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direitos reais

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DIREITO CIVIL
Prof. Wiverson de Oliveira
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Direitos 
Reais
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Direitos Reais
PROPRIEDADE 
Propriedade – jus in re propria. É o único direito real originário.
É o direito real por excelência.
Latim: Propium – “aquilo que me pertence”. (qualquer coisa com expressão socioeconômica)
Domus – “casa”. Acepção mais restrita. Abrange apenas bens corpóreos. (os direitos reais utilizam propriedade com essa acepção). 
“É a manifestação primária e fundamental dos direitos reais, detendo um caráter complexo em que os atributos de uso, gozo, disposição e reivindicação reúnem-se” (Rosenvald)
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Direitos Reais
Faculdades da propriedade - art. 1.228, CC.
Trata-se de um direito complexo, pois abrange 4 faculdades:
Usar – jus utendi – Servir-se da coisa de acordo com sua destinação econômica.
Gozar – jus fruendi – Exploração econômica da coisa mediante extração de frutos e produtos. Frutos:
	Diretos – naturais e industriais.
	Indiretos – civis – rendas da utilização da coisa por outrem.
			Produtos: Os produtos exaurem quando extraídos da natureza, enquanto os frutos são renováveis(Ex:ouro).
Dispor – jus abutendi – “abusar”, alterar a substancia da coisa ou mesmo destruí-la, abandoná-la, desfazer-se dela.
Reivindicar – exclusão de terceiros de indevida ingerência sobre o bem. Seqüela. - ação reivindicatória -O proprietário tem o poder de reaver a coisa das mãos daquele que injustamente a possua ou detenha. 
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Direitos Reais
Restrições:
Função social da propriedade. Art. 1.228, §§ 1º a 4º, CC.
Usucapião coletiva / favelização/proveito do titular e da coletividade / desapropriação (necessidade pública)
- Vertical – qual altura e que profundidade? Art. 1.229, CC. Art. 1.230, CC.(Política Energética Nacional, Monopólio do Petróleo, Conselho Nacional de Política Energética e Agência Nacional do Petróleo - L-009.478-1997; Regime Legal das Jazidas de Petróleo e Gases Naturais, de Rochas Betuminosas e Piro-Betuminosas - DL-003.236-1941 )
- Administrativa – segurança, saúde, prosperidade públicas, economia popular, higiene, cultura, urbanismo, defesa nacional...
	
