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P R O F ª S . M S C . E L A I N E M O N T E I R O E R A Í S S A P I R E S ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS CARDÍACAS Arritmia cardíaca é uma anormalidade na velocidade ou ritmo do batimento cardíaco. Ocorrem quando o ritmo é inadequadamente rápido (taquicardia) ou lento (bradicardia), ou quando os impulsos elétricos seguem vias ou trajetos anômalos. Esses ritmos anormais podem ser regulares ou irregulares. DEFINIÇÃO Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade na frequência, regularidade ou na origem do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução causando uma sequência anormal da ativação miocárdica. Trajetória dos impulsos elétricos do coração O nódulo sino-auricular (1) inicia um impulso elétrico que percorre as aurículas direita e a esquerda (2), levando à sua contração. Quando o impulso elétrico alcança o nódulo auriculoventricular (3), é retardado ligeiramente. O impulso, em seguida, viaja para o feixe de His (4), que se divide no ramo direito do feixe de His para o ventrículo direito (5) e no ramo esquerdo do mesmo para o ventrículo esquerdo (5). A seguir, o impulso estende-se pelos ventrículos, fazendo com que se contraiam. ARRITMIAS CARDÍACAS CAUSAS Arritmia pode ocorrer quando os sinais elétricos que controlam os batimentos cardíacos ficam atrasados ou bloqueados. Isso pode acontecer quando as células nervosas especiais que produzem o sinal elétrico não funcionam apropriadamente, ou quando os sinais elétricos não viajam normalmente pelo coração. Uma arritmia também pode ocorrer quando outra parte do coração começa a produzir sinais elétricos (ectópicos), adicionando aos sinais das células nervosas especiais, e alterando o batimento cardíaco normal. ARRITMIAS CARDÍACAS CAUSAS Diversas anomalias do sistema de condução do impulso elétrico podem provocar arritmias que podem ser desde inofensivas até graves, com risco de morte. Cada variedade de arritmia tem a sua própria causa, enquanto uma causa pode dar lugar a vários tipos de arritmias. As arritmias ligeiras podem surgir pelo consumo excessivo de álcool ou de tabaco, por stress ou pelo exercício físico muito forte. ARRITMIAS CARDÍACAS CAUSAS A hiperatividade ou o baixo rendimento da tiróide e alguns fármacos, especialmente os utilizados para o tratamento das doenças pulmonares e da hipertensão, podem também alterar a freqüência e o ritmo cardíaco. A causa mais frequente das arritmias é uma doença cardíaca, em particular a doença das artérias coronárias, o mau funcionamento das válvulas e a insuficiência cardíaca, podendo levar IAM. SINTOMAS Tendência para sofrer de arritmia repetidamente. Assintomática em alguns casos e graves. Sintomáticas e de risco leve. Depende da gravidade da doença cardíaca subjacente. Quando as arritmias afetam a capacidade do coração para bombear sangue, podem causar: 1) enjôos; 2) vertigem ; 3) desmaio (síncope). As arritmias que provocam estes sintomas requerem atenção imediata. SINTOMAS Sintomas e sinais mais comuns: Palpitações cardíacas . Batimento cardíaco lento. Batimento cardíaco irregular. Sensação de pausa entre os batimentos cardíacos. SINTOMAS Sintomas e sinais mais sérios: Ansiedade. Fraqueza. Tonteira e dor de cabeça leve. Transpiração( sudorese). Falta de fôlego( dispnéia). Dor no peito( angina). DIAGNÓSTICO Baseado nos sintomas. Qualidade dos batimentos: rápidos ou lentos, regulares ou irregulares, curtos ou prolongados; Existência de vertigens, enjôos ou enfraquecimento e inclusive perda de consciência e se as palpitações se associam a dor torácica, sufocação e outras sensações incômodas. Qualidade de palpitações: em repouso ou durante uma atividade pouco habitual ou enérgica e, além disso, se começam e acabam de maneira repentina ou gradual. DIAGNÓSTICO Exames complementares: 1) Eletrocardiograma (ECG): mostra a freqüência cardíaca durante um breve período e as arritmias são, em geral, intermitentes; 2) Holter: 24 horas, detecta arritmias esporádicas, necessário hospitalização em casos graves ; 3) Estudos eletrofisiológicos (catéter): para detectar arritmias persistentes e gravíssimas, existe uma forma combinada com o estímulo elétrico e uma monitorização sofisticada para detectar o tipo de arritmia; ELETROCARDIOGRAMA Sempre deve ser feito durante os sintomas de uma potencial arritmia Pode identificar arritmias e bloqueios cardíacos As arritmias frequentemente são paroxísticas e o ECG fora da crise pode ser normal O ECG pode não detectar a arritmia, mas sugerir a sua origem por: Presença de via anômala Sinais incipientes de toxicidade medicamentosa Prolongamento