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A intergenericidade ocorre quando um determinado gênero é utilizado na função de outro, acarretando a mistura entre eles. Este fenômeno é utilizado frequentemente como mecanismo de comunicação, e cada comunicação se relaciona a um gênero, a um tipo textual, a um tipo discursivo, que melhor passem a informação de modo adequado a um receptor para atingir a finalidade de expressão. É possível, entretanto, flexionar os tipos discursivos, tipos textuais e porventura os gêneros textuais que são utilizados como mecanismo de persuasão nas propagandas, pois, são gêneros em um suporte diferente do que normalmente são usados, então, prendem a atenção do público leitor.
Os gêneros estão vinculados a um domínio da atividade humana, interpenetram-se para constituírem novos gêneros, isto acontece frequentemente na propaganda. Então, a mescla de gêneros pode ocorrer como recurso argumentativo e amplia os significados da propaganda exercendo certo impacto no público leitor. Constrói à medida que ajuda na construção de sentido maior, o de divulgar determinados produtos. A utilização de outros gêneros na propaganda adquire seus sentidos, propósitos e causa uma ruptura com o que tradicionalmente é estabelecido. Podendo também ser relevante em sala de aula para realizar a distinção de gêneros e a identificação do real objetivo do texto.
 De certa forma, os gêneros demarcam a realidade do escritor que o utiliza, evidenciando as necessidades, os objetivos, a intenção de quem escreve. E, de acordo com esse conjunto de fatores, é escolhido o gênero que se adéqua a necessidade do indivíduo que irá utilizá-lo. De acordo com MARCUSCHI:
O estudo dos gêneros textuais é uma fértil área interdisciplinar, com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques, nem como estruturas rígidas [...] (2008, p, 155).
 Com o passar dos anos, surgem novas formas de comunicação e de acordo com as necessidades da sociedade surgem novos gêneros e tornaram-se inúmeros, tornando a classificação de todos os gêneros complexa. Estes são utilizados constantemente para que um indivíduo possa interagir com o outro, para que ocorra a troca de informação e isso varia de acordo com o grau de intimidade, com o tipo de informação, com a necessidade, com o suporte utilizado. 
 A constante utilização dos gêneros se dá de forma flexível e não de forma engessada. Deve-se levar em consideração a estrutura do gênero que será utilizado, entretanto, é necessário estar disposto a interar-se com os aspectos sociais que envolvem todas as comunicações. E estas comunicações acontecem através dos gêneros, mesmo que o gênero em questão ainda não tenha recebido uma nomenclatura eles estão presentes em comunicações orais e escritas e em sua maioria são utilizados constantemente. Podendo-se destacar o gênero receita alguns que circula para que ocorra a comunicação:
 Como a receita que é utilizada para descrever passo a passo do preparo de um determinado alimento. Descreve-se a quantidade de cada ingrediente, o tempo de preparo e o material necessário para terminar o preparo. Entretanto, algumas receitas circulam com a mesma estrutura, só que voltadas para regras de convívios, declarações de amor e mesmo com outro objetivo ainda são classificadas como receita. 
 Os gêneros possuem uma estrutura e um objetivo, mas como são elementos flexíveis e utilizados constantemente os gêneros, em algumas situações, podem se fundir com outro, permitindo uma flexão dos limites entre eles. De acordo com MARCUSCHI: “[...] os gêneros se imbridicam e interpenetram para constituírem novos gêneros [...]”. Dessa forma, usa-se um gênero com a estrutura de qualquer outro. Este fenômeno que também foi nomeado como hibridização e intertextualidade intergenérica está cada vez mais comum, principalmente em artigos de jornal, revista e na publicidade e o leitor depara-se com a intergenericidade e não reconhece o fenômeno em questão. 
 A intergenericidade é um fator que demonstra a flexibilidade dos gêneros e a capacidade de adaptação dos mesmos às necessidades do escritor. Nas palavras de MARCUSCHI “a possibilidade de operação e a maleabilidade que dá aos gêneros enorme capacidade de adaptação e a ausência de rigidez.” (2002, p. 31).
 A intergenericidade que também é denominada como intertextualidade intergenérica é utilizada, normalmente, em textos propagandísticos e quando um texto é redigido o escritor se propõe a enviar uma mensagem para um determinado grupo de leitores. Pode se dizer que o autor pode escolher textos híbridos para realizar esse diálogo com o leitor e pode ter mais de um objetivo a ser alcançado no final da leitura. Dessa forma, o escritor pode utilizar a propaganda, a carta, o bilhete, a notícia de jornal, o poema, a receita médica e culinária para descrever o passo a passo do preparo de um alimento, para informar ao leitor à forma que utilizar um determinado medicamento ou pode utilizar esses gêneros de forma híbrida para persuadí-lo. 