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE BENS
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MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA
modus acquisicionis, - a formalidade de aquisição do bem é o que importa
Classificação:
 QUANTO AO MODO DE ADQUIRIR: 
 originária – inexistência de relação com sujeito de direito precedente. Incorpora-se ao patrimônio do adquirente em toda a sua plenitude.
 derivada – transfere-se com as mesmas características da propriedade anterior.
QUANTO A DISTINÇÃO: 
móveis e imóveis
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE BEM IMÓVEL
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USUCAPIÃO
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Formas de aquisição de Bens IMÓVEIS:
USUCAPIÃO.
Prescrição aquisitiva X prescrição extintiva – O fator tempo conta em favor do adquirente. Não há transmissão de ônus inerentes ao bem e não há incidência de ITBI (art. 35, CTN).
Forma originária de aquisição da propriedade – O usucapiente adquiri o bem contra o antigo proprietário, e não dele. Não herda eventuais vícios inerentes à propriedade.
Posse originária e não posse derivada
	 Pressupostos.
	Coisa suscetível de usucapião – excetuam-se os bens fora de comércio e os legalmente indisponíveis. 
Imóvel público NÃO pode ser usucapido. Arts. 183, § 3º e 191, parágrafo único, CF/88 e art. 102, CC.
	Posse – mansa e pacífica / contínua / sem oposição / Deve haver corpus e animus domini. / não pode locatário, comodatário, detentor
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Formas de aquisição de Bens IMÓVEIS:
USUCAPIÃO.
	 Pressupostos.
	Decurso de tempo
 Justo título(nem todos tipos) - Ato jurídico que conduz um possuidor a iludir-se, por acreditar que ele lhe outorga a condição de proprietário.
 Justo título só pode ser escritura? Doação, dação em pagamento, arrematação, adjudicação, legado... 
 Ver o Enunciado n.º 86 da Jornada de Direito Civil. Conselho de Justiça federal: “a expressão justo título, contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC, abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente do registro”
	Boa-fé - É o estado subjetivo de ignorância do possuidor quanto ao vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa.
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USUCAPIÃO. Espécies.
	Extraordinária.
Lapso de tempo: 15 anos;
	U.E.Abreviada-10 anos, se morar ou produzir no imóvel.
* Não é necessário justo título e boa-fé.
Ordinária.
Lapso de tempo: 10 anos;
	U.O.Abreviada- 5 anos, se houve aquisição onerosa, com registro em cartório posteriormente cancelada, residindo ou produzindo no imóvel.
* Necessário justo título e boa-fé.
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USUCAPIÃO. Espécies.
	Especial ou Constitucional.
Lapso de tempo: 5 anos para ambos os casos.
Art.191 CF, 1239 CC
		Rural – resida e produza no imóvel rural de até 50 hectares.(pro labore). Surgiu com a CF/34.
		Urbana – resida em imóvel urbano de até 250 m2, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano. (pro residentia). Inovação da CF/88 (183).
Só pode ser concedido uma única vez por pessoa.
Impossibilidade pessoal: pai de filho, cônjuges, compossuidores (exceto da totalidade da área)
 Não bem publico 
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USUCAPIÃO. Espécies.
A USUCAPIÃO COLETIVA 
 art. 10 do Estatuto da Cidade:
“As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupada por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.”
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USUCAPIÃO. Espécies.
A USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA 
Lei 11.977/2009 minha casa minha vida--- Lei 12.424/2011 
resida em imóvel urbano de até 250 m2, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano. (pro residentia). I
Só pode ser concedido uma única vez por pessoa.
Posse sem registro.
Não posse, concessionário, foreiro de outro imóvel urbano ou rural
5 anos 
Detentor de legitimação de posse -requerer ao oficial de registro de imóveis a conversão deste título em registro d e propriedade
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USUCAPIÃO. Espécies.
A USUCAPIÃO CONJUGAL - FAMILIAR 
 Lei 12.424/2011 
resida em imóvel urbano de até 250 m2, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano. (pro residentia). 
Moradia família
Só pode ser concedido uma única vez por pessoa.
Abandono do lar – ex-cônjuge ou ex-companheira(o).
Não ação separação de corpos- não violência- não motivo
2 anos -contínuo – sem oposição
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USUCAPIÃO PROCESSO 
Ação de usucapião.
	Natureza declaratória.
	É necessária a citação da pessoa em nome de quem está registrada a propriedade; dos confinantes; dos réus em legar incerto e dos eventuais interessados (por edital), União, Estado e Município (via postal).
* Anexar planta do imóvel.
“O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do Art. 232.”
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USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL 
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: ‘Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização
profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes; III – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.’ (…)
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USUCAPIÃO
DE BEM MÓVEL
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USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL
USUCAPIÃO ORDINÁRIA - artigo 1.260 Código Civil
Posse – mansa e pacífica / contínua / sem oposição / Deve haver corpus e animus domini. / não pode locatário, comodatário, detentor 
 justo título e boa-fé
 3 anos 
 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA - artigo 1.261 CC
 Posse – mansa e pacífica / contínua / sem oposição / Deve haver corpus e animus domini. / não pode locatário, comodatário, detentor
Não precisa boa-fé nem justo título
 5 anos 
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USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL
USUCAPIÃO ORDINÁRIA - artigo 1.260 Código Civil
Ex: A adquire um automóvel, vai ao Detran para proceder a transferência. Neste momento, não se constatou nenhuma irregularidade com o veículo. A adquiriu o título(documento) de propriedade e mantém consigo, com animus domini, a posse do automóvel pelo período de três anos com boa-fé e justo título e ao vendê-lo a B, o Detran constata irregularidade na numeração do chassi. O Detran informará a Delegacia de Polícia, que após a realização da perícia, tentará localizar o verdadeiro proprietário. A poderá usucapir o automóvel, regulariza-lo junto ao Detran e vendê-lo sem problema algum, pois os requisitos necessários foram atendidos, o período exigido pela lei foi cumprido e não houve oposição por nenhuma pessoa durante este tempo.
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USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL
 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA - artigo 1.261 CC
 Ex: A adquire um automóvel. Não o transfere junto ao Detran e possui com animus domini, pelo período de cinco anos. O carro é produto de furto ou de roubo. Não existe problema algum, pois o art. 619 do Código Civil diz que Fulano poderá usucapir o bem móvel independente de título e boa-fé.
USUCAPIÃO DE COISA MÓVEL – Automóvel furtado. Reconhece-se usucapião extraordinário pela posse superior a cinco anos, mesmo que o primeiro adquirente conhecesse o vitium furti. "O ladrão pode usucapir; o terceiro usucape, de boa ou má-fé, a coisa furtada" (Pontes de Miranda). Sentença confirmada. (TARS – AC 190.012.799 – 4ª C – Rel. Ernani Graeff – J. 17.05.1990) (RJ 160/90)
 
