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TEORIA DA PERSONALIDADE DE CARL ROGERS (1)

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A TEORIA DA PERSONALIDA DE
CARL ROGERS
PROFESSORA: Ms.Elisangela Castro
HISTÓRIA PESSOAL
Sua infância foi limitada pelas crenças e atitudes de seus pais e pela assimilação que ele próprio fez de suas ideias:
“Creio que as atitudes em relação as outras pessoas que não faziam parte de nossa família extensa podem ser resumidas esquematicamente da seguinte maneira: Outras pessoas comportam-se de formas duvidosas, não aprovadas em nossa família. Muitas delas jogam cartas, vão ao cinema, fumam, dançam, bebem e mantem ou trás atividades - algumas delas não mencionáveis. Sendo assim, a melhor coisa a fazer é ser tolerante pois talvez não conheçam coisa melhor, e manter-se afastado de qualquer comunicação mais próxima com eles e levar a vida no seio da família.”
 (Rogers. 1973a. p. 195 na ed. bras.).
Ideias Iniciais...
Em 1951 Rogers publicou Terapia Centrada no Cliente; continha sua primeira teoria formal sobre a terapia, sua teoria da personalidade e algumas pesquisas que reforçaram suas conclusões. 
Neste livro sugere que a maior força orientadora da relação terapêutica deveria ser o cliente, não o terapeuta. Esta inversão da relação usual era revolucionaria e atraiu considerável critica. Atingiu de modo direto a autoridade do terapeuta
Alguns dos pressupostos implícitos que Rogers atacava eram:
“Não se pode confiar em que o estudante busque sua própria aprendizagem profissional e cientifica”. “Avaliação e educação; educação e avaliação”. “A exposição da matéria é igual a aprendizagem: o que é apresentado na lição é o que o estudante aprende”. “Conhecem-se verdades em Psicologia” . “Aprendizes passivos podem se tomar estudantes criativos”.
(Rogers, 1969, pp. 165-174 na ed. bras.)
Livro: Liberdade para Aprender (1969)
Livro: Grupos de Encontro. Foi livre para experimentar, inventar e testar suas ideias sem as influencias restritivas de instituições sociais ou da respeitabilidade acadêmica.
Resume sua própria posição citando Lao-Tse:
Se eu deixar de interferir nas pessoas, elas se encarregarão de si mesmas;
Se eu deixar de comandar as pessoas, elas se comportam por si mesmas;
Se eu deixar de pregar as pessoas, elas se aperfeiçoam por si mesmas;
Se eu deixar de me impor as pessoas, elas se tornam elas mesmas.
(Freedman, 1972, em Rogers, 1973, p. 206 na ed. bras.)
ANTECEDENTES INTELECTUAIS
A teoria de Rogers desenvolveu-se essencialmente a partir de sua própria experiência clinica.
“Na verdade, nunca pertenci a qualquer grupo profissional. Fui educado por, ou tive íntimas relações de trabalho com psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, psiquiatras sociais, assistentes sociais, educadores e religiosos, mas nunca senti que pertencia de fato num sentido total ou comprometido, a qualquer um desses grupos. . . . Para que não se diga que tenho sido profissionalmente um completo nômade, acrescentaria que os únicos grupos aos quais na realidade pertenci algum dia foram os intimamente ligados, forcas de trabalho agradáveis que organizei ou ajudei a organizar”.
 (Rogers, 1967, p. 375).
Seus alunos da Universidade de Chicago sugeriram que Rogers encontraria nas ideias de Martin Buber e Soren Kierkegaard um eco de sua própria posição emergente. Na verdade, estes escritores são uma fonte de fundamentação para as marcas que Rogers traz da filosofia existencial. 
Recentemente, ele descobriu paralelos ao seu trabalho em fontes orientais, notavelmente no Zen Budismo e nos trabalhos de Lao-Tse. 
Ao mesmo tempo que o trabalho de Rogers foi sem dúvida influenciado por sua compreensão do trabalho de outros, é nitidamente uma contribuição norte-americana para a compreensão da natureza humana.
CONCEITOS PRINCIPAIS
O Campo da Experiência:
Há um campo de experiência único para cada individuo; este campo de experiência ou “campo fenomenal” contém “tudo o que se passa no organismo em qualquer momento, e que esta potencialmente disponível a consciência”. (1959, p. 161 na ed. bras.). 
Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. E um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder a realidade objetiva. 
Self
Dentro do campo de experiência está o self. O self não e uma entidade estável, imutável;
0 self é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se a medida que as situações mudam.
O self ou autoconceito é a visão que uma pessoa tem de si própria, baseada em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras.
Self Ideal
O self ideal e “o conjunto das características que o individuo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo” 
(Rogers, 1959, p. 165 na ed. bras.). 
Assim como o self ele é uma estrutura móvel e variável, que passa por redefinição constante.
A imagem do self ideal, na medida em que se diferencia de modo claro do comportamento e dos valores reais de uma pessoa é um obstáculo ao crescimento pessoal.
