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RESUMO INFORMATIVO Rosemberg Jônatas Gomes de Sousa1 SOARES, D. H. P.; KRAWULSKI, E. Modalidades de trabalho e utilização de técnicas em orientação profissional. In: LEVENFUS, R. S.; SOARES, D. H. P. et al. Orientação vocacional ocupacional. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. cap. 20. A orientação profissional pode ser feita nas modalidades individual e grupal, requer a aproximação aos sujeitos e utiliza instrumentos ou ferramentas que servem de mediadores entre o profissional e a clientela. Modalidades de intervenção em orientação profissional A demanda por Orientação Profissional tem aumentado no momento atual, pois as possibilidades de escolhas de carreiras são amplas. É necessário clarificar para a clientela a modalidade de atendimento oferecido: grupal ou individual. A orientação profissional em grupo e o uso de técnicas A abordagem em grupo é eficiente, apresenta caráter de aprendizagem e configura vínculos entre os integrantes, entre eles e a coordenação e, ainda, com a tarefa. Os adolescentes apresentam a tendência natural para se agrupar. A Orientação Profissional requer referencial teórico e técnico por parte dos orientadores. As atividades visam a discussão dos processos de escolha e suas dificuldades, projetos pessoal e profissional, a participação da família na escolha, além da significação do trabalho em si. A prática de grupos traz alguns benefícios, como: uma profunda mudança individual e social, a possibilidade de identificação recíproca entre os membros, o enriquecimento pessoal a partir da troca de ideias, os relatos pessoais e o feedback. O processo de trabalho é balizado pelas demandas do grupo, num método horizontal de escolhas. As técnicas e instrumentos podem ser adaptados para uso individual ou coletivo. Seu papel é levantar dados, fazer emergir sentimentos e facilitar as escolhas. Pode se fazer visitas a universidades, entrevistas com profissionais e pesquisa por materiais informativos. Os testes são comparados aos exames médicos que são solicitados mediante 1 Acadêmico do curso de Psicologia na Unesp de Bauru. E-mail: rosemberg.psicologia@fc.unesp.br uma consulta prévia e, após seus resultados, precisam ser refutados ou confirmados, verificando-se ou não a necessidade de um tratamento posterior. Coordenar grupos não se trata de uma atividade simples, e requer conhecimentos teóricos, não permitindo o uso da “técnica pela técnica”. Essa, requer relativização e é posta como secundária em relação ao movimento grupal, pois para cada momento existe adequação de estratégias. Qualquer recurso para intervenção profissional é considerado técnica em OP, e seu uso requer “boa leitura” do grupo e habilidade na sua aplicação. Ela instrumentaliza o método, que é o caminho que ordena o pensamento e estabelece objetivos. As técnicas psicodramáticas – ou jogos dramáticos – possuem aspecto lúdico e possibilitam a manifestação da criatividade, da imaginação, de crenças e valores dos adolescentes, aspectos que influenciam na escolha profissional. As técnicas de Orientação Profissional em grupo serão melhor executadas se forem precedidas por definição de objetivos gerais e específicos, e se os coordenadores não perderem de vista o processo. Um plano geral de trabalho e objetivos para cada encontro – passíveis de modificações conforme a dinâmica do grupo – são requisitos fundamentais para a orientação profissional. O estabelecimento de um plano de trabalho requer quatro procedimentos básicos: 1) seleção dos participantes do grupo; 2) levantamento das expectativas; 3) estabelecimento do contrato psicológico; e 4) avaliação final do grupo. O papel coordenativo do orientador profissional É necessária a assunção de postura diretiva do orientador em relação ao grupo a ser coordenado, bem como a adoção da teoria da técnica e de referenciais teóricos que forneçam elementos para a adequada formação do grupo e “leitura” desse. A formação do orientador profissional é pautada primeiramente em natureza teórica, sendo necessário familiaridade em psicologia do trabalho, questões de mercado de trabalho, empregabilidade, teorias de escolha e