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PlanoDeAula 240344

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			 Plano de Aula: O Golpe Militar de 1964 e a instalação do regime autoritário
			 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105
			
		
		
			Título
			O Golpe Militar de 1964 e a instalação do regime autoritário
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				12
			
 
 Tema
		 O Golpe Militar de 1964 e a instalação do regime autoritário.
		
		 Objetivos
		 O aluno deverá ser capaz de:
- Entender o que representou o Golpe Militar 1964 no contexto político interno e externo vivenciado no período;
- Compreender a anômala natureza  ?supraconstitucional? dos atos institucionais;
- Compreender a Constituição de 1967 com a tentativa de legitimação do Movimento de 1964; 
- Relacionar o AI-5 com o recrudescimento do regime e a supressão das liberdades individuais e políticas.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 Para esta décima segunda aula você deverá ler, previamente, os conteúdos da página 170 (a partir de "João Goulart e o golpe militar de 1964"), situada no Capítulo 7, até o fim da página 184, situada no Capítulo 8.
Nesta aula serão abordados os seguintes tópicos:
- João Goulart e o golpe militar de 1964
O enfrentamento deste tópico visa apresentar um quadro acerca do conturbado período em que João Goulart assumiu o governo do país. A ocorrência de greves e manifestações políticas e sociais, o alto custo de vida enfrentado pela população, somado à promessa de João Goulart de fazer a Reforma de Base (mudanças radicais na agricultura, economia e educação) levaram a um quadro de instabilidade política. O temor de que o socialismo fosse implantado no Brasil em um contexto internacional de Guerra Fria, levou a que significativa parte da classe média, a Igreja Católica, os setores conservadores da sociedade e os Estados Unidos apoiassem o golpe capitaneado pelos militares.
- Os atos institucionais como anomalias do Estado de Direito
O golpe militar buscava uma solução jurídica que o legitimasse. Tendo por referência que a Constituição é tradicionalmente considerada a norma de maior hierarquia no sistema, a ?criação? dos ?atos institucionais? configuram uma anomalia do Estado de Direito, pois não há previsão de sua existência pela Constituição. Pelo contrário, a técnica usada pelos golpistas foi a de estabelecer os atos institucionais como atos revolucionários e, por isso, hierarquicamente superiores à própria Constituição de 1946. Ou seja, os atos institucionais se legitimavam na vontade dos militares ?revolucionários?.
- A Constituição de 1967
Com a intenção de legitimar o regime militar, a autoritária Constituição de 1967 incorporou todas as decisões desde 1964 e foi considerada uma Carta Constituinte semioutorgada, já que um Congresso mutilado apenas confirmou uma decisão interna previamente definida pelos militares.
A Carta hipertrofiou as atribuições do Poder Executivo (principalmente concedendo-lhe poderes especiais em relação à Segurança Nacional) e enfraqueceu o princípio federativo, reduzindo a autonomia política dos Estados e municípios. Deu azo a um retrocesso no processo democrático e estabeleceu restrição ou mesmo suspensão de direitos políticos.
No âmbito das liberdades, o governo empreendeu a criação de mecanismos capazes de controlar os meios de comunicação e qualquer outra manifestação ligada à vida cultural do país por meio da criação da Lei de Imprensa e da Lei de Segurança Nacional. Também se retirou qualquer direito dos trabalhadores de promoverem greves ou organizarem sindicatos, lançando as bases para que outras leis instituíssem  a censura e o banimento dos cidadãos brasileiros. 
O Ato Institucional n° 5 e a institucionalização da violência 
O Ato Institucional n° 5 (ou simplesmente o AI-5) deve ser visto como uma das mais violentas facetas da ditadura militar. Foi um diploma normativo que concedeu poderes especiais ao presidente, que poderia, na esfera da autonomia pública, estabelecer recesso por tempo indeterminado do Congresso Nacional e de qualquer outro órgão legislativo em esfera estadual e municipal, cassar mandatos, bem como suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos. Além disso, poderia ser realizado o confisco dos bens daqueles que fossem incriminados por corrupção.
No que diz respeito às garantias individuais (esfera da autonomia privada), o AI-5, poderia suspendê-las, não reconhecendo o habeas corpus como remédio constitucional apto a conceder liberdade ambulatorial em caso de crimes políticos contra a segurança nacional, contra a ordem econômica e social e também contra a economia popular. A partir de então, autoridades militares puderam prender e coagir os cidadãos de forma arbitrária e violenta, havendo consenso de que o regime, indo adiante, se utilizou da tortura como método para obtenção de objetivos. Logo após a publicação dos doze artigos do AI-5, vários cidadãos foram lançados na cadeia, dando início ao chamado ?anos de chumbo?, a época mais cruel da ditadura. 
 
- A Emenda Constitucional nº1/69 e o recrudescimento do regime 
A EC nº 1, também conhecida como "Constituição de 1969", foi uma alteração feita pela Junta Governativa Provisória de 1969 na Constituição de 1967. Ela se caracterizou por institucionalizar os AIs além de promover três alterações  (estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado, ampliação do mandato presidencial para cinco anos e extinção das imunidades parlamentares), apontando para o endurecimento da ditadura, sob o viés jurídico. Embora haja quem defenda tratar-se de uma nova Constituição, a maior parte de historiadores e juristas consideram-na mera emenda à Carta de 1967.
	
	 Aplicação Prática Teórica
 O Jornal do Brasil (na época um dos jornais mais importantes do país) do dia 14 de dezembro de 1968 noticiou sobre o dia anterior, a sexta-feira do dia 13 de dezembro de 1968 os seguintes trechos:
a) Em destaque a manchete da primeira página: ?Governo baixa Ato Institucional e coloca Congresso em recesso por tempo ilimitado.? No centro, logo abaixo, a frase: ?Tradição que se renova?.
b) No lado esquerdo da mesma página, a notícia sobre meteorologia afirmava: ?Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Max: 38º, em Brasília. Mín: 5º nas Laranjeiras.? 
c) À Direita, ainda na primeira página, outra pequena manchete informava: ?Ontem foi o Dia dos Cegos.?
É possível identificar nas três notícias acima que a ausência de liberdade de expressão dos ?Anos de Chumbo? tornaria cada vez mais difícil o trabalho da imprensa nos dias que estariam por vir. 
Neste sentido, pergunta-se:
a) É possível correlacionar a notícia meteorológica com o que significou o AI-5 no contexto político do período? Explique.
b) O que representa a frase ?Tradição que se renova? naquele contexto?
c) A Constituição de um Estado Democrático de Direito pode veicular normas que reproduzam o teor das normas do Ato Institucional nº 5?
Resolva as questões objetivas 1,2 e 4 do capítulo 8 de seu Livro Didático.

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