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Avaliação e Prescrição de Treinamento Aeróbico Prof. Carlos Alberto Ferreira Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória Para Prescrição do Exercício • Estimar a Intensidade do Exercício pelo VO2 ou Frequência Cardíaca (FC) • Cálculos baseados nas equações do ACSM • Determinação da intensidade independente de medidas fisiológicas • Maior precisão na determinação das cargas ACSM (2000). Guidelines for exercise testing and prescription. Lippincott Wiliams & Wilkins. Nível de aptidão física do American Heart Association para mulheres e homens IDADE EM ANOS 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 - 69 Gênero M F M F M F M F M F Excelente > 53 > 49 >49 >45 >45 >42 >43 >38 >41 >35 Bom 43-52 38-48 39-48 34-44 36-44 31-41 34-42 28-37 31-40 24-34 Regular 34-42 31-37 31-38 28-33 27-35 24-30 25-33 21-27 23-30 18-23 Fraco 25-33 24-30 23-30 20-27 20-26 17-23 18-24 15-20 16-22 13-17 Muito Fraco < 25 <24 < 23 < 20 < 20 < 17 < 18 < 15 < 16 < 13 VO2máx ml. ( kg.min )-¹ Valores para Frequência Cardíaca de Repouso IDADE EM ANOS 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65 >65 Gênero M F M F M F M F M F M F Excelente 49-55 54-60 49-54 54-59 50-56 54-59 50-57 54-60 51-56 54-59 50-55 54-59 Bom 57-61 61-56 57-61 60-64 60-62 62-64 69-63 61-65 59-61 61-64 58-61 60-64 Acima da Média 63-65 66-69 62-65 66-68 64-66 66-69 64-67 66-69 64-67 67-69 62-65 66-68 Média 67-69 70-73 66-70 69-71 68-70 70-72 68-71 70-73 68-71 71-73 66-69 70-72 Abaixo da Média 71-73 74-78 72-74 75-76 73-76 74-78 73-76 74-77 72-75 75-77 70-73 73-76 Ruim 76-81 80-84 77-81 78-82 77-82 79-82 79-83 78-84 76-81 79-81 75-81 75-79 Muito Ruim 84-95 86-100 84-94 84-94 86-96 84-92 85-97 85-96 84-94 85-96 83-98 88-96 FCrep. (bpm) Freqüência Cardíaca VO2 máx 100% 100% 90% 83% 80% 70% 70% 56% 60% 42% 50% 28% CORRELAÇÃO entre F.C. e VO2 máx CORRELAÇÃO entre F.C. e VO2 máx 20 30 40 50 60 70 80 90 100 50 60 70 80 90 100 V O 2 m ax ( % ) FC (%) VO2max x FC y = 1,42x - 43,333 R² = 0,9988 20 30 40 50 60 70 80 90 100 50 60 70 80 90 100 V O 2 m ax ( % ) FC (%) VO2max x FC % FCMax 100 Zona Anaeróbia 90 Zona Mista 80 Zona Aeróbia Glicolítica 70 Zona Aeróbia Lipolítica 60 Zona Aeróbia Regenerativa 50 ZONA-ALVO DE TREINAMENTO % V02 máx 100 Zona Anaeróbia 83 Zona Mista 70 Zona Aeróbia Glicolítica 56 Zona Aeróbia Lipolítica 42 Zona Aeróbia Regenerativa 28 ZONA-ALVO DE TREINAMENTO • Em steady-state, informa o custo energético da atividade; • Em esforço máximo reflete a capacidade máxima de transporte e utilização de O2; • Indicador da aptidão cardiorrespiratória; • Em combinação com a produção de CO2 (VCO2) indica o substrato energético metabolizado. ACSM, 2000 Importância do VO2 Razão da troca respiratória R = VCO² / VO² = 1 Equivalência calórica do R e % de Kcal dos carboidratos e gorduras Energia Percentual de Kcal R Kcal/l O² Carboidratos Gorduras 0,71 4,69 00 100 0,75 4,74 15,6 84,4 0,80 4,80 33,4 66,6 0,85 4,86 50,7 49,3 0,90 4,92 67,5 32,5 0,95 4,99 84,0 16,0 100 5,05 100 00 Jack H. Wilmore ; David L. Costill - Fisiologia