   regra	
   é	
   aplicável	
  
também	
  aos	
  recursos	
  administrativos	
  em	
  geral,	
  então	
  não	
  só	
  o	
  pedido	
  de	
  reconsideração,	
  mas	
  os	
  
recursos	
  também	
  na	
  via	
  administrativa,	
  não	
  vão	
  suspender	
  o	
  prazo	
  decadencial,	
  segundo	
  a	
  visão	
  do	
  
STJ.	
  
Ultrapassado	
  o	
  prazo,	
  já	
  não	
  há	
  mais	
  que	
  se	
  falar	
  em	
  mandado	
  de	
  segurança,	
  mas	
  não	
  há	
  que	
  
se	
  falar	
  em	
  uma	
  perda	
  de	
  direito,	
  então	
  nesta	
  hipótese,	
  após	
  os	
  120	
  (cento	
  e	
  vinte)	
  dias	
  sempre	
  há	
  
uma	
  possibilidade	
  de	
  ajuizar	
  ou	
  interpor	
  algum	
  outro	
  tipo	
  de	
  ação.	
  Existem	
  outros	
  meios	
  que	
  não	
  
tem	
  essa	
  restrição	
  do	
  prazo.	
  
Após	
  a	
  petição	
   inicial	
   o	
   juiz	
  pode	
  extinguir	
  o	
  processo	
   sem	
   resolução	
  do	
  mérito	
  e	
  uma	
  das	
  
hipóteses	
  vai	
  ser	
  pela	
  decadência.	
  Caso	
  contrário,	
  superada	
  esta	
  fase	
  o	
  juiz	
  vai	
  analisar	
  a	
  concessão	
  
ou	
  não	
  e	
  até	
  postergar	
  a	
  análise	
  para	
  a	
  vinda	
  das	
  informações,	
  ele	
  vai	
  analisar	
  ou	
  não	
  a	
  concessão	
  
da	
  liminar.	
  
Para	
  que	
  haja	
  concessão	
  da	
  liminar	
  são	
  necessários	
  dois	
  requisitos.	
  Fumus	
  boni	
  iuris	
  (fumaça	
  
do	
  bom	
  direito)	
  e	
  periculum	
  in	
  mora	
  (perigo	
  da	
  demora).	
  
O	
   fumus	
   boni	
   iuris	
   é	
   a	
   relevância	
   dos	
   argumentos	
   trazidos	
   ou,	
   mais	
   modernamente,	
  
probabilidade	
  de	
  êxito	
  final,	
  essa	
  é	
  a	
  ideia.	
  	
  
O	
  periculum	
   in	
  mora	
   a	
   urgência	
   ou	
   impossibilidade	
  de	
   se	
   aguardar	
   o	
   provimento	
   final	
   sem	
  
grave	
  lesão	
  ao	
  direito	
  pleiteado.	
  Essa	
  é	
  a	
  concepção:	
  urgência	
  e	
  fumaça	
  do	
  bom	
  direito.	
  
Trata-­‐se	
  de	
  uma	
  medida	
  de	
  natureza	
  precária	
  e	
  provisória,	
  podendo	
  ser	
  revogada	
  a	
  qualquer	
  
tempo	
  e	
  não	
  vinculando	
  a	
  decisão	
  final	
  até	
  porque	
  tem	
  uma	
  conotação	
  de	
  cognição	
  sumária,	
  antes	
  
da	
  vinda	
  das	
  informações	
  e	
  também	
  antes	
  da	
  oitiva	
  do	
  Ministério	
  Público,	
  razão	
  pela	
  qual	
  ela	
  é	
  o	
  
primeiro	
  olhar.	
  
Há	
  algumas	
  restrições	
  na	
  concessão	
  de	
  liminar	
  que	
  foram	
  previstas	
  pelas	
  primeiras	
  vezes	
  na	
  
lei	
  4.342/64	
  que	
  hoje	
  está	
  revogada,	
  e	
  depois	
  foram	
  sendo	
  reafirmadas	
  em	
  novas	
  leis,	
  sendo	
  que	
  
atualmente	
   elas	
   estão	
   previstas	
   na	
   12.016.	
   A	
   título	
   de	
   exemplo,	
   a	
   possibilidade	
   de	
   exigência	
  
facultativa,	
   pelo	
   juiz,	
   de	
   caução,	
   fiança	
   ou	
   depósito	
   como	
   condição	
   para	
   concessão	
   da	
   liminar,	
  
visando	
  garantir	
  eventual	
  ressarcimento	
  ao	
  órgão	
  público.	
  
