Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
----------------Brucelose---------------- Adrielly Alves Araújo É uma doença INFECTOCONTAGIOSA CRÔNICA e re-emergente causada por BACTÉRIAS DO GÊNERO Brucella. É uma ZOONOSE e devido a isso e as GRANDES PERDAS ECONÔMICAS GERADAS PELO SEU QUADRO ABORTIVO EM BOVINOS é uma doença com plano de erradicação no Brasil. ------- Etiologia ------- A brucelose é uma DOENÇA BACTERIANA causada por BACTÉRIAS DA FAMÍLIA Brucellaceae E GÊNERO Brucella. São bactérias COCOBACILARES GRAM NEGATIVAS. Resistentes a ALTAS TEMPERATURAS E UMIDADE, DESSECAÇÃO, podendo ficar VIÁVEIS POR MESES NA AUSÊNCIA DE RADIAÇÃO SOLAR, na poeira, solo, pastagens, alimentos, equipamentos e até roupas. O gênero Brucella, devido as técnicas moleculares, foi atualizado a ter apenas uma espécie, a B. melitensis sendo dividida em sorovares abortus, canis, suis, ovis, etc. Porém ainda SÃO USADOS COMO ESPÉCIES PELA COMUNIDADE CIENTÍFICA DE ACORDO COM SEU HOSPEDEIRO. A brucellas podem ser ainda CLASSIFICADAS DE ACORDO COM A PRESENÇA DO LIPOPOLISSACARÍDEO O EM SUA PAREDE CELULAR, sendo as que o possuem MAIS VIRULENTAS E CHAMADAS DE BRUCELAS LISAS como as B. abortus, B. suis e B. melitensis, enquanto que as que NÃO POSSUEM O LPS O SÃO AS RUGOSAS como B. canis e B ovis. -- ’-Epidemiologia ---- É de IMPORTÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA VISTO SER UMA ZOONOSE, além do GRANDE PREJUÍZO ECONÔMICO embora não possua alta mortalidade, mas cause ABORTAMENTOS e por ser uma doença ALTAMENTE CONTAGIOSA, entre animais e de animais para humanos, considerada uma DOENÇA OCUPACIONAL devido ao acometimento de pessoas com contato com a cadeia produtiva como médicos veterinários, produtores rurais, e criadores de animais em geral. A TRANSMISSÃO da brucelose se dá pelo CONTATO DIRETO COM ANEXOS/FETO ABORTADOS, DESCARGAS VAGINAIS, SÊMEN, URINA (PRINCIPALMENTE DE OVINOS), ou por CONTATO INDIRETO, PELA ÁGUA CONTAMINADA, FÔMITES, PASTAGENS, ALIMENTOS CONTAMINADOS, AEROSSÓIS, ETC. Além disso o LEITE E SEUS DERIVADOS PODEM APRESENTAR BRUCELAS, uma vez que elas são eliminadas intermitentemente pela glândula mamária, infectando bezerros lactentes de vacas infectadas ou ainda HUMANOS QUE CONSOMEM O LEITE CONTAMINADO SEM PASTEURIZAÇÃO OU SEUS DERIVADOS CRUS. Animais infectados se tornam importantes FONTES DE INFECÇÃO E COMO RESERVATÓRIO DA BACTÉRIA, principalmente os SEXUALMENTE Encontre mais resumos em: https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet MADUROS, uma vez que os MAIS JOVENS POSSUEM RESISTÊNCIA À INFECÇÃO, isso se dá pela TROPISMO DA BACTÉRIA PELO SISTEMA REPRODUTIVO, útero, testículos, epidídimo, e vesícula seminal dos bovinos, sua PREDILEÇÃO PELO ÚTERO GRAVÍDICO E OS TESTÍCULOS FUNCIONAIS SE DÁ PELA PRODUÇÃO DO HORMÔNIO ERITRITOL que as ATRAI E AGE COMO UM FATOR DE CRESCIMENTO para as bactérias. As principais VIAS DE ENTRADA são a OROFARÍNGEA EM BOVINOS, devido a seu comportamento de lamber os filhotes/abortos contaminados, por MEIO DE MUCOSAS CONJUNTIVAL, RESPIRATÓRIA E VAGINAL, além de pela PELE LESIONADA, mais comum em humanos que entram em contato com as secreções contaminadas ao tentarem ajudar em partos, entrarem em contato com os anexos abortados, etc. ------ Patogenia ------ Inicia pela INFECÇÃO DE CÉLULAS EPITELIAIS DA PORTA DE ENTRADA sendo então DRENADAS PELOS LINFONODOS REGIONAIS infectando as células de defesa mononucleares, MONÓCITOS ONDE EVADEM DO SISTEMA IMUNE, e, a partir delas, se DISSEMINA POR MEIO DO SANGUE E LINFA CAUSANDO BACTEREMIA INTERMITENTE, colonizam ÓRGÃOS LINFÓIDES COMO BAÇO, FÍGADO, e outros ÓRGÃOS RICOS EM CÉLULAS DO SISTEMA MONOCÍTICO FAGOCITÁRIO COMO MEDULA ÓSSEA, ARTICULAÇÕES E GÂNGLIOS LINFÁTICOS, GLÂNDULA MAMÁRIA além dos ÓRGÃOS