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RESUMO CRIMES DE TRANSITO

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Temos 11 crimes de trânsito. 2 deles materiais, 2 formais e 7 de mera conduta.
Dos Crimes em Espécie:
ART. 302 – Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Classificação doutrinária: crime comum, material, comissivo, instantâneo, de dano, plurissubsistente, unissubjetivo e não admite tentativa. 
Sujeito ativo: condutor de veículo automotor, habilitado ou não, desde que imputável.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Objetividade jurídica: a vida humana e de forma secundária ou mediata a segurança viária.
Objeto material: a conduta recai sobre a pessoa que morre, a vítima da ação culposa do agente.
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor. 
Crime culposo é aquele em que a conduta voluntária do agente provoca um resultado típico não querido, mas previsível, que com cuidado poderia ter sido evitado. Na verdade, as modalidades de culpa se referem a uma situação fundamental de inobservância do dever objetivo de cuidado. O crime culposo é um tipo penal aberto, que necessita de maior análise, pesquisa do intérprete, porque a conduta culposa não está descrita na lei, mas prevista genericamente no tipo.
Tipo subjetivo: É a culpa, manifestada pela imprudência (fazer aquilo que não deve), negligência (deixar de fazer aquilo que deve) e imperícia (falta de aptidão para realizar uma conduta). Inexiste no tipo a forma dolosa.
Consumação: no momento da morte da vítima, pois é crime material que exige resultado.
Tentativa: não há tentativa em crime culposo, o resultado é involuntário.
Perdão judicial: embora não previsto na Lei nº 9.503/97, é perfeitamente possível aplicar as regras do Código Penal. Com efeito, aplica-se o perdão judicial quando o crime atinge tão gravemente o agente (perda de um filho, por exemplo, por sua conduta imprudente) que se torna desnecessário a sua punição. De acordo com o art.291, aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099/95, no que couber. 
Compensação de culpas: não há compensação de culpas em Direito Penal. O proceder culposo da vítima não elide a culpa do ofensor. Somente em caso de culpa exclusiva do ofendido (atravessar rodovia correndo durante a noite ou atravessar avenida completamente embriagado, por exemplo) é que desaparece a responsabilidade do atropelante.	
Arrependimento Posterior: admite-se no homicídio culposo a redução da pena de um a dois terços quando a reparação do dano é feita antes do recebimento da denúncia. Embora o arrependimento posterior, previsto no art.16 do CP, aplica-se aos crimes sem violência ou grave ameaça, entende-se na doutrina que no homicídio culposo a violência é involuntária, não se excluindo a causa de diminuição obrigatória de pena.
Concurso Formal: havendo mais de uma vítima aplica-se a regra do concurso formal.
Causas de aumento de pena: no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:
I - Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação. 
II - Praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada.  
III - Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente: a agravante somente se aplica ao condutor do veículo que tenha agido de forma culposa. Caso não tenha atuado com imprudência, negligência ou imperícia e deixe de prestar socorro à vítima, incidirá no crime de omissão de socorro (art.304).
IV - No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. 
Ação penal: trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. 
ART. 303 - Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
As observações concernentes ao homicídio culposo na direção de veículo automotor se ajustam neste dispositivo. A lesão corporal culposa, entretanto, é delito de ação pública condicionada, exigindo-se, assim, a representação da vítima nos termos do art. 88 da Lei nº 9.099/95. Ademais, tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, perfeitamente possível realizar a composição civil, a transação penal e a aplicação da suspensão condicional do processo. 
