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3-Administração de cargos e Salários Disciplina: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E CARREIRA Profª.Elda Carla Sodré Conceito de indivíduo e de organização As pessoas são necessárias para que a empresa exista, cresça e prospere, pois ela é composta por pessoas ou indivíduos; Para sobreviverem, as pessoas precisam trabalhar, principalmente nas cidades grandes, onde trocam seu trabalho e raciocínio por salário; O salário é o benefício direto que a empresa proporciona mediante lei ao colaborador em troca de sua cooperação para o sucesso dela. O objetivo principal das empresas é o de gerar riquezas, por isso existem várias pessoas interessadas nessa questão: os Parceiros; FORNECEDORES: São aqueles que fornecem material (matéria-prima), produtos e serviços. INVESTIDORES: São as pessoas que confiam, acreditam e Investem capital para que a empresa funcione, cresça e melhore seus produtos. PROPRIETÁRIOS São os donos da empresa, os criadores, os que sonharam e idealizaram. São as pessoas que proporcionam os empregos através da empresa. COLABORADORES São as pessoas que compõem a empresa com conhecimentos, habilidades e atitudes para o bom desempenho dela. CLIENTES; Principal foco da empresa. Por isso o salário é de extrema importância para que todos os parceiros fiquem satisfeitos com o resultado esperado alcançado pelos colaboradores da empresa; Conforme Chiavenato (2006, p.294) “o parceiro mais próximo da organização é o empregado (colaborador), pois boa parte da riqueza gerada pela organização passa aos empregados sob forma de salários,benefícios sociais e demanda de encargos deles decorrentes”. Os colaboradores possuem objetivos individuais e necessidades, tais como: crescimento profissional, salários, benefícios, clima organizacional, segurança no trabalho (são fatores diferenciais para atrair capital intelectual); Já a empresa busca a perfeição nos seus produtos, além de qualidade, fidelidade do cliente, crescimento, lucro, imagem no mercado e ser competitiva. O que podemos verificar é que tanto empresa quanto colaboradores têm interesses pessoais, mas que, para as coisas funcionarem, devem entrar em acordo e partilhar interesses em comum, que sejam bons tanto para a empresa como para os colaboradores; Para isso a empresa deve deixar clara sua missão, visão, valores, filosofia e políticas, principalmente a política de salários, relacionando-se com o mercado de trabalho e o colaborador. Conforme Gil (2001, p.27) “o trabalho não é mais o conjunto de tarefas associadas descritivamente ao cargo, mas se torna o prolongamento direto da competência que o indivíduo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais mutável e complexa”; O que Gil quis dizer é que não basta conhecer o que se faz ou vá fazer, mas ter diferencial para conseguir espaço no mercado de trabalho, ou seja, aprimorando suas capacidades, habilidades e atitudes para conseguir melhores resultados no trabalho e produzir melhor. * Como podemos conceituar salários? Existem várias formas conceituadas de salários, vejamos algumas: A medida de valor de uma pessoa (análise de importância de cada função); A colocação de uma hierarquia na organização (quanto vale esta função na hierarquia); O pagamento de um trabalho (valor do trabalho executado em determinada função por tempo e esforço). Conforme Chiavenato (2004, p.260), “o salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoa na organização, que empenha parte de si mesma, de seu esforço e de sua vida, comprometendo-se a uma atividade cotidiana e a um padrão de desempenho na organização”. A troca por ambas as partes se torna um elo fundamental para o sucesso de ambas, por isso a importância de trabalhar em conjunto para o alcance de objetivos individuais e coletivos. Os contrários devem trabalhar juntos para alcançarem objetivos particulares e comuns entre si (ZIMPECK, 2002, p.13). Existem três tipos de salários: Por tempo, que são aqueles que se ganham pela quantidade de horas trabalhadas em determinado período; Por resultados, ou seja, por produtividade alcançada pelo colaborador (comissões); Por tarefa e/ou responsabilidade, que engloba os dois tipos anteriores para o trabalhador se aperfeiçoar cada vez mais nas tarefas que deve fazer. O salário é um incentivo ao trabalho, motivando os indivíduos a cooperarem para os objetivos da empresa (PONTES, 2004,p.29); Conforme Chiavenato ( 2004, p. 261), “as decisões a respeito dos salários são tomadas levando em conta todo conjunto de fatores internos e externos que formam o composto salarial”; As variáveis é que determinarão os salários do colaborador. VARIÁVEIS INTERNAS: Regras e normas salariais da empresa; Desempenho organizacional; Solvência da empresa, ou seja, saúde financeira. VARIÁVEIS EXTERNAS; Mercado de trabalho; Concorrência acirrada; Legislação trabalhista; Situação do mercado de clientes. AFINAL OQUE É ADMINISTRAR SALARIOS? A administração de salários é o conjunto de normas e procedimentos que mantém estruturas de salários compatíveis e justos na organização (CHIAVENATO, 2006, p.302); Ou seja, as empresas têm que pagar o justo por determinado serviço, baseando-se