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USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL
Veículo alienação fiduciária
STJ -DIREITO CIVIL. USUCAPIÃO. BEM MÓVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AQUISIÇÃO DA POSSE POR TERCEIRO SEM CONSENTIMENTO DO CREDOR. IMPOSSIBILIDADE. ATO DE CLANDESTINIDADE QUE NÃO INDUZ POSSE. INTELIGÊNCIA DO ART.  1.208 DO CC DE 2002. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.  
	A transferência a terceiro de veículo gravado como propriedade fiduciária, à revelia do proprietário (credor), constitui ato de clandestinidade, incapaz de induzir posse (art. 1.208 do Código Civil de 2002), sendo por isso mesmo impossível a aquisição do bem por usucapião.. De fato, em contratos com alienação fiduciária em garantia, sendo o desdobramento da posse e a possibilidade de busca e apreensão do bem inerentes ao próprio contrato, conclui-se que a transferência da posse direta a terceiros – porque modifica a essência do contrato, bem como a garantia do credor fiduciário – deve ser precedida de autorização. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 881.270/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/03/2010, DJe 19/03/2010)
 
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REGISTRO
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REGISTRO
A propriedade só se transfere pela tradição, se móvel (art. 1.267, CC), ou pelo registro do título, se imóvel (art. 1.245, CC)
registro do título translativo no Registro de Imóveis
Princípios que regem o Registro:
 Publicidade – o registro é público e acessível a qualquer pessoa. Não há necessidade de justificativa acerca de certidões requeridas. 
Força probante – presunção juris tantum de veracidade. Tem fé pública. Ver art. 1.245, § 2.º.
 Legalidade – Exame de ofício da legalidade e veracidade dos documentos apresentados. Pode ser suscitada dúvida pelo oficial, remetendo a documentação ao Juízo competente.
 Territorialidade – O registro deve ser feito na circunscrição onde se encontra o imóvel. (escritura pode ser feita em qualquer cartório, mas o registro não).
 Continuidade – Só pode transferir a terceiro a pessoa que figurou como proprietário na última alteração.
 Prioridade – Proteção a quem primeiro registra o título.
 Especialidade – minuciosa individualização do título. Especificação
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REGISTRO
Distinções terminológicas:
 
Matrícula – É a primeira inscrição de propriedade do imóvel. É a certidão de nascimento do domínio. Apenas sofre alterações nas hipóteses de fusão ou desmembramento do imóvel.
 
Registro – Tem como fundamento a disposição total ou parcial da propriedade ou de direito real sobre a coisa alheia. Ex.: hipoteca, penhora.
 
