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Direito Cambiário (2)

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DO DIREITO CAMBIÁRIO:
1) Conceito:
		“Tít. de Créd. é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado.” (Cesare Vivante).
		O atual CC/02 pela primeira vez codificou o conceito seguindo os ensinamentos de Cesare Vivante. Em seu art. 887, traz tal conceito que já era utilizado pela doutrina, mas não existia norma similar no CC de 1916.
		Os Tít. Créd. provam a existência de uma relação jurídica, ou seja, de uma relação de crédito. Assim, o cheque, a NP, a Letra de Câmbio e a Duplicata representam uma obrigação creditícia e são considerados documentos representativos de Direitos e Obrigações, que adotam os Princípios da cartularidade, da literalidade e da autonomia, como títulos sujeitos a protesto e que podem ser cobrados e exigidos através de ação executiva.
2) Atributos aos Títulos de Crédito (que os diferenciam dos demais documentos representativos de Direitos e Obrigações):
1) Relações creditícias: os tít. de créd. referem-se exclusivamente à uma relação de crédito, nele não se documentam nenhuma outra obrigação, como por ex.: de dar, de fazer ou não fazer, somente documenta-se o crédito de um perante outro.
2) Executividade: está relacionada à facilidade na cobrança do crédito em juízo. Conforme art. 784, do NCPC, a Letra de Câmbio, NP, a Duplicata e o Cheque são títulos executivos extrajudiciais, dando ao credor o direito de ingressar com a execução judicial de seu direito representado pela cártula.
3) Negociabilidade: está relacionada à facilidade de circulação do crédito, à negociação do direito nele documentado, ou seja, o credor pode negociar o título com mais facilidade, como por ex.: pagando seus credores, descontando seus títulos junto ao Banco que é cliente etc.
3) Princípios do Direito Cambiário: 
a) Cartularidade: extraído da palavra “necessário” do conceito de tít. de créd. de Cesare Vivante. Para o credor de um título exercer os direitos nele representados é indispensável que tenha a posse da cártula, pois quem não tem a posse do título não se presume credor, dando a garantia de que o sujeito que postula o direito é mesmo o seu titular. Este princípio pode ser extraído dos arts. 904 e 905 do atual C.Civil, pois ressalvada a legislação especial de cada tít. de créd., todos os demais títulos poderão ser emitidos ao portador, ficando revogada a Lei 8021/90, a qual trazia tal proibição, assim se o tít. é emitido ao portador, sua transferência se opera por mera tradição. Portanto, o possuidor do título, em regra, é o último detentor do título ao portador que tenha sido transferido por mera tradição, é ele o credor legitimado para exigir do devedor o pagto da cambial, mediante simples apresentação do título, pois é ele quem detém a posse do mesmo.
OBS: Quanto a duplicata, temos exceções, para aplicar este princípio, pois a mesma tem como característica a necessidade da assinatura do devedor (denominado de ACEITE),o tít. é remetido ao devedor e muitas vezes este retém o mesmo. Sem a posse do tit., o credor poderá protestá-lo na forma do art. 13, § 1º, da LD, fazendo o protesto “por indicação”, fornecendo ao Cartório todos os dados necessários referentes ao título, e poderá após o protesto ingressar com a execução do tit., desde que comprove a entrega da mercadoria com o canhoto da Nota Fiscal (art.15, inc.II, letra “b”, da LD – 5474/68).
b) Literalidade: extraído da palavra “literal” do conceito de tít. de créd. de Cesare Vivante, pois o tít. somente tem valor jurídico-cambial com referência aos atos lançados nele próprio. Qualquer documento separado do tít. não surtirá efeito, prevalecendo o que nele estiver expresso. A quitação pelo pagamento de obrigação representada por tít. de créd. deve constar do próprio tít., sob pena de não produzir todos os efeitos jurídicos, porém, temos exceções, nas quais podemos ter recibo separado do tít.
OBS.: O credor em decorrência de tal princípio somente poderá cobrar(extrajudicialmente) aquilo que constar expresso na cártula, sendo uma garantia do devedor em não pagar nada a mais.
Este princípio está codificado no art. 890 do atual C.Civil/02, pois o tít. de créd. somente vale pelo que nele está escrito. Ele representa obrigação objetiva de pagar quantia determinada em dinheiro, não podendo conter qualquer outra expressão que possa limitar o exercício do dir. de créd. Assim, seu preenchimento deve observar as prescrições legais, considerando-se como não escritas as disposições que não estejam expressamente previstas em lei.
OBS: Como exceção, conf. o art. 9º, §1º, da L.D., a quitação de uma duplicata pode ser dada em doc. separado, desde que firmado pelo portador do tít. ou seu representante com poderes especiais para tal.
c) Autonomia: extraído da palavra “autônomo” do conceito de tít. de créd. de Cesare Vivante, pois as obrigações que o mesmo tít. representa, são independentes entre si, a causa que deu origem ao tít. de créd. é desvinculada da obrigação constante do mesmo. Assim, deste princípio decorrem, em regra, dois sub princípios:
		3.1)Sub princípio da abstração: o tít. de créd. quando transferido para 3º de boa-fé desvincula-se da relação jurídica que lhe deu origem.
		3.2)Sub princípio da inoponibilidade (art. 17da LU): o devedor do tít. não poderá discutir matéria relacionada à origem do débito, se o tít. foi transferido para 3º de boa-fé, o devedor deverá efetuar o pagto. constante do tít., não podendo através de Embargos opor-se ao pagto. do mesmo. A exceção pode ocorrer na hipótese de ser provada a má-fé do 3º. Assim, para com o 3º de boa-fé somente poderá o devedor oferecer oposição ao pagto. para discutir matéria referente à relação direta com o Exequente(Autor na Execução), como também poderá discutir prescrição do tít., defeito formal do tít. por falta de requisitos (art. 888 do atual Cód. Civil), falsificação etc. A inoponibilidade está codificada no art. 906 e 915 do atual C.Civil/02, o qual para não confrontar com a LU, entende-se que as exceções pessoais e a nulidade da obrigação só podem ser opostas pelo devedor quando o portador do título for o próprio credor originário, quando a recusa do pagto. da obrigação só poderá decorrer de vício de forma do título.
4) Classificação dos títulos de crédito:
1) quanto ao modelo, podem ser vinculados ou livres:
vinculados: são os títulos vinculados a normas padronizadas, determinando a disposição de seus elementos, os quais quando não seguidos, não produzirão efeitos jurídicos-cambiais. Ex.: cheque e duplicata (art. 27 da LD);
livres: ao contrário, são títulos que não precisam seguir um padrão obrigatório de disposição de seus elementos, desde que cumpridos os requisitos determinados em Lei, sua disposição é livre. Ex.: Letra de Câmbio e NP.