ART. 304 – Omissão de Socorro.
Classificação doutrinária: crime próprio, mera conduta (formal para alguns), instantâneo, de perigo, unissubjetivo, unissubsistente, omissivo próprio, não admite tentativa. 
Sujeito ativo: somente o condutor do veículo automotor envolvido no acidente. Se outros condutores de veículos não envolvidos no acidente ou pessoas que não estejam na direção de veículos deixarem de prestar socorro, incidem no crime de omissão de socorro previsto no art.135 do CP. 
Sujeito passivo: a vítima do acidente que precisa de socorro.
Objeto material: a conduta criminosa recai sobre a pessoa ferida ou vítima com morte instantânea. 
Objeto jurídico: tutela-se a vida e a saúde da pessoa humana.
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa (risco de agressão, veículo quebrado, também sofrer ferimentos etc.,), deixar de solicitar auxílio da autoridade pública (policiais, resgate, bombeiros etc.). Tem-se entendido na doutrina que se o agente não puder prestar socorro imediato à vítima deverá solicitar auxilio á autoridade pública, caso contrário, incidirá no crime. O condutor não poderá ser punido na hipótese de terceiro, em melhores condições, se oferecer para ajudar ou socorrer a vítima.
Tipo subjetivo: o tipo requer o dolo genérico, consistente na vontade livre e consciente de não socorrer a vítima de acidente de trânsito ou de não solicitar auxilio da autoridade pública. O motivo da omissão é irrelevante, pressa, egoísmo, indiferença etc. Não se exige o elemento subjetivo específico (dolo específico), e não se prevê a modalidade culposa.
Consumação: consuma-se no instante em que o condutor do veículo deixa de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, não solicita auxílio da autoridade pública.
Tentativa: não se admite tentativa em crimes omissivos.
Crime subsidiário: o tipo penal em estudo somente será aplicado se não ocorrer delito mais grave, como o homicídio culposo agravado pela omissão.
Morte instantânea: A norma estabelece que o condutor do veículo automotor incide nas penas previstas neste artigo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. 
Lesões leves: quando a vítima apresentar ferimentos leves (pequenas fraturas, cortes ou pancadas) deve ser socorrida. Nesses casos não se exclui o dever de solidariedade humana. Pequenas escoriações, todavia, desde que a vítima não manifeste interesse, não se faz necessário o socorro. 
ART. 305 – Fuga do Local do Acidente.
Classificação doutrinária: crime próprio, formal, comissivo, instantâneo, plurissubsistente, unissubjetivo, doloso e admite tentativa.
Sujeito ativo: condutor do veículo envolvido no acidente e que foge do local.
Sujeito passivo: é o Estado e secundariamente a pessoa prejudicada pela conduta.
Objeto material: a conduta incriminada recai sobre a fuga do local do acidente.
Objeto jurídico: tutela a administração da justiça, prejudicada pela fuga do agente.
Tipo objetivo: a conduta típica, punida com pena de detenção de seis meses a um ano, ou multa, consiste em afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída. Assim, não haverá crime se o condutor que se afastar do local não atuar com culpa, pois se não contribuiu culposamente para o acidente, não poderá ser punido. É preciso, pois, provar que foi o responsável peloevento. 
Há a discussão quanto a Constitucionalidade deste crime, posto que ficar no local do crime é produzir provas contra si mesmo e a Constituição Federal, garante a toda pessoa o direito de não produzir prova contra ela mesma.
Tipo subjetivo: Exige elemento subjetivo específico do tipo, vale dizer, a finalidade de fugir á responsabilidade penal ou civil. É o dolo específico. Não se prevê a modalidade culposa.
Consumação: crime formal. Ocorre no momento da fuga do agente do local do acidente. 
 