 A persuasão pode ocorrer de forma moderada e de forma mais intensa. Sendo assim, a persuasão pode estar em um texto híbrido, pois se utiliza um gênero e se apropria da forma de outro para alcançar de uma maneira mais atrativa ao proposto comunicativo. Então, ao optar por se apropriar da forma de um poema em uma propaganda, a persuasão está inserida na intertextualidade com o objetivo de convencer o público leitor a adquirir um determinado produto. Podendo, também, afirmar que a utilização desse fenômeno chama atenção do leitor porque a estrutura é diferente da convencional. 
 Existem diversas categorias para cada produto, serviço prestado, marca e por esse motivo, o uso das propagandas é freqüente no nosso cotidiano.
 Dessa forma, a propaganda incita o público leitor a adquirir um determinado produto, um determinado serviço e, para alcançar esse objetivo, os gêneros do domínio publicitário são cada vez mais numerosos. Dentre eles, pode-se destacar: anúncio, classificados, comercial de TV, folhetos, logomarca, propaganda, publicidade. Também é notável a crescente demanda de suportes físicos e virtuais que os gêneros propagandísticos são encontrados.
 Os textos propagandísticos podem ser vinculados em diversos suportes como: jornais, revistas, rádio, televisão, outdoor, banner.
[...] Entendemos aqui como suporte de um gênero um lócus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto. Pode-se dizer que suporte de um gênero é uma superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra um texto. Essa ideia comporta três aspectos:
Suporte é um lugar (físico ou virtual)
Suporte tem formato específico 
Suporte serve para fixar e mostrar o texto (MARCUSCHI, 2008, p. 175).
	
 A propaganda intenciona o consumo. Nas palavras de CHARAUDEAU “A instância publicitária tem sua legitimidade pautada em sua posição na economia do mercado. Ela se apresenta como uma instância benfeitora, pois diz à instância receptora como realizar seu sonho (1994, p.38). Serve para divulgar ao consumidor uma informação sobre um produto, uma marca, um pensamento, uma empresa intencionando seu consumo buscando, dessa maneira, fazer com que o leitor acredite que o material apresentado seja necessário e melhor que os apresentados pela concorrência. Utilizando-se de artifícios que envolvem, manipulam os desejos e também conseguem persuadí-lo a efetivar a aquisição, provocando o leitor em relação à aquisição do produto apresentado. Porque, além de vender um produto, também consegue persuadir o consumidor para que o mesmo acredite que a aquisição realizada seja necessária, essencial para sua sobrevivência. 
 Para que a efetivação da aquisição ocorra, a propaganda possui um alto poder persuasivo apresentando as características do produto, busca favorecer a legitimidade da proposta apresentada para que a relação com o públicoalvo se dê de forma confiável.
 A propaganda se apropria de um recurso que ultrapassa os limites do texto para que o enunciatário acredite na sua mensagem passada. Esse fenômeno é denominado de ethos discursivo que é utilizado para passar uma imagem positiva de uma determinada pessoa, produto ou empresa. O ethos pode ser apresentado de forma verbal e não-verbal e engloba o todo do texto propagandístico, pois está na cor escolhida, no tipo e no tamanho de letra, nas imagens que são utilizadas ou não. Segundo MAINGUENEAU, “o poder de persuasão do discurso está fundamentado na eficácia em levar o leitor da mensagem a se identificar com seu ethos, o corpo enunciativo que se reveste de valores socialmente específicos” (2002, p. 99).
 Através do ethos, escolhe-se a imagem que se quer passar para o consumidor, então, com as características escolhidas para colocar no corpo da propaganda se torna possível identificar o grupo de consumidores que será direcionado o texto propagandístico (classe social, faixa etária, se o público é feminino ou masculino), se foi direcionado a uma data comemorativa específica.
 Sendo assim, normalmente, a publicidade faz o público alvo almejar a juventude, a beleza, o status que são apresentados sedutoramente nos textos propagandísticos alterando condutas, princípios e prioridades. Acreditando-se que para alcançar a realização plena, faz-se necessário adquirir o produto apresentado como se fosse espiritualmente necessário.
 Às vezes, as propagandas formulam suas argumentações utilizando o produto como base ou evidenciam todas as possíveis vantagens que a aquisição do mesmo pode trazer e até mesmo destacam o status social que o produto pode acarretar. Formulando o discurso que afirma que, comprando-se algo, o comprador torna-se uma pessoa feliz no contexto social como um todo, na família, com os amigos, no trabalho.
 Entretanto, o público leitor que compra acreditando na concretização da felicidade como ideal duradouro, tende a ficar consternado. Pois, a felicidade pode não ser encontrada ou ser encontrada momentaneamente. E todo o ethos discursivo da aquisição dos produtos como a aquisição da felicidade plena, a solução dos problemas, como um caminho para a vida saudável, com bons relacionamentos, com um carro que possui todas as características possíveis para saciar as necessidades diárias, que retoma a juventude, a virilidade e a feminilidade torna-se inexistente. Para reverter esse quadro de tristeza o comprador vê-se em um círculo vicioso na incansável busca pela realização plena através da compra de produtos.