2) quanto à estrutura, podem ser classificados em ordem de pagamento e promessa de pagamento.
ordem de pagamento (3 situações jurídicas): 1) Sacador: quem dá a ordem; 2) Sacado: o destinatário da ordem e 3) Tomador: o beneficiário da ordem. Ex.: cheque, duplicata e letra de câmbio;
 promessa de pagamento (2 situações jurídicas): 1) Promitente: quem promete pagar; 2) Beneficiário da promessa (credor). Ex.: NP.
3) quanto às hipóteses de emissão:
causais: são os títulos que só podem ser emitidos nas hipóteses autorizadas em Lei, é preciso uma causa para sua emissão. Ex.: Duplicata deve ser oriunda de compra e venda mercantil (em regra).
limitados: ao contrário, não podem ser emitidos em hipóteses estabelecidas em Lei. Ex.: letra de câmbio não pode ser oriunda de uma compra e venda mercantil, pois o art. 2°, da LD, menciona tal proibição.
Não-causais (ou abstratos): são títulos que podem ser emitidos em qualquer hipótese, não é preciso uma causa específica para sua emissão. Ex.: cheque e NP.
4) quanto à circulação:
ao portador: são os títulos que não identificam o credor e circulam por mera tradição (art. 904, do CC/02);
nominativos à ordem: identificam o credor e circulam mediante tradição acompanhada de endosso (art. 910, § 2°, do CC/02);
nominativos não à ordem:identificam o credor e circulam mediante tradição acompanhado de cessão civil de crédito (art. 286 a 298,CC/02)
LETRA DE CÂMBIO
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO CAMBIÁRIO: 
1) Saque: A Letra de Câmbio, sendo classificada como ordem de pagamento, tem três situações jurídicas: Sacador, Sacado e Tomador.
Saque é o ato de emitir, de criar o título. Feito o saque da Letra, o tomador (beneficiário da ordem) está autorizado a procurar o sacado (destinatário da ordem) para receber o valor expresso na cártula. Conforme o art. 9º, da LU, o sacador (aquele que dá a ordem) é codevedor do título, caso o sacado não efetue o pagamento.
O título de crédito para produzir efeitos da Letra de Câmbio, deve atender aos requisitos (formais) essenciais estabelecidos no art. 1º, da LU, e também como regra geral, os requisitos determinados no artigo 889, do atual Cód. Civil/02.
Conforme o art. 3º, do Decreto nº 2.044 de 1908, artigo 891 do atual Cód. Civil/02 e a Súmula nº 387, do STF, os requisitos formais dos títulos de crédito não precisam estar totalmente preenchidos no momento do saque ou da emissão, a cártula pode circular incompleta, mas para o título ser cobrado judicialmente ou protestado é necessário que se complete o preenchimento do mesmo.
Súmula nº 387, do STF: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa fé antes da cobrança ou do protesto”.
Obs: A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem, conforme o art. 888, do atual Cód. Civil/02.
2) Aceite: sendo a Letra de Câmbio uma ordem de pagamento que o sacador endereça ao sacado, este não está obrigado a cumpri-la, ou seja, a dar o aceite, o qual é o ato de lançar sua assinatura no anverso da Letra ou no verso acompanhada da expressão “aceito”, pois nesta espécie de cártula o aceite é facultativo (art. 25, da LU).
Quando o sacado lança sua assinatura no título, dando o aceite, ele passa a ser chamado de aceitante, o qual se torna o devedor principal da Letra de Câmbio.
Quando o sacado não lança sua assinatura na cártula, surgindo a recusa do aceite, ocorre o vencimento antecipado do título (art. 43, 1º, da LU), podendo o tomador cobrar de imediato do sacador, ou, protestar o título por falta de aceite, sendo que a recusa não gera qualquer efeito ao sacado.
O sacado pode recusar parcialmente o aceite, surgindo a chamada recusa parcial do aceite, a qual tem duas espécies: 
1) aceite limitativo: quando o sacado reduz o valor da obrigação que ele assume;
aceite modificativo: quando o sacado altera a data do vencimento ou a praça do pagamento.
Mesmo nos casos de aceite limitativo ou modificativo, ocorre o vencimento antecipado do título, sendo que o sacador deve pagar o valor total ao tomador ou outro portador, e depois cobrar em ação de regresso o aceitante parcial (sacado).
Conforme o art. 24, da LU, quando o tomador apresentar o título ao sacado, este pode pedir que o mesmo lhe seja reapresentado no dia seguinte, é o chamado prazo de respiro, no qual o sacado verificará a procedência do título e a conveniência de dar ou não o aceite.
3) Endosso - segundo Fábio Ulhoa Coelho “é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem transmite os seus direitos a outra pessoa.”
O endosso feito na Letra de Câmbio faz surgir duas novas situações jurídicas: endossante e endossatário. O primeiro endossante da Letra é sempre o tomador.
Em regra, o endosso produz dois efeitos: 
1) transfere o título ao endossatário;
2) vincula o endossante ao pagamento do título como coobrigado (art. 15, da LU).
O endosso é um meio de transferência dos direitos incorporados em tít. de créd. O endossante transfere ao endossatário, todos os direitos que são inerentes à obrigação cambial representada no tít., ocorrendo a sub-rogação dos direitos que até então eram do credor em sua integralidade. Assim, o endosso será sempre TOTAL, transfere na íntegra os direitos representados pelo tít., sendo nulo o endosso parcial (art. 912, parágrafo único, do CC/02). O devedor não pode opor-se à transferência do crédito, pois é uma faculdade do credor, assim quando ocorre o endosso, o devedor deve realizar o pagto. ao endossatário que for realizar a cobrança da dívida (art. 893, do CC/02).
O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título (art. 910, do CC/02). Assim, ele pode ser de duas espécies:
1) endosso em branco: o ato de transferência da titularidade do crédito não identifica o endossatário (assinatura no verso; assinatura no verso ou anverso com a expressão “pague-se”).
2) endosso em preto: identifica o endossatário (assinatura no verso ou anverso com a expressão “pague-se a Fulano...”).
OBS: Para dar validade ao endosso, dado no verso do tít., é suficiente a simples assinatura do endossante, conforme o art. 910, § 1º, do CC/02. Esta é a regra geral aplicável aos tít. ao portador e aos tít. à ordem, todavia, o atual CC/02, em seus arts. 921/926 criou uma terceira modalidade de tít., qual seja, tít. nominativo, o qual admite sua transferência também por endosso, desde que seja endosso em preto, conf. art. 923, caput, do CC/02.
A Letra endossada em branco torna-se título ao portador e irá circular por simples tradição, (art. 910, § 2º, do CC/02) sendo assim o endossatário não ficará coobrigado.