A extensão da diferença entre o self e o self ideal é um indicador de desconforto, insatisfação e dificuldades neuróticas. Aceitar-se como se é na realidade, e não como se quer ser, é um sinal de saúde mental. Aceitar-se não é resignar-se ou abdicar de si mesmo; é uma forma de estar mais perto da realidade, de seu estado atual.
Congruência 
Um alto grau de congruência significa que a comunicação (o que você esta expressando), a experiência (o que está ocorrendo em seu campo) e a tomada de consciência (o que você está percebendo) são todas semelhantes.
Crianças pequenas exibem alta congruência. Expressam seus sentimentos logo que seja possível com o seu ser total.
Incongruência
A incongruência ocorre quando há diferenças entre a tomada de consciência, a experiência e a comunicação desta.
“As pessoas que parecem estar com raiva (punhos cerrados, tom de voz elevado, praguejando) e que (se interpeladas) replicam que de forma alguma estão com raiva, ou as pessoas que dizem estar passando por um período maravilhoso mas que se mostram entediadas, isoladas ou facilmente doentes, estão revelando incongruência”.
Quando a incongruência está entre a tomada de consciência e a experiência, e chamada repressão.
A pessoa simplesmente não tem consciência do que está fazendo. A maioria das psicoterapias trabalha sobre este sintoma de incongruência ajudando as pessoas a se tornarem mais conscientes de suas ações, pensamentos e atitudes na medida em que estes as afetam e aos outros.
Quando a incongruência é uma discrepância entre a tomada de consciência e a comunicação, a pessoa não expressa o que está realmente sentindo, pensando ou experienciando. Este tipo de incongruência é muitas vezes percebido como mentiroso, inautêntico ou desonesto.
A incongruência pode ser sentida como tensão, ansiedade ou, em circunstancias mais extremas, como confusão interna. A incongruência é visível em observações como estas: 
 “Não sou capaz de tomar decisões” , “Não sei o que quero”, “Nunca serei capaz de persirtir em algo”. A confusão aparece quando você não é capaz de escolher dentre os diferentes estímulos aos quais se acha exposto.
Tendência a Auto-Atualização
“É este impulso que é evidente em toda vida humana e orgânica - expandir-se, estender-se, tornar-se autônomo, desenvolver-se, amadurecer - a tendência a expressar e ativar todas as capacidades do organismo na medida em que tal ativação valoriza o organismo ou o self” (Rogers, 1961, p. 35 na ed. norte-americana).
Rogers sugere que em cada um de nós há um impulso inerente em direção a sermos competentes e capazes quanto o que estamos aptos a ser biologicamente. Assim como uma planta tenta tornar-se saudável, como uma semente contém dentro de si impulso para se tornar uma árvore, também uma pessoa é impelida a se tornar uma pessoa total, completa e auto atualizada.
O impulso em direção à saúde não é uma força esmagadora que supera obstáculos ao longo da vida; pelo contrário, é facilmente embotado,
distorcido e reprimido. Rogers o vê como a força motivadora dominante numa pessoa que está “funcionando de modo livre” , não paralisada por eventos passados ou por crenças correntes que mantêm a incongruência.
DINÂMICA
Crescimento Psicológico
As forças positivas em direção à saúde e ao crescimento são naturais e inerentes a organismo;
Segundo Rogers as tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer relação interpessoal na qual um dos membros esteja livre o bastante da incongruência para estar em contato com seu próprio centro de autocorreção.
 A maior tarefa da terapia é estabelecer tal relacionamento genuíno. Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros. Em compensação, ser aceito por outro conduz a uma vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio. Este ciclo de autocorreção e auto incentivo é a forma principal pela qual se minimiza os obstáculos ao crescimento psicológico.
Obstáculos ao crescimento
Quando a criança começa a tomar consciência do self desenvolve uma necessidade de amor ou de consideração positiva.
Uma vez que as crianças não separam suas ações de seu ser total, reagem à aprovação de uma ação como se fosse aprovação de si mesmas. Da mesma forma, reagem à punição de um ato como se estivessem sendo desaprovadas em geral.
Por exemplo, se lhe falaram “Você deve amar seu irmãozinho recém--nascido senão mamãe não gosta mais de você” , a mensagem é a de que você deve negar ou reprimir seus sentimentos negativos genuínos em relação a ele. Se você conseguir esconder sua vontade maldosa, seu desejo de machuca-lo e seu ciúme normal, sua mãe continuará a amá-lo. Se você admitir que tem tais sentimentos você arrisca a perder este amor.
Quando a criança amadurece, o problema persiste. O crescimento é impedido na medida em que a pessoa nega impulsos diferentes do autoconceito artificialmente “bom”. Para sustentar a falsa autoimagem a pessoa continua a distorcer experiências- quanto maior a distorção maior a probabilidade de erros e da criação de novos problemas. Os comportamentos, os erros e a confusão que resultam dão manifestações de distorções iniciais mais fundamentais.
A terapia centrada no cliente esforça-se por estabelecer uma atmosfera na qual condições de valor prejudiciais possam ser postas de lado, permitindo, portanto, que as forcas saudáveis de uma pessoa retomem sua dominância original. Uma pessoa recupera a saúde reivindicando suas partes reprimidas ou negadas.
REFERÊNCIAS
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: HARBRA, 2002. Capítulo 8.

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