Averbação – Alterações secundárias que não modificam a essência do registro, mas alteram características físicas do imóvel. Ex.: certidão de casamento
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ACESSÃO
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ACESSÃO.
 É modo originário de aquisição da propriedade. Significa o aumento da coisa que constitui objeto da propriedade. 
O proprietário da coisa principal (coisa acedida) adquire a propriedade da coisa acessória (coisa acedente) que se lhe adere
ACESSÕES NATURAIS:
 
 Formação de ilhas – acessão em rios particulares e não navegáveis (se fosse navegável, a ilha pertenceria à União ou ao Estado). A ilha pertence aos ribeirinhos se ocorrer em rios particulares. art. 1.249.
 Aluvião – Acréscimo paulatino que o rio deixa nos terrenos ribeirinho. art. 1.250.
Não há indenização. Acréscimo é lento, sucessivo e imperceptível.  
Aluvião impróprio – terras que aparecem coma retração das águas (maré baixa). Não geram acessão. 
 Avulsão – Acréscimo abrupto, de forma violenta. 
O acedido fica com a terra, mas deve indenizar caso seja requerida indenização em até 1 ano. Caso não indenize, deve permitir a retirada do material. Art. 1.251, CC.
 
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ACESSÃO.
  
 Abandono de álveo – álveo é o leito do rio. Desvio do curso do rio. Quando um rio abandona o leito, a propriedade é dos ribeirinhos das duas margens, sem indenizar os donos por onde as aguas abrirem novos cursos, cada até a linha mediana. art. 1.252, CC
 sem indenização força natural 
 se voltar ao curso antigo volta propriedade antiga
 Se o abandono é por força de intervenção do estado, força humana – indeniza o expropriado e o álveo é do Estado expropriante..
 
Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto (art. 9.° do Código de Águas).
 
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ACESSÃO.
ACESSÕES INDUSTRIAIS OU ARTIFICAIS: Construção ou plantação
 
Art. 1.253 - fixa presunção relativa de propriedade das construções e plantações ao proprietário do imóvel.
 
Regra geral - o proprietário do imóvel, dada a natureza acessória das plantações/construções com relações ao solo, adquirirá a propriedade das acessões. 
Situações :
 
 Pessoa que planta/constrói em solo próprio com matéria-prima alheia
 
- se há boa-fé: aquisição da propriedade das construções/plantações, com ressarcimento do valor da matéria prima.
- se há má-fé: aquisição da propriedade das construções/plantações, com ressarcimento do valor da matéria prima, mais indenização pelas perdas e danos (se for o caso).
 
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ACESSÃO.
ACESSÕES INDUSTRIAIS OU ARTIFICAIS: Construção ou plantação
 
Pessoa que planta/constrói em solo próprio com matéria-prima própria em solo alheio
 
- se há boa-fé: o proprietário do imóvel adquire as construções/plantações, mas terá que ressarcir o proprietário da matéria-prima pelas despesas. A lei fala em indenização, o que revela a possibilidade de ressarcimento por eventuais
perdas e danos existentes.
- se há má-fé: se o valor agregado ao solo superar de maneira desproporcional o preço do terreno, o plantador/construtor de má-fé poderá adquirir a propriedade do imóvel, mediante pagamento de indenização, que será fixada judicialmente se não houver acordo entre as partes. Se a má-fé for bilateral, aplica-se o disposto no art. 1.256.
 
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ACESSÃO.
ACESSÕES INDUSTRIAIS OU ARTIFICAIS: Construção ou plantação
 
Pessoa que planta/constrói com matéria-prima própria em solo alheio
 
- se há boa-fé: o proprietário do imóvel adquire as construções/plantações, mas terá que ressarcir o proprietário da matéria-prima pelas despesas. A lei fala em indenização, o que revela a possibilidade de ressarcimento por eventuais perdas e danos existentes.
- se há má-fé: se o valor agregado ao solo superar de maneira desproporcional o preço do terreno, o plantador/construtor de má-fé poderá adquirir a propriedade do imóvel, mediante pagamento de indenização, que será fixada judicialmente se não houver acordo entre as partes. Se a má-fé for bilateral, aplica-se o disposto no art. 1.256.
 
