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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DO ATO DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE A ÉGIDE DA LEI MANAUS 2015 2 ACADÊMICOS: AYRTON CÉSAR LIMA DE OLIVEIRA – RA: B91DEG-9 DAIANA PINTO DE SALES – RA: T23277-5 DANIEL GOMES DE AGUIAR – RA: T328FB-6 EVANDRO VASCONCELOS DA COSTA – RA: B93734-3 HITLER GRAY FARIAS RIBEIRO – RA: B9441H-7 JANESSA FARIAS SANTA LUZIA – RA: B6281E-3 PALOMA PINHO RODRIGUES – RA: B5285A-5 RAFAEL MENEZES DA SILVA – RA: B824FA-7 THAIS INGRED DE LIMA OLIVEIRA – RA: B92347-4 ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DO ATO DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE A ÉGIDE DA LEI MANAUS 2015 Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Paulista – UNIP, para obtenção de nota semestral na disciplina de Atividades Práticas Supervisionadas – APS, sob a orientação da Professora Marystella. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4 1. ATO DA ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 5 1.1. CONCEITO .................................................................................................................. 5 2. ANULAÇÃO ........................................................................................................................ 6 2.1. COMPETÊNCIA PARA ANULAR ........................................................................... 7 2.2. EFEITOS DA ANULAÇÃO ....................................................................................... 8 3. REVOGAÇÃO ........................................................................................................................ 8 3.1 COMPETÊNCIA PARA REVOGAR ............................................................................. 9 3.2 LIMITES E EFEITOS DA REVOGAÇÃO .................................................................... 9 4. CONVALIDAÇÃO .................................................................................................................. 9 4.1 COMPETÊNCIA PARA CONVALIDAR..................................................................... 11 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 13 4 INTRODUÇÃO Cumpre salientar, que os atos administrativos possuem características, inerentes a ele que se não observadas comprometem a sua válida edição. Esses atributos são: presunção de legitimidade (veracidade), imperatividade, auto- executoriedade e tipicidade. Desta forma, o ato administrativo presume-se legítimo, até que ocorra sua extinção ou por reconhecimento de sua ilegitimidade ou por sua posterior desnecessidade. Nesse diapasão, pode-se dizer que as formas de extinção do ato administrativo que se pretende rapidamente analisar são de extrema importância para o atuar da Administração Pública, isso porque, diversamente do que ocorre quando o ato se extingue de maneira natural, dentre outras formas por ter produzido seus efeitos, pelo desaparecimento do objeto ou do sujeito a que se destinava, quando se trata da extinção por anulação ou revogação ou, ainda, quando se trata da convalidação do ato administrativo, tem-se que analisar cada um dos seus componentes, bem como dos seus efeitos, a fim de evitar que o novo ato seja causador de problemas ainda maiores à Administração ou à sociedade. Não se pode permitir que por meio destes institutos sejam violados os direitos fundamentais da pessoa humana, nem mesmo que seja institucionalizado o retrocesso social. 5 1. ATO DA ADMINISTRATIVO 1.1. CONCEITO A Administração Pública, no exercício de suas diversificadas tarefas, pratica algumas modalidades de atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Nem todo ato da Administração é ato administrativo. Há dois entendimentos doutrinários distintos sobre o conceito de atos da Administração: a) corrente minoritária: defendida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro1, considera que os atos da Administração são todos os atos jurídicos praticados pela Administração Pública, incluindo os atos administrativos; b) corrente majoritária: adotada por Celso Antônio Bandeira de Mello, José dos Santos Carvalho Filho e por todos os concursos públicos, essa segunda concepção considera que atos da Administração são atos jurídicos praticados pela Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos administrativos, como os atos legislativos expedidos no exercício de função atípica, os atos políticos definidos na Constituição Federal, os atos regidos pelo direito privado e os atos meramente materiais. Sabendo que existem atos administrativos praticados foda dos domínios da Administração Pública, como ocorre com aqueles expedidos por concessionários e permissionários, é possível concluir: nem todo ato jurídico praticado pela Administração é ato administrativo; nem todo at administrativo é praticado pela Administração. Cumpre salientar que o conceito de ato administrativo, segundo o mestre Hely Lopes Meireles: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”2 Para o ato administrativo ser legal, ou seja, válido, ele precisa preencher determinados requisitos: forma, finalidade, competência, objeto e 1 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo. 13 ed. São Paulo, Atlas, 2001. 2 Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 27 ed. São Paulo, Malheiros, 2002, p. 145. 