projeto profissional, por exemplo, além de conhecimento sobre profissões, ocupações e cursos técnicos e universitários. Cada referencial teórico enfatiza determinado aspecto da escolha profissional, e os mais usados são: o referencial psicanalítico, a abordagem do psicodrama, a Gestalt, a teoria sistêmica – na qual os sistemas de várias relações influenciam na decisão vocacional dos filhos – e a teoria desenvolvimentista, enfatizando o “Projeto de Ser”. Na prática, é fundamental a presença de um supervisor no trabalho de OP, e no âmbito pessoal, o orientador deve saber os motivos que o levaram a escolher essa prática profissional. A formação do orientador não é garantia de bom trabalho, mas possibilita adequada condução da prática. Sua postura é de mediador, que auxilia os orientados a pensar por meio de exercícios e jogos. Sua visão de distância lhe permite captar aspectos amplos e profundos, facilitando a conscientização dos fatores que interferem na escolha profissional por parte dos adolescentes. A modalidade individual de orientação e utilização de técnicas O compartilhamento e as identificações que ocorrem no grupo – modalidade privilegiada – não acontecem na modalidade individual. Esta ocorre no contexto do consultório e a entrevista clínica é a sua principal técnica. Nela, a problemática é verticalizada, sendo possível maior profundidade no trabalho e elaboração de conflitos impeditivos na busca da “melhor profissão” naquele momento, sendo possível a modificação de contrato – por exemplo, passar a ser psicoterapia –, caso necessário. Melhor entendimento acerca da dinâmica familiar e percepção da influência desta na escolha profissional foi proporcionada pela técnica do genograma, ou, genoprofissiograma, emprestada da teoria sistêmica. A entrevista individual Questões como identidade profissional e identidade ocupacional podem ser trabalhadas nessa técnica que é o principal instrumento do orientador profissional. A interação entre orientador e o jovem pode estar relacionada ao 1) ajustamento de atributos deste e das profissões, culminando em conselho oferecido pelo orientador; e 2) às competências exigidas na atualidade pelas organizações do trabalho e o desenvolvimento em termos de orientação e reorientação de carreira devido as transições e mudanças que ocorrem no mercado de trabalho. A orientação profissional de jovens pode ser distinguida em: motivo, que são as razões que os levam a procurar a orientação; demanda, as questões em função do motivo; e apelo, expectativa não verbalizada de demanda. A busca de informações profissionais e as interrogações acerca de suas identificações e idealizações são os objetivos principais da entrevista de orientação profissional. Considerações finais A identificação do orientador com essa tarefa é de suma importância, assim sua habilidade e interesse. Buscar referenciais teóricos, além daqueles específicos de OP, a preparação do orientador para coordenar grupos, a vivência das técnicas antes de sua aplicação, a discussão das vivências após a sua realização e, no contexto clínico, a modalidade de escuta são fatores fundamentais para a adequada prática da orientação profissional grupal e/ou individual. Citações: “A intervenção em Orientação Profissional, independetemente da abordagem subjacente ou da finalidade do trabalho, requer sempre uma aproximação aos sujeitos com quem trabalhamos […]” (SOARES; KRAWULSKI,2010, p. 247). Conforme Soares e Krawulski (2010, p. 249, grifo nosso), “[…] qualquer atividade proposta pode ser considerada uma técnica, com o papel de levantar dados, fazer emergir sentimentos, permitir elaborações, dar-se conta de algo; enfim, facilitar a escolha” Temos valorizado a modalidade grupal por se constituir em um primeiro exercício, por parte dos orientandos, de exposição de dúvidas e anseios, de necessidades e de incertezas, cujo resultado retornará a eles, graças ao compartilhamento e às identificações que acontecem no grupo, de modo muito mais rico e aberto a novas possibilidades (SOARES; KRAWULSKI, 2010, p. 256). Palavras-chave: Adolescentes e jovens. Orientação em grupo. Profissões.
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