Antigamente,	
   na	
   época	
   da	
   lei	
   1.533/51	
   a	
   jurisprudência	
   era	
   contrária,	
   falando	
   que	
   ou	
   tem	
  
direito	
  líquido	
  e	
  certo	
  ou	
  atende	
  os	
  requisitos	
  e	
  se	
  dá	
  a	
  liminar	
  ou	
  não	
  atende	
  os	
  requisitos.	
  Agora	
  
não	
  existe	
  essa	
  possibilidade	
  que	
  não	
  deixa	
  de	
  ser	
  uma	
  restrição,	
  porque	
  muitas	
  vezes	
  exigir	
  essa	
  
 
 
	
  
	
  
11	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
caução	
  ou	
  depósito	
  significa,	
  pelo	
  menos	
  naprática,	
  inviabilizar	
  o	
  direito.	
  
Temos	
   também	
   a	
   impossibilidade	
   (prevista	
   no	
   art.	
   7º,	
   da	
   lei	
   12.016)	
   a	
   impossibilidade	
   de	
  
liminar	
  para	
  autorizar	
  compensação	
  tributária.	
  A	
   lei	
  12.016	
  repetiu	
  o	
  artigo	
  170A	
  do	
  CTN,	
  mas	
  de	
  
qualquer	
   forma	
   reafirmou	
   essa	
   impossibilidade	
   que,	
   de	
   qualquer	
   forma,	
   já	
   tinha	
   uma	
   tendência	
  
jurisprudencial	
  no	
  STJ.	
  
Para	
  se	
  fazer	
  compensação	
  tributária	
  tem	
  que	
  se	
  ter	
  um	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo	
  de	
  crédito,	
  isso	
  
eu	
   só	
   teria	
   com	
   o	
   trânsito	
   em	
   julgado.	
   Então	
   compensação	
   tributária	
   também	
   não	
   é	
   possível	
  
conceder	
  a	
  liminar	
  seja	
  antes	
  ou	
  após	
  a	
  sentença.	
  
Reclassificação	
   de	
   servidores	
   públicos,	
   muitas	
   vezes	
   diz	
   com	
   relação	
   às	
   carreiras,	
   o	
   que	
  
também	
  não	
  é	
  possível;	
  o	
  pagamento	
  de	
  valores	
  a	
  servidores	
  públicos.	
  Essa	
  limitação	
  visa	
  respeito	
  
ao	
  pagamento	
  tradicional	
  que	
  o	
  Estado	
  faz	
  suas	
  dívidas	
  por	
  meio	
  de	
  precatório	
  requisitório.	
  
Liberação	
  de	
  mercadorias	
  introduzidas	
  ilicitamente	
  no	
  país	
  (ideia	
  da	
  reversibilidade)	
  já	
  entrou	
  
depois	
  não	
  se	
  pega	
  mais,	
  razão	
  pela	
  qual	
  também	
  tem	
  essa	
  limitação.	
  
Apenas	
   uma	
   questão	
   interessante,	
   as	
   medidas	
   relacionadas	
   à	
   previdência	
   social	
   estão	
  
excluídas.	
   Então	
   é	
   possível	
   se	
   impetrar	
   mandado	
   de	
   segurança	
   para,	
   por	
   exemplo,	
   na	
   área	
  
previdenciária,	
  inclusive	
  mandar	
  pagar	
  auxílio	
  doença	
  ou	
  benefício.	
  
Ficou	
  claro	
  na	
   súmula	
  729	
  quando	
  o	
  STF	
  afirmou	
  que	
  a	
  ADeCon	
  nº	
  4	
   (ação	
  declaratória	
  de	
  
constitucionalidade)	
  que	
   constitucionalizou	
   toda	
  essa	
   legislação	
   restritiva	
  de	
   liminares	
  ela	
  não	
   se	
  
aplicava	
  para	
  os	
  processos	
  previdenciários.	
  