Exceções quanto aos dois efeitos do endosso: 
1) endosso impróprio - é aquele que não ocorre a transferência do crédito, mas torna legítima a posse do título ao endossatário, sem que este torne-se credor. O endosso impróprio, tem duas modalidades: a) endosso mandato (art. 18, da LU, e art. 917,§ 1º, do CC/02), quando o endossatário estiver na condição de procurador do credor (endossante), tendo apenas a posse do título para exercer a cobrança do crédito nele documentado (usa-se a expressão “pague-se, por procuração, a Fulano..”); b) endosso caução (art. 19, da LU, e art. 918, do CC/02), quando o endossatário está na condição de credor pignoratício do endossante, ou seja, sendo a Letra bem móvel, pode ser dada em garantia, a qual denomina-se penhor. Neste caso o endossante (caucionário) passa o título ao endossatário (caucionado) como garantia, a qual uma vez cumprida a obrigação entre eles, faz com que volte a Letra ao endossante (usa-se a expressão “pague-se, em garantia, a Fulano..”);
2) endosso sem garantia - o endossante transfere a titularidade do crédito ao endossatário, mas sem obrigar-se ao pagamento, ou seja, não ficando coobrigado.
OBS. A Lei nº 8.021/90 (Plano Collor), com sua proibição da emissão de título ao portador (art. 2º), e do endosso em branco, feriu a Convenção de Genebra, uma vez que descaracterizaria os títulos de crédito quanto à sua negociabilidade. Desta forma, ANTES DO CÓDIGO CIVIL DE 2002, para adaptar a Lei nº 8.021/90 com a Lei Uniforme (LU), os títulos podiam ser endossados em branco, desde que o endosso fosse transformado em preto no ato do pagamento do título, identificando, assim, o beneficiário para efeitos fiscais, que era o objetivo da Lei, conforme Súmula nº 387, do STF.
O mesmo ocorre nos casos de tít. ao portador, os quais a partir de agora poderão ser emitidos sob a modalidade ao portador, ficando revogada a Lei 8.021/90 (que no art. 2º, extinguia todos os tít. ao portador). Assim, se o tít. é emitido ao portador, sem identificar o beneficiário, sua transferência se opera por mera tradição, ocorre a simples transferência do tít. que opera os mesmos efeitos do endosso, dando legitimidade ao portador do tít. de receber o pagto diretamente do devedor.
4) aval: é o ato cambiário pelo qual uma pessoa denominada avalista, compromete-se a pagar o título de crédito, nas mesmas condições que o devedor desse título denominado avalizado, ou seja, o avalista é responsável da mesma forma que o avalizado (art. 32, da LU e art. 897 a 900, do CC/02).
Em regra, o avalista, garante todo o valor do título, mas admite-se o aval parcial(art. 30, da LU). Assim:
Na legislação cambial especial é permissivo o aval parcial, o que não ocorre no Código Civil, onde o aval parcial é vedado.
O aval deve indicar a pessoa a quem favoreceu, sob pena de equivaler-se ao aval dado ao sacado (art. 31, §5ª, da LU). 
OBS.: Cumpre ressaltar que o Código Civil, no inciso III, do art. 1.647, quando trata do patrimônio do casal, exige a outorga conjugal na prestação de garantia pessoal na modalidade fiança ou aval, sob pena de invalidade, salvo no regime da separação absoluta de bens. 
O aval resulta da assinatura do avalista no anverso da Letra, com a expressão “por aval”. Se o avalista for assinar no verso do título, tem que identificar o aval, pois, por definição, o verso do título é local apropriado para o endosso, art. 898, do CC/02. 
O aval pode ser de duas espécies:
1) aval em branco - não identifica o avalizado, e conforme o art. 31, da LU, é dado em favor do sacador (assinatura no anverso do título; assinatura no verso ou anverso com a expressão “por aval”). 
2) aval em preto - identifica o avalizado (assinatura no verso ou anverso com a expressão “por aval de Fulano...”).
Sendo o aval um ato de garantia cambial, difere da fiança, a qual é um ato de garantia não cambial, nas seguintes hipóteses:
a) o aval normalmente dado por pessoa casada é necessário a assinatura do cônjuge, conforme art. 1647, III, CC/02 (pode ocorrer de ser dado sem anuência do cônjuge (Há discussão na doutrina e no STJ). A fiança é obrigatória a assinatura do casal.)
OBS: A fiança dada pelos cônjuges, pode valer-se do “benefício de divisão” (que indica no ato da fiança o quanto cada fiador é solidário (garante). Todavia não havendo tal benefício, no falecimento de um dos cônjuges o outro responderá solidariamente ao devedor juntamente com os herdeiros (estes na medida de cada quinhão), conforme arts. 818 e seguintes, do CC/02 (jurisprudência RT 635/268);
b) o aval é autônomo (quando o avalista é solteiro/quando casado é necessário a assinatura dos cônjuges), a obrigação do avalista é independente da obrigação do avalizado, não existindo “benefício de ordem” para o avalista. A fiança é acessório, a obrigação do fiador é acessória à obrigação do afiançado, sendo que o fiador tem o “benefício de ordem” (art. 827, do CC/02).
Tipos de Aval:
Aval Simples - quando o devedor do título tem sua obrigação garantida por um avalista. O avalista assume a responsabilidade solidária de pagar o título e depois poderá cobrar o total do devedor (seu avalizado).
Aval simultâneo ou co-aval - quando o devedor do título tem sua obrigação garantida por mais de um avalista. Onde os avalistas assumem responsabilidade solidária, entre eles, em favor do mesmo devedor, podendo quando um deles pagar o total do título, cobrar do outro a metade ou cobrar o total do devedor.
Aval sucessivo - o avalista do devedor pode ter um avalista que garanta a sua própria obrigação originada do aval, neste caso, entre avalistas, não há responsabilidade solidária, pois no caso do avalista do avalista pagar o título, ele pode, em regresso, cobrar a totalidade do título de seu avalizado (avalista do devedor), e este só pode, em regresso, contra o devedor, não tendo direito algum contra seu avalista. Ou seja, poderá cobrar dos codevedores anteriores. (art. 89).
LETRA DE CÂMBIO
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO CAMBIÁRIO: 
O saque, o aceite, o endosso e o aval são os atos de constituição do crédito cambiário, são eles que criam vínculos jurídicos, ou seja, faz com que se crie a relação credor x devedor.
O crédito constituído será exigível, quando atendidos determinados pressupostos:
1) Vencimento: O vencimento da letra é o fato jurídico que torna exigível o crédito nela mencionado.
