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PERCEPÇÃO EFEITO STROOP

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO: PSICOLOGIA
PROFESSORA: 
DICIPLINA: PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
REPLICAR UMA PESQUISA EM PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
 (EFEITO STROOP)
FORTALEZA
2017
EFEITO STROOP
Resumo
O Teste de Stroop pretende avaliar até que ponto a leitura é um processo automático; ilustra também a natureza do processamento automático, isto é, mesmo quando tentamos ignorar o significado de cada estímulo, o cérebro regista automaticamente os seus significados.
Para este efeito, eram apresentadas ao sujeito listas de palavras impressas em várias cores, sobre as quais se pretendia observar se os sujeitos tentariam fazer algo mais do que apenas ler a palavra.
Verificou-se então que a leitura é feita através de um processo automático, e por isso houve mais interferência na leitura das listas em que o nome da cor ou uma palavra semelhante estava escrito de cor diferente (por exemplo, VERMELHO, VERDADE).
Introdução
John Ridley Stroop nasceu a 21 de Março de 1897 em Rutherford County, no estado do Tennessee e faleceu a 1 de setembro de 1973.
Desde o início da sua educação na escola de Kitrell County e até concluir o ensino secundário no liceu David Lipscomb, sempre foi um dos melhores alunos.
Stroop continuou os estudos na universidade George Peabody College, onde se doutorou em psicologia Experimental.
A partir daí teve uma carreira invejável retirando-se em 1967, para exercer a posição de reitor da escola de Ohio Valley, para depois assumir a posição de “emeritus”, professor de estudos bíblicos na agora universidade, Davis Lipscomb.
Wilhelm Wundt investigou quanto tempo as pessoas demoravam a nomear objetos e as características dos mesmos, assim como o tempo que demoravam a ler as palavras correspondentes. Concluiu que ler as palavras demorava menos tempo do que dizer o nome dos objetos ou as suas características.
Embora tivessem sido feitos inúmeros estudos sobre esta matéria, só o artigo de Stroop combinava as dimensões da palavra e do objeto/características, criando a famosa situação de resposta e conflito
Jensen e Rohwer (1966) criticaram Jaensch (1929) por ter integrado as duas dimensões – a palavra e a cor – alguns anos antes de Stroop, mas o trabalho de Jaensch recebeu pouca atenção relativamente ao de Stroop. O rigor e clareza excepcionais do seu trabalho, sem dúvida contribuíram para a compreensão do seu artigo. A sua investigação foi continuada no laboratório psicológico Jesup, com a supervisão do professor Joseph Peterson.
São vários os objetivos do Teste de Stroop, pretende, entre outras coisas, avaliar o processo de automatização de leitura, ou seja, verificar até que ponto é possível nomear a cor da palavra sem, no entanto, a ler. De um modo geral, as palavras exercem uma forte interferência entre as diferentes informações (o que está escrito e a cor da palavra) que são simultaneamente processadas pelo cérebro, causam um conflito. Existem duas teorias que tentam explicar o “Efeito Stroop”:
1 – Teoria da Velocidade do Processamento
A interferência ocorre porque as palavras são lidas mais rapidamente do que as cores são nomeadas.
2 – Teoria da Atenção Seletiva
A interferência ocorre porque a nomeação de cores requer mais atenção do que ler palavras.
Descobriu-se mais tarde, que este teste poderia indicar a presença de comprometimentos pré-frontais, sempre que o indivíduo apresentasse uma dificuldade em inibir respostas previamente aprendidas, o chamado “efeito Stroop”.
Geralmente é mais fácil de aplicar o Teste de Stroop a crianças jovens, não escolarizadas. Quanto mais alfabetizada a pessoa, maior a tendência em se usar a leitura no teste.
Método
Participantes:
Participaram neste estudo, 96 sujeitos, todos estudantes da Universidade do Algarve, maioritariamente jovens adultos. Nenhum dos participantes apresentava distúrbios na percepção das cores.
