Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA ANNE CAROLINE FARIAS BRAGA PAIVA CÁSSIA RIBEIRO PEREIRA JANUARIO^ CRISTIANE S. R. VILLAS BOAS DAVID CLÁUDIO DE SOUZA PEREIRA MARCOS VINÍCIUS DA SILVA FERREIRA SÉRGIO S. S. SANTOS TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA - TAT Orientadora: Eliana Amélia M. Figueiredo RIO DE JANEIRO 2017 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA INTRODUÇÃO O teste de apercepção temática (TAT) é um teste projetivo desenvolvido em 1935 por Henry Murray. O teste foi desenvolvido para medir determinadas características da personalidade, como os motivos, e foi muito utilizado no estudo da motivação. O TAT é muitas vezes chamado de "técnica de interpretação de figuras" porque ele utiliza uma série padronizada de figuras de situações ambíguas sobre as quais o sujeito testado deve contar uma história. Essa história deve conter sobretudo os seguintes pontos: • o que conduziu à situação apresentada; • o que está acontecendo no momento apresentado; • o que as personagens estão sentindo e pensando; • como a história termina. Caso tais elementos forem omitidos, sobretudo no caso de crianças ou de indivíduos com baixa capacidade cognitiva, o aplicador do teste pode perguntá-los diretamente. A forma estandardizada do TAT contém 31 cartões em que situações são representadas. Alguns deles envolvem homens, outros, mulheres, outros ainda pessoas de ambos os sexos, outros, pessoas sem um sexo definido, algumas vezes adultos, outras crianças e algumas vezes situações sem seres humanos. Um dos cartões é completamente branco. Apesar de o teste ter sido desenvolvido de forma a os cartões corresponderem ao sujeito testado em sexo e idade, qualquer dos cartões pode ser usado com qualquer pessoa. A maior parte dos aplicadores escolhe um conjunto de aproximadamente dez cartões, já utilizando aqueles que eles consideram mais úteis, já aqueles que eles creem mais adaptados à história e à situação do indivíduo, encorajando-o, assim, a expressar seus conflitos emocionais. DESCRIÇÃO DA EXAMINANDA Nome: L., negra,21 anos, manicure, mora com a mãe e o padrasto em Santíssimo no Rio De Janeiro, gosta de sair à noite, solteira, bebe, não fuma, católica. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO A pessoa em que foi aplicado o teste TAT, estava sentada em um lugar adequado, fresco e com silêncio. Ficou livre para desenvolver as histórias, da forma que quisesse, tendo somente que seguir as regras de ter início, meio e fim de cada história. PRIMEIRA PRANCHA ESTÓRIA: A mãe de Paulo deu de presente para ele, um violino, só que ele não gostou do presente, ficou chateado e fez cara de triste. Debruçou-se em um pano branco em uma mesa, olhando para o violino e querendo outro presente. Ele não quis aprender a tocar porque ele não gosta de músicas e a mãe dele sabia disso. ANÁLISE FORMAL: • Execução da tarefa – completa • História – a colaboradora do teste contou a história com a maior facilidade e sem mostrar ansiedade ou nervosismo. • Tema - foi adequado • Organização dos pensamentos – adequada com início, meio e fim, mostrando que o tal estímulo não provoca ansiedade desorganizadora. • Adequação à história da prancha – enxergou o que foi mostrado, mas com suas subjetividades, contou uma história que provavelmente possa não ser a real da prancha. • Estilo da narrativa – conto • Organização do pensamento – coerente com a trajetória da história • Acréscimo de elementos – sim, houve inclusão da mãe UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA ANÁLISE DE CONTEÚDO • Herói – o menino • Sentimento – tristeza e decepção • Necessidade – liberdade de decisão e opinião • Pressão – pressão da mãe ao lhe dar o violino para que ele aprenda • Desfechos – triste/necessidade de liberdade. • Catexias – violino/catexias negativas • Tema – conflito de liberdade e obrigação SEGUNDA PRANCHA ESTÓRIA Vanessa estava mexendo em seu porta-joias, quando tomou um susto com seu marido, que chegou pelas suas costas de repente, sussurrando em seu ouvido, com ar sedutor, fazendo como de costume aquele charme e fumando seu charuto. ANÁLISE FORMAL • Realização da tarefa: Tarefa completa. Boa descrição do evento, com narrativa coerente. Estória curta e simples, todavia, contém início, meio e fim. • Tema: adequado • Organização dos pensamentos: sim UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA • Adequação do tema: As ideias apresentadas durante a narrativa são compatíveis com a imagem apresentada. • Estilo