O vencimento pode ser de duas espécies:
a) Vencimento ordinário: verifica-se com o decurso do tempo, ou pela apresentação da letra à vista ao sacado;
b) Vencimento extraordinário: ocorre em duas oportunidades - no caso de recusa (total ou parcial) do aceite pelo sacado (art. 43, LU) ou no caso de falência do aceitante (art. 19, II, do Dec. 2.044/1908). Salienta-se que a falência provoca o vencimento antecipado de todas as obrigações do falido (art. 25, da LF), no caso de falência do aceitante (devedor principal) há o vencimento antecipado do tít., o credor pode habilitar seu crédito na Massa Falida ou cobrá-lo de imediato de qualquer codevedor, todavia, a falência (de codevedor(es)) do sacador, endossante e avalista não são casos de vencimento antecipado.
2) Pagamento: O pagamento da Letra extingue uma, algumas ou todas as obrigações cambiais nela documentadas, dependendo de quem paga.
O devedor principal é o primeiro dos devedores, pois não há nenhum anterior a ele, assim, quando ele paga o título, extingue todas as obrigações dos demais devedores que não posteriores a ele.
Se o pagamento é efetuado por um codevedor, extingue a sua obrigação e dos devedores posteriores, sendo que aquele que pagou, pode exercer, em regresso, o direito de crédito contra os devedores anteriores.
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, através da “cadeia de anterioridade-posteridade”, temos três critérios para organizar os devedores cambiais:
a) O devedor principal é o primeiro;
b) O sacador e endossantes se localizam, pelo critério cronológico;
c) O avalista é o devedor imediatamente posterior ao seu avalizado.
O credor do título, no vencimento, deve procurar o devedor principal para obter o pagamento, pois a apresentação da letra ao devedor principal é condição para se exigir o crédito contra os codevedores, caso o devedor principal não pague o título.
Se o aceitante pagar o título, todos os codevedores são liberados de suas obrigações.
Se o aceitante não pagar o título, o credor, após providenciar o protesto do mesmo, poderá escolher qualquer um dos codevedores para, de forma amigável ou judicial, exigir o valor do crédito.
A letra deve ser apresentada ao aceitante para pagamento, no dia do vencimento, se o título vencer em um dia não útil, deve ser apresentada no 1º dia útil seguinte (art. 20, do Dec. 2044/1908; art. 12, § 2°, da Lei 9.492/97).
Quando o credor da letra não cumpre o prazo de apresentação, o aceitante ou o codevedor podem depositar em juízo o valor do título (art. 42, da LU).
Segundo a doutrina, temos duas cautelas para quem paga o título de crédito:
a) Pelo princípio da literalidade, o devedor deve exigir a quitação no próprio título;
b) Pelo princípio da cartularidade, o devedor deve exigir a entrega do título.
3) Protesto: Segundo o art. 1º, da Lei 9.492/97 – “Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.” Porém, no entendimento de Fábio Ulhoa Coelho, tal conceito, embora legal, não é correto. Pois existe protesto, que não se enquadra neste conceito legal, como no caso do protesto por falta de aceite da Letra de Câmbio, pois sendo o aceite facultativo, tal recusa não caracteriza inadimplência ou descumprimento de obrigação, devendo o credor protestar por falta de aceite, para caracterizar o vencimento antecipado da Letra.
Segundo o mesmo autor, protesto “é o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais.”
O credor ao protestar o título formaliza a prova de fato jurídico, gerando implicações na relação creditícia representada pelo título.
Quanto à Letra de Câmbio, temos 03 (três) tipos de protesto:
1) protesto por falta de data do aceite: é extraído contra o aceitante; trata-se da Letra a certo termo da vista, na qual o vencimento tem como termo inicial a data do aceite dado no título, o aceitante é intimado para comparecer em cartório e datar o ato (aceite), sob pena de protesto.
2) protesto por falta de aceite: é extraído contra o sacador; quando o tomador procura o sacado e este recusa-se a dar o aceite; para que ocorra o vencimento antecipado do título, e o tomador possa cobrar o sacador,é preciso que se prove a falta de aceite através do protesto da Letra, onde o sacado será intimado para, em cartório, vir eventualmente dar o aceite. O prazo para este tipo de protesto é até o fim do prazo de apresentação ao sacado, ou no dia seguinte do término do prazo quando foi solicitado o “prazo de respiro” (art. 24 LU).
3) protesto por falta de pagamento: é extraído contra o aceitante; quando o aceitante não paga a Letra, no vencimento, o credor deve protestá-la por falta de pagamento. O prazo para este tipo de protesto, segundo o art. 44 da LU, deve ser nos 02 (dois) dias úteis seguintes ao dia em que a Letra deveria ser paga. Quando o portador do título não observa o prazo fixado em lei para o protesto, perde o direito de crédito contra os codevedores da Letra (sacador, endossantes e avalistas), conforme art. 53 da LU. Permanecendo o direito de crédito contra o aceitante e seu respectivo avalista.
Segundo a doutrina, em razão das consequências que a Lei estabelece para o descumprimento do prazo para o protesto, temos:
a) protesto necessário: é aquele para conservar o direito de crédito contra os codevedores (sacador, endossantes e respectivos avalistas);
b) protesto facultativo: é aquele no qual para se cobrar judicialmente o devedor principal (aceitante) e seu avalista, independe de protesto.
OBS.: Conforme o art. 46 da LU, quando o sacador faz o saque da Letra e insere a chamada cláusula “sem despesas” ou “sem protesto”, está dispensando o portador do título da obrigação de protestá-lo por falta de aceite ou pagamento por parte do devedor principal. Se esta cláusula for inserida pelo sacador, o protesto passa a ser dispensado contra todos (devedor principal e codevedores). Se tal cláusula é inserida por um endossante ou um avalista, a dispensa do protesto terá efeito apenas contra quem inseriu a cláusula.
Cancelamento do registro do protesto – (art. 26, da Lei 9.492/97): sendo o protesto considerado, atualmente, um instrumento extrajudicial de cobrança, a Lei autoriza o seu cancelamento, quando o devedor paga o título após o protesto. O cancelamento é feito através de pedido formulado pelo devedor (ou terceiro interessado) perante o Tabelionato de Protesto de Títulos. O pedido deve trazer o próprio título protestado, sendo que, neste caso, o pagamento é presumido pela posse do título (princípio da cartularidade), ou deve trazer a declaração de anuência do credor, a qual supre a exibição do título, objeto do protesto, conforme art. 26, caput, e § 1º, da Lei 9.492/97. No caso de recusa do credor a fornecer a declaração de anuência, ou existir qualquer outro motivo que anule o direito creditício, o cancelamento deverá ser através de determinação judicial, conforme art. 26, § 3º, da Lei 9.492/97.
4) Ação Cambial: sendo o título de crédito considerado título executivo extrajudicial (art. 784, do NCPC), poderá o credor dentro do prazo prescricional, cobrá-lo através de ação de execução. O art. 70 da LU fixou os prazos prescricionais para o credor exercer o seu direito de cobrança por via de execução:
a) em 3 anos, a contar do vencimento, contra o devedor principal e seu avalista;
b) em 1 ano, a contar do protesto, contra os codevedores (sacador, endossante e respectivos avalistas);
c) em 6 meses, a contar do pagamento ou do ajuizamento da execução contra um codevedor, para este exercer o direito de regresso contra quem deveria pagar.