do Esporte e do Exercício - 2001 Definição de Termos • VO2 Absoluto – Expresso em L.min-1 – Pode ser convertido a Kcal.min-1 • VO2 Relativo – Relativo a: • massa corporal total • superfície corporal • massa magra etc. – Expresso em mL.kg-1.min-1 – Possibilita a comparação entre sujeitos • VO2 Gross – VO2 total (atividade + repouso) • VO2 Net – VO2 específico da atividade (atividade – repouso) Aplicação de Teste de Esforço Duração - Tempo (min.) Intensidade - Velocidade (km/h) 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 3 min. 5 km/h 7 km/h 9 km/h 11 km/h 13 km/h 15 km/h 17 km/h 19 km/h 21 km/h 23 km/h 3,5I x V x 0,9 x V0,2OV 2 Inclinação = 0% Equação do ACSM para Corrida na Esteira ou Pista 3,5I x V x 0,9 x V0,2OV 2 • VO2 – consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (mL.kg -1.min-1) • V – velocidade da corrida em metros por minuto (m.min-1) • I – inclinação da corrida em percentual (%) • Apropriada para velocidades > 134 m.min-1 • Passível de utilização para velocidades > 80 m.min-1 se o indivíduo estiver realmente correndo 3,5I x V x 0,9 x V0,2OV 2 Racionalização da Equação para Corrida na Esteira ou Pista A C S M ; 2 0 0 0 Custo de transportar um quilo de massa corporal para cada metro de distância horizontal (0,2 mL.kg-1.min-1) Custo de transportar um quilo de massa corporal para cada metro de distância vertical ao nível do mar (0,9 mL.kg-1.min-1) Custo metabólico de repouso (3,5 mL.kg-1.min- 1) Equação do ACSM para Caminhada na Esteira ou Pista 3,5I x V x 1,8 x V0,1OV 2 • VO2 – consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (mL.kg - 1.min-1) • V – velocidade da caminhada em metros por minuto (m.min-1) • I – inclinação da caminhada em percentual (%) • Apropriada para velocidades entre 50 - 100 m.min-1 A C S M , 2 0 0 0 Parâmetros da Caminhada, do Trote e da Corrida 1) Caminhada METs VO2 1km m/min km/h 30min 3,5 12,5 12’30” 80 4,8 2.400m 4,2 15,0 11’06” 90 5,4 2.700m 4,6 16,2 10’30” 95 5,7 2.850m 5,0 17,6 10’00” 100 6,0 3.000m 5,4 19,0 9’30” 105 6,3 3.150m 5,8 20,5 9’00” 110 6,6 3.300m 6,3 22,1 8’36” 115 6,9 3.450m 6,8 23,8 8’18” 120 7,2 3.600m 2) Trote METs VO2 1km m/min km/h 30min 6,8 23,8 08’18” 120 7,2 3.600m 7,3 25,5 08’00” 125 7,5 3.750m 7,8 27,3 07’36” 130 7,8 3.900m Parâmetros da Caminhada, do Trote e da Corrida 3) Corrida METs VO2 1km m/min km/h Kcal/min 30min 8,7 30,5 07’24” 135 8,1 10,8 4.050m 9,0 31,5 07’06” 140 8,4 11,2 4.200m 9,5 33,5 06’36” 150 9,0 11,8 4.500m 10,1 35,4 06’12” 160 9,6 12,6 4.800m 10,8 37,5 05’48” 170 10,2 13,5 5.100m 11,2 39,5 05’30” 180 10,8 14,0 5.400m 11,8 41,5 05’12” 190 11,4 14,7 5.700m 13,0 45,5 04’42” 210 12,6 16,2 6.300m 13,5 47,5 04’30” 220 13,2 16,8 6.600m 14,0 49,5 04’18” 230 13,8 17,5 6.900m 14,7 51,5 04’06” 240 14,4 18,3 7.200m 15,2 53,5 04’00” 250 15,0 18,87.500m 15,8 55,5 03’54” 260 15,6 19,8 7.800m Conceito e Utilização do VO2R % VO2máx % Treinamento % VO2R VO2rep. 1 MET ACSM (2000). Guidelines for exercise testing and prescription. Lippincott Wiliams & Wilkins. Determinar o VO2 R = trabalho VO2r = [(VO2 máx – 3,5) x % intensidade] + 3,5 