do QT por antiarrítmicos TESTE ERGOMÉTRICO A principal indicação é para evidenciar isquemia no esforço (Teste de stress miocárdico) Permite a identificação de arritmias induzidas pelo esforço Empregado também para avaliar o prognóstico de uma arritmia . A não acentuação da arritmia pelo esforço é um sinal de bom prognóstico. HOLTER Gravação do ritmo cardíaco por 24/48h Permite análise contínua do ritmo cardíaco Identifica arritmias paroxísticas Quantifica batimentos normais e anormais Permite correlacionar sintomas com alterações do ritmo e bloqueios Avalia efeito de antiarritmicos Detecta episódios de isquemia miocárdica ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO Consiste na colocação de eletrodos intracardíacos para registro e estimulação miocárdica objetivando o diagnóstico e tratamento de arritmias e bloqueios cardíacos Principais indicações Taquicardia supraventricular Taquicardia ventricular Bloqueios A/V Síncope de causa desconhecida PROGNÓSTICO O prognóstico depende, em parte, de se saber se a arritmia começa no marcapasso (Nó sinoatrial) normal do coração, nas aurículas ou nos ventrículos. Geralmente, as que começam nos ventrículos são mais graves, embora muitas delas não sejam perigosas. TRATAMENTO A administração de fármacos contra as arritmias é muito útil no caso de sintomas intoleráveis ou quando representam um risco. Não existe um único fármaco que cure todas as arritmias em todas as pessoas. Em alguns casos é preciso experimentar vários tratamentos até encontrar um que seja satisfatório. Os fármacos antiarrítmicos podem produzir efeitos colaterais e piorar ou inclusive provocar arritmias. Implantação de pacemakers (marca-passos) artificiais – bradicardia. TRATAMENTO Uso de desfribiladores: método denomina-se cardioversão, eletroversão ou desfibrilação. A cardioversão pode empregar-se para tratar as arritmias que começam nas aurículas ou nos ventrículos. Pode implantar-se cirurgicamente um desfibrilador: detectam de forma automática as arritmias que podem ser mortais e emitem uma descarga. TRATAMENTO Os implantes não previnem as arritmias, então devem ser administrados fármacos antiarrítmicos conjuntamente. Angioplastia ou uma operação de derivação(PONTE) das artérias coronárias (bypass): arritmias provocadas por uma doença coronária. Quando uma arritmia é provocada por um foco irritável no sistema elétrico do coração, este foco pode ser destruído ou extirpado (Ex. fibras lesadas pós infarto). ECG – CHAVE DA INTERPRETAÇÃO DASARRITMIAS Análise da forma e inter-relações da onda P, do intervalo PR e do complexo QRS Onda P - despolarização dos átrios Intervalo PR - início da onda P ao início do complexo QRS –duração 0,20s *COMPLEXO QRS- despolarização ventricular duração 0,12s CAUSAS DAS ARRITMIAS DISTÚRBIOS DO AUTOMATISMO aceleração desaceleração DISTÚRBIOS DE CONDUÇÃO rápida (síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma arritmia cardíaca que faz com que os impulsos elétricos sejam conduzidos ao longo da via acessória dos átrios até os ventrículos, denominada feixe de Kent, é também uma forma de taquicardia) lenta (B.A.V.) COMBINAÇÃO DE DISTÚRBIOS DE AUTOMATISMO E CONDUÇÃO FIBRILAÇÃO VENTRICULAR Consiste em um ritmo ventricular rápido, porém desorganizado, que causa um tremor ineficaz dos ventrículos. A atividade elétrica ventricular é caótica Não há complexos QRS de aparência normal A frequência é rápida e desorganizada O ritmo é irregular FIBRILAÇÃO VENTRICULAR IMPOSSÍVEL DE SE DETERMINAR RITMO, FREQUÊNCIA, ONDAS E COMPLEXO QRS. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR CAUSAS: Desequilíbrio ácido-base; Doença coronária; Choque elétrico; IAM; Hipotermia grave. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR Tratamento Desfibrilação ASSISTOLIA VENTRICULAR Comumente denominada linha plana, a assistolia caracteriza-se por ausência de complexo QRS. Não há batimento cardíaco, nem pulso palpável e ausência de respiração. ASSISTOLIA VENTRICULAR Ausência total de atividade elétrica ventricular; Não há inscrição de atividade elétrica, eventualmente pode aparecer ondas P. ASSISTOLIA VENTRICULAR CAUSAS Superdose de drogas; Hipotermia; Hipóxia; Embolia pulmonar maciça; Distúrbios eletrolíticos graves especialmente hipercalemia ou hipocalemia. ASSISTOLIA VENTRICULAR TRATAMENTO Reanimação cardiopulmonar: Compressões torácicas; IOT; Acesso venoso (administração de adrenalina em Bolus com repetição a cada 3 a 5 minutos); Administração de bicarbonato EV; Não desfibrilar o paciente. TAQUICARDIA VENTRICULAR A TV é definida como três ou mais Complexo Ventricular Prematuro (CVP), em uma série ocorrendo em uma FC