Com	
  relação	
  ainda	
  a	
  liminar	
  temos	
  algumas	
  questões	
  interessantes:	
  os	
  efeitos	
  da	
  liminar	
  vão	
  
durar	
   quanto	
   persistir	
   até	
   a	
   data	
   da	
   sentença.	
   Há	
   discussão	
   que	
   alguns	
   entendem	
   que	
   se	
   na	
  
sentença	
   denegatória	
   da	
   segurança,	
   se	
   a	
   liminar	
   não	
   for	
   expressamente	
   revogada,	
   seus	
   efeitos	
  
permaneceriam	
  até	
  o	
   trânsito	
  em	
   julgado.	
  Essa	
   tese	
  não	
  agrada	
  muito	
  ao	
  professor.	
  Claro	
  que	
  o	
  
ideal	
  é	
  que	
  ela	
  seja	
  expressamente	
  revogada	
  e	
  se	
  não	
  for	
  é	
  adequado	
  que	
  seja	
  interposto	
  embargos	
  
de	
  declaração.	
  É	
  importante	
  que	
  se	
  fale,	
  porém,	
  se	
  não	
  se	
  falar	
  os	
  que	
  a	
  defendem	
  falam	
  que	
  uma	
  
coisa	
   é	
   analisar	
   se	
   tem	
   ou	
   não	
   direito	
   líquido	
   e	
   certo	
   e	
   outra	
   coisa	
   tem	
   o	
   fumus	
   boni	
   iuris	
   e	
  
periculum	
  in	
  mora,	
  pode	
  ser	
  que	
  tenha	
  fumus	
  boni	
  iuris	
  e	
  periculum	
  in	
  mora	
  que	
  seja	
  interessante	
  
que	
  mantenha	
  a	
  liminar	
  até	
  o	
  transito	
  em	
  julgado,	
  até	
  porque	
  alguém	
  pode	
  rever	
  esta	
  decisão,	
  mas	
  
o	
  professor	
  achou	
  que	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo	
  não	
  havia.	
  É	
  uma	
  tese	
  respeitável,	
  mas	
  por	
  outro	
  lado,	
  
o	
   contra-­‐argumento	
   seria	
   que	
   no	
   momento	
   em	
   que	
   eu	
   julguei	
   uma	
   cognição	
   plena	
   dentro	
   do	
  
mandado	
   de	
   segurança.	
   A	
   tese,	
   o	
   fumus	
   boni	
   iuris	
   acabou,	
   falta	
   um	
   requisito	
   para	
   a	
   liminar	
   e,	
  
implicitamente,	
  se	
  terá	
  que	
  se	
  revogar	
  esta	
  liminar.	
  
Se	
  for	
  concedida	
  a	
  liminar,	
  as	
  vezes	
  pode	
  gerar	
  a	
  tentação	
  da	
  chicana	
  processual,	
  isso	
  é	
  tentar	
  
se	
  ganhar	
  mais	
  tempo.	
  Isso	
  trouxe	
  um	
  ganho	
  financeiro	
  para	
  o	
  impetrante.	
  
A	
  lei	
  12.016	
  prevê	
  revogação	
  da	
  liminar	
  a	
  requerimento	
  do	
  ministério	
  público	
  ou	
  até	
  de	
  ofício	
  
pelo	
   juiz,	
   caso	
  o	
   impetrante	
  crie	
  obstáculos	
  ao	
  normal	
  prosseguimento	
  do	
   feito,	
  ou	
  ainda,	
   se	
  ele	
  
demorar	
  mais	
  de	
  3	
  dias	
  úteis	
  para	
  cumprir	
  as	
  diligências	
  que	
  lhe	
  caibam.	
  Se	
  o	
  prazo	
  estipulado	
  não	
  
for	
  cumprido,	
  além	
  desses	
  3	
  (três)	
  dias	
  úteis,	
  aí	
  sim	
  caberia	
  revogação	
  da	
  liminar.	
  
Em	
   caso	
   de	
   concessão	
   da	
   liminar	
   a	
   autoridade	
   coatora,	
   em	
   48	
   horas	
   tem	
   que	
   informar	
   à	
  
pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público	
  a	
  que	
  esteja	
  adstrita,	
  para,	
  se	
  quiser,	
  entrar	
  com	
  recurso.	
  