Tentativa: cabe tentativa e a conduta típica pode perfeitamente ser fracionada.
 
Concurso de crimes: o agente que atropelar culposamente alguém e fugir sem prestar socorro, responde por lesões corporais com a pena agravada (303, parágrafo único, II) em concurso material com o crime de fuga do local do acidente. Se o individuo atropelar alguém sem ter atuado com culpa e fugir sem socorrer a vítima, somente responderá pela omissão de socorro. Não responderá pela fuga do local, pois não existe responsabilidade penal ou civil a ser-lhe atribuída.
ART. 306 – Dirigir alcoolizado ou drogado.
Classificação doutrinária: crime comum, de mera conduta, comissivo, de forma livre, instantâneo, de perigo concreto (de dano ou de perigo abstrato para alguns doutrinadores), plurissubsistente, unissubjetivo e não admite tentativa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: a coletividade.
Objeto material: a conduta criminosa recai sobre o agente conduzindo veículo com concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar, dando sinais que indiquem alteração na sua capacidade psicomotora.
Objeto jurídico: a segurança viária. 
  
Tipo objetivo: a conduta típica punida com detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, consiste em conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. As condutas previstas no caput serão constatadas por: 
I - Concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. As provas da infração poderão ser obtidas mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
Tipo subjetivo: dolo de perigo (dano ou de lesão para parte da doutrina), vontade livre e consciente de conduzir veículo estando sob a influência do álcool ou qualquer outra substância psicoativa. 
	
Consumação: crime instantâneo que se consuma no momento em que o agente dirige o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.
Tentativa: não é admitida.
ART. 307 - Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Classificação doutrinária: crime próprio, de mera conduta (formal para alguns), instantâneo, de perigo (concreto ou abstrato), unissubjetivo, plurissubsistente, doloso e não comporta tentativa.
Sujeito ativo: crime próprio, pois só pode ser praticado por quem foi suspenso ou proibido de dirigir veículo automotor. 
Sujeito passivo: é o Estado.
Objeto material: a conduta recai sobre a condução de veículo automotor estando suspenso ou proibido.
Objeto jurídico: tutela-se a Administração da Justiça, ou seja, o respeito a pena imposta pela transgressão cometida na direção do veículo automotor.
Tipo objetivo: violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código.
Tipo subjetivo: o tipo requer o dolo genérico. Não se exige o dolo específico, nem se prevê a forma culposa.
Consumação: crime de mera conduta ou de simples atividade que se consuma com a ação de dirigir, de colocar o veículo em movimento, instante em que ocorre a violação independente de dano.
Tentativa: não pode ser fracionada. Ou se coloca o veículo em movimento e o crime se consuma, ou não se coloca e o fato é atípico. Não admite a tentativa.
Parágrafo único: o prazo para o agente entregar a carteira de habilitação ou a permissão para dirigir a autoridade judiciária é de 48 horas a contar da intimação. 
ART. 308 – Racha
Classificação doutrinária: crime comum, doloso, comissivo, instantâneo, de perigo (concreto ou abstrato), de concurso necessário, plurissubsistente e não admite tentativa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, respondendo como partícipes os copilotos, espectadores que estimulam o racha, fiscais, promotores do evento etc.
Sujeito passivo: a coletividade é o sujeito passivo principal. Secundários são as vítimas do perigo que a conduta representa. Havendo morte ou lesão corporal o crime deste artigo será absorvido.
Objeto material: a conduta recai sobre o veículo empregado em competição não autorizada. 
	