6 motivo. No caso da ausência de qualquer um deles, o ato é nulo em regra, pois em situações específicas será ele anulável podendo ter seu vício convalidado. Importante frisar que os requisitos de validade do ato administrativo, é conveniente tratar dos atributos inerentes a esses atos. Todo ato administrativo, a partir do momento da sua edição, produz efeitos, isso ocorre em decorrência da presunção de legitimidade desses atos. Outra qualidade é a auto- executoriedade, não está presente em todos os atos administrativos, consiste na possibilidade da Administração executar os atos sem necessidade de obter prévia autorização judicial, só é possível quando expressamente prevista em lei. Cabe destaca por último a imperatividade, que impõe a coercibilidade para execução de determinados atos. O controle da legalidade dos atos administrativos pode ser feito tanto internamente pela própria Administração Pública, quanto externamente pelo Poder Judiciário. Dentro dessa prerrogativa de controle público. 2. ANULAÇÃO A anulação, também conhecida por invalidação, é a retirada do ato administrativo com base em critérios de legalidade. Ou seja, trata-se da retirada do ato administrativo tendo em vista o reconhecimento de sua ilegalidade. Destarte a anulação implica na extinção doato por vício de legalidade, o qual, também, pode dizer respeito aos princípios basilares da atividade administrativa, trazidos no corpo do artigo 37 da Constituição Federal3. O controle de legalidade é feito, em primeiro lugar, pela própria Administração Pública, cabendo ao Poder Judiciário, quando provocado o seu exercício. Desta forma, a anulação opera efeitos retroativos, “ex tunc”, uma vez que em sendo reconhecida a ilegalidade do ato, todos os seus efeitos nocivos devem deixar de existir. Esse conceito pode ser extraído do art. 53 da Lei n. 9.784/99 (“A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vicio de 3 Constituição Federal de 1988, art. 37. 7 legalidade, e pode revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”)4. 2.1. COMPETÊNCIA PARA ANULAR A anulação ou invalidação de um ato administrativo pode ser realizada tanto pela Administração Pública, quanto pelo Poder Judiciário, com base no seu poder de autotutela sobre os próprios atos, de acordo com entendimento já consagrado pelo Supremo Tribunal Federal por meio das Súmulas transcritas a seguir: Súmula 346: "A Administração Pública pode anular seus próprios atos". Súmula 473: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". Mas, há suas observações acerca do poder da autotutela, pois permite a administração pública rever seus próprios atos de ofício ou a requerimento. Neste caso, o poder de anular seus atos administrativos independe de provocação. E no caso do poder judiciário, o poder de anular o ato administrativo dependerá de provocação e a análise será restrita ao aspecto da legalidade do ato, tendo em vista que a atuação do Poder Judiciário, diferentemente do que ocorre com a atuação administrativa, pauta-se pelo Princípio da Demanda - iniciativa da parte, que pode utilizar-se quer das ações ordinárias, quer dos remédios constitucionais de controle da administração (mandado de segurança, ação popular etc.). 4 Lei n. 9.784/99, art. 53. 8 Assim, torna-se mais fácil entendermos os motivos pelos quais os atos administrativos viciados devem ser anulados quando percebemos que tais vícios sempre atingirão um dos requisitos de validade dos ditos atos. Como sabemos, esses requisitos são a competência ou sujeito, a finalidade, a forma, o motivo ou causa e o objeto ou conteúdo. Portanto, violado um desses requisitos, impõe-se a decretação da nulidade do ato. 2.2. EFEITOS DA ANULAÇÃO O ato nulo já nasce contrariando o ordenamento jurídico. Não há nulidade superveniente. Assim, a anulação deve descontrair os efeitos desde a data da prática do ato administrativo defeituoso. É por isso que a anulação produz efeitos retroativos, passados, ex tunc ou pretéritos. A anulação de atos unilaterais ampliativos e a dos praticados pelo funcionário de fato, desde que nos dois casos seja comprovada a boa-fé, terá entretanto, efeitos ex nunc. 3. REVOGAÇÃO Revogação é a extinção do ato administrativo perfeito e eficaz, com eficácia ex nunc, praticada pela Administração Pública e findada em razões de interesse público (conveniência e oportunidade). Nesse diapasão, estabelece o art. 53 da Lei n. 9.784/99: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vicio de legalidade, e pode revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”5. Na revogação, ocorre uma causa superveniente que altera o juízo de conveniência e oportunidade sobre a permanência de determinado ato discricionário, obrigando a Administração a expedir um segundo ato, chamado ato revocatório, para extinguir o ato anterior. Pelo princípio da simetria das formas, somente um ato administrativo. Então, a revogação de um ato 5 Lei n. 9.784/99, art. 53. 9 administrativo também é ato administrativo. Na verdade, a revogação não é exatamente um ato, mas o efeito extintivo produzido pelo ato revocatório. Esse ato é ato secundário, concreto e discricionário que promove a retirada do ato contrário ao interesse público. 3.1 COMPETÊNCIA PARA REVOGAR Somente a administração pública detém competência para revogar o ato administrativo, ou seja, neste caso, a princípio, não se admite que a revogação seja exercida pelo Poder Judiciário. Essa afirmação é feita em uníssono pela doutrina. Mas na verdade contém uma simplificação. A revogação é de competência da mesma autoridade que praticou o ato revogado. Quando o Judiciário e o Legislativo praticam atos administrativos no exercício de função atípica, a revogação pode ser por eles determinada. É vedado ao Judiciário revogar ato praticado por outro Poder. 