Quais	
   recursos	
   existem?	
   Na	
   verdade	
   temos	
   basicamente	
   2	
   (dois)	
   recursos:	
   o	
   agravo	
   de	
  
instrumento,	
  que	
  é	
  uma	
  novidade	
  da	
  12.016,	
  antes	
  a	
  maioria	
  da	
   jurisprudência	
  entendia	
  que	
  não	
  
cabia	
  agravo,	
  não	
  tinha	
  previsão	
  na	
  1.533	
  e	
  não	
  caberia	
  agravo	
  pelo	
  rito	
  sumário	
  do	
  mandado	
  de	
  
segurança.	
  Hoje	
  esta	
  explícito,	
  cabe	
  mandado	
  de	
  segurança	
  no	
  prazo	
  do	
  CPC,	
  no	
  caso	
  de	
  concessão	
  
e	
  denegação	
  de	
  liminar.	
  
Outra	
  questão	
  seria	
  o	
  pedido	
  de	
  suspensão	
  de	
  segurança	
  que	
  na	
  verdade	
  pode	
  ser	
  utilizado	
  
conjuntamente	
   com	
   o	
   agravo,	
   primeiro	
   porque	
   não	
   é	
   recurso	
   tecnicamente,	
   e	
   sim	
   incidente	
  
 
 
	
  
	
  
12	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
processual,	
  mas	
  além	
  disso	
   também	
  porque	
  o	
   fundamento	
  é	
  completamente	
  diferente.	
  O	
  agravo	
  
vai	
  adentrar	
  no	
  mérito	
  da	
  questão	
  e	
  o	
  pedido	
  de	
  suspensão	
  ao	
  presidente	
  do	
  tribunal	
  vai	
  analisar	
  
sob	
   outra	
   ótica,	
   na	
   verdade	
   política	
   e	
   não	
   jurídica,	
   por	
   isso	
   que	
   é	
   possível	
   contra	
   uma	
   mesma	
  
decisão	
   entrar	
   com	
   duas	
   impugnações,	
   uma	
   recursal	
   e	
   natureza	
   jurisdicional	
   jurídica	
   e	
   outra	
   de	
  
natureza	
  política,	
  bastante	
  controvertida	
  que	
  passamos	
  a	
  analisar:	
  
Suspensão	
  de	
  segurança	
  é	
  o	
  pedido	
  de	
  suspensão	
  dos	
  efeitos	
  da	
  liminar	
  ou	
  da	
  sentença,	
  que	
  
vai	
   ser	
   recebida	
   apenas	
   no	
   efeito	
   devolutivo,	
   dosseus	
   efeitos	
   até	
   o	
   trânsito	
   em	
   julgado.	
   O	
  
fundamento	
   não	
   é	
   a	
   questão	
   jurídica	
   e	
   sim	
   política.	
   É	
   um	
   instrumento	
   de	
   controle	
   político	
   de	
  
decisões	
   judiciais,	
  o	
  que	
  o	
   torna	
  bastante	
  polêmico,	
  o	
  professor	
  acha	
  que	
  é	
   inconstitucional	
  pois	
  
viola	
   o	
   princípio	
   do	
   juiz	
   natural,	
   muitos	
   doutrinadores	
   pensam	
   assim,	
   mas	
   o	
   STF	
   não	
   tem	
   esse	
  
entendimento.	
  
Ele	
   tem	
   natureza	
   jurídica	
   de	
   um	
   incidente	
   ou	
   de	
   um	
   pedido	
   e	
   não	
   uma	
   natureza	
   recursal,	
  
razão	
  pela	
  qual	
  não	
  há	
  um	
  prazo	
  previsto	
  em	
  lei	
  para	
  a	
  sua	
  interposição.	
  
Quem	
  pode	
  entrar	
  é	
  o	
  ministério	
  público,	
  ou	
  a	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público	
  ou	
  privado	
  
que	
  estiver	
  vinculada	
  a	
  autoridade	
  coatora,	
  para	
  evitar	
  grave	
  lesão	
  à	
  ordem,	
  a	
  saúde,	
  segurança	
  e	
  
economia	
  popular.	
  Normalmente	
  é	
  mais	
  ligado	
  à	
  economia	
  e	
  situações	
  ligadas	
  a	
  outros	
  também.	
  	