Exemplo: VO2r = [(50 - 3,5) x 70%] + 3,5 = 36 ml.kg -1.min-1 Cálculo da Intensidade do Trabalho pelo VO2 Prescrição Do Exercício Pela Intensidade VO2R C.A.F. 42 anos VO2máx: 45 mL.kg -1.min-1 Intensidade Desejada: 70% Atividade: Corrida Esteira (0%) Etapa 1 – Cálculo de 70% VO2R VO2máx = 45 mL.kg -1.min-1 VO2 R70% = [(45 – 3,5) x 0,70] + 3,5 32,55 mL.kg-1.min-1 Etapa 2 – Velocidade na Esteira 32,55 = (0,2 x X) + 3,5 0,2X = 32,55 – 3,5 X = 29,05 0,2 145,25 m. min-1 ou 8,7 km.h-1 Kcal Quantidade de energia gasta em uma atividade EXEMPLO: VO2 máx = 50 ml.kg -1.min-1 Distância: 6 km Tempo: 30 minutos. Peso: 70 kg VO2trabalho = m/min x 0,2 + 3,5 200 x 0,2 + 3,5 = 43,5ml.kg-1.min-1 43,5 x 70 : 1000 = 3,045 l. min-1 3,04 x 5kcal = 15,2 x 30’ R: 456 kcal 5 Kcal = 1 l.min-¹ Kcal Quantidade de energia gasta em uma atividade Kcal = MET x 0,0175 x PC x Tempo PC = kg T = min. EXEMPLO: VO2trabalho = 43,5ml.kg -1.min-1 Distância: 6 km Tempo: 30 minutos. Peso: 70 kg METs = 43,5 : 3,5 = 12,4 Kcal = 12,4 x 0,0175 x 70 x 30 = 456 Aptidão Cardiorrespiratória Prescrição da Intensidade pela FCr (Frequência Cardíaca de Reserva) • Justificativas: – Relação direta com VO2 – Leva em consideração a reserva cronotrópica – Idade – Grau de treinamento – Cálculo mais preciso Frequência Cardíaca (FC) de Treinamento Percentual da FCr (Karvonen) FCt = [(FCmáx – FCrepouso) x %] + FCrepouso FCmáx = 184 bpm FCrepouso = 60 bpm FCres = 184 – 60 = 124 bpm % desejado: 60 a 70 Zona – Alvo FCtmin = [(184 – 60) x 0,60] + 60 = 134,4 bpm FCtmax = [(184 – 60) x 0,70] + 60 = 146,8 bpm Taxa de Metabolismo Basal (TMB) • A TMB é a quantidade mínima de energia (calorias) necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso. • Essa taxa pode variar de acordo com o sexo, peso, altura, idade e nível de atividade física. Obs: Quanto mais intensa a atividade, maior sua necessidade energética. TMB • TMB: É um mínimo de energia necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso. • Ela reflete a produção de calor pelo organismo sendo determinada indiretamente medindo-se o consumo de oxigênio sob condições bastante rigorosas. • A utilização de TMB estabelece bases energéticas para a construção de um programa válido de controle de peso através da dieta, do exercício ou combinação de ambos. TMB = Taxa Metabólica Basal em kcal/dia • Equação de Harris-Benedict (1919) HOMENS: TMB = 66,47 + (13,75 . P) + ( 5,00 . A) - (6,76 . I) MULHERES: TMB = 655,1 + (9,56 . P) + ( 1,85 . A) - (4,68 . I) P = Peso em Kg I = Idade em anos A = Altura em cm Recomendações do ACSM para programas de perdas de peso 1. A restrição dietética deve ser moderada ( 500 à 1000 kcal/dia abaixo do gasto real total ) 2. A dieta deve ser compatível ao gosto e hábito alimentar do indivíduo e de fácil preparo. 3. A ingestão de calorias não deve ser inferior a 1200 kcal/dia (adultos normais ) 4. Inclusão de técnicas de modificação de comportamento para identificar e eliminar hábitos que contribuem com a nutrição imprópria. 5. Exercícios dinâmicos envolvendo grandes grupos musculares. 6. A perda de gordura não deve ultrapassar 1 kg /semana. 