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30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/7 ART. 121 – HOMICÍDIO a) Conceito: destruição da vida humana alheia por outrem. b) Objeto Jurídico: vida humana, independente de sexo, idade, raça ou condição social do indivíduo. Direito subjetivo fundamental, garantido pelo artigo 5o, caput, da C.F. Obs.: O consentimento é irrelevante. c) Sujeito Ativo: qualquer pessoa (crime comum). d) Sujeito passivo: ser humano com vida. Obs.: 1ª.) Destruição de vida intrauterina configura aborto (art. 124 do C.P.) 2ª.) Limite mínimo do homicídio: começo do nascimento, com contrações expulsivas ou pela intervenção cirúrgica. 3ª.) Limite máximo do homicídio: possível até a morte da pessoa. e) Conduta típica: matar alguém, por qualquer meio. Meios: 1) Diretos: de que se vale o agente para atingir diretamente a vítima (ex. disparo de arma de fogo; esganadura; etc.) 2) Indiretos: conduzem à morte de forma mediata (Ex. ataque com animal bravio). 3) Materiais: mecânico; químico; patológico. 4) Morais: susto; violenta emoção; medo; etc. (com pessoas portadoras de distúrbios cardíacos). f) Elemento subjetivo: dolo, vontade livre e consciente de realizar conduta dirigida à morte da vítima. g) Objeto material: o próprio ser humano com vida. h) Consumação: consumase com a morte (crime material). 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/7 Obs.: 1ª.) Delito instantâneo de efeitos permanentes – necessário exame de corpo de delito – art. 158 do C.P.P. 2ª.) Homicídio por omissão: possível (crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão) – conhecimento de situação típica, não realização de ação dirigida de modo a evitar o resultado, sendo o autor garantidor do bem jurídico (Ex. mãe que deixa de alimentar recém nascido; salvavidas que deixa de socorrer o banhista que se afoga). i) Tentativa: admissível. Quando iniciada a execução o resultado morte não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, II, do C.P.). j) § 1º: Homicídio privilegiado. Causa especial de diminuição de pena. Espécies: 1. agente impelido por relevante valor social ou valor moral: Exposição de motivos – aquele que em si mesmo é aprovado pela moral prática, como a compaixão pelo sofrimento da vítima (eutanásia) ou a indignação contra um traidor da pátria. * Valor social: interesses coletivos ou da sociedade; * Valor moral: orientado por princípios éticos; nobres; altruístas. 2. violenta emoção, após injusta provocação da vítima: emoção: sentimento intenso e passageiro que altera o estado psicológico, provocando alterações fisiológicas (Ex. medo; angústia; tristeza); paixão: emoçãosentimento – idéia permanente ou crônica por algo (ex. amor, ódio, ciúme). Emoção (paixão) violenta: resultante de severo desequilíbrio psíquico, capaz de eliminar capacidade de reflexão e autocontrole. Provocação: atitude desafiadora; com ofensas diretas ou indiretas, insinuações, expressões de desprezo, etc. * Necessidade da imediatidade da reação, impedindo reflexão. * Redução de pena obrigatória, se prevalecem estas circunstâncias como reconhecidas pelo Júri, competente para seu julgamento, cabendo ao juízo apenas o arbitramento do quantum da redução. * Circunstância que beneficia apenas o “caput” do art. 121, não podendo ser aplicada ao homicídio qualificado (§ 2o.) – Divergência da jurisprudência: STF – RT 541/466 : Incompatível com as qualificadoras subjetivas (motivo fútil ou torpe, etc.), mas compatível com as qualificadoras objetivas (fogo, veneno, meio cruel, etc.) l) § 2o. Homicídio Qualificado 1. Conceituação: impulsionado por certos motivos ou praticado com o recurso a meios cruéis ou insidiosos ou perigo comum; ou de forma a tornar impossível a defesa da vítima; ou, ainda, se realizado com o fim de atingir objetivos reprováveis (execução, ocultação, impunidade ou vantagem em outro crime). 2. Qualificação por motivos determinantes: Incisos I e II – Motivo fútil ou torpe . Fútil: insignificante, desproporcional ou inadequado. . Torpe: indigno, desprezível, repugnante, ausência de sensibilidade moral. * Mediante paga ou promessa de recompensa: motivo torpe. Jurisprudência determina que deve prevalecer conteúdo econômico na promessa ou no pagamento. 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/7 Não se exige que o agente receba o pagamento Qualificadora aplicável apenas ao autor (executor) e não ao partícipe (quem oferece recompensa), visto que pode fazelo, inclusive, por motivo justo ou nobre. 