  
Tem	
   que	
   ser	
   considerado	
   eventual	
   efeito	
   multiplicador	
   da	
   liminar	
   concedida.	
   Existem	
  
liminares	
   que	
   chamam	
   atenção	
   da	
   comunidade	
   jurídica	
   e	
   vem	
   uma	
   multidão	
   de	
   impetrantes	
   e	
  
pessoas	
  interessadas	
  que	
  pode	
  gerar	
  problemas	
  sob	
  a	
  ótica	
  econômica.	
  
A	
  grave	
  lesão,	
  segundo	
  o	
  STJ	
  tem	
  que	
  ser	
  iminente	
  ou	
  atual.	
  Uma	
  petição	
  bem	
  fundamentada	
  
que	
   não	
   analisa	
   a	
   questão	
   jurídica,	
   analisa	
   exclusivamente	
   a	
   questão	
   relacionada	
   à	
   grave	
   lesão	
  
econômica,	
  saúde,	
  de	
  segurança	
  ou	
  etc.	
  
Você	
  vai	
  interpor	
  perante	
  o	
  presidente	
  de	
  um	
  tribunal	
  do	
  qual	
  tenha	
  competência	
  para	
  julgar	
  
eventual	
  recurso	
  desta	
  liminar.	
  
A	
  decisão	
  caberá,	
  portanto,	
  ao	
  presidente	
  do	
  tribunal	
  e	
  este	
  vai	
  poder	
  suspender	
  a	
  execução	
  
da	
  liminar.	
  Desta	
  decisão	
  que	
  denegar	
  a	
  suspensão	
  vai	
  caber,	
  no	
  prazo	
  de	
  5	
  (cinco)	
  dias	
  recurso	
  de	
  
agravo	
  interno,	
  agravo	
  regimental	
  que	
  será	
  julgado	
  pelo	
  órgão	
  especial	
  do	
  tribunal	
  que	
  é	
  o	
  pleno.	
  
Indeferido	
  o	
  pedido	
  de	
  suspensão	
  ou	
  ainda	
  dado	
  provimento	
  ao	
  agravo,	
  haverá	
  possibilidade	
  
de	
  novo	
  pedido	
  de	
  suspensão,	
  aí	
  aos	
  presidentes	
  do	
  STJ	
  e	
  STF,	
  independentemente	
  de	
  interposição	
  
de	
  recurso	
  especial	
  ou	
  extraordinário.	
  
A	
   função	
  de	
  presidente	
  de	
   tribunal	
   é	
   administrativa	
   e	
   não	
   jurisdicional	
   chegando	
   a	
   ela	
   por	
  
meio	
  de	
  eleição	
  interna	
  dos	
  tribunais.	
  
Assim,	
   o	
   STF	
   entende	
   que	
   é	
   constitucional.	
   Interessante	
   que	
   as	
   liminares	
   cujo	
   objeto	
   seja	
  
idêntico,	
  poderão	
  ser	
  suspensas	
  em	
  uma	
  única	
  decisão.	
  Decisões	
  multitudinárias,	
  inclusive	
  para	
  as	
  
liminares	
  futuras,	
  supervenientes,	
  o	
  que	
  a	
  doutrina	
  tem	
  chamado	
  de	
  controle	
  coletivo	
  de	
  liminares	
  
ou	
  ainda	
  efeito	
  erga	
  omnes	
  da	
  decisão.	
  
A	
  suspensão,	
  uma	
  vez	
  concedida,	
  segundo	
  §	
  9º	
  do	
  art.4º	
  da	
  lei	
  8.437/92,	
  que	
  está	
  em	
  vigor,	
  
fala	
   o	
   seguinte:	
   “a	
   suspensão	
   deferida	
   pelo	
   presidente	
   do	
   tribunal	
   vigorará	
   até	
   o	
   trânsito	
   em	
  
julgado	
  da	
  decisão	
  de	
  mérito	
  na	
  ação	
  principal”.	
  O	
  STF	
  tem	
  a	
  súmula	
  626	
  que	
  reafirma	
  essa	
  tese.	
  