no que outras empresas pagam no mercado (é claro que isso vai depender das condições em que a empresa está e também da posição estratégica do cargo em seu organograma). O que definirá o valor e manterá o equilíbrio interno da organização são as estruturas do salário. Como fazer isso? Através da descrição do salário; Pela avaliação do que o cargo compete na organização; E pela hierarquia dos cargos. Os cargos não existem ao acaso, cada um tem sua importância e valor. Eles devem ser avaliados, e quem os ocupar deve ter requisitos para isso, tais como responsabilidade, esforço, atitudes e saber as consequências que podem acontecer caso não se faça de forma correta o serviço exigido pelo cargo; Por isso é importante recrutar e selecionar minuciosamente alguém que não seja apenas mais um, e sim alguém que supere a expectativa. a forma correta o serviço exigido pelo cargo; É necessário que, para adequar os salários à realidade dos cargos, exista uma pesquisa salarial; Pesquisa salarial pode ser definida como o nível de salários que as empresas pagam referente aos cargos e suas responsabilidades; Conforme Pontes (2004, p.237), “pesquisa salarial é o estudo do comportamento salarial praticado em certo setor empresarial, com o objetivo de conhecer os salários praticados por outras empresas, bem como a política salarial praticada pelo governo”. Identificar e estimular os pontos fortes dos colaboradores (dar oportunidades); Motivar e comprometer o colaborador (realizar seus desejos e necessidades, fazendo com que aflore essa motivação em suas tarefas); Elevar a produtividade e a qualidade no trabalho. Motivação é a junção da palavra motivo com ação, ou seja, para que o colaborador faça algo, deve existir um motivo, que pode ser a realização de um desejo ou necessidade. Para Chiavenato (2006, p.63), “motivo é tudo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico” (deixando claro que o motivo pode ser tanto positivo como negativo). Para Frederick Maslow, as pessoas têm uma hierarquia de necessidades. Em sua teoria, ele diz que existem fatores que são determinantes para o sucesso do indivíduona busca da perfeição. Maslow classifica as necessidades da seguinte forma: Fisiológicas:alimentação, sono, repouso, abrigo. Segurança: proteção a qualquer tipo de insegurança. Sociais: associação, participação, aceitação, troca de amizade, afeto e amor. Estima: autoconfiança, auto apreciação, reconhecimento social, status e prestígio. Autorrealização: autonomia, independência, autocontrole e competência. A administração de salários ainda proporciona salários justos e equitativos para os colaboradores, ou seja, pagar um salário justo pelo que o colaborador faz para a empresa; Respeitar as leis trabalhistas (todos os trabalhadores, na teoria, teriam seus direitos). A maioria das empresas respeita esses direitos e tem bons relacionamentos com sindicatos e órgãos da classe, com benefícios ao colaborador por sua boa índole e honestidade; Mas também o colaborador tem seus deveres, que deve cumprir. Algumas estratégias que as organizações utilizam em seus objetivos por meio de salários: Atrair colaboradores criativos dinâmicos (capital intelectual); Premiar a eficácia dos colaboradores (trabalho bem feito tem recompensa); Prezar pela justiça e dignidade (idoneidade, ser correto, fazer tudo bem feito e honestamente); Ser uma organização competitiva. Mas nem tudo é perfeito. Existem problemas nas empresas na área de cargos e salários, tais como: Informações confidenciais sobre a política salarial (vazar informações sobre salários dos colaboradores); Falta de perspectiva salarial para os profissionais (alguns são mais beneficiados que outros; isso depende da hierarquia e estratégia da empresa, o que causa desmotivação nos níveis mais baixos); Desenho de Cargos Conforme Chiavenato (2006, p.219), “o cargo é composto de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa, que podem ser englobadas em um todo unificado e que ocupam uma posição formal no organograma da organização”. Ou seja, cada colaborador tem sua razão de ser e estar na organização, com suas funções e responsabilidades, e também tem seu grau de importância na hierarquia, de acordo com o cargo que ocupa. Cada cargo tem sua função e responsabilidade no organograma da empresa, entrelaçando-se com outros e cooperando para que a empresa prospere; Os cargos devem satisfazer as necessidades tecnológicas, organizacionais e pessoais de seu ocupante. Isso se chama desenho de cargos. Nas empresas grandes existe todo um aparato para criar um cargo, existe um know-how, ou seja, uma série de detalhes previamente examinados voltados para a qualidade e estudados por setores específicos que vão criá-lo (exemplo: linha de produção, tempo e maneiras para fazer). Já nas pequenas, os cargos são desenhados incluindo ou eliminando tarefas, dependendo da situação a ser ocupada pelo cargo na empresa de forma informal (assistente fiscal, segmento de telefonia). Conteúdo do cargo: Tarefas a serem desempenhadas; Métodos e processos de trabalho: como deve ser feito; Relação com a chefia: a quem será subordinado; Relação com os subordinados: quem será subordinado. Por outro