REPRODUTIVOS COMO ÚTERO GRAVÍDICO, TESTÍCULOS, EPIDÍDIMO E VESÍCULA SEMINAL DOS MACHOS. Sua evasão do sistema imune se dá por ser um AGENTE INTRACELULAR FACULTATIVO, além de que seus LPS SÃO POUCO TÓXICOS PARA OS MACRÓFAGOS gerando uma resposta menor. Além disso, mesmo sendo fagocitada pelos monócitos/macrófagos ela IMPEDE A FORMAÇÃO DO FAGOLISOSSOMO PERMANECENDO VIÁVEL dentro das células e se disseminando, por meio delas, pelo organismo IMPEDINDO A APOPTOSE CELULAR e mantendo sua sobrevivência com e infecção crônica no animal. Em VACAS NÃO PRENHES as bactérias permanecem disseminadas pelos órgãos linfoides. Em VACAS PRENHES a bactéria SE INSTALA NO ÚTERO e, devido a sua multiplicação, CAUSA NECROSE, VASCULITE, E INFLAMAÇÃO DAS CÉLULAS DO CÓRION causando PLACENTITE E ENDOMETRITE o que PREJUDICA AS TROCAS ENTRE MÃE E FETO (NECROSE DE CARÚNCULA-COTILÉDONE), o que, dependendo do estágio gestacional leva a MORTE FETAL COM MUMIFICAÇÃO OU ABORTAMENTOS, ou NASCIMENTO DE TERNEIROS FRACOS que podem morrer após o nascimento. Geralmente NÃO OCORRE ABORTAMENTOS EM HUMANOS E EQUINOS visto a não produção de eritritol no final da gestação nessas espécies. Além disso, o caráter abortivo é observado principalmente naquelas FÊMEAS EM PRIMOINFECÇÃO, sendo as GESTAÇÕES SUBSEQUENTES MENOS AFETADAS PELOS ABORTAMENTOS, podendo ou não ocorrer devido a imunidade adquirida, porém os animais nascidos Encontre mais resumos em: https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet dessas gestações podem ser PORTADORES SILENCIOSOS DEVIDO A IMUNOTOLERÂNCIA À BACTÉRIA, ANIMAIS PI, PERSISTENTEMENTE INFECTADOS. Em TOUROS as bactérias são atraídas para as testículos, epidídimos e vesícula seminal, podendo causar ORQUITE E EPIDIDIMITE, que se forem BILATERAIS LEVAM A INFERTILIDADE do animal, porém se forem UNILATERAIS LEVAM A CONTAMINAÇÃO DO SÊMEN POR BRUCELAS. -- i- Sinais clínicos -i-- ------------Bovinos------------ ABORTAMENTOS NO TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO em casos de primeiro contato da vaca com a bactéria (primoinfecção). Nas GESTAÇÕES SUBSEQUENTES PODE OCORRER OU NÃO ABORTAMENTOS, além de outros problemas reprodutivos como RETENÇÃO DE PLACENTA, NECROSE DAS JUNÇÕES MATERNO-FETAIS, METRITE, BEZERROS FRACOS OU PI’S. Em machos ORQUITE E EPIDIDIMITE. Devido ao caráter abortivo em bovinos, também é chamada de ABORTAMENTO INFECCIOSO, OU CONTAGIOSO, OU ZOONÓTICO. ------------Equinos------------ Como dito antes, os ABORTAMENTOS SÃO INCOMUNS, sendo comuns LESÕES DE FÍSTULA DE CERNELHA sendo causada por BURSITE PIOGRANULOMATOSA DA REGIÃO CERVICAL formando abscesso(bursite=inflamação da bolsa/bursa subdeldoidea). Devido a isso em equinos pode ser chamada também de MAL DE CERNELHA, MAL DA CRUZ, MAL DA NUCA. -------------Suínos------------- Também SOFREM DE ABORTAMENTOS, PRINCIPALMENTE NOS 2º E 3º MÊS DE GESTAÇÃO, além de infertilidade e apresentação de cios irregulares, ninhadas pequenas, natimortos e leitões fracos, claudicação, orquite severa. -------------Ovinos------------- INFERTILIDADE DOS CARNEIROS devido a orquite e epididimite, febre, perda de peso, taquipneia e lesões edematosas vaginais. -----------Humanos----------- Em humanos a apresentação principal é FEBRE, QUE VEM E VAI SENDO CHAMADA TAMBÉM DE FEBRE ONDULANTE, FEBRE DE MALTA, Febre do mediterrâneo ou Febre de Gibraltar, além disso se tem calafrios, mal estar, dores articulares, musculares, etc. --ii--Diagnóstico-ii--- Clínico como os sinais clínicos já citados, e epidemiológico como aquisição de novos animais, etc, podem levantar suspeita que deve ser confirmada por TESTES DIRETOS: Isolamento e identificação da bactéria por PCR OU CULTIVO COM POSTERIOR COLORAÇÃO POR TÉCNICA DE ZIEHL-NEELSEN MODIFICADA, porém o cultivo acaba sendo mais