Prescrito o título, o credor somente poderá cobrar seu crédito através de ação de conhecimento ou de ação monitória; ambas não são ações cambiais, assim, admitem qualquer argumento de defesa por parte do devedor, sendo que o título serve apenas como prova do crédito (art. 48, do dec. 2044/08). Nestas hipóteses, os prazos prescricionais serão contados na forma prescrita em Lei (art. 205 e 206, do CC/02).
NOTA PROMISSÓRIA
É uma promessa de pagamento, seu saque gera duas situações jurídicas:
Promitente (subscritor, sacador, emitente) aquele que promete pagar a quantia determinada;
Beneficiário da promessa (tomador) aquele que se beneficia da promessa.
Para que produza efeitos jurídico-cambiais, deve atender aos requisitos estabelecidos nos artigos 75 e 76, ambos da LU.
O Regime Jurídico da Nota Promissória, em regra, é o mesmo da Letra de Câmbio, no que diz respeito à saque, endosso, aval, vencimento, pagamento, protesto e ação cambial.
A Nota Promissória diferencia-se da Letra de Câmbio, em razão de três características exigidas nos artigos 77 e 78, ambos da LU:
1ª) sendo a Nota Promissória uma promessa de pagamento, e não uma ordem de pagamento como a Letra de Câmbio, não existe a figura do aceite e as suas consequências;
2ª) o emitente da Nota Promissória é o devedor principal do título, ficando sujeito à mesma responsabilidade imposta ao devedor principal da Letra de Câmbio (artigo 78, da LU.). Da mesma forma, o protesto é facultativo contra o emitente, para a execução do título, que terá como prazo prescricional três (03) anos (artigo 70, da LU). Também no caso de falência do emitente, ocorrerá o vencimento antecipado do título (artigo 19, II, do Decreto nº 2.044/08), e,
3ª) na Nota Promissória o aval em branco favorece o emitente (devedor principal), sendo que na Letra de Câmbio favorece o sacador e não o devedor principal (sacado), conforme artigo 77 in fine da LU.
PROTESTO
Protesto – ato solene, de cunho administrativo extrajudicial, praticado por meio de Oficial Público do Cartório de Protesto de Títulos, que, sob o aspecto estritamente cambiário, pode ser vislumbrado sob as seguintes perspectivas:
Formal ou facultativa: intimação do devedor, por meio de oficial público, por ato solene, para pagar ou aceitar um título cambial, sob pena de tornar-se público à sociedade a sua mora. (Principio da publicidade) 
Substantiva ou obrigatória: pressuposto da ação de regresso contra endossantes e avalistas do endossante. Se, de um lado, é desnecessário o protesto cartular para promover a ação de execução contra o devedor principal e avalistas do devedor principal, no caso do endossante (antigo credor cartular) e dos avalistas dos endossantes é indispensável o protesto cartular no prazo fixado em Lei, a saber: 
Letra de Câmbio e Nota Promissória: dois dias do vencimento;
Cheque: no prazo de apresentação do Cheque;
Duplicata: no prazo de 30 (trinta) dias do vencimento.
PROTESTO REGULAR OU VÁLIDO:
Processo administrativo – principais atos.
	1.º - APONTAMENTO a mera apresentação do título em cartório
	
Protesto cambial - na praça de pagamento
Protesto especial - no juízo falimentar
	2.º - INTIMAÇÃO:
	Pode ser:
Pessoal – na circunscrição do cartório
postal – “AR” (aviso de recebimento) – na circunscrição do cartório;
Edital – jornal de circulação diária – na circunscrição do cartório.
	3.º - LAVRATURA:
	
Em Livro Próprio.
Prova – Instrumento de Protesto (Certidão única, que representa uma cártula e é entregue ao Credor ou ao representante autorizado).
OPOSIÇÃO AO APONTAMENTO A PROTESTO:
De primeiro, sob a ótica falimentar, o protesto inválido ou irregular, aquele que não se ateve ao rigor legal quanto aos atos administrativos tendentes à lavratura, inclusive em relação ao instrumento de protesto, que exterioriza a lavratura efetivada em livro próprio, impõe a imprestabilidade do protesto para se pedir falência.[1: ]
Desta feita, o apontamento à protesto ou o próprio Protesto (o devidamente lavrado) podem ser questionados, tanto sob os aspectos formais da cártula, como em face da relação jurídica adjacente.
SUSTAÇÃO DE PROTESTO 
Aplica-se os artigos 294 e seguintes do NCPC podendo ingressar com pedido de tutela para sustar protesto de título – porém, a fim de evitar um prejuízo ao credor que encaminhou o título a protesto, a legislação prevê a possibilidade de que o juiz condicione a ordem de sustação ou cancelamento provisório do apontamento ao oferecimento de garantia (uma caução).
A tutela visa suspender o processo administrativodo protesto, evitando-se a Lavratura do Protesto – objetiva uma decisão, que, mediante expedição de ofício endereçado ao Cartório de Protesto de Títulos, “suspende” o processo administrativo em evidência.
Após a concessão da decisão liminar (Antecipação de um direito), o Autor terá que propor a “ação principal”, onde será discutida as razões de fato e de direito, visando a anulação, nulidade, ou inexigibilidade da cártula ou da relação jurídica inerente, sob pena de cassação da decisão in limine. 
CANCELAMENTO DE PROTESTO
Após a lavratura do protesto os seus efeitos cessar-se-ão somente por meio de seu cancelamento, na forma da Lei de Protesto (Lei nº 9492/97), seja por força do pagamento ou por força de decisão judicial.
Letra de Câmbio e Nota Promissória:
Características Gerais:
	
	Letra de Câmbio
	Nota Promissória
	Legislação 
	Decreto 57.663/66
Decreto 2044/08
	Idem
	Pessoas Cartulares
	Sacador – aquele que emite o Título de Crédito
Sacado – aquele que deve aceitar o título de crédito e assumir a condição de d
Tomador ou Beneficiário – o credor cartular
	Emitente ou Subscritor – o devedor cartular
Tomador ou Beneficiário – o credor cartular
	Conceito Prático
	Sacador emite uma ordem para que o Sacado pague a quantia a favor do Tomador.
 
	Emitente promete pagar quantia ao Beneficiário.
	Vencimento
	Em data certa ou à vista
Ou a certo termo de vista.
	Em data certa
	Aceite
	Admite aceite
	Não admite aceite
	Protesto
	Deve ser protestado para promover a ação cambial em face dos coobrigados (endossantes e avalistas do endossante). É dispensável ou facultativo em relação ao devedor principal.