3 – Qualificação por meios e modos de execução – incisos III e IV do § 2o., do art. 121, do C.P. * Inciso III: meios de execução. Meio insidioso: dissimulado em sua eficiência maléfica; Meio cruel: aumenta inutilmente o sofrimento da vítima, ou revela brutalidade fora do comum, sem piedade. Perigo comum: capaz de afetar número indeterminado de pessoas (fogo, desabamento, explosivo, etc.). Meios que podem ser empregados: . Veneno: substância mineral, vegetal ou animal que, ingerida, inoculada ou introduzida no organismo, provoque lesão ou perigo de lesão à saúde ou à vida. Para configurar seu uso, necessária a ausência de conhecimento da vítima; seu emprego com violência pode configurar meio cruel. . Asfixia: mecânica, enforcamento ou estrangulamento, ou tóxica, consistente em bloquear a função respiratória. . Tortura: como meio de prática de homicídio, com utilização de mal desnecessário, com o intuito de provocar dor, angústia e grave sofrimento físico à vítima (não deve ser visto aqui como delito autônomo – art. 1o., da Lei nº 9455/97). * Inciso IV: modos de execução que garantem o delito e afastam eventual defesa da vítima. . Traição: deslealdade. . Emboscada: correspondente ao ocultamento do agente, como intuito de surpreender a vitima. . Dissimulação: encobrir os próprios objetivos. 4 – Qualificação pela conexão – assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime – Inciso V, do § 2o., do art. 121, do C.P. Pressupõe a existência de dois crimes, entre os quais ocorra conexão. 5 – Duas ou mais qualificadoras: Homicídio mediante emboscada e uso de explosivo: . Emboscada: homicídio qualificado – (art. 121, § 2o., IV, do C.P.) . Explosivo: agravante genérica (art. 61, II, d, do C.P.). m) § 3o. Homicídio Culposo O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. Causado por imprudência, negligência ou imperícia – art. 18, II, do C.P. n) § 4o. Aumento de pena em Homicídio Culposo Causas especiais: 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/7 1 Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: deliberadamente desatende às regras técnicas (não se confunde com a imperícia, onde o agente não tem capacidade ou conhecimento técnico necessário ao caso). 2 – Omissão de socorro imediato à vítima: (crime autônomo – art. 135 do C.P.) – conduta culposa antecedente, sem ocorrência de morte instantânea, tornando viável o socorro. 3 – Absterse de comportamento quediminua as conseqüências dos atos do agente: abarcada pela omissão de socorro. 4 – Fuga do agente para evitar a prisão em flagrante: evasão à aplicação da lei penal. o) § 4o. – Segunda parte: Acrescentada pela Lei nº 8.069/90 – ECA – aumento de 1/3 na pena de homicídio doloso, praticado contra menor de 14 anos. p) § 5o. – Perdão Judicial: arts. 107, IX e 120 do C.P. Extinção de punibilidade Homicídio Culposo Morte de pessoas estreitamente ligadas ao agente (parentesco ou afinidade) ou incapacidade do agente para o trabalho. * Posição divergente na doutrina a respeito do perdão judicial: 1. Não se aplica ao homicídio culposo em acidente de trânsito – art. 302, da Lei 9.503/97 – pois o art. 291 da Lei indica que não cabe aplicação analógica de normas penais não incriminadoras, tendo em vista que as disposições a respeito do perdão judicial para homicídio e lesão corporal culposa, estão na parte especial do Código Penal, e o artigo 291, do CTB, só permite a aplicação de normas da parte geral do Código Penal e, apesar da previsão no artigo 107, IX, do C.P., este se refere aos casos previstos em lei e, como o Código de Trânsito revogou esta previsão, anteriormente contida no artigo 300 (revogado), é certo que não mais existe previsão legal específica, bem como o legislador não desejou a interpretação favorável ao réu. (Rui Stoco). 2. Cabe a aplicação do perdão judicial, como interpretação benéfica ao réu, visto que apesar da disposição do artigo 291, do CTB, é o artigo 107, inciso IX, do Código Penal, constante da parte geral, que prevê a aplicação do perdão judicial, nos casos previstos na lei. q) Ação Penal: Pública Incondicionada. r) Crimes hediondos São considerados na forma consumada ou tentada, de acordo com o art. 1o., I, da Lei 8.072/90: . Homicídio Simples: mesmo que praticado por um único agente, mas em atividade típica de grupo de extermínio. . Homicídio Qualificado: art. 121, § 2o. Exercício 1: O enfermeiro que intencionalmente deixa de ministrar o remédio necessário ao doente, que vem a morrer, A incorre em homicídio, neste caso comissivo por omissão, já que o enfermeiro tinha o dever de agir, uma vez que assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/7 B pratica o delito de omissão de socorro. C incorre em homicídio, neste caso comissivo por omissão, já que o enfermeiro tinha o dever de agir, pois, com seu comportamento anterior criou o risco da ocorrência do resultado. D não praticou crime algum, pois falta nexo de causalidade entre a sua conduta e o resultado morte. E incorre em homicídio culposo. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. Exercício 2: Observe as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta em relação ao homicídio. I) Quando iniciada a execução e o resultado morte não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente, o crime é tentado. II) O dolo representa a vontade livre e consciente de realizar conduta dirigida à morte da vítima. III) O objeto material é o próprio ser humano, com vida ou não. A Todas estão corretas. B Todas estão erradas. C Somente a III está correta. D Somente a I e a II estão corretas. E Somente a I está correta. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: A O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. B O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. C O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. D O agente não observou o cuidado objetivamente devido, ou as diligências indispensáveis que exigirem as circunstâncias do caso em concreto, por conseqüência, produzindo o resultado morte, não querido pelo autor. Exercício 3: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, A caracterizarseá homicídio privilegiado, devendo o juiz deixar de aplicar pena. B haverá legítima defesa social ou moral, causa excludente da ilicitude, acarretando a absolvição sumária. C caracterizarseá homicídio privilegiado, podendo o juiz reduzir a pena de um sexto a um terço. D o homicídio é qualificado, pois cometido por motivo fútil. E a absolvição é medida que se impõe, pois o homicídio foi praticado sob o manto do estado de necessidade, para tutela dos bons costumes. 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/7 O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: A Homicídio privilegiado. C Homicídio privilegiado. Exercício 4: Quanto ao homicídio qualificado, é incorreto afirmar: A Os motivos determinantes, os meios empregados ou os recursos empregados demonstram maior periculosidade do agente e menor possibilidade de defesa da vítima, tornando o fato mais grave do que o homicídio simples. B Responde pelo crime qualificado não só quem recebe, mas também o mandante, o que paga ou promete a recompensa. C A traição consubstanciase essencialmente na quebra de confiança depositada pela vítima do agente, que dela se aproveita para matála. D Em virtude de circunstâncias especiais que se ajuntam ao fato típico fundamental, o fato se torna menos grave do que o homicídio simples. E Também qualifica o homicídio o emprego de meio cruel, que sujeite a vítima a graves e inúteis vexames ou sofrimentos físicos ou morais. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: A Quanto ao homicídio qualificado B Quanto ao homicídio qualificado C Quanto ao homicídio qualificado D Quanto ao homicídio qualificado Exercício 5: Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta. I) O autor do homicídio praticado com intuito de livrar um doente, irremediavelmente perdido, dos sofrimentos que o atormentam goza de privilégio de atenuação da pena. II) Não se configura, no homicídio, a qualificadora motivo fútil quando o crime é precedido de acalorada discussão. III) O Supremo Tribunal Federal não admitia a continuação nos crimes contra a vida, por ser este um bem personalíssimo (Súmula 605), embora tribunais estaduais e mesmo o STJ reconhecessem essa possibilidade. Conduto, diante da redação do art. 71, parágrafo único, do CP, o Supremo Tribunal Federal vem admitindo a continuidade delitiva nessa hipótese. A Todas estão erradas. B Todas estão corretas. C Somente a I está errada. D Somente a II está correta. E Somente a III está errada. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: A as afirmações abaixo B as afirmações abaixo 30/11/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/7 Exercício 6: O perdão judicial, no homicídio, pode ser concedido A ao agente que comete o crime com culpa inconsciente, somente. B se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social. C se o agente comete o crime sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injustaprovocação da vítima. D ao agente que comete o crime com culpa consciente, somente. E se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, desde que o crime seja culposo. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: A O perdão judicial B O perdão judicial C O perdão judicial D O perdão judicial E O perdão judicial
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