lado, internamente, os líderes (gestores conhecem a empresa) devem levar em conta: Número de pessoas disponíveis; Equipamentos a serem utilizados; Legislação trabalhista atual; Acordo com órgãos sindicais e de classe; Políticas e hábitos da organização; Considerações sobre o processo; Considerações econômicas e técnicas; Considerações sobre o tempo utilizado; Considerações sobre o espaço despendido. Esses fatores devem ser levados em conta quando se planeja a criação de um cargo. MODELO TRADICIONAL 1 – Modelo tradicional clássico: Aborda a teoria científica de Taylor, que foca a eficiência dos processos; Aborda a quantidade de produtividade que levará à eficiência (ex. Linhas de produção em massa); Utiliza o método de tempos e movimentos para a racionalização da produção, tarefas simples e repetitivas; O homem é encarado apenas como um simples meio de produção; Subdividem-se as tarefas, fragmentando-as até que sejam aperfeiçoadas; O desenho do cargo é definitivo, sem mudanças e com pouco treinamento; Foca-se apenas a eficiência do processo para obter resultados; É mais fácil de se desenhar esse tipo de cargo; Mas ele tem aspectos negativos, que são: Fadiga, cansaço, problemas de saúde pela repetição dos movimentos; A produtividade pode cair – fator referente à falta de motivação e desafios nas tarefas; Pela falta de comprometimento e incentivo, a produção pode ter problemas na qualidade dos produtos e serviços; Falta de integração pelo absenteísmo, rotatividade entre os pares. MODELO HUMANISTA 2 – Modelo Humanista/Relações Humanas Segundo Chiavenato (2001, p.35), “o modelo humanista ou das relações humanas permite o desenvolvimento de relações entre os colegas e provisão para alguma oportunidade de crescimento individual”; O líder desenvolve trabalhos em equipe em que todos os indivíduos devem cooperar para conseguir alcançar o resultado esperado. O trabalho é feito em união entre as pessoas. DIFERENÇA ENTRE OS DOIS MODELOS Vamos ver as diferenças entre o primeiro modelo e o segundo: O papel mais importante no modelo humanista é o do líder, que deve fazer com que as pessoas trabalhem em equipe para conseguirem alcançar os objetivos em comum do grupo. 3 – Modelo Contingencial: Esse modelo leva em consideração as diferenças individuais entre as pessoas e as tarefas envolvidas no trabalho (DECENZO; ROBINS, 2003, p.71); Alguns critérios são necessários para se fazer uma análise de cargos no modelo contingencial. São eles: Variedades: Habilidades do cargo, como se faz, quais formas; Formas de se fazer diferente para conseguir otimizar o trabalho (desafio no cargo e sem monotonia). Autonomia: Independência para fazer o serviço; Escolher a melhor técnica e ferramentas para conseguir realizar um trabalho ou serviço; fazer sem pedir apoio ou ter total dependência do superior, e sim criar maneiras de se fazer. Significado da tarefa: No que o seu serviço afetará os outros, ter interdependência; O indivíduo deve ser responsável pelos seus atos, pois deve saber da importância e, caso falhe, o que isso poderá acarretar. Identidade com a tarefa: Conhecer o que se faz para fazer bem feito, dominar a execução do trabalho. Alguns conceitos são necessários para conhecermos melhor o que é cargos e salários: Função: é o conjunto das atribuições destinadas a cada colaborador da organização. Exemplos: coordenar a área de faturamento, ou de recursos humanos. Ou seja a responsabilidade na empresa, hierarquia; Cargo: é o conjunto das funções semelhantes à natureza das atribuições executadas e especificações exigidas; Ex:Auxiliar de recebimento – realizará tarefas ligadas ao recebimento de mercadorias, parecidas com as que seus pares fazem na empresa; O número de cargos é menor que o de funções; Família de cargos: dois cargos com deveres semelhantes; Posição: deveres e responsabilidades de um colaborador na organização; Tarefas: séries realizadas no trabalho para conseguir resultados. Conforme Chiavenato (2006, p.242), “a descrição de cargos é um processo que consiste em enumerar as tarefas e atribuições que compõem um cargo e que o tornam distinto de todos os outros existentes na organização”. A descrição de cargos deve ser clara, ou seja, direta, informativa e objetiva. Deve ser breve, de forma a se entender o que se espera em poucas linhas. Deve mostrar o nível de autoridade: a hierarquia e os deveres do cargo. O que deve ser considerado: Níveis mentais: instrução, experiência, aptidões; Níveis físicos:esforço, concentração mental, responsabilidades; Supervisão, documentos, informações. Exemplo de Análise de Cargo Título: Coordenador de Faturamento Descrição Sumária: Ser capaz de faturar notas fiscais, calcular impostos, dar assistência à gerência; Descrição do Cargo: Gerar relatórios para gerência e diretoria, bem como para setores ligados; Relacionamento: Reporta-se à gerência e direção; Requisitos mentais: Superior em Administração; Experiência: 3 anos; Aptidões necessárias: Ser responsável, dinâmico e proativo; Responsabilidade : cuidar de toda a área e documentos ligados a ela; Condições de trabalho: Escritório, com segurança no trabalho, sem ruídos muito altos.
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