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AULA 4 DIREITO PROCESSUAL AMBIENTAL Prof. Alexandre Pontes Batista 02 INTRODUÇÃO Olá! Seja bem-vindo a mais uma parte do nosso estudo. Neste tema, você vai ver vários aspectos da competência jurisdicional para processar e julgar a ação civil pública. Além de saber que o juízo responsável por processar e julgar a Ação Civil Pública será, nos termos do art. 2º da LACP, o do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa (competência absoluta/improrrogável.). Notaremos que as ações coletivas de cunho ambiental serão propostas perante a Justiça Estadual ou Distrital, e os juizados especiais não são competentes para processar e julgar as ações coletivas. Estudaremos alguns aspectos do Inquérito Civil que é uma peça informativa e tem por finalidade embasar a propositura da ação. Outro tópico abordado aqui são as sentenças na ação civil pública. No material on-line, o Professor Alexandre vai falar sobre tudo o que veremos neste tema. Não deixe de assistir! PROBLEMATIZAÇÃO Imaginemos uma situação hipotética em que a empresa “Y”, instalada no município “X”, desmata uma área de preservação permanente para aumentar suas instalações e despeja dejetos químicos da produção no pequeno lago localizado no interior do terreno da empresa. Um fiscal da secretaria do meio ambiente verifica a ocorrência do dano ambiental, autua a empresa e encaminha o processo administrativo ao ministério público. Diante do exposto, o que seria mais adequado para buscar uma tutela judicial de proteção ao meio ambiente? Não precisa responder agora. Voltaremos a falar sobre isso no final do nosso estudo. 03 COMPETÊNCIA JURISDICIONAL Para iniciar esta parte e você conseguir entender as competências jurisdicionais, o Professor Alexandre vai ajudar explicando um pouco mais sobre isso no material on-line. O juízo responsável por processar e julgar a Ação Civil Pública será, nos termos do art. 2º da LACP, o do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa (competência absoluta/improrrogável.) A regra do art. 2º fundamenta-se no princípio da efetividade da tutela dos interesses metaindividuais; pois o juízo do local onde ocorreu o dano terá melhor condição de apreciar as provas e compreender a dimensão da conduta lesiva, e as partes terão maior acesso ao Poder Judiciário. Havendo a necessidade de se requerer uma tutela ambiental provisória, baseada na necessidade urgente de se tutelar o meio ambiente, essa tutela será requerida ao juízo competente para conhecer do pedido principal, nos termos do art. 299 do NCPC. Assim, será competente o órgão judicial do local onde o dano potencialmente poderá se concretizar. A competência do juízo do local onde ocorrer o dano é funcional e absoluta, não podendo ser modificada ou prorrogada por vontade das partes. A decisão proferida pelo juízo incompetente conservará seus efeitos até que outra seja proferida pelo juiz competente, nos termos do art.64, § 4º do NCPC. É importante ressaltar também que a sentença proferida pelo juiz incompetente é passível de ser rescindida pela ação rescisória, com fundamento no art. 966, II, do Novo Código de Processo Civil. De acordo com ANDRADE (2014), “em nenhum dos incisos do art. 109 da Carta Republicana, em que se define a competência da Justiça Federal, encontra- se alusão a qualquer matéria ambiental. Daí se infere que a competência para as ações civis públicas ambientais segue as mesmas regras gerais de competência de jurisdição proclamadas na Constituição Federal. Por tal razão, via de regra, as ações coletivas de cunho ambiental serão propostas perante a Justiça Estadual ou Distrital. Somente quando presentes algumas das hipóteses do art. 109 da CF é que a ação será da competência da Justiça Federal”. Diante do exposto, notamos que o foro da justiça estadual ou distrital onde ocorreu o dano será o competente para julgar a ação civil pública. A justiça federal será competente nos seguintes casos: 04 1. Competência em Razão da Pessoa. Art. 109, I, da CRFB - nas causas em que a União, o Ministério Público Federal, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 2. Competência em Razão da Matéria. Art. 109, III, da CRFB - nas causas fundadas em tratados ou convenções internacionais. Art. 109, V, - nas causas relativas a direitos humanos. Art. 109, XI, da CRFB, e nas causas em que há disputa sobre direitos indígenas (CF, art. 109, XI). Ocorrendo o dano ambiental que se estenda por uma área muito extensa, abrangendo mais de uma