Objeto jurídico: a incolumidade pública.
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada. É necessário que o racha ocorra em via pública. Havendo autorização da autoridade pública, o fato será atípico.
Tipo subjetivo: o tipo requer o dolo comum, genérico.
Consumação: crime de mera conduta que se consuma no momento em que se inicia a participação na direção de veículo em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística.
Tentativa: entendemos ser impossível a tentativa do delito em estudo. A conduta não pode ser fracionada. Ou se inicia a corrida ou disputa e o crime se configura, ou não se inicia e o fato é atípico. 
Elemento normativo: caracteriza-se pela falta de autorização da autoridade competente que torna o fato ilícito.
O racha e o dolo eventual: prevalece na doutrina o entendimento de que, em caso de morte, o crime a ser apurado é o de homicídio culposo. A jurisprudência, contudo, vem entendendo que em caso de racha com morte a competência é do Tribunal do Júri (STF HC 71.800/RS). Na verdade, não se pode excluir, definitivamente, o dolo eventual em crimes verificados no trânsito. Ficou para trás a assertiva de que se deve extrair da mente do autor a definição de dolo eventual. Na pratica tal entendimento é ineficaz. A apuração se faz pelas circunstâncias do fato. Logo, o local, a velocidade imprimida, o número de participantes, os horários etc. devem ser analisados para a constatação da conduta ilícita. 
ART. 309 – Dirigir sem Habilitação, gerando perigo de dano.
Classificação doutrinária: crime comum (próprio para alguns doutrinadores), comissivo, doloso, vago, de mera conduta, de perigo, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente e não admite tentativa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, admitindo-se a coautoria e a participação.
Sujeito passivo: a coletividade.
Objeto material: veículo automotor.
Objeto jurídico: a segurança viária, a incolumidade pública.
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em dirigir veículo sem a devida permissão para dirigir ou habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano. Se não gerar perigo de dano inexistirá o delito. É preciso, portanto, que o agente ao dirigir sem habilitação ponha em risco a incolumidade pública (ultrapassando pela direita, fazendo ziguezague, ingressando na contramão de direção etc.). Numa palavra: se o agente for surpreendido numa batida policial sem possuir habilitação, mas dirigindo de forma normal, só haverá infração administrativa. O elemento normativo do tipo encontra-se na expressãosem a devida permissão para dirigir ou habilitação, ou ainda cassado o direito de dirigir.
Tipo Subjetivo: é o dolo genérico.
Consumação: dirigir o veículo de forma anormal gerando perigo de dano.
Tentativa: não é admitida.
Embriaguez ao volante e direção sem habilitação: deve-se reconhecer o concurso formal, nos termos do art.70 do CP, pois o ato de embriaguez ao volante e direção sem habilitação, embora atinja o mesmo bem jurídico, ou seja, a incolumidade pública, por outro lado, reduz consideravelmente o nível de segurança exigido pelo Estado, expondo a dano potencial os membros da comunidade. Acórdãos existem, todavia, que entendem que o crime de embriaguez, por ser mais grave, absorve o delito em estudo.
Crime culposo de A e falta de habilitação de B: responde A pelo homicídio culposo, enquanto B, se não gerou perigo de dano, não comete crime algum. Em outras palavras: se alguém dirigindo de forma imprudente, vier a colidir com um veículo cujo condutor não possuía carteira de habilitação, e com isso produzir a morte de um terceiro, responderá pelo homicídio culposo. De outra parte, quem não tinha carteira de habilitação não responderá por este crime se não gerou perigo de dano, não sendo, portanto, o causador do acidente.
ART. 310 – Entregar veículo automotor a pessoa não habilitada.
Classificação doutrinária: crime comum, doloso, comissivo ou omissivo, instantâneo, de mera conduta (formal para alguns), plurissubsistente, unissubjetivo, de perigo e não admite tentativa.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a coletividade.
Objeto material: a ação criminosa visa a direção de veículo automotor.
Objeto jurídico: tutela-se a segurança viária, a incolumidade pública.
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em permitir, confiar ou entregar à direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança. Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, sujeito as normas benéficas da Lei nº 9.099/95. Configura o delito na forma omissiva no momento em que o agente, se não consentindo, por omissão, tolera que pessoa não habilitada conduza veículo automotor na via pública. Por sua vez, o simples ato de entregar a chave de um veículo para um motorista alcoolizado já configura infração penal. 
	