 Devido ao crescimento do consumismo, é possível, atualmente, encontrar diariamente diversas propagandas para estimular o consumidor a efetuar a aquisição do produto. Porém, é necessário que a propaganda chame a atenção para despertar o interesse em relação ao produto e só depois o leitor achará viável ou não efetivar a compra.
 Levando-se em consideração que o grande número de concorrentes, em relação às publicidades, cresce, além do consumismo, também a disputa no meio propagandístico para conquistar o cliente. Tornando-se necessário utilizar todos os meios de persuasão e sedução para enlaçar os possíveis consumidores, ressaltando que o produto apresentado é melhor que o da concorrência. Então, a utilização da intergenericidade na propaganda ocorre como um recurso para destacar a propaganda perante as demais, e assim, conquistar o leitor apresentando as qualidades do produto.
A propaganda, sendo um gênero textual, tem seu uso relacionado diretamente com as diversas necessidades, objetivos que o escritor possui diariamente e se adéqua sendo flexível e podendo ser articulada de diversas maneiras para que o emissor possa comunicar-se com o receptor através do uso do gênero escolhido. Possibilitando, dessa maneira, a utilização da intergenericidade na propaganda para chamar a atenção do leitor, fazer uma relação com o contexto social e persuadi-lo a comprar a ideia apresentada na propaganda como se fosse verdadeira.
É possível observar a intergenericidade como um recurso argumentativo na propaganda da Tarifa Azul, que é uma agência de viagens aéreas e destaca-se na mesma o gênero textual: calendário. Que evidencia a nova promoção da agência: comprar as passagens com antecedência e pagá-las com desconto, é possível observar essas informações no calendário e depois em informações que o cercam como: o slogan “Existe uma coisa melhor que viajar: comprar sua passagem com antecedência e pagar menos.”, o slogan “Quanto antes você comprar, menos vai pagar.” Antes de ler as informações citadas o que chama a atenção para o anúncio publicitário é o calendário. Mas, para que o leitor opte pela agência de viagem em questão, também são utilizados elementos como a cor azul que está associada ao nome da agência e ao céu, uma imagem de um casal apaixonado, lindo, feliz, realizado, em um ponto turístico que foi mencionado na propaganda como destino e tem o valor do desconto exposto.
 Portanto, quando o gênero textual é aplicado em sala de aula propicia o desenvolvimento de linguístico, textual e discursivo. Segundo MARCUSCHI, as funções comunicativas, cognitivas e institucionais são as características essenciais do gênero. Então, ao deparar-se com a propaganda em sala de aula os alunos podem reconhecer as características da publicidade como um todo, sabendo destrinchar as formas de apresentação contidas nela de forma mais crítica e tornar-se consciente da manipulação existente nas propagandas.
O papel da escola é mostrar o caminho que o aluno deve percorrer para não ser mais um refém conivente com que é proposto pela propaganda. Mesmo que o texto publicitário não seja formulado diretamente para o ambiente escolar, tratando-se de um texto autêntico, formulado para o fim comercial. É relevante, destacar a relação entre o teor existente nos anúncios e o contexto social ao que se adéquam, as implicações políticas, identificar formas para explorar a gramática, a estrutura textual, coesão, vocabulário, interpretação.
Através do contato direto com textos publicitários, os alunos tendem a criar uma relação de familiaridade com o gênero em questão, tornando a aula mais dinâmica. É possível desenvolver a crítica em relação aos hábitos consumistas e suas influências, desvendar o ethos passado nesses textos e também utilizar dos conhecimentos apresentados para analisar e produzir outros gêneros no cotidiano.
A intergenericidade atrai o leitor fazendo surgir a indagação em relação ao gênero que está sendo apresentado, possibilita o destaque do anúncio em questão mediante aos demais apresentados pela concorrência. Também pode ser utilizado como um método de ensino para o aprendizado de gêneros textuais de forma mais dinâmica para que o aluno possa ter mais interesse para ler e escrever, sentir-se motivado e compreender melhor os padrões dos gêneros, analisar a propaganda de forma crítica, por conseqüência interpretar o ethos discursivo presente no gênero em questão e possa interpretar melhor os demais gêneros, seus objetivos, estrutura e funções. 
É possível observar que os gêneros propagandísticos podem estimular a produção textual aprimorando o poder argumentativo e estimulando o aluno ao deparar-se com uma propaganda como o tema de uma determinada aula, já que os adolescentes também buscam a “felicidade” no consumismo.
 A aplicação de gêneros em sala de aula permite que o público discente ,conseguindo articular as habilidades de leitura e escrita para tornar-se um sujeito atuante do mundo letrado.
Ao aprender a analisar a propaganda de forma contextual, o aluno pode aprimorar os conhecimentos para analisar textos de forma geral e por consequência, redigir textos com mais qualidade. Aprimorando o poder argumentativo e o senso crítico.

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