Prazo: falta de aceite – dia seguinte ao término do prazo para apresentação;
 falta de pagamento – até dois dias depois de vencido.
	Deve ser protestado para promover a ação cambial em face dos coobrigados (endossantes e avalistas do endossante). É dispensável ou facultativo em relação ao devedor principal.
Prazo do protesto obrigatório: falta de pagamento – até dois dias depois de vencido.
	Prescrição
	Três anos para a ação em face do devedor principal e seu avalista
Um ano do protesto para a ação em face dos coobrigados
Seis meses para a ação dos coobrigados entre si.
	Três anos para a ação em face do devedor principal e seu avalista
Um ano do protesto para a ação em face dos coobrigados
Seis meses para a ação dos coobrigados entre si.
DUPLICATA
DUPLICATA MERCANTIL (Lei nº 5.474/68, Lei das Duplicatas “LD”).
Duplicata Mercantil, segundo Rubens Requião: “é um título de crédito formal, circulante por meio de endosso, constituindo um saque fundado sobre crédito proveniente de contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços, assimilado aos títulos cambiários por força de lei”.
Constituição do Crédito:
É um título causal: (Só podem ser emitidos por causa específica) pois, só pode ser emitido em hipótese autorizada em Lei, sendo necessário uma ca
usa para sua emissão (art. 20, da LD). 
1) Saque: é a emissão da duplicata. O empresário só pode emitir a duplicata para documentar o crédito nascido de uma compra e venda mercantil. Se for emitida sem causa, tipificará o ilícito penal do art. 172, do Código Penal (duplicata simulada).
OBS. É um título causal somente quanto à sua emissão, pois, quanto à sua exigibilidade é tão abstrato quanto os demais títulos de crédito como o cheque, a Letra de Câmbio e a Nota Promissória, que são regidos pelo mesmo Regime Jurídico, assim, são regidos pelos mesmos Princípios: da Cartularidade, da Literalidade e da Autonomia.
O art. 19, da LD, impõe ao empresário, que emite duplicata, a escrituração em Livro Obrigatório Especial, chamado “Livro de Registro de Duplicatas”.
A duplicata é um título vinculado: pois deve seguir as normas padronizadas, determinando a disposição de seus elementos, conforme art. 27, da LD e Resolução do Conselho Monetário Nacional “BC nº 102/68.”
O art. 2º, § 1º, da LD, enumera os requisitos que devem conter na duplicata.
A duplicata mercantil é originada de uma Fatura ou Nota Fiscal-Fatura (diferença entre ambas é de âmbito tributário), pois o empresário ao realizar uma venda, a vista ou à prazo, é obrigado a emitir uma das duas, sendo indiferente qual delas para o direito comercial.
2) Aceite:
A duplicata é um título de aceite obrigatório, independe da vontade do comprador. A duplicata deve ser remetida pelo vendedor ao comprador no prazo de 30 dias de sua emissão (art. 6º, § 1º, da LD). Se emitida à prazo, o comprador deverá dar o aceite e devolvê-la no prazo de 10 dias ao vendedor (art. 7º, da LD); se emitida à vista, o comprador deverá efetuar o pagamento quando de seu recebimento.
OBS.: Na prática, o vendedor remete Boleto e este é a representação da Duplicata, podendo ser utilizado para protesto “por Indicação”, caso o Comprador não efetue o pagamento no vencimento. Porém, nem todo Boleto é Duplicata Mercantil.
A recusa de aceite da duplicata só poderá ser feito por escrito (comunicando o vendedor) no prazo de 10 dias (mesmo prazo do aceite), conforme art. 7º, segunda parte, da LD, e somente poderá ocorrer nos casos previstos no art. 8º, letras “a”, “b” e “c”, da LD;
Temos três modalidades de aceite na duplicata: 
a) aceite ordinário, é aquele dado pelo comprador na própria cártula; 
b) aceite por presunção, quando o comprador retém a duplicata, ou a devolve sem aceite, e não recusa o título no prazo de 10 dias tendo recebido a mercadoria sem manifestação formal de recusa; e, 
c) aceite por comunicação, quando comprador retém a duplicata e dá o aceite por escrito.
3) Endosso: adota-se o que já visto sobre endosso.
4) Aval:
Na forma do art. 25, da LD, a Duplicata aceita avalistas simples e coavalistas (solidários); por força da Súmula 189, do STF, não admite o aval sucessivo. 
Exigibilidade do Crédito: 
1) Vencimento: aplica-se o já visto (vencimento ordinário e extraordinário)
2) Pagamento: aplica-se o já visto.
3) Protesto:
Na forma do art. 13, da LD, a duplicata pode ser protestada uma única vez, desde que seja por: falta de aceite, ou por falta de devolução da cártula ou por falta de pagamento (Lei n° 9.492/97).
Prazo: O protesto da duplicata deverá ser tirado no prazo de 30 dias, a contar do vencimento, (art. 13, §§ 3º e 4º, da LD).
Se ultrapassado este prazo, o credor perderá o direito de cobrar (por via de ação de execução) os endossantes e respectivos avalistas, pois se trata de protesto necessário; não perdendo tal direito contra o devedor principal e seu(s) avalista(s), pois se trata de protesto facultativo. 
O sacador é quem emite a duplicata, sendo o endossante da mesma quando o título for transferido para 3º, neste caso, torna-se obrigatório o protesto contra o mesmo que foi o vendedor da mercadoria. Já o sacado é o comprador da mercadoria (devedor do Título) e contra ele o protesto é facultativo.
Sem a cártula o protesto poderá ser tirado por indicação, art. 13, § 1º, in fine, da LD.
OBS: A prática comercial e a doutrina, quando o credor do título não estiver com a posse do mesmo, por analogia ao art. 23, da LD (furto, perda ou extravio), entendem que melhor conduta é a emissão da segunda via do título (denominada triplicata) emitida com base nos registros contidos no livro próprio (art. 19, da LD).
4) Ação Cambial: 
Segundo Fábio Ulhoa Coelho “A execução da duplicata contra o sacado depende da modalidade de aceite praticado. Se ordinário, basta a exibição do título; se presumido é necessário o protesto e a comprovação da entrega das mercadorias.”
Para o ajuizamento da Ação de Execução de título extrajudicial, necessário preencher um dos três requisitos, na forma do art. 7º, da LD:
a) se houver aceite, basta a apresentação do próprio título com o aceite dado;
b) se o aceite for por comunicação, o título executivo será a própria carta de comunicação, neste caso, não é obrigatório o protesto;
c) se a duplicata for retida pelo devedor:1) Necessário é comprovar a remessa ou via postal ou mais comum é Boleto Bancário; 2) necessário será o protesto por indicação (ou triplicata), e 3) exigido será o comprovante da entrega da mercadoria, na forma do art. 15, II, da LD. 
