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Cuidador Infantil Ao mencionamos Educação Infantil, ainda se tem em mente a idéia de um ambiente acolhedor, que oferece cuidados e assistência às crianças cujos pais ou responsáveis precisam trabalhar e contam com estes espaços para garantir o cuidado de seus filhos durante a maior parte do dia. Nessa perspectiva, o atendimento oferecido a estas crianças era visto como “um favor oferecido” e assim, como tomada estratégica para solucionar problemas ligados à sobrevivência destas. No decorrer da história do país e, durante muito tempo, a abordagem assistencialista, com foco no cuidado, bem estar e higiene das crianças, constituía as principais funções das Instituições Infantis no Brasil. Porém, a Educação Infantil vai além desta concepção assistencialista. A formação e a valorização dos profissionais que trabalham com a Educação Infantil especialmente na creche, apresenta-se, hoje, como um grande desafio e um elemento essencial para a melhoria da qualidade do atendimento à criança pequena. Além de uma meta ousada, dado o grande percentual de profissionais de educação infantil não habilitados e a reduzida rede de creches trata-se de uma medida única para realidades diversas. Os profissionais que atuam nas creches, com denominação diversa: monitores, educadores, cuidadores, ADIs (auxiliares de desenvolvimento infantil), recreacionistas, AEI (agente de educação infantil) e outras, hoje são mulheres com uma boa escolaridade das quais se espera disposição para “limpar, cuidar, alimentar e evitar riscos de quedas e machucados, controlando e contendo um certo número de crianças”. Diferentemente, as que trabalham na pré-escola são chamadas de professoras, em sua maioria com formação superior, possuem maiores salários e espera-se que desenvolvam atividades exclusivamente pedagógicas. A compreensão da educadora de creche como uma profissional responsável pelos cuidados básicos da criança, tarefa para a qual a afetividade é o maior atributo, verificado em expressões como: “ter jeito”, “ter amor às crianças”, “gostar”, tem contribuído para o pequeno investimento, até então empreendido na formação docente destas profissionais. Em outras palavras, se o que define uma boa educadora de creche são características que não se referem à aquisição de conhecimentos acessíveis, apenas, através de formação acadêmica. De fato, as pesquisas vêm demonstrando que as educadoras são compreendidas e também se compreendem como mães substitutas, tendo nos modelos de maternagem, obtidos ao longo de suas histórias de vida, a fonte de sua identidade “profissional” e de suas práticas cotidianas nas creches.
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