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Brucelose em animais e humanos

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Brucella
Tanto animais silvestres como animais domésticos são hospedeiros de Brucella. Com exceção de ovinos, caprinos e bovinos todas as espécies de Brucella são do tipo específicas, por exemplo a Brucella que acometem os canídeos é a Brucella canis. Já a Brucella abortus é um tipo que tem preferência por bovinos mais acometem outras espécies de ruminantes. Existe uma espécie de Brucella chamada Brucella melitensis é uma espécie que acometem apenas pequenos ruminantes, mas é considerada exótica no Brasil de todas as espécies de Brucella essa é a mais fatal em humanos (causam endocardite por isso é mais fatal). 
Os sinais clínicos mais comuns de Brucella são dores no corpo principalmente nas articulações, dores musculares, febre, dor de cabeça e vômito. Diferente de animais até o momento não há nenhuma ocorrência de aborto em humanos, até o presente momento não existe nenhum aborto relacionado com a Brucella. Os médicos veterinários e pessoas que trabalham em matadouros são considerados grupos de risco, por causa das principais formas de transmissão ser o contato direto com os animais ou excreções e principalmente restos placentários, animais abortados. Outra forma de transmissão é através do leite, mas no método de pasteurização a bactéria morre.
Em humanos trata-se a Brucella, em cães é feito o tratamento e nos outros animais preconiza-se a eutanásia. 
Por que se recomenda em caso de Brucelose e tuberculose a eutanásia?
Porque o tratamento dura em média 6 meses, como o tratamento é duradouro acaba sendo economicamente inviável mesmo a bactéria sendo sensível aos antibióticos.
O programa de controle de tuberculose e brucelose previne o controle através de uma vacina chamada B19 e a RB51. A vacina B19 possui uma serie de restrições, mas é a mais utilizada. Suas restrições são: Só são vacinadas as fêmeas com idade entre 3-8 meses.
Por que a vacina de Brucella tem que ser aplicada em animais de 3 a 8 meses? A vacina não causa infecção nesse período, porque?
Por causa do eritritol, substância que o útero produz e é atrativo para essas bactérias.
Vacinamos machos?
Como a vacina é soro atenuada ao vacinar os machos ficam soropositivos.
RESUMO BRUCELOSE
É uma zoonose, de fácil transmissão, por isso a preocupação com esta doença é bem grande. O médico veterinário faz parte do grupo de risco, e pode facilmente se contaminar ao realizar uma palpação ou uma vacinação.
O agente causador da brucelose, é uma bactéria do gênero Brucella.
Brucella abortus: acomete bovinos e bubalinos.
Brucella melitensis: acomete caprinos e ovinos.
Brucella ovis: acomete ovinos.
No Brasil há muitos casos de brucelose, principalmente em bovinos de leite. No Paraná hoje, é obrigatório fazer exame de brucelose duas vezes por ano, nos meses de maio e outubro nos bovinos de leite, pois, sem o exame negativo para brucelose, o leite não pode ser comercializado.
A doença gera grandes perdas de leite, carne, bezerros e os principais problemas que causa são, a esterilidade dos machos, os abortos das fêmeas, e os restos de placenta que ficam contaminando o ambiente.
Fonte de infecção: a principal fonte de infecção é o próprio animal infectado.
Transmissão: ocorre por meio de secreções vaginais, fezes, IA (inseminação artificial), leite, sangue, sêmen, restos de aborto, transplacentária (contaminando os fetos) e fetos abortados.
Letalidade: é nula, ou seja, os animais contaminados não morrem por brucelose, e as vezes nem chegam a apresentar sinais clínicos, o que pode ocorrer é o aborto apenas no primeiro parto.
Disseminação: quanto maior o número de animais agrupados, maior a chance de disseminação da doença. A disseminação pode ocorrer através água e alimentos contaminados, animais positivos, por IA ou por monta natural. A bactéria resiste pouco no ambiente, por isso, a disseminação por esse meio é baixa.
Patogenia: a bactéria entra no organismo por via oral ou venéria. Esta se multiplica no linfonodo satélite, e então migra para o úbere, testículos, útero e articulações. Nas fêmeas, a bactéria tem tropismo pelo eritritol (é um hormônio produzido pela placenta no terço final da gestação para sinalizar que o feto está pronto), então ela vai para a placenta e causa lesões em glândulas uterinas e carúnculas, provocando endometrite ulcerativa e aborto. Nos machos, a bactéria tem tropismo por hormônios masculinos, como a testosterona, então esta vai para os testículos e causa lesões, que levam a orquite e dependendo do grau da lesão, causa infertilidade, ou seja, só vai causar infertilidade se chegar a degenerar as células testiculares. A Brucella também tem tropismo por articulações, onde vai causar bursite e artrite.