que excede a 100bpm. O CVP – é um impulso que se inicia em um ventrículo antes do próximo impulso sinusal. TAQUICARDIA VENTRICULAR Não existem QRS de aparência normal A frequência é > 100 b.p.m. e normalmente não é superior a 220 b.p.m. O ritmo é regular, mas pode ser irregular As ondas P normalmente não são identificáveis A largura do QRS é de 0,12s ou superior A morfologia do QRS é bizarra e serrilhada O segmento ST e onda T é normalmente de polaridades opostas ao QRS Nos complexos polimórficos (multifocais) os intervalos de acoplamento e a morfologia do QRS variam. TAQUICARDIA VENTRICULAR CAUSAS Miocardiopatia; Coronariopatia; Aumento da automaticidade; Intoxicação por drogas; Insuficiência cardíaca; IAM; Cardiopatia valvar; Desequilíbrio eletrolítico. Tratamento – RCP; drogas de escolha lidocaína, amiodarona TV sustentada e hemodinamicamente estável Amiodarona, Lidocaína, Procainamida, Bretílio. TV hemodinamicamente instável deve ser tratada como Fibrilação Ventricular. ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO Presença de algum tipo de atividade elétrica diferente de FV ou TV, mas sem pulso palpável em nenhuma artéria. Despolarização elétrica, mas sem sincronismo das fibras miocárdicas e sem atividade mecânica ou contrações no coração. ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO CAUSAS Acidose; Hipercalemia; IAM; Superdose de antidepressivos; Hipovolemia. ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO TRATAMENTO RCP Tratar as possíveis causas Atropina e Adrenalina (EV) Hiperventilação adequada Infusão de volume de líquido adequada caso o motivo seja hipovolemia Correção do desequilíbrio eletrolítico BLOQUEIO AV DE 1º GRAU Acontece quando todos os impulsos atriais são conduzidos através do nódulo AV para dentro dos ventrículos a uma velocidade menor que a normal. Reflete atraso na condução do impulso elétrico; Atraso na altura do nódulo atrioventricular ou do feixe de His. BLOQUEIO AV DE 1º GRAU BLOQUEIO AV DE 1º GRAU Cuidados: Monitore ECG; Correção da causa subjacente; Uso de digoxina, bloqueadores do canal de cálcio e betabloqueadores. O QRS tem aparência normal O ritmo é regular Cada onda P é seguida de um complexo QRS O intervalo PR excede 0,20s e geralmente é constante, mas pode variar Bloqueio AV 2º grau tipo I Ocorre quando um dos impulsos atriais é conduzido pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos. Possui as seguintes características: O QRS tem aparência normal A frequência atrial não é afetada. A frequência ventricular será menor, devido aos batimentos não conduzidos; o O ritmo atrial é regular. o O ritmo ventricular geralmente é irregular com encurtamento progressivo do intervalo PR , antes do impulso bloqueado. BAV de 2º grau tipo I Causas Febre reumática; IM de parede inferior; Uso de medicamentos. BAV de 2º grau tipo I BAV de 2º grau tipo II Ocorre quando apenas parte dos impulsos atriais é conduzida através do nódulo AV para dentro dos ventrículos. Características: O intervalo PP e RR é regular, depende da relação P:QRS Formato e duração do complexo QRS anormais Frequência ventricular e atrial dependem do ritmos sinusal. Intervalo PR: constante, ondas P antes do complexo QRS. BAV de 2º grau tipo II BAV de 2º grau tipo II BAV de 3º grau Ocorre quando nenhum impulso atrial é conduzido através do nódulo AV para os ventrículos. Interrupção momentânea ou definitiva da resposta ventricular As onda P podem ser observadas, porém a atividade elétrica atrial não é conduzida para dentro dos ventrículos para gerar o complexo QRS. Características: FC: 30 a 40 bpm O intervalo PP e RR é regular, porém ambos são diferentes Formato e duração do complexo QRS anormais Intervalo PR: Muito irregular. Mais ondas P que complexo QRS. Cuidados de enfermagem: • Transmitir segurança à pessoa que apresenta arritmia, estabelecendo diálogo, possibilitando à mesma expor seus sentimentos de impotência e insegurança, a fim de diminuir sua ansiedade; • Proporcionar sono e repouso adequados, garantindo ambiente livre de ruídos; Monitorizar sinais vitais; • Oferecer oxigênio, se necessário, para reduzir a hipóxia causada pela arritmia; Observar os cuidados com a administração de antiarrítmico (verificação de pulso antes e após a dosagem prescrita); • Orientar a família e a pessoa acometida sobre os procedimentos a serem realizados; e, quando a alta for dada, • Destacar a importância do controle do estresse, de se evitar o uso do fumo e reduzir a ingestão de cafeína (café, chá mate, chá preto, refrigerantes a base de cola). Obrigada! Cenas do próximo capítulo: PCR e RCP
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