comarca ou seção judiciária, o juízo competente será definido pela prevenção. Nos termos dos p. único do art. 2º da LACP, a propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. “Discutiu-se se a regra do art. 2° da Lei de Ação Civil Pública é espécie daquelas que autorizam a Justiça Estadual a processar e julgar causas da Justiça Federal, na forma do art. 109, §3º, CF/88 (nas comarcas onde não houver sede da Justiça Federal, com recurso para o Tribunal Regional Federal). Atualmente, prevalece o entendimento de que não há essa autorização, tendo vista decisão do STF. Já prevaleceu, porém, pensamento contrário, tendo sido inclusive objeto de enunciado da súmula da jurisprudência predominante no Superior Tribunal de Justiça. (...) Importante referir, nesse espaço, que a regra prevista no art. 225, § 4°, CF/88, que reputa a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira ‘patrimônios nacionais’', não atrai a competência da Justiça Federal, pelo simples fato de a causa envolver um dano em um desses locais’”. (DIDDIER JR., 2014) 05 Nesse ponto, devemos citar o inciso II, do art. 93, do CDC, que estabelece a competência ao foro da Capital do Estado ou no Distrito Federal para os danos de âmbito nacional ou regional. Para elucidar o tema, segue o quadro elaborado por ANDRADE (2014): EXTENSÃO DO DANO OU DO RISCO COMPETÊNCIA LOCAL (um único ou poucos foros, ainda que em dois Estados vizinhos). Juízos de quaisquer dos foros atingidos. REGIONAL (muitos foros de um único Estado, sem abranger todo o território Estadual). Juízos com foro na capital do Estado atingido. REGIONAL (vários Estados, e, eventualmente, o Distrito Federal, sem abranger todo o território nacional). Juízos com foro nas capitais dos Estados atingidos e juízos com foro no Distrito Federal (quando atingido). NACIONAL (todo o território nacional). Juízos com foro nas capitais de quaisquer dos Estados e juízos com foro no Distrito Federal. Para complementar seu conhecimento sobre isso, a seguir, tem a notícia sobre as ações que cobram indenizações dos responsáveis pela tragédia ambiental ocorrida em Minas Gerais. Acesse pelo material on-line. http://www.conjur.com.br/2015-dez-17/acao-agu-cobra- indenizacao-samarco-julgada-mg Incompetência do JEC Devemos destacar que os juizados especiais não são competentes para processar e julgar as ações coletivas. O art. 3º, da Lei n° 9.009/95,estabelece que o Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade. As ações coletivas, em especial a ACP Ambiental não são de menor complexidade, por envolverem interesses transindividuais. Ainda mais em matéria ambiental, pois a verificação 06 da ocorrência ou não do dano, ou ainda a discussão sobre a extensão do dano ambiental, necessitará de produção de prova pericial complexa. A Lei n° 10.259/2001, que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais em âmbito federal, em seu art. 3º, § 1º, I, excluiu expressamente da competência dos Juizados Cíveis Federais “as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos”. Logo, eles não têm competência para apreciar ações civis públicas. Inquérito Civil Como são as práticas no inquérito civil e o TAC? A resposta está no material on-line. O Professor Alexandre gravou um vídeo explicando isso para você! Acesse e não deixe de assistir. Qualquer pessoa poderá informar ao MP a ocorrência de lesão a algum bem jurídico protegido pela Lei n° 7.347/85. E ainda, o órgão do MP, tendo conhecimento de algum fato lesivo, deverá adotar a medida legal cabível. Destaca-se que é atribuição exclusiva do Ministério Público a instauração do inquérito civil. Portanto, se o órgão do MP, através da informação de terceiro (particular ou funcionário público), entender que os documentos entregues forem suficientes, poderá ajuizar a ação civil pública respectiva. Mas, se entender que precisa colher mais informações sobre a possível ocorrência do dano, o órgão do MP poderá requisitar documentos (certidões, informações, exames ou perícias) ou instaurar um inquérito civil. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, o inquérito civil, como peça informativa, tem por fim embasar a propositura da ação, que independe da prévia instauração do procedimento administrativo. Eventual irregularidade praticada na fase pré-processual não é capaz de inquinar de nulidade a ação civil pública, assim como ocorre na esfera penal, se observadas as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. (REsp 1.119.568/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 23.09.2010). A Resolução 23/2007, do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP –, visa disciplinar a instauração e tramitação do inquérito civil nos diversos Ministérios Públicos. Ocorrendo a instauração do inquérito e após a realização de diligências, colheita de provas e o membro do MP verificar que não existe fundamento para o ajuizamento da ação civil pública, ele poderá promover seu arquivamento, 07 fundamentando sua decisão. Importante você saber que os autos serão remetidos ao Conselho Superior do Ministério Público. A seguir você pode conferir uma notícia do site do MP/MG onde consta notícia sobre o Inquérito Civil para apurar rompimento da barragem em Mariana. Acesse pelo material on-line. https://www.mpmg.mp.br/comunicacao/noticias/mpmg- instaura-inquerito-civil-para-apurar-rompimento-de- barragem-em-mariana.htm Compromisso de Ajustamento de Conduta O § 6º, do art. 5º, da LACP, autoriza, somente os órgãos públicos legitimados para propor a ação civil pública, firmar com os responsáveis pelas ações lesivas "Termo de Ajustamento de Conduta", com a finalidade de comprometê-los a ajustar suas condutas às prescrições legais, sob pena de cominações. Esse termo terá eficácia de título executivo extrajudicial. Sobre o TAC, devemos esclarecer que as partes poderão transacionar a forma pela qual a norma ambiental será cumprida, mas não poderão transacionar o conteúdo da norma (não poderá ser objeto de transação a proteção do direito ambiental - direito fundamental). Se o TAC estiver eivado de vício, outro legitimado pode propor a ACP anular o TAC e a promoção da proteção do meio ambiente. Vamos ao exemplo. Confira a seguir: "Como o tomador do compromisso não é titular do interesse em questão, não pode abdicar, ainda que parcialmente, do seu conteúdo. Por exemplo: se houve desmatamento ilegal de uma área de nove hectares, não é possível ao órgão público celebrar um compromisso em que o responsável pelo dano se comprometa a reparar tão somente oito hectares. Sendo assim, o compromisso deve ser formulado de maneira a fixar apenas o modo, o lugar e o tempo no qual o dano ao interesse transindividual deve ser reparado, ou a ameaça ser afastada, na sua integralidade. Na hipótese sugerida, poder-se-ia pactuar, por exemplo, o prazo para que o compromissário adquirisse as mudas, o prazo para início de plantio, o espaçamento das mudas, os cuidados a serem tomados no trato cultural, os prazos para envio 08 de relatórios informando ao órgão tomador a evolução no crescimento das mudas, o prazo final para que elas atinjam determinado porte etc. As obrigações constantes do termo de compromisso podem ser de fazer, de não fazer, de entregar coisa ou de pagar. Tais obrigações têm de ser certas quanto a sua existência, e determinadas quanto ao seu objeto, sem o que não seriam exequíveis". (ANDRADE, 2014). SENTENÇA Lá no material on-line tem o vídeo do Professor Alexandre explicando para você questões relevantes sobre a sentença na ação civil pública. A parte autora deve requerer na ação civil pública, primeiramente, uma tutela inibitória/preventiva, buscando evitar a ocorrência do dano ambiental, que muitas das vezes é irreparável. Mas, caso não seja possível requerer a tutela preventiva, a parte deve requerer uma tutela jurisdicional que obrigue a parte ré a recompor de forma específica o dano já consumado (obrigação de fazer) ou que cesse imediatamente a ocorrência do dano (obrigação de não fazer). Caso o dano seja irreparável, a parte deve requerer o resultado prático equivalente ao da tutela específica. Caso não seja possível adotar alguma medida que tenha o resultado prático equivalente a reparação do dano, a parte dever requerer a condenação do responsável ao pagamento de uma indenização em dinheiro (art. 84 do CDC). Assim, na sentença da ação civil pública em que o pedido da parte consiste em uma obrigação de fazer ou não fazer, o juiz irá determinar que a parte cumpra a obrigação de fazer ou cesse a atividade nociva. Caso a parte não cumpra, o juiz poderá determinar a execução específica da condenação ou aplicar multa diária para forçar o cumprimento da sentença condenatória. Com base nisso, leia a seguir o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: RESP 677.585: (...) 