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MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL (Capítulo 8) É importante na proteção contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. A produção de Ig se inicia durante a primeira semana após a infecção ou vacinação. Os anticorpos utilizam sua região Fab, mais especificamente sua região Hipervariável, para se ligar aos antígenos e sua Região Fc para ativar os mecanismos efetores que irão eliminar o patógeno. A ligação dos anticorpos aos receptores Fc (presentes, por exemplo, nos macrófagos) e às proteínas do Sistema Complemento, só ocorre após um número considerável de anticorpos estarem ligados a antígenos. Os anticorpos IgG possuem meia-vida cerca de três vezes maiores à dos outros isotipos. Isso ocorre, pois estes anticorpos se ligam a receptores FcRn, presentes em diversas células, que promovem a reciclagem desse anticorpo. FUNÇÕES DOS ANTICORPOS: NEUTRALIZAÇÃO DE MICRORGANISMOS E TOXINAS BACTERIANAS Os IgG e IgA tem a capacidade de se ligar às moléculas que os microrganismos utilizam para promover sua entrada nas células do indivíduo. Desta forma, as bactérias não conseguem infectar as células – neutralização de microrganismos. IgG e IgA tem a capacidade de se ligar às toxinas produzidas pelos microrganismos, desta forma, inibem seus efeitos – neutralização das toxinas. OPSONIZAÇÃO E FAGOCITOSE É mediado por IgG. Neste processo, os microrganismos são revestidos por moléculas – as opsoninas que facilitam a fagocitose. Forma-se então um conjunto de regiões Fc’s que são reconhecidas por receptores Fc em Macrófagos e Neutrófilos, que então se tornam ativados e fagocitam essas bactérias. Estes fagócitos produzem substâncias bactericidas tais como enzimas lisossomais proteolíticas, óxido nítrico e espécies reativas de oxigênio. A fagocitose mediada por anticorpos é o principal mecanismo de defesa contra bactérias encapsuladas. CITOTOXICIDADE CELULAR DEPENDENTE DE IG Células NK e outros leucócitos possuem receptores para os anticorpos IgG. Estes receptores iniciam uma série de reações químicas que culminam com a liberação das proteínas granulosas da célula NK e elimine a célula opsonizada. REAÇÕES MEDIADAS POR IG’S E EOSINÓFILOS E MASTÓCITOS Anticorpos IgE se ligam aos helmintos e promovem o ancoramento dos eosinófilos e mastócitos através de receptores Fc de alta afinidade presentes nas membranas desses leucócitos. Os eosinófilos se tornam ativados pela ligação de seu receptor Fc e pela IL-5 (liberada pelas células Th2) e liberam seus grânulos, que inclui proteínas que podem eliminar os vermes. Mastócitos ativados pela ligação do receptor Fc liberam citocinas, incluindo quimiocinas, que atraem mais leucócitos, otimizando a resposta. SISTEMA COMPLEMENTO A via clássica do complemento pode ser ativada por IgG e IgM. O sistema complemento tem função de complementar a atividade bactericida dos anticorpos. Apresenta vários mecanismos (alguns já falados nos outros resumos). FUNÇÕES DOS ANTICORPOS EM LOCAIS ANATÔMICOS ESPECIAIS IMUNIDADE DA MUCOSA A imunidade de mucosa é a neutralização de microrganismos e toxinas mediada pela IgA. A IgA é produzida em grandes quantidades nos tecidos linfoides mucosos, devido à alta produção do TGF-β (fator que promove a troca de isotipo de cadeia pesada para IgA) e ativamente secretada para o lúmen por um receptor Fc especial – poli-Ig. IMUNIDADE NEONATAL A imunidade neonatal está baseada na passagem de anticorpos da mãe para o feto e para lactente. Na passagem de anticorpos para o feto, o receptor FcRn transporta ativamente algumas classes de IgG para o feto. Estes Ig oferecem alguma proteção ao feto (proteção contra agentes infecciosos aos quais a mãe foi submetida). Obs.: o epitélio intestinal do neonato também possui receptores FcRn que transportam ativamente IgG através do epitélio. Na passagem de anticorpos pelo leite materno, IgA é ativamente transportado para o lúmen do lactente e oferece imunidade de mucosa.
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