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ACESSÃO.
Construção em solo próprio que invade solo alheio:
 
Art. 1.258, CC. Até vigésima parte do terreno alheio – adquire a propriedade, se de boa-fé e se o valor da construção for superior ao valor da parte do imóvel invadido. - Deve pagar indenização pela parte invadida (valor da área perdida), mais indenização referente à desvalorização da área remanescente.
 
Art. 1.258, parágrafo único: Se de má-fé, sendo o valor da construção consideravelmente superior ao valor da parte do imóvel invadido e se não puder ser demolida sem prejuízo considerável da construção.
Deve pagar em décuplo as perdas e danos previstos no caput do artigo.
 
Art. 1.259, CC. Em porção superior à vigésima parte do terreno alheio. 
 
b1) Se boa-fé, adquire a propriedade, devendo pagar perdas e danos em valor equivalente ao que a invasão valorizar a construção, mais o valor da área perdida, mas o valor da desvalorização da área remanescente. 
b2) Se de má-fé, não adquire a propriedade, devendo demolir e pagar as perdas e danos em dobro.
 
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE BEM MÓVEL
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL
USUCAPIÃO:
ordinária – três anos, com justo título e boa-fé. Art.
extraordinária – cinco anos. Art. 1.261.
OCUPAÇÃO – assenhorear-se de coisa sem dono (coisa abandonada- carga jogada fora).
Res nulius – coisa sem dono (conchas na praia).
Res derelicitae – coisa abandonada. (sofá no lixo)
ACHADO DE TESOURO – coisa antiga e preciosa, de cujo o dono não tenha memória. – também incluído caça e pesca
 achado em propriedade alheia- Divisão igualitária entre o proprietário do prédio e quem o achar casualmente. Art. 1.264. – ex. cavar para fazer poço
 Será integralmente do proprietário se achado em função e pesquisa ou por pessoa não autorizada que fez busca sem sua autorização.
Requisitos do tesouro: ser antigo, estar escondido (oculto, enterrado), o dono ser desconhecido e o descobridor ter encontrado casualmente (sem querer)
 
 
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL
 TRADIÇÃO. - é a entrega efetiva da coisa móvel feita pelo proprietário-alienante ao adquirente, em virtude de um contrato, com a intenção de transferir o domínio . art. 1.267, parágrafo único.
- se eu compro uma TV para pagar a prazo, coloco a TV no meu carro e sou roubado na esquina, não posso deixar de pagar as prestações pois a TV já era minha, já  tinha ocorrido a tradição; ao contrário, se eu compro uma geladeira a vista e aguardo em casa o caminhão da loja chegar, e o caminhão é roubado, a loja vai ter que me entregar outra geladeira pois a tradição não tinha ocorrido ainda
 
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL
 
CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO. Art. 1.272:
confusão – mistura de líquidos;
comistão – mistura de sólidos;
adjunção – justaposição de coisa sólidas.
 
Sendo impossível a separação, a matéria nova será dos antigos proprietários na proporção dos seus quinhões.
Se uma delas for principal, o seu dono adquire a propriedade das demais e indeniza os outros.
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FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL
ESPECIFICAÇÃO 
Alguém manipulando matéria prima de outrem (ex: pedra, madeira, couro, barro, ferro) obtém espécie nova  (ex: escultura, carranca, sapato, boneco, ferramenta)
 será do especificador de boa-fé, mesmo que não seja sua a matéria prima 
Em caso de má-fé ou de restituição à forma anterior, será do dono da matéria-prima.
Mesmo de má-fé = caso o valor da nova espécie exceda consideravelmente o valor da matéria-prima, será do especificador.
Indenizará o proprietário da matéria prima
 
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Direitos Reais - Propriedade
Ação reivindicatória 
 direito de sequela – coisa em poder de terceiro
Ação negatória 
Conflito de vizinhança – mau uso da propriedade – incômodo ao vizinho – fazer cessar – problema já existe – embaraço criado ao livre exercício de domínio – cano de água em sua varanda
 Ação de dano infecto 
dano iminente – caráter preventivo –risco de ruína de prédio vizinho vício na construção – 1280
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Prof. Wiverson de Oliveira

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