O Foro competente para o ajuizamento da Ação de Execução é o da Praça do Pagamento ou do domicílio do devedor.
O art. 18, da LD, menciona os prazos prescricionais para a Ação de Execução: 
em 03 anos, a contar do vencimento, contra o devedor principal e seu(s) avalista(s); 
em 01 ano, a contar do protesto, contra os coobrigados (endossantes e avalistas), e, 
em 01 ano, a contar do pagamento por qualquer dos coobrigados, contra quem deveria pagar.
Além da duplicata mercantil, a Lei prevê mais dois tipos:
a duplicata de prestação de serviços (arts. 20 e 21, da LD) - é emitida por pessoa física ou jurídica que se dedica à prestação de serviços, deverá emitir fatura discriminando a natureza do serviço prestado e o valor a ser pago, devendo ser escriturada no Livro de Registro de Duplicatas;
OBS: Para a Ação de Execução, é exigida a prova do serviço prestado, com o vínculo contratual assim como para o protesto.
a duplicata da conta de serviço (art. 22, da LD) - é emitida por profissional liberal e pelo prestador de serviço eventual, o credor deve elaborar a conta discriminando o serviço e o valor, registrando no Cartório de Títulos e Documentos, remetendo a cártula ao devedor.
Neste caso, a Ação de Execução exige que a duplicata seja protestada, acompanhada do comprovante do serviço prestado. Não é título circulável como as demais cambiais.
Em ambos os casos, o aceite é obrigatório.
	
	Duplicata
	Legislação 
	Lei 5.474/68 e ulteriores alterações
	Pessoas
	Sacado (comprador e devedor)
Sacador (vendedor e credor)
	Conceito 
	Da venda de mercadoria ou prestação de serviço devidamente faturada, o Sacador poderá emitir duplicata – único título a consubstanciar a venda mercantil ou prestação de serviços faturados, para que o Sacado lhe pague certa quantia.
	Vencimento
	Deve ser remetidos 30 dias após a emissão para o comprador, para este pagar em data certa.
	Título vinculado
	O CMN – Conselho Monetário Nacional padroniza a Duplicata – art. 27, da LD.
	Aceite
	Duplicata com aceite – o comprador ( ou seu representante legal ) assina a duplicata ( princípio da cartularidade ) – de per si é título executivo.
Duplicata sem aceite – art. 15, II, letras “a” a “c”, da Lei 5.474 ( Lei das Duplicatas ) – o aceite é substituído pelo implemento de 3 ( três ) condições cumulativas:
protesto cambial;
comprovante de entrega da mercadoria ou serviço; e
comprovante de remessa da duplicata para aceite, sem a devida recusa do aceite.
	Protesto
	Deve ser protestado para promover a ação cambial em face do endossante e seus avalistas – Prazo 30 (trinta) dias após o vencimento - §4º, do art. 13, da LD.
Pode ser por “indicação” – quando a duplicata é retida pelo devedor §1º, do art. 13, c.c .art. 14 e §1°, do art. 15, da LD.
	Prescrição
	3 ( três ) anos do vencimento, para a ação em face do devedor principal e seu avalista
1 ( um ) ano do protesto para a ação em face dos coobrigados
1 ( um ) ano do pagamento para a ação dos coobrigados entre si.
	Escrituração especial
	Decorrente da emissão de duplicatas, dever-se-á escriturar o Livro de Registro de Duplicatas. – art. 19 e §§s 1º a 3º, da LD – de forma cronológica, com número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição, bem como nome e domicílio do comprador.
	Crime
	A emissão ou aceitação de duplicata sem a correspondente venda e compra mercantil ou de prestação de serviços devidamente faturada incorre no crime capitulado no art. 172, do Código Penal.
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CHEQUE
CHEQUE (Lei nº 7.357/85, “Lei do Cheque” - “LC”)
O cheque é um título vinculado, pois deve seguir a normas padronizadas, determinando a disposição de seus elementos.
Constituição do Crédito:
1) Saque: É uma ordem de pagamento à vista, emitido pelo sacador (emitente) em favor próprio ou de terceiro, sempre contra um Banco (sacado), decorrendo 03 situações jurídicas: sacador, sacado e tomador. O devedor principal de um cheque é o seu sacador (emitente).
Requisitos: Os arts. 1º e 2º, da LC, menciona os requisitos que devem conter no cheque.
2) Aceite: Conf. art. 6º, da LC, é proibido o aceite no cheque, porque o sacado não garante o pagamento do título e nem pode garanti-lo.
3) Endosso: Possuindo o cheque a cláusula “à ordem”, pode ser transmitido mediante endosso (art. 17, da LC). No cheque, também o endossante fica codevedor do título, caso este seja devolvido por insuficiência de fundos.
O cheque admite o endosso sem garantia (art. 21, da LC, a contrario sensu), onde o endossante não assume em relação ao título, nenhuma responsabilidade. Assim como, admite o endosso-mandato (art. 26, da LC), onde o endossatário fica na condição de procurador do endossante, não se tornando titular do crédito documentado no cheque (art. 26, da LC). Em regra, não se admite o endosso-caução, por ser considerado ordem de pagamento à vista.
4) Aval: Conf. art. 30, parágrafo único, da LC, o aval em branco, o qual não identifica o avalizado, favorece o sacador (emitente). E é proibido o aval por parte do sacado (art. 29, da LC) no mais, aplicamos o mesmo regime do aval que já vimos para letra de câmbio.
Modalidades: Temos 04 modalidades de cheque:
a) visado (art. 7º, da LC) tem que ser nominativo (ainda não endossado), o sacado debita da conta do emitente a quantia indicada no cheque, reservando-a durante o prazo de apresentação, se decorrido tal prazo e o cheque não lhe for apresentado, o sacado estorna a reserva e credita o valor na conta do emitente;
b) administrativo (art. 9º, da LC) também chamado de “cheque bancário”, é aquele emitido pelo banco sacado para ser liquidado em uma de suas agências. O Banco ocupa simultaneamente as situações de emitente e de sacado, sendo que este cheque deve ser nominativo;
c) cruzado (art. 44, da LC) é aquele que traz dois (02) traços transversais e paralelos no anverso da própria cártula, podendo somente ser liquidado através de depósito em conta bancária. Existem dois tipos de cruzamento: em branco (ou geral) e em preto (ou especial), o primeiro não identifica o nome de nenhum Banco entre os dois traços podendo ser depositado em qualquer banco; enquanto o segundo identifica, entre os dois traços, o nome do único banco em que poderá ser depositado, e,
d) para ser creditado em conta (art. 46, da LC) é aquele que na própria cártula está determinado " para ser creditado em conta”, proibindo o seu pagamento em dinheiro. Na prática tal inscrição é colocada dentro dos dois traços paralelos do cheque cruzado, indicando a conta que deverá ser depositado. 