	
  
	
  
PARTE	
  FINAL	
  	
  
	
  
MANDADO	
  DE	
  SEGURANÇA	
  
	
  
A	
   Sentença	
   do	
  Mandado	
   de	
   Segurança	
   segue	
   as	
   regras	
   tradicionais	
   do	
   código	
   de	
   processo	
  
civil.	
  Todos	
  os	
  parâmetros	
  lá	
  previstos,	
  necessariamente,	
  obrigatoriamente	
  tem	
  que	
  ter	
  relatório.	
  É	
  
 
 
	
  
	
  
13	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
PROF.	
  OMAR	
  CHAMON	
  
bem	
  verdade	
  que	
  hoje	
  o	
   relatório,	
   em	
  alguns	
  procedimentos	
  especiais,	
   ele	
   tem	
  sido	
  dispensado,	
  
como	
   é	
   o	
   caso	
   do	
   quinto	
   sumaríssimo	
   dos	
   juizados	
   especiais.	
   Esse	
   não	
   é	
   o	
   caso,	
   aqui	
   teremos	
  
relatório,	
   a	
   fundamentação	
   que	
   evidentemente	
   não	
   poderia	
   ser	
   dispensada,	
   tendo	
   em	
   vista	
   o	
  
comando	
  constitucional,	
  que	
  assim	
  o	
  define:	
  “todas	
  decisões	
  tem	
  que	
  ser	
  fundamentadas”,	
  a	
  parte	
  
de	
  fundamentação	
  e	
  de	
  expositiva,	
  a	
  parte	
  final,	
  da	
  sentença.	
  
Obviamente	
   que	
   não	
   haverá	
   condenação	
   em	
   honorários,	
   como	
   trataremos,	
   em	
   sede	
   de	
  
mandado	
   de	
   segurança	
   e	
   haverá	
   o	
   reexame	
   necessário,	
   nesse	
   caso	
   não	
   se	
   aplica	
   o	
   art.	
   475	
   do	
  
código	
  de	
  processo	
  civil.	
  
A	
   publicação	
   da	
   sentença	
   deverá	
   ser	
   o	
   mais	
   rápido	
   possível,	
   o	
   rito	
   se	
   caracteriza	
   pela	
  
celeridade,	
   se	
   hoje	
   o	
   art.	
   5º,	
   LXXVIII	
   exige	
   celeridade	
   para	
   todos	
   os	
   procedimentos	
   judiciais	
   e	
  
administrativos,	
  muito	
  mais	
  para	
  o	
  mandado	
  de	
  segurança	
  em	
  todas	
  as	
  suas	
  etapas	
  e	
  mais	
  ainda	
  
seja	
   na	
   hora	
   de	
   decisão	
   (informação,	
   ciência	
   da	
   intimação	
   de	
   uma	
   tutela),	
   seja	
   a	
   hipótese	
   da	
  
concessão	
  de	
  segurança.	
  
Uma	
  regra	
  específica	
  da	
  lei	
  12.016	
  afirma	
  que	
  o	
  acórdão	
  deve	
  ser	
  publicado	
  em	
  até	
  30	
  (trinta)	
  
dias,	
   sob	
   pena	
   de	
   ser	
   publicado	
   apenas	
   com	
   as	
   notas	
   taquigráficas,	
   independentemente	
   de	
  
qualquer	
   revisão.	
   Na	
   verdade	
   é	
   uma	
   norma	
   severa	
   se	
   formos	
   pensar.	
   Para	
   evitar	
   uma	
   situação	
  
comum	
  em	
  tribunais	
  em	
  que	
  há	
  decisão	
  e	
  há	
  uma	
  demora	
  na	
  publicação	
  do	
  acórdão.	
  Existe	
  uma	
  
determinação	
  do	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça	
  para	
  que	
  os	
  acórdãos	
  sejam	
  publicados	
  em	
  até	
  10	
  
(dez)	
  dias,	
  mas	
  na	
  lei	
  do	
  Mandado	
  de	
  Segurança	
  temos	
  essa	
  regra	
  para	
  os	
  acórdãos	
  de	
  30	
  (trinta)	
  
dias.	
  
A	
   forma	
   de	
   ciência	
   da	
   concessão	
   da	
   segurança	
   deve	
   ser	
   remetido	
   um	
   ofício	
   com

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