Sinais de brucelose na propriedade:
Abortos no terço final da gestação: a maioria só ocorre na primeira gestação, pois os animais não tem imunidade suficiente para combater a bactéria, mas, após entrar em contato, os animais se tornam resistentes e por isso não ocorrem mais abortos nas próximas gestações, mas alguns animais podem não se tornar resistentes, por isso 20% dos animais infetados podem repetir abortos na segunda gestação.
Casos de infertilidade
Casos de retenção de placenta: a retenção ocorre devido às lesões ulcerativas que acabam fibrosando.
Casos de metrites: é uma infecção do miométrio, secundária à retenção de placenta.
Diagnóstico: os métodos mais utilizados são a necropsia do feto e os métodos indiretos, principalmente o teste AAT (Antigeno Acidificado Tamponado).
Necropsia do feto: observa-se broncopneumonia, necrose da placenta, e no exame histopatológico do feto abortado encontra-se severo infiltrado de macrófagos.
Métodos diretos:
Isolamento e identificação do agente ( nas carúnculas e no feto abortado)
Imuno-histoquímico
PCR
Métodos indiretos:
Sorologia
Anel em leite (TAL)
Antígeno Acidificante Tamponado (AAT): é um teste de triagem, bem rápido (consegue-se fazer de 300 a 500 animais por dia, pois, coleta-se apenas 1 ml de sangue por animal), é sensível e barato, indicado em larga escala. Pode dar um falso positivo, devido aos anticorpos da vacina, colostro, ou por erro no teste. E também pode dar um falso negativo, pois quando a bactéria está em incubação, não são produzidos anticorpos contra ela. Esse teste detecta os anticorpos IgG e IgM, o IgG quando detectado é positivo para a doença, já o IgM quando detectado é por reação vacinal, mas, neste teste não da pra diferenciar se e está detectando IgG ou IgM, por isso pode dar um falso positivo. Caso o resultado dê positivo, é possível realizar um teste de confirmação, que diferencia qual anticorpo foi detectado no AAT, o problema é que este teste é mais caro.
Para os animais que deram positivos no AAT, primeiro deve-se notificar a Adapar regional, após, o proprietário pode decidir entre fazer o teste de confirmação, ou direto fazer o abate sanitário do animal. 
Os testes de confirmação são: Mercaptoetanol (2-ME) que detecta a IgG, ou Fixação de complemento (FC) que é o teste de referência indicado pela Organização Mundial de Saúde Animal(OIE).
Profilaxia: a melhor maneira de prevenção é por meio da vacinação. Há dois tipos de vacina:
B-19 (vacina viva):
Só deve vacinar as fêmeas, pois os machos, desde feto já produzem testosterona, e como a cepa da vacina é viva, esta pode ir para os testículos e causar lesões. E também, devido à vacina ser viva, se o médico veterinário entrar em contato, se contamina. 
A vacina deve ser feita nas fêmeas de 3 a 8 meses de vida, procurando fazer o quanto antes, para que quando a fêmea for gestar, não tenha muitos resíduos da vacina, para não prejudicar o feto, e também porque se fizer a vacina após os 8 meses de idade, o animal pode adquirir a doença. Só deve ser feita por médico veterinário credenciado, e as vacinas só devem ser vendidas sobre prescrição. 
Após a vacinação pode ocorrer algumas reações adversas, como febre (sinal mais observado), anorexia, e artrites.
RB51 (vacina viva):
Esta vacina não é detectada no AAT, portanto, não poderá ocorrer um falso positivo em animaisvacinados com a RB51. 
Pode-se fazer a primeira dose aos 2 a 4 meses de vida do animal, e uma dose reforço entre 12 e 16 meses de vida. 
A RB51 possui um coadjuvante que impede que a cepa viva provoque a doença no animal, portanto, ela pode ser utilizada nos animais com mais de 8 meses de idade, diferente da B19, que se for utilizada após os 8 meses de idade causa a doença no animal. 
Normalmente é feita a B19, mas como ela não imuniza 100%, após um ano, faz o reforço com a RB51 ou faz um reforço no período antes da reprodução.
Para circulação de animais:
Fêmeas de 3 a 8 meses devem ser vacinadas.
Fêmeas com menos de 24 meses devem ser vacinadas, com atestado de vacina.
Atestado de reação negativa no AAT para os seguintes animais:
Fêmeas não vacinadas ate 8 meses
Fêmeas vacinadas acima de 24 meses
Machos acima de 8 meses, para não detectar o colostro.
Deve-se sempre identificar os animais vacinados, e os animais positivos no rebanho.

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