Buscar

Aula 10 ADPF yanna

Prévia do material em texto

Andressa Ferreira - Aula 10 - 201202117252
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO BETA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº, com sede na Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, por seu REPRESENTANTE LEGAL, nacionalidade, profissão, estado civil (existência de união estável), portador da carteira de identidade nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado na Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, vem, por seu advogado legalmente constituído que para fins do artigo 106,I do CPC, indica seu endereço profissional na Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, com fundamento no artigo 1º da Lei 9.882/99, perante Vossa Excelência, propor:
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL COM MEDIDA LIMINAR
Em face da CÂMARA MUNICIPAL DO MUNICÍPIO ALFA, com sede na Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, pelas razões de fato e de direito que, a seguir, expõe:
I – DA LIMINAR
	
A liminar com base no artigo 5º, §3º da Lei 9.882/99, faz-se necessária frente ao fumus boni iuris que fica evidenciado na gravidade da lesão a preceitos fundamentais. E ao periculum in mora, que se configura no risco de ineficácia da medida se concedida apenas ao final visto a instauração do processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido Art. 11 da Lei Orgânica do Município Alfa.
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.
Sustando a eficácia do artigo 11 da Lei Orgânica do Município Alfa, com consequência da suspensão do trâmite da representação por crime de responsabilidade em face do Prefeito.
II – DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
O art. 102, § 1º da CRFB/88 estabelece que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe a apreciação da arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
 (...)
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.  
Com previsão ainda na Lei 9.882/99 em seu artigo 1º, vejamos:
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
É certo que frente à violação de preceito fundamental, a competência originária do Supremo Tribunal Federal resta evidenciada.
III – DA LEGITIMIDADE ATIVA
	
A legitimidade do partido político para a presente demanda está descrita no artigo 2º, inciso I da Lei 9.882/99 e no artigo 103, inciso VIII da constituição Federal. Sendo este, um legitimado universal, o que o isenta de realizar a prova da pertinência temática no presente caso.
Art. 2º - Lei 9.882 Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;
(...)
Art. 103 - CF Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:           
(...)
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
Comprovada está a legitimidade ativa para tal demanda.
IV – DO CAMBIMENTO DA AÇÃO
No presente caso, a ADPF é a única ação de controle concentrado de constitucionalidade cabível contra a norma municipal anterior à Constituição Federal de 88, na forma do artigo 1º, parágrafo único, inciso I, e do art. 4º, § 1º, ambos da Lei nº 9.882/99:
Art. 1º A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
Dessa forma, é perfeitamente cabível a propositura da presente ação para esse caso.
 V - DOS FATOS:
A Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu Art. 11, diversas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. 
Ainda nessa mesma Lei Orgânica, em seu Art. 12, é definida a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. 
Em razão de disputa política local, houve recente representação oferecida por Vereadores em oposição ao atual Prefeito com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido Art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. 
Assim, o autor, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, concluiu que a norma municipal está em dissonância com a Constituição Federal de 1988 e vem perante a este Juízo para que seja declarada a impugnação do presente ato municipal.
VI – DOS FUNDAMENTOS:
Os artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa encontram-se em conflito com a Constituição Federal, devendo, assim, haver a impugnação do referido ato municipal.
Esse conflito é evidenciado pelo descumprimento dos preceitos constitucionais fundamentais, como a violação ao princípio da separação de poderes previsto no artigo 2º da Constituição Federal de 88:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Pela violação à competência legislativa privativa da União com previsão no artigo 22, inciso I, da Carta Magna e na Súmula Vinculante 46 do STF:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Súmula Vinculante 46, STF - A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.
E ainda a violação ao artigo 29 caput e inciso X da Constituição, que dispõe sobre os municípios e sobre as respectivas leis orgânicas, as quais devem observar os preceitos constitucionais, especialmente garantindo aos Prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns, como pode ser visto:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;  
	Diante o exposto e buscando ter a impugnação do ato municipal por violação à preceitos fundamentais da ConstituiçãoFederal de 1988 deferida, o autor recorre a este Juízo.
VII - DOS PEDIDOS:
Diante o exposto, requer a Vossa Excelência:
Que seja concedida a liminar para suspender o trâmite da representação por crime de responsabilidade oferecida em desfavor do prefeito;
A notificação das autoridades e órgãos responsáveis pela violação ao preceito fundamental da Constituição Federal para caso queiram se manifestarem;
A notificação do Advogado-Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação nos termos do artigo 5º, §2º da Lei 9.882/99.
A oitiva do Procurador-Geral da República nos termos do artigo 5º, §2º da Lei 9.882/99.
A procedência do pedido declarando por sentença a incompatibilidade com a Constituição Federal de 1988 dos artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa.
VIII - DAS PROVAS:
As provas já foram devidamente produzidas com vistas ao artigo 3º, parágrafo único da lei 9.882/99 e acompanham a inicial.
IX - DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se a causa o valor de R$ ... 
Neste Termos,
Pede Deferimento.
Local/Data
___________________
Advogado
OAB/UF

Continue navegando