Não são raros os casos constatados nas saídas de baladas em S.Paulo. Embora parte da doutrina afirme tratar-se de crime formal, que se consuma independentemente do resultado, que é o comprometimento da segurança viária, entendemos que o delito é de mera conduta. Basta, portanto, a entrega da direção para apresentar-se consumado. Além disso, o crime é de perigo, ou seja, consuma-se com a simples possibilidade de causar dano ao bem jurídico alheio. Mas, e se a entrega das chaves resultar em acidente com morte? Poderemos ou não caracterizar a conduta como homicídio com dolo eventual? Não seria o mesmo que dirigir embriagado e produzir um grave acidente? Responde, em nosso sentir, pela conduta criminosa.
Tipo subjetivo: o tipo requer o dolo comum, genérico. Não se prevê a modalidade culposa.
Consumação: consuma-se, por ser delito de mera conduta ou de simples atividade, no instante em que agente permite, confia ou entrega à direção de veículo a pessoa nas condições estabelecidas no dispositivo, e está o coloque em movimento. Entregar veículo à pessoa não habilitada é crime de perigo (concreto ou abstrato), não exigindo a demonstração de dano.
Tentativa: não vemos como a conduta típica possa ser fracionada. Ou se inicia a execução e o crime se configura, ou não se inicia e o fato é atípico. Não há, em nosso sentir, sequer em tese, falar em tentativa e os exemplos anotados nos quais a pessoa que recebe o veículo é surpreendida pela polícia antes de dirigi-lo, configuram, salvo melhor apreciação, atos preparatórios. Gianpaolo Poggio Smanio, porém, admite a tentativa, dando o exemplo de terceiro que quando vai movimentar o carro, é interrompido. 
ART. 311 - Dirigir em velocidade superior a permitida, gerando perigo de dano.
Classificação doutrinária: crime comum, de mera conduta (formal para alguns), instantâneo, comissivo, de perigo (concreto ou abstrato conforme doutrinadores), unissubjetivo, unissubsistente e não comporta tentativa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a coletividade.
Objeto material: a ação criminosa recai sobre o veículo automotor conduzido em velocidade incompatível.
Objeto jurídico: tutela-se a segurança viária, a incolumidade pública. 
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano. A mera probabilidade da ocorrência de lesão ao bem jurídico tutelado caracteriza o delito. O fato de uma via não ter regulamentado a velocidade permitida, não autoriza o motorista que por ela transite exercer a velocidade que achar pertinente.
Tipo subjetivo: o tipo requer o dolo genérico, consistente na vontade deliberada do agente em trafegar, nos locais mencionados no tipo, em excesso de velocidade..
Consumação: a consumação ocorre no instante em que o agente imprime velocidade incompatível com a segurança nos locais mencionados no tipo. 
	
Tentativa: não é admitida, pois se trata de crime unissubsistente e de mera conduta. Ninguém tenta dirigir em velocidade incompatível. Ocorrendo morte ou lesão corporal culposa, o tipo em estudo restará absorvido.
Concurso entre velocidade incompatível e direção sem habilitação: são várias as orientações. Entendemos que mesmo sendo atingido o mesmo bem jurídico e sujeito passivo (incolumidade pública e coletividade), as condutas são distintas, devendo-se reconhecer o concurso material de infrações.
 ART. 312 – Fraudar o local do acidente/crime.
Classificação doutrinária: crime comum, formal, doloso, de perigo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, comissivo e admite tentativa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Nada impede a participação de advogado que induz o cliente a modificar o local do acidente.
Sujeito passivo: é o Estado e o terceiro lesado pela fraude.
Objeto material: a ação criminosa visa o estado de lugar, de coisa ou de pessoa para a prática da fraude.
Objeto jurídico: tutela-se a Administração da Justiça. 
Tipo objetivo: a conduta típica consiste em inovar, modificar, alterar o estado de lugar, coisa ou pessoa com o fim de induzir agente policial, perito ou juiz na pendência de um processo. Não se faz necessário que o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo tenha se iniciado (parágrafo único). 
Com efeito, retirar placas de sinalização, trocar o pneu careca, mudar a posição do carro, apagar manchas de sangue, esconder bebidas alcoólicas etc. a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz são exemplos que configuram o delito.
Tipo subjetivo: é o dolo específico, consistente na vontade livre e consciente de inovar artificiosamente na pendência de processo criminal o estado de lugar, coisa ou pessoa com o fim de enganar o policial, o perito ou o juiz e, assim, evitar sua punição ou de terceiro. É o denominado elemento subjetivo do tipo tão decantado pela doutrina contemporânea.
Consumação: crime formal que se consuma independentemente do resultado (induzir a erro o agente policial, o perito, ou o juiz). A consumação ocorre no momento em que o agente altera o estado de lugar, coisa ou pessoa, ainda que não consiga induzir a erro as autoridades mencionadas no tipo.
Tentativa: admite-se o fracionamento da conduta delitiva quando iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Concurso de Crimes: com homicídio culposo na direçãode veículo automotor, haverá concurso material de crimes.

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