lento e dificultoso uma vez que a brucela Encontre mais resumos em: https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet necessita de meios específicos, concentrações específicas de CO2 e pelo menos 5 dias para crescimento em placa. As amostras para diagnóstico direto podem ser as DESCARGAS UTERINAS, ANEXOS FETAIS/ABORTADOS, SÊMEN, ETC. Para DIAGNÓSTICO INDIRETO têm-se diversas técnicas sorológicas: - ANTÍGENO ÁCIDO TAMPONADO (AAT) ou Rosa de Bengala que pesquisa a presença de IgG1, anticorpo produzido e mantido em altas concentrações em animais infectados. É um teste usado geralmente para triagem diagnóstica. - Teste 2-MERCAPTOETANOL e SOROAGLUTINAÇÃO lenta para confirmação. - TESTE DO ANEL EM LEITE para vigilância epidemiológica. - FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO, que é o teste referência, utilizado para trânsito internacional de animais. Os resultados falso negativos são raros, porém os FALSO POSITIVOS podem ocorrer em CASOS DE VACINAÇÃO COM A VACINA B19 APÓS OS 8 MESES DE IDADE DA FÊMEA, SENDO ASSIM ENCONTRADOS ANTICORPOS IGG1 AINDA ALTOS, MESMO QUE VACINAIS. Outros testes sorológicos podem ser utilizados como ELISA, imunodifusão em gel de agarose e teste de polarização da fluorescência. Profilaxia e controle Descritos no PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE (PNCEBT). VACINAÇÃO, com a B19, VACINA DE AMOSTRA LISA ATENUADA feita de 3-8 meses em fêmeas bovinas e bubalinas, exceto em Santa Catarina, soroprevalência baixa não exige vacinação, após a vacinação animais são marcados com o último dígito do ano na face. VACINAÇÃO COM A RB51, VACINA DE AMOSTRA RUGOSA ATENUADA pode ser usada em animais após os 8 meses uma vez que, sendo rugosa, não apresenta os LPS O o que não induz uma resposta imune forte de IgG1 e, assim não interfere em testes sorológicos. Após a vacinação com RB51 são marcados com um V na face. Além disso os animais IDENTIFICADOS COMO POSITIVOS SÃO MARCADOS COM UM P NA FACE, ISOLADOS DO REBANHO E SACRIFICADOS. As marcações e suas dimensões são descritas pela instrução normativa INSTRUÇÃO NORMATIVA SDA Nº 10, DE 3/03/2017. -----Tratamento----- NÃO É FEITO EM ANIMAIS devido ao PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO, pela facilidade de transmissão entre animais de mesma espécie e espécies diferentes e mesmo o homem. Em humanos esse tratamento é feito com antibióticos por um longo período. Encontre mais resumos em: https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet -Pode ajudar:----------------------------------------------------------- Aspectos da brucelose na saúde pública veterinária: https://www.pubvet.com.br/uploads/0e502221fb37c55eeae895794c6211cc.pdf Brucelose bovina: avaliação de testes sorológicos após aplicação de levamisole: https://wp.ufpel.edu.br/ppgveterinaria/files/2014/07/Ana-L%C3%BAcia-Coelho-Recuero.pdf Soroepidemiologia da Brucelose em equinos: https://www.pubvet.com.br/uploads/663767ac6810fc3dbce8ed60aff916a1.pdf Instrução Normativa SDA nº 10, de 3/03/2017: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-anim al/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf Manual de PNCEBT: http://saudeanimalms.com.br/files/servicos/manual-pncebt_38562454.pdf Encontre mais resumos em: https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet https://www.pubvet.com.br/uploads/0e502221fb37c55eeae895794c6211cc.pdf https://wp.ufpel.edu.br/ppgveterinaria/files/2014/07/Ana-L%C3%BAcia-Coelho-Recuero.pdf https://www.pubvet.com.br/uploads/663767ac6810fc3dbce8ed60aff916a1.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/brucelose-e-tuberculose/1IN102017.pdf http://saudeanimalms.com.br/files/servicos/manual-pncebt_38562454.pdf https://adriellyalvescedas.wixsite.com/guiadeestudosvet
Compartilhar