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Aula 02 Direito sucessório

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Direito Sucessório 
Segunda Parte Aula 02
Da Vocação Hereditária 
A legitimidade passiva é a regra e a ilegitimidade, a exceção. No direito sucessório vigora o princípio de que todas as pessoas têm legitimação para suceder, exceto aquelas afastadas pela lei. 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
Legitimação Para Suceder
Como o dispositivo em apreço refere-se somente a pessoas, não podem ser contemplados animais, salvo indiretamente, pela imposição ao herdeiro testamentário do encargo de cuidar de um especificamente. Também estão excluídas as coisas inanimadas e as entidades místicas, como os santos. As disposições testamentárias a estes consideram-se feitas às diversas igrejas existentes no lugar do domicílio do falecido. 
Legitimação Para Suceder
Padre Cícero chegou a Juazeiro como missionário, transformou-se num visionário e morreu milionário. Além das heranças, ele deixou terras para dois santos. Naquele tempo o padre era muito devoto dos santos e tinha uma fé ingênua, aquela em que a pessoa acredita diretamente no santo.
A herança deixada por ele para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Miguel de Juazeiro está sendo disputada na Justiça.
Legitimação Para Suceder
Tanto as pessoas naturais como as jurídicas, de direito público ou privado, podem ser beneficiadas. Só as pessoas vivas ou já concebidas ao tempo da abertura da sucessão podem ser herdeiras ou legatárias. Caducam as disposições testamentárias que beneficiarem pessoas já falecidas, pois a nomeação testamentária tem caráter pessoal (intuito Personae). 
Legitimação Para Suceder
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Os Nascituros podem ser, assim, chamados a suceder tanto na sucessão legitima como na testamentária, ficando a eficácia da vocação dependente do seu nascimento. Podem, com efeito, ser indicados para receber deixa testamentária. 
Legitimação Para Suceder: Exceção 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
Legitimação Para Suceder
Nascendo com vida, a existência do nascituro no tocante aos seus interesses retroagem ao momento de sua concepção. 
Os direitos que lhe são assegurados encontram-se em estado potencial, sob condição suspensiva. Para resguardá-los pode a mulher que está gerando requerer ao magistrado competente a nomeação do curador: o curator ventris. 
Todavia, se porventura nascer morto o feto, não haverá aquisição de direitos, como se nunca tivesse existido. 
Legitimação Para Suceder: Exceção
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
Legitimação Para Suceder Por Testamento 
Nesse caso não se trata de nascituro, pois o filho ainda não foi concebido de pessoas indicadas pelo testador e vivas ao abrir a sucessão, venham a recolher a herança. Se morrer antes da abertura da sucessão, disposição testamentária será Ineficaz. Os bens também caberão aos herdeiros legítimos se o herdeiro aguardado e concebido nascer morto. 
Prole Eventual (CC 1916) Ou Filhos Ainda Não Concebidos (2002) 
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 1o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775.
§ 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.
Prole Eventual (CC 1916) Ou Filhos Ainda Não Concebidos (2002) 
Adoção se Compara aos Filhos Não Concebidos?
A atual Constituição não faz distinção, e proíbe quaisquer designações discriminatórias entre os filhos, seja qual for a sua origem ou espécie de relação mantida por seus genitores (Art. 227, §6º). Esse entendimento é reforçado pelo art. 1596 CC que refuta o princípio da igualdade entre os filhos, sejam eles adotivos, nascidos ou não de justas núpcias. 
Prole Eventual (CC 1916) Ou Filhos Ainda Não Concebidos (2002) 
Existe Direito Sucessório daquele que foi concebido por inseminação artificial post mortem? 
A doutrina brasileira se inclina no sentido de negar legitimação para suceder aos filhos havidos por métodos de reprodução assistida, quer na hipótese de a morte dos ascendente preceder à concepção, quer na de implantação de embriões depois de aberta a sucessão. Solução favorável à criança ocorreria se houvesse disposição legislativa favorecendo o fruto de inseminação post mortem. 
Prole Eventual (CC 1916) Ou Filhos Ainda Não Concebidos (2002) 
Qualquer pessoa jurídica pode ser contemplada, seja simples ou empresária, de direito público ou de direito privado. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (CC art. 45). Antes disso não passam apenas de sociedade de fato ou sociedades não personificadas. Já as pessoas de direito público externo pesam restrições legais: estão impedidas de adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação (LICC, art. 11§2º), excetuando os imóveis necessários para o seu estabelecimento no país. 
Pessoa Jurídica 
O inciso III do mesmo dispositivo cogita da hipótese de o testador pretender criar uma fundação, mediante a dotação de bens livres e desembaraçados, para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
Afastada estaria, assim, perante o novo Código, a possibilidade de testador beneficiar mera associação ou sociedade de fato, ou seja aquelas que já atuam no mundo dos negócios mas não têm ainda existência legal por falta de registro dos seus atos constitutivos. 
Fundação 
O que não se pode admitir é que a deixa testamentária seja atribuída a uma pessoa jurídica ainda não existente nem mesmo embrionariamente, exceto no caso expresso da fundação. Se já existe uma pessoa jurídica em formação, existe sujeito de direito para assumir o patrimônio. Da mesma forma que, para o nascituro, haverá alguém para zelar por seus bens até seu nascimento com vida. 
Fundação 
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.
Os que não podem ser nomeados herdeiros testamentários nem legatários
I- a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
Poderia tal pessoa, com efeito lei por motivo de suspeição, como já referido. Poderia tal pessoa, com efeito ser tentada a abusar da confiança nela depositada pelo testador e modificadar deliberadamente o teor de sua última vontade, ou ainda, movida pela cobiça induzi-lo a testar seu benefício, ou algum parente próximo.
Os que não podem ser nomeados herdeiros testamentários nem legatários
II - as testemunhas do testamento;
A segurança e a veracidade das disposições causa mortis melhor se asseguram,
efetivamente, mediante o testemunho de pessoas despidas de interesse nas liberalidades do testador. 
Os que não podem ser nomeados herdeiros testamentários nem legatários
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos. 
A restrição atinge tanto o homem quanto a mulher, mas limita-se ao caso de concubinato adulterino, em que o testador vive com cônjuge e mantém relação extraconjugal, não se aplicando às hipóteses em que a sociedade conjugal já se encontra dissolvida, de direito ou apenas de fato, há mais de cinco anos, sem culpa sua.
Os que não podem ser nomeados herdeiros testamentários nem legatários
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.
Os que não podem ser nomeados herdeiros testamentários nem legatários
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.
Simulação de Contrato Oneroso e Interposição de Pessoa 
A nulidade da deixa testamentária pode revestir-se de duas formas: 
A) O testador dissimula a liberdade sob aparência de contrato oneroso; 
B) Recorre a interposta pessoa para beneficiar o proibido de suceder. 
Simulação de Contrato Oneroso e Interposição de Pessoa 
Exceção a Regra:
Súmula 447 : É válida a disposição testamentária em favor de filho adulterino do testador com sua concubina.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
Simulação de Contrato Oneroso e Interposição de Pessoa

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