3.2 LIMITES E EFEITOS DA REVOGAÇÃO Diferentemente da anulação, na revogação, os efeitos são ex nunc - proativos, ou seja, valem a partir da data do ato de revogação. Não existe limite temporal ao poder de revogar da administração pública. Ou seja, a administração poderá a qualquer tempo revogar, o ato inoportuno ou inconveniente. Entretanto, existem certos limites materiais ao poder de revogar um ato administrativo. Ou seja, não se admite a revogação de atos: exauridos ou consumados; ato que gera direito adquirido; atos complexos; atos de controle; ato que integra procedimento e ato vinculado. 4. CONVALIDAÇÃO Convém salientar que a convalidação, está prevista no artigo 55 da Lei 9.784/19996, a qual refere à prática de um novo ato que visa corrigir vício sanável, nulidade relativa de um ato anteriormente praticado. Para Weida 6 Lei n. 9.784/99, art. 55. 10 Zancaner, convalidação é “um ato, exarado pela Administração Pública, que se refere expressamente ao ato a convalidar, para suprir seus defeitos e resguardar os efeitos por ele produzidos”.7 De seu conceito já se extrai que produz efeitos retroativos, devendo- se considerar o ato válido desde o seu nascimento. A Administração Pública deve, em um primeiro momento, verificar a possibilidade de convalidação, sendo que, em não causando prejuízos nem ao interesse público, nem a terceiros, tal é a medida que deve ser adotada, uma vez que traz efeitos menos nocivos do que a anulação do ato A convalidação é a correção do ato que possui um vício sanável. Ou seja, na convalidação o vício é suprido através da edição de outro ato administrativo. Geralmente, a convalidação é realizada primordialmente pela administração pública. Assim como a anulação, a convalidação constitui meio para restaurar a juridicidade. O fundamento da convalidação é a preservação da segurança jurídica e da economia processual, evitando-se que o ato viciado seja anulado e, em decorrência, seus efeitos sejam desconstituídos. O objeto da convalidação é um ato administrativo, vinculado ou discricionário, possuidor de vicio sanável ensejador de anulabilidade. Atos inexistentes, nulos ou irregulares nunca podem ser convalidados.8 Ao afirmar que os atos com defeitos sanáveis “poderão ser convalidados”, a Lei do Processo Administrativo abertamente tratou da convalidação como faculdade, uma decisão discricionária. A solução é absurda porque traz como consequência aceitar a anulação do ato também uma opção discricionária. Se a convalidação é escolha discricionária, então o outro ato caminho possíveldiante do ato viciado igualmente seria escolha discricionária. Mas isso contraria frontalmente a natureza jurídica da anulação. É por isso que a doutrina considera a convalidação como um dever, uma decisão vinculada. O argumento principal em prol da natureza vinculada da convalidação é que em favor dela concorrem dois valores jurídicos: a economia processual e a segurança jurídica; enquanto o argumento pela anulação é abonado somente 7 Zancaner, Weida. Da convalidação e da invalidação dos atos administrativos. 2 ed. 3 tir., São Paulo, Malheiros, 2001. 8 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 4 ed. São Paulo, Saraiva, 2014, p. 279. 11 pelo princípio da legalidade.9 Portanto, para a lei, a convalidação é um poder; para a doutrina, um dever. 4.1 COMPETÊNCIA PARA CONVALIDAR Mister ressaltar, que em regra, a competência para convalidar o ato administrativo pertencia à administração pública. Importante frisar, que em alguns casos pode ser realizada pelo administrado, como, por exemplo, na hipótese da manifestação de vontade posterior do administrado que, neste caso, constituía-se requisito indispensável para a validade do ato. Como se pode notar, neste caso, a manifestação do administrado irá suprir o vício existente no ato. 9 Zancaner, Weida. Da convalidação e da invalidação dos atos administrativos. 1 ed. São Paulo, Malheiros, 1996, p. 68. 12 CONCLUSÃO Em suma, as três formas citadas de extinção de um ato administrativo são feitas pela própria Administração, mas é importante lembrar que a anulação também poderá ser feita pelo Poder Judiciário, que vinculado ao seu princípio da inércia, só anulará determinado ato se for levado a sua apreciação através dos meios processuais cabíveis. Deve, assim, a Administração Pública verificar se a determinação para que um ato seja anulado, revogado ou convalidado não irá produzir resultados nefastos aos particulares, devendo, caso se verifique que tal hipótese irá se concretizar, encontrar-se outra solução para o caso concreto ou, então, indenizar previamente o particular afetado, pautando-se o agir da Administração nas regras atinentes aos direitos fundamentais, a fim de garantir-se a estabilidade do Estado Democrático de Direito. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Constituição Federal de 1988; • Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo. Rio de Janeiro. Lumen Jurs, 2009; • Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo. 13 ed. São Paulo, Atlas, 2001; • Lei n. 9.784/1999; • Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 4 ed. São Paulo, Saraiva, 2014; • Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 27 ed. São Paulo, Malheiros, 2002, p. 145. • Zancaner, Weida. Da convalidação e da invalidação dos atos administrativos. 2 ed. 3 tir., São Paulo, Malheiros, 2001; • Zancaner, Weida. Da convalidação e da invalidação dos atos administrativos. 1 ed. São Paulo, Malheiros, 1996; • www.ambitojuridico.com.br; • www.direitonet.com.br.
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