7. O gasto energético por sessão de atividade física deve ser em torno de 300-500 kcal . 8. Exercícios aeróbicos, pelo menos 3 vezes por semana, com um mínimo de 20 à 30 minutos , com intensidade mínima de 60% da frequência cardíaca máxima. 9. Assegurar que novos hábitos de alimentação e de atividade física permaneçam por toda vida assegurando o peso adquirido. 10. Evitar atividades com sustentação de peso , para obesos , com o fim de evitar lesões ortopédicas. Meio quilo de gordura equivale a 3500 calorias • Há cerca de 3.500 calorias em meio quilo de gordura. • Para cada 3.500 calorias extras que você consome e seu corpo não queimar, você ganha meio quilo de gordura. Ao mesmo tempo, significa também que para cada 3.500 calorias extras que o seu corpo queime, você vai perder meio quilo de gordura. • Se você consumir menos 500 calorias por dia e, assim, criar um déficit calórico diário de 500 calorias, vai acabar criando um déficit de 3.500 calorias ao final da semana (500 calorias por dia x 7 dias na semana = 3500 déficit calórico total) Combustível energético • Nosso corpo precisa para seu bom funcionamento de: • - 57% Carboidrato (açúcar, doces, pães e bolos) - 30% Lipídeos (óleo e produtos que contém óleo) - 13% Proteína (ovos, leite, carne, peixes, etc...) Percepção Subjetiva do Esforço - PSE - Escala de Borg (Borg & Noble, 1974) • A Escala de Borg facilita a compreensão da alteração da Frequência Cardíaca através de nossa própria percepção corporal, durante a prática da atividades físicas. Ela pode ser utilizada para qualquer atividade aeróbia, sendo recomendada como uma opção prática na observação da Intensidade de esforço. • Os números de 6-20 são baseados na Frequência Cardíaca de 60- 200 bpms por minuto . Sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% e o 16 a 85% da Frequência Cardiaca Máxima. P e rc e p çã o S u b je ti va d o E sf o rç o - P SE - Es ca la d e B o rg ( B o rg & N o b le , 1 9 7 4 ) 6 - 7 muito fácil 8 - 9 fácil 10 - 11 relativamente fácil 12 - 13 ligeiramente cansativo 14 - 15 cansativo 16 - 17 muito cansativo 18 - 19 exaustivo 20 - Quadro comparativo para prescrição de atividades aeróbias Atividade diária moderada Manutenção de peso Treinamento aeróbio Melhoria do Condicionamento físico Aumento da performance Intensidade leve leve/moderada moderada/ intensa intensa intensa/ máxima % de FCmáx 50-60 60-70 70-80 80-90 90-100 Duração 30 mina 1h (acima de 2 horas por semana) Determinado pelo programa de treinamento Frequência 3-5 vezes por semana (diariamente) Durante o exercício Suave transpiração e suave dificuldade respiratória moderada transpiração e moderada dificuldade respiratória Intensa transpiração e Intensa dificuldade respiratória Metas dos exercícios Melhoria do bem-estar e condicionamento cardiovascular Melhoria do Condicionamento físico Aumento da resistência aeróbica e performance geral Grupo recomendado iniciantes, sedentários , obesos e reabilitação pessoas que se exercitam regularmente Pessoas que já se exercitam intensamente e que não têm problemas de saúde