OBS: cheque especial não é modalidade de cheque e sim uma modalidade de concessão de crédito.
Exigibilidade do Crédito:
1) Vencimento:
2) Pagamento: Conforme o art. 33, da LC, o cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar da emissão (saque), no prazo de 30 dias se for cheque da mesma praça, e de 60 dias se for de praças diferentes. Quando o Município que consta como local de emissão for coincidente com o da agência pagadora, o cheque é considerado da mesma praça; caso contrário, será de praças diferentes.
Segundo a Súmula 600 do STF, tem-se como regra, que o credor pode executar o emitente e seus avalistas (devedores principais), mesmo que não tenha apresentado o cheque no prazo. “Súmula 600 - STF Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.”
Porém, como exceção, temos 02 restrições quando o credor não observa os prazos de apresentação:
a) perda do direito de executar os endossantes e seus avalistas, se o cheque é devolvido por insuficiênciade fundos, conf. o art. 47, II, da LC; 
b) perda de executar o emitente, se tinha fundos durante o prazo de apresentação, e estes deixaram de existir após o prazo por culpa não imputada ao emitente, conf. art. 47, § 3º, da LC.
OBS.1.: não estando prescrito o cheque (pois o sacado depois de 6 meses do término do prazo de apresentação, não poderá mais receber e proceder o cheque – art. 35, parágrafo único, in fine, da LC); e tendo provisão de fundos, o banco sacado deverá efetuar o pagamento do cheque mesmo que apresentado após o prazo legal.
3) Protesto: o cheque devolvido “sem fundos” deverá ser protestado durante o prazo de apresentação (art. 48, primeira parte, da LC), para que o sacador tenha direito creditícios contra os coobrigados, pois contra o emitente e seu avalista não é necessário o protesto (para a ação cambial). Entre comerciantes, para o pedido de falência, com base em cheque devolvido “sem fundos” o protesto é indispensável (obrigatório). Em regra, o protesto pode ser tirado no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente (sacador), conf. art. 48, primeira parte, da LC e art. 6º, da Lei 9.492/97, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidas pleiteadas contra o estabelecimento de crédito.
Sustação: o pagamento do cheque poderá ser sustado em duas modalidades:
a) revogação (ou contraordem) art. 35, da LC - é ato exclusivo do emitente, só produzindo efeitos a partir do término do prazo de apresentação, caso esta não ocorra. Pode ser feito por aviso escrito ou notificação judicial ou extrajudicial, desde que expondo as razões da contraordem;
b) oposição (art. 36, da LC) é o ato praticado pelo emitente ou portador legitimado, produzindo efeitos a partir da comunicação ao banco sacado, desde que seja anterior á liquidação do cheque. Pode ser feito por aviso escrito, comprovando a relevante razão de direito (extravio, roubo, furto etc.). Qualquer modalidade de sustação, quando praticadas fraudulentamente, poderá caracterizar crime de estelionato (art. 171, caput, do CP).
OBS.: quando vigorava a Lei nº 8.002/90, o cheque não podia ser recusado como forma de pagamento, se fosse visado, administrativo ou quando a mercadoria era entregue após sua liquidação. Porém, esta Lei foi revogada pela Lei nº 8.884/94 (abuso de poder econômico) em seu art. 92, sendo que hoje. não existe nenhuma hipótese de aceitação obrigatória do cheque como pagamento.
4) Ação Cambial (prescrição): a prescrição do direito de executar o cheque, opera-se, contra qualquer devedor, em 6 meses a contar do término do prazo de apresentação (art. 59, da LC). O direito de regresso entre os coobrigados, prescreve em 6 meses, a contar do pagamento, ou da distribuição da execução judicial contra o que pagou (art. 59, parágrafo único, da LC). Prescrito o título, admite-se a cobrança através da ação de enriquecimento indevido (art. 61, da LC), no prazo de 2 anos, a contar do dia em que operou-se a prescrição referida no art. 59, da LC. Prescrito o exercício desta ação (art. 61, da LC), restará ao credor, recorrer-se à ação ordinária de natureza extracambial, conforme art. 62, da LC.
Cheque pós-datado (ou pré datado): não é modalidade de cheque, não está previsto na legislação. Porém, por força dos usos e costumes, na relação entre empresário e consumidor, para facilitar a concessão de crédito criou-se a praxe do “contrato verbal” entre as partes, de que o consumidor entrega o cheque pré-datado para depósito futuro e não como ordem de pagamento à vista. Em razão do “contrato” surgem: a obrigação do empresário de depositar o cheque na data aprazada e a obrigação do consumidor de ter provisão de fundos nesta data. 
Deste contrato derivam algumas situações jurídicas: 
a) se o cheque for apresentado ao sacado antes da data contratada, deverá ser pago por ser “ordem de pagamento à vista”, pois conf. o art. 32, da LC, é considerado inexistente qualquer escrito que contrarie a forma de pagamento à vista;
b) o comerciante que apresentar antecipadamente o cheque estará rompendo o contratado, e poderá ser responsabilizado na esfera civil pelos prejuízos e danos causados ao consumidor. Nesta hipótese se for devolvido sem fundos e o título executado, através de embargos o consumidor poderá requerer a deflação do valor a ser pago na execução para a data que deveria ser apresentado, arcando o empresário com as despesas e custas processuais. Se ainda, o cheque for protestado, e negativado o nome do consumidor, o empresário poderá responder pela indenização de danos morais causados ao consumidor (art. 30, do Código de Defesa do Consumidor);
c) também tornou-se praxe comercial, o desconto em bancos ou em empresa de fomento mercantil (factoring), onde o cheque fica como garantia de um empréstimo concedido. Esta conduta também não prevista pela legislação, não afeta o “contrato” entre o consumidor e o empresário, uma vez que o cheque será depositado na data contratada, e,
d) Na esfera penal, o cheque pré-datado devolvido pelo sacado sem provisão de fundos, não tipifica a conduta, como estelionato previsto no art. 171, §2º, VI, CP, uma vez que o tipo penal contém a expressão “cheque” e pela interpretação jurídica (hermenêutica) só é considerado, como “cheque”, quando emitido como ordem de pagamento à vista (eventualmente poderá tipificar no art. 171, caput, do CP). OBS.: O contrato firmado entre o empresário e o consumidor não inclui em nenhuma obrigação o banco sacado, pois para este continua sendo uma “ordem de pagamento à vista”.
Prescrição do cheque “pós-datado”: na hipótese do credor descumprir o acordo com o consumidor (emitente), ou seja, a cláusula de não fazer – “não depositar o cheque antes da data combinada”, o prazo prescricional terá início na data da primeira apresentação ao sacado, seguindo, no restante, a regra da prescrição já exposta. Porém, se cumprido o prazo combinado aplica-se a regra geral.
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