Material:
- Cronómetro
- Tabela de registo dos tempos de nomeação de cores das listas apresentadas
- Foram utilizadas cinco listas diferentes:
. Lista 0 - utilizada como preparação para as seguintes, apresentava várias linhas de Xs, cada uma delas escrita a vermelho, verde, azul, preto ou amarelo.
. Lista 1 - apresentava as palavras coincidentes com a cor a que estavam escritas (por exemplo, VERDE, AZUL).
. Lista 2 - as palavras eram foneticamente semelhantes à cor a que estavam escritas (por exemplo, VERME, VERDADE).
. Lista 3 – as palavras eram as mesmas que na lista anterior, mas escritas a cores díspares foneticamente (por exemplo, VERME, VERDADE).
. Lista 4 - as palavras apresentadas designavam cores que não lhe eram correspondentes (por exemplo, VERMELHO, AMARELO).
Procedimento :
Foi apresentada a cada um dos sujeitos uma 1ª lista como controlo. A lista 0, consistia numa série de “XXX” impressos em várias cores (amarelo, azul, vermelho e verde). Foi pedido aos sujeitos que nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro deveriam corrigi-lo e continuar sem interrupções.
De seguida foi apresentada uma segunda lista, lista 1, na qual as palavras (nomes de cores) estavam escritas na cor correspondente (por exemplo, VERMELHO), pedindo-se novamente aos sujeitos que nomeassem as cores rapidamente e sem interrupções.
Na terceira lista, lista 2, as palavras apresentadas designavam cores que não lhe eram correspondentes (por exemplo, VERDE). Foi pedido aos sujeitos que nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções.
Na quarta lista, lista 3, estavam escritas palavras semelhantes à cor em que estavam impressas (por exemplo: VERME). Mais uma vez foi pedido aos sujeitos que nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções.
Finalmente a última lista apresentada, lista 4, em que as palavras eram as mesmas da lista  anterior, estas estavam impressas com cores díspares foneticamente (por exemplo: AMANHÃ). Também para esta lista foi pedido aos sujeitos que nomeassem as cores rapidamente e sem interrupções.
A lista 0 foi sempre apresentada em 1º lugar, sendo as restantes apresentadas aleatoriamente.
Resultados
Foi contabilizado o tempo médio de leitura em cada uma das listas. Observou-se que os sujeitos demoraram em média 11,63 segundos a nomear as cores na Lista 0, esta lista é constituída por “XXX” coloridos. Na Lista 1, constituída por nomes de cores impresssos nas respectivas cores, verificou-se que os sujeitos, demoraram menos tempo do que na Lista 0 (10,39 segundos). Constatou-se que foi na Lista 2, formada por nomes de cores escritos em cores diferente, que os sujeitos apresentaram mais dificuldades na nomeação de cores, demorando 19,12 segundos. Na Lista 3, que consistia numa lista de palavras semelhantes ao nome das cores a que estavam escritas, o tempo de resposta foi de 12,85 segundos. Por fim, na Lista 4, que consistia numa lista de palavras semelhantes a nomes de cores, impressas de cores diferentes, foi de 14,42 segundos.
Verificou-se assim que a Lista 2, foi aquela em que os sujeitos demoraram mais tempo a nomear as cores, enquanto que na Lista 1 os sujeitos demoraram menos tempo. Entre as listas 3 e 4, não foi verificada grande discrepância entre os resultados (Figura 1).
 
Figura 1: Tempo médio de nomeação das cores nas listas apresentadas. Lista 0 – série de “XXX” coloridos. Lista 1 – nome correspondente à cor. Lista 2 – nomes de cores impressos em cores diferentes. Lista 3 – palavras semelhantes ao nome da cor a que estão impressas. Lista 4 – palavras semelhantes a nomes de cor impressas de cores diferentes.
 
 
Figura 2: Gráfico elaborado a partir da subtração do tempo da Lista 0 pelo tempo de cada uma das restantes listas. Lista 0 – série de “XXX” coloridos. Lista 1 – nome correspondente à cor. Lista 2 – nomes de cores impressos em cores diferentes. Lista 3 – palavras semelhantes ao nome da cor a que estão impressas. Lista 4 – palavras semelhantes a nomes decor impressas de cores diferentes.