11. Deveras, a efetividade da prestação jurisdicional implica em resultados práticos tangíveis e não meras divagações acadêmicas, porquanto, de há muito já afirmava Chiovenda, que o judiciário deve dar a quem tem direito, aquilo e justamente aquilo a que faz jus, posto não poder o processo gerar danos ao autor que tem razão. Ora, é da essência da ação civil pública gerar tutela específica, inibitória ou repressiva, sendo livre o juiz não só quanto às medidas de apoio para fazer valer a sua decisão, como também na prolação da mesma, impondo o que no direito anglo-saxônico se denomina specific performance. In casu, o Tribunal impôs uma prestação específica independentemente das 09 multas, por isso que cada uma das medidas vem prevista em leis federais distintas a saber: a que veda as práticas abusivas econômicas (Lei n° 8.884/1994 e n° 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública). A tutela específica é aquela que mantém intacta a esfera jurídica do autor (tutela preventiva) oua restitui com exatidão à situação existente antes do dano ou do ilícito (tutela repressiva), ou provê exatamente a prestação contemplada no contrato (tutela específica da obrigação inadimplida). É cabível principalmente para afastar ameaça ou lesão a direitos infungíveis ou não patrimoniais. A tutela específica é a que deve ser preferencialmente deferida pelo Estado- juiz, por ser a que atende mais de perto ao princípio da adequada prestação jurisdicional. Excepcionalmente, em vez de prestá-la, o magistrado poderá condenar o responsável (mesmo de forma diferente da requerida pelo autor) a providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do objeto do pedido. Isso deverá ocorrer quando: Não for tecnicamente possível a tutela específica; ou Houver um meio de entregar ao autor um resultado equivalente, com menos restrições à esfera jurídica do réu. (ANDRADE, 2014). Para exemplificar esta parte do nosso estudo, acesse os links a seguir pelo material on-line e leia as notícias sobre ações civis públicas. http://www.mpf.mp.br/es/sala-de-imprensa/noticias-es/samarco-tera-que-garantir- renda-minima-a-pescadores-e-trabalhadores-afetados-pela-lama-no-rio-doce http://www.mpf.mp.br/regiao3/sala-de-imprensa/noticias-r3/mpf-consegue-sancoes- mais-duras-para-danos-ambientais http://www.mpf.mp.br/regiao2/sala-de-imprensa/noticias-r2/mpf-contesta- lancamento-de-lodo-no-rio-doce-em-colatina-es http://www.mpf.mp.br/es/sala-de-imprensa/noticias-es/ministerio-publico-ajuiza- acao-para-garantir-saude-e-seguranca-sanitaria-da-populacao-de-colatina http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/11/17/interna_gerais,708880/acao- civil-publica-cobra-da-samarco-indenizacao-de-r-10-bilhoes.shtml 010 COISA JULGADA De acordo com o art. 502 do NCP, ocorre a coisa julgada quando a decisão de mérito for irrecorrível, tornando-se imutável. Já segundo o art. 16 da LACP, a sentença fará coisa julgada erga omnes, mas nos limites da competência territorial do órgão prolator, com a exceção do pedido ser julgado improcedente por insuficiência de provas. Nesse caso, qualquer legitimado, previsto no art. 5º, poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, desde que tenha nova prova. No regime jurídico da coisa julgada na ação civil pública são aplicáveis as normas previstas no arts. 103 e 104 do CDC. Sobre o tema, vejamos o seguinte julgamento do STJ: " Informativo nº 0552 Período: 17 de dezembro de 2014. Terceira Turma DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EFEITO ERGA OMNES DA SENTENÇA CIVIL PROFERIDA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Tem abrangência nacional a eficácia da coisa julgada decorrente de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público, com assistência de entidades de classe de âmbito nacional, perante a Seção Judiciária do Distrito Federal, e sendo o órgão prolator da decisão final de procedência o STJ. É o que se extrai da inteligência dos arts. 16 da LACP, 93, II, e 103, III, do CDC. REsp 1.319.232- DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/12/2014.”. Imprescritibilidade da Pretensão O Superior Tribunal de Justiça entende que o direito à reparação do meio ambiente é imprescritível, em razão da imensa potencialidade lesiva do dano ambiental. Nesse sentido, vejamos o seguinte julgado: “STJ REsp 1. 