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RESUMÃO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA: Teníase e Cisticercose Filo: Platelmintos / Classe: Cestodea Características: hermafroditas, tamanhos variados, encontrados em animais vertebrados, corpo segmentado Representantes: Taenia solium, Taenia saginata, Hymenolepis nana, Hymenolepis diminuta Taenia solium, Taenia saginata Nome vulgar: “solitárias” Distribuição: mundial. Morfologia: Taenia saginata e Taenia solium: apresenta corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, dividido em: Escólex ou cabeça – órgão de fixação do cestódeo á mucosa do intestino delgado do homem. T. solium possui o escólex globuloso COM UM ROSTELO ou rostro em posição central e uma dupla FILEIRA DE ACÚLEOS. T. saginata possui o escólex inerme, SEM ROSTELO E ACÚLEOS. Colo ou pescoço – zona de crescimento do parasito ou de formação dos PROGLOTES. Estróbilo ou corpo – é o restante do corpo do parasito. Obs: as proglotes são divididas em jovens, maduras e grávidas. Proglotes grávidas da T. solium – ramificações uterinas pouco numerosas e DENDRÍTICAS Proglotes grávidas da T. saginata – muitas ramificações uterinas e DICOTÔMICAS. Ovos: esféricos, constituído por uma casca protetora, EMBRIÓFORO, que é formado por blocos piramidais de quitina unidos entre si por uma substância (provavelmente protéica), internamente encontra-se o embrião HEXACANTO ou ONCOSFERA, provido de três pares de acúleos e dupla membrana. Cisticerco (altamente imunogênico): Taenia solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo. O cisticerco da T. saginata possui a mesma constituição somente diferindo na ausência do rostelo. Habitat: Taenia solium e saginata – na fase adulta ou reprodutiva vivem no INTESTINO DELGADO DO HOMEM; Cisticerco da solium – é encontrado no TECIDO SUBCUTÂNEO, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e ACIDENTALMENTE EM HUMANOS e cães; Cisticerco da saginata – é encontrado nos TECIDOS DOS BOVINOS. Ciclo biológico: Os humanos parasitados eliminam as proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior; Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para T. solium e bovino para T. saginata) ingere os ovos, e os embrióforos (casca do ovo) no estômago sofrem a ação da pepsina; No intestino, as oncosfera sofrem a ação dos sais biliares; Uma vez ativadas, as oncosferas liberam-se do embrióforo e movimentam-se no sentido da vilosidade, onde penetram com o auxilio dos acúleos; Ficam neste local por cerca de quatro dias até se adaptarem ás condições fisiológicas do novo hospedeiro; Em seguida, penetram nas vênulas e atingem as veias e os linfáticos mesentéricos; Através da corrente circulatória, são transportadas por via sanguinea a todos os órgãos e tecidos do organismo até atingirem o local de implantação por bloqueio do capilar; As oncosferas desenvolvem-se para cisticercos em qualquer tecido mole (pele, músculos esqueléticos e cardíacos, olhos, cérebro, etc), mas preferem os músculos de maior movimentação e com maior oxigenação (masseter, língua, cérebro e coração); No interior dos tecidos, perdem os acúleos e cada oncosfera transforma-se em um pequeno cisticerco delgado e translúcido; A infecção humana ocorre pela ingestão de carne crua ou malcozida de porco ou boi infectado; O cisticerco ingerido sofre a ação do suco gástrico, evagina-se e fixa-se, através do escólex, na mucosa do intestino delgado, transformando-se em uma tênia adulta, que pode atingir até oito metros em alguns meses; Três meses após a ingestão do cisticerco, inicia-se a eliminação de proglotes grávidas. Transmissão: Teníase: o hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou malcozida, infectada, respectivamente, pelo CISTICERCO de cada espécie de Taenia; A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase. Os mecanismos possíveis de infecção são: Auto-infecção externa – ocorre em portadores de T. solium quando eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia levado-os á boca pelas mãos contaminadas ou pela coprofagia (comer suas próprias fezes) pacientes com problemas psiquiátricos; Auto-infecção interna – poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. Estes depois da ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo auto- infectante; Heteroinfecção – ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminada com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente. Patogenia e sintomatologia: TENÍASE é a doença causada pelo verme T. solium ou saginata. CISTICERCOSE é uma doença causada pela ingestão dos ovos de tênia pelo homem. Teníase: Assintomático; Apesar de ser conhecida popularmente como “solitária”, na prática, mais de um parasito pode albergar o mesmo hospedeiro; Perturbações digestivas: dores abdominais, náuseas, vômitos; Prurido anal; Sintomas alérgicos; Localizações ectópicas; Tontura, astenia, apetite excessivo,; Cisticercose: O cisticerco pode alojar-se em diversas partes do organismo, como tecidos musculares ou subcutâneos, glândulas mamárias, globo ocular e mais frequentemente no sistema nervoso central; Neurocisticercose (SNC); Cisticercose ocular. Diagnóstico: Parasitológico: Pesquisa de proglotes e mais raramente de ovos de tênia nas fezes pelos métodos rotineiros ou pelo método da fita gomada Para diagnóstico mais preciso para diferenciar uma espécie da outra, é necessário fazer o método de “tamização” e recolher as proglotes existentes e identificá- las pela morfologia da ramificação uterina; Imuno: LCR e soro Pesquisa de antígenos específicos – ELISA Cisticercose: Clínico: tem como base aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Relatos como procedência do paciente, criação inadequada de suínos, hábitos higiênicos, serviço de saneamento básico, qualidade de água para beber e regar hortaliças, ingestão de carne de porco malcozida, relato de teníase no paciente ou familiar. Laboratorial: tem por base a pesquisa do parasito, através de observações anatomopatológicas das biopsias, necropsias e cirurgias. O cisticerco pode ser identificado por meio direto, através do exame oftalmoscópico de fundo de olho ou ainda pela presença de nódulos subcutâneos no exame físico. Tratamento da Teníase: Niclosamida; Praziquantel. Tratamento da Neurocisticercose: Praziquantel; Albendazol; Isoquinodina-pirazina acilada. Profilaxia: Construção de redes de esgotos ou fossas sépticas; Educação em saúde; Incentivo e modernização de apoio á suinocultura; Combate ao abate clandestino; Inspeção rigorosa em abatedouros e seqüestros de carcaças parasitadas. Referências: NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. 11 ed. Atheneu. São Paulo. 2005.
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