Constatou-se que os sujeitos demoraram -1,24 segundos a nomear as cores na Lista 1, constituída por nomes de cores impressos nas respectivas cores, do que na Lista 0, formada por “XXX” coloridos. Relativamente à Lista 2, composta por nomes de cores escritos em cores diferentes, a diferença foi de 7,49 segundos; na Lista 3, constituída por palavras semelhantes ao nomes da cor a que estão impressas, a diferença foi de 1,23 segundos. Finalmente, na Lista 4, formada por palavras semelhantes a nomes de cores mas impressas de cores diferentes, foi de 2,79 segundos.
Discussão dos Resultados
No decorrer da experiência, constatou-se que na lista de controlo, a lista 0 (formada por séries de “XXX” coloridos), os sujeitos não apresentavam dificuldade em nomear as cores, visto que este é um processo automático e involuntário que não requer atenção, sendo por isso rápida a nomeação. Isto pode ser explicado pelo facto de desde muito cedo os indivíduos estarem familiarizados com as cores e porque “XXX” não tem qualquer significado, a nomeação das cores vai ser automática.
Quanto à lista 1, a lista congruente (VERMELHO, AZUL), verificou-se que foi onde os sujeitos da experiência nomearam mais rapidamente as cores. Isto é justificado pelo facto de que apesar de estarem expostos a duas tarefas diferentes (nomeação de cores e leitura), a leitura funciona como uma vantagem na medida em que é um processo adquirido através do treino e de importância fulcral no nosso dia-a-dia. Assim, como as palavras estão de acordo com as cores, os sujeitos não apresentam qualquer dificuldade na nomeação das cores.
A lista 2, constituída por nomes de cores impressos em cores diferentes, foi aquela em que os indivíduos da experiência demoraram mais tempo a fazer a nomeação. Foi um processo mais lento, porque a leitura automática interfere com a nomeação das cores, que é um processo controlado, consciente e voluntário, que requer atenção focada.
Relativamente à terceira lista, composta por palavras semelhantes ao nome da cor a que estão impressas, o tempo de nomeação das cores não foi muito elevado, visto que, como já foi referido, a leitura é um processo automático e a nomeação das cores era facilitada pela semelhança entre o nome das cores e as palavras apresentadas na lista.
Por fim, a quarta lista, formada pelas mesmas palavras que a terceira, mas com as cores invertidas, tem uma média de nomeação das cores um pouco mais elevada, devido à ausência de semelhança fonética que se verificava na lista anterior e que portanto dificultou a nomeação de cores nesta lista.
Fazendo uma comparação entre os resultados obtidos na lista de controlo (lista 0) e na lista 1, verificou-se que os sujeitos demoraram menos tempo na lista congruente, devido ao facto dos nomes das cores estarem impressos nas cores correspondentes.
Entre a lista de controlo e a lista dois, existe uma grande discrepância de resultados pois, como já foi explicado, a lista dois apresenta informações contraditórias que confundem os participantes.
Em relação à lista três, comparada com a lista de controlo, verifica-se que a nomeação das cores foi um pouco mais demorada que na lista 0, pois o facto das palavras apresentadas começarem da mesma forma que o nome das cores a que estão impressas, ajuda à sua nomeação.
Finalmente, no que toca à lista quatro, comparativamente à lista de controlo, constata-se uma diferença um pouco maior do que a verificada na lista três. Isto deve-se ao facto de a lista ser constituída pelas mesmas palavras que a lista anterior, mas impressas em cores diferentes.
Através desta experiência, podemos constatar que as expectativas iniciais se confirmaram: foi assim provado que a leitura é um processo automático enquanto que a nomeação das características dos estímulos, neste caso, a cor, é um processo controlado.
Bibliografia
Faísca, L. (2005). Apontamentos do 1º ano de Psicologia Cognitiva. Universidade do Algarve. Faro
Stroop, J.R. (1935). Studies of interference in serial verbal reactions. Journal of Experimental Psychology, 12, 643-662.
http://www.arts.uwaterloo.ca/~cmacleod/Research/Stroopbiog.htm, acedido em 2 de Dezembro de 2005.

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