120 .11 7-AC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/1 112009. (Informativo número 415 do Superior Tribunal de Justiça). Cuida-se, originariamente, de ação civil pública (ACP) com pedido de reparação dos prejuízos causados pelos ora recorrentes à comunidade indígena, tendo em vista os danos materiais e morais decorrentes da extração ilegal de madeira indígena. (...) O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de estar expresso ou não em texto legal. No conflito entre estabelecer um prazo prescricional em favor do causador do dano ambiental, a fim de lhe atribuir segurança jurídica e estabilidade com 011 natureza eminentemente privada, e tutelar de forma mais benéfica bem jurídico coletivo, indisponível, fundamental, que antecede todos os demais direitos - pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer - o último prevalece, por óbvio, concluindo pela imprescritibilidade do direito à reparação do dano ambiental. (...)”. 012 REVENDO A PROBLEMATIZAÇÃO Agora que você viu todo o conteúdo teórico e já sabe mais sobre as ações civis públicas, vamos voltar a falar sobre o problema exposto lá no início do tema e encontrar a melhor opção. E então, o que seria mais adequado para buscar uma tutela judicial de proteção ao meio ambiente? a. O membro do MP ajuíza uma ação civil pública e requer somente a condenação em dinheiro pelo dano cometido. b. O membro do MP instaura um inquérito civil para colher material probatório e somente após a conclusão ajuíza uma ação civil pública perante um Juizado Especial Cível. c. O Membro do MP, já possui material probatório suficiente que subsume a atividade da empresa ao desastre ambiental. Ajuíza uma ação civil pública no foro do local onde ocorreu o dano. Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line. 013 SÍNTESE Concluímos mais uma etapa do nosso estudo. Neste tema, vimos diversos tópicos específicos, entre eles que as ações coletivas de cunho ambiental serão propostas perante a Justiça Estadual ou Distrital, e os juizados especiais não são competentes para processar e julgar as ações coletivas. Outro ponto importante que analisamos aqui foi relacionado ao inquérito civil, peça informativa importantíssima e tem por finalidade embasar a propositura da ação. Vamos relembrar agora os outros itens os quais estudamos aqui? Então, para isso, o Professor Alexandre gravou um vídeo recapitulando o conteúdo. Não deixe de assistir. 014 REFERÊNCIAS AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito ambiental esquematizado – 5ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. ANDRADE, Adriano. MASSON, Cleber. ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e coletivos esquematizado. 4° ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 12° ed. – Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2010. DIDIER JR., Fredie. ZANETI JR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil: processo coletivo. v. 4. 9ª ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2014. FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 14° ed. rev., ampl. e atual. em face da Rio+20 e do novo “Código” Florestal. São Paulo: Saraiva, 2013. GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Direitos difusos e coletivos II. São Paulo: Saraiva, 2012. GALLI, Marcelo. Defensoria Pública pode propor ação civil pública, decide Supremo. Revista Eletrônica Consulto Jurídico. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2015-mai-07/defensoria-publica-propor-acao-civil- publica-decide-supremo>. Acesso em: 5 jan. 2017. MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 20ª ed. Rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007. MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sergio Cruz. MITIDIERO, Daniel.Novo Curso de Processo Civil. v 1. Revista dos Tribunais. São Paulo. 2015. MARINS, Jomar. Ação civil pública sem presença do Ministério Público é nula, decide TRT-4. Revista Eletrônica Consulto Jurídico. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2015-mai-07/defensoria-publica-propor-acao-civil- publica-decide-supremo>. Acesso em: 5 jan. 2017. MARINS, Jomar. Ibama pode propor Ação Civil Pública Ambiental. Revista Eletrônica Consulto Jurídico. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2013-jan- 15/ibama-propor-acao-civil-publica-reparacao-dano-ambiental>. Acesso em: 5 jan. 2017. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações constitucionais. 2ª ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de processo coletivo, volume único. 2ª ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 015 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. TARTUCE, Flávio. Manual de direito do consumidor: direito material e processual. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 17ª ed. São Paulo, 2000. THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 5ª ed. São Paulo: JusPodivm, 2015.
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