da narrativa: Objetivo. • Organização do pensamento: pensamento organizado. • Inclusão/omissão de objetos: Houve algumas substituições plausíveis de objetos. Bolsa vista como porta-joias e cachimbo do homem como charuto. ANALISE DE CONTEÚDO • Herói: Vanessa • Sentimentos e estados emocionais do herói: Assustada. • Necessidades do herói: Uma possível expectativa de atenção do marido. • Pressão ambiental: A interação da esposa com seu marido. • Desfecho da estória: Surpresa de Vanessa com a chegada repentina do marido. • Catexias: A imagem de Vanessa (Esposa) como catexia positiva, uma esposa mexendo em sua caixa de joias, para arrumar-se para a chegada do marido. TERCEIRA PRANCHA ESTÓRIA Maria está ensinando Melissa a brincar de boneca, sendo que Melissa não está nem um pouco interessada a aprender a brincar de boneca por que ela já se acha muito grande para isso. Mas Maria quer que ela aprenda para que no futuro, ela seja uma boa mãe. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA ANÁLISE FORMAL • Realização da tarefa: A examinanda completou a tarefa. Percebemos boa descrição do evento, uma narrativa coerente e alegorias que sustentam a ideia onde se percebe o início, o meio e o fim. • Estilo da narrativa: Clara e objetiva. Pensamento organizado. • Adequação do tema: As ideias apresentadas durante a narrativa são compatíveis com o tema inicial. • Inclusão/exclusão de objetos: A examinanda atribuiu a mulher adulta da figura a imagem de mãe que exige da filha algo que ela não deseja/não se identifica, porem que esta mãe entende como o melhor para a filha. ANÁLISE DE CONTEÚDO • Herói: Maria • Sentimentos e estados emocionais do herói: confiante, decidida, amorosa, paciente. • Necessidades do herói: garantir que a filha receba parte da sua experiência. Esteja apta a desempenhar as tarefas de mãe da maneira como ela compreende. • Pressão ambiental: dominação da visão de mundo que espera que meninas sejam criadas para serem donas de casa/mães. • Desfecho da estória: perseveração de Maria em educar Melissa. • Atitude do herói para provocar o desfecho: paciência. • Catexias: A imagem de Melissa (mãe?) como catexia positiva, dentro de sua visão de mundo, essa é a função da mãe, ensinar a filha mulher a atuar no mundo tal como ela. O mundo é visto como objeto de catexias ambivalentes considerando que para Maria é positiva e para Melissa, negativa. A autonomia de Melissa não é considerada. • Tema: Dependência da imagem da mulher como mãe e mantenedora do lar. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA CONCLUSÃO De modo geral, o relato da estória é organizado, com uso de vocabulário adequado. Os dados da figura 2 indicam que o contato com a realidade estápreservado e o nível intelectual satisfatório. Há pequenos deslizes desse padrão associados à expressão de autoestima, o que indica ser esta uma área conflitiva. Demostra pequena falta de controle da ansiedade frente as expectativas do seu marido. O estilo da narrativa indica cuidado em manter certa distância em relação ao que diminua seus traços estéticos, esforço sempre bem-sucedido, o relato aparenta ser mais pessoal embora defesas intensas estejam presentes. A vaidade aparenta estar atenuada por mecanismos de defesas, destacando-se a idealização e racionalização, apesar de apresentar expectativas de que venha a superar suas possíveis dificuldades. Na figura 3, o relato demostra ser uma pessoa preocupada com seu futuro, mas com dúvidas quanto a capacidade da filha pelo seu desinteresse, mostrando insegurança em relação a sua realização em passar suas experiências pra gerações seguintes. De modo geral aparenta projetar parte de si mesma para atingir suas metas, ao ajudar a filha na solução de seus problemas. Apresenta indícios de ser sonhadora, ter esperança e ser afetiva com relação à figura materna. Ainda que não seja notório, há aparente presença de um superego e o intenso uso da moral da mãe que a distancia dos sentimentos da filha, empobrecem sua vida interior e dificultam a elaboração de seus conflitos. No seu relato aparentemente sente-se insegura quanto ao futuro e tende a dirigir a necessidade de realização na sua filha, o que pode favorecer a ocorrência de episódios de insatisfação. A insegurança quanto as suas próprias capacidades, levam a atribuir a si e ao ambiente a causa de suas frustrações; seu relacionamento com o ambiente é marcado por um certo ressentimento, o que a torna suscetível a conflitos nas suas interações sociais.
Compartilhar