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PROCESSO PENAL AV2

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS: Inicialmente, vale expor o conceito de recurso, qual seja “meio voluntário cujo objetivo é impugnar decisões proferidas pelo judiciário no poder de suas atribuições (por vezes proferida em primeiro grau, e outras em Tribunal), propiciando desta feita a reanálise do quanto foi proferido ou arbitrado.”
Nenhuma das partes está obrigada a apresentar recurso, mas podem fazê-lo quando houverem por bem modificar algo para que a situação judicial passe a ser mais favorável para si. Trata-se portanto de direito potestativo, com poder de invalidar, integrar ou esclarecer a decisão impugnada.
Ele é admitido dentro da mesma relação jurídica processual, embora possa ter efeitos fora dela. Há também ações autônomas que são excluídas da categoria dos recursos justamente por não possuírem base na mesma relação jurídica, e sim em uma diversa. À exemplo estão o habeas corpus e o mandado de segurança. Também não se constitui de recurso o reexame necessário.
A classificação dos recursos no processo penal se dá da seguinte maneira:
- Recurso de fundamentação livre ou vinculada: Na vinculada, a lei estipula expressamente o que pode ser alegado, enquanto no outro, o contrário ocorre.
- Recurso Ordinário ou Extraordinário: no ordinário a matéria é de fato ou de direito, enquanto no extraordinário, a matéria só pode ser de direito.
- Recurso com devolutividade plena ou limitada: leva em consideração o que pode ser conhecido no recurso. Na devolutividade parcial, só uma parte da sentença é recorrida, portanto a sucumbência será parcial, na mesma media em que na devolutividade plena, a sucumbência será total, dada a sentença por inteiro ter sido recorrida.
Princípios recursais
- PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: 1º Aspecto: recorribilidade da decisão. 2º aspecto: previsão em lei do respectivo recurso. Taxatividade está ligada ao cabimento. Embora haja a taxatividade, esta é mitigada quando se aceita recurso contra decisão nula que ainda produz efeitos.
- PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: o recurso é dialético na medida em que a todo recurso é reconhecido o direito de reação.
- PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE: ideia de que contra cada decisão é cabível apenas um recurso. Exceção: decisão objetivamente complexa, sobre a qual comporta recurso especial por afronta a legislação infraconstitucional e recurso extraordinário por afronta ao texto constitucional.
- PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: possibilidade de restituição de um recurso por outro desde que não haja má fé ou erro grosseiro. Não é cabível quando houver expressa previsão em lei de um recurso x ou y. Caso o advogado esteja em dúvida sobre qual recurso interpor, deve usar o prazo menor, pois isso evidencia sua boa-fé.
- PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: decorre da natureza voluntária do recurso. A disponibilidade antes de exercer o direito recursal baseia-se na renúncia, enquanto a disponibilidade posterior ao exercício do direito recursal funciona por meio da figura da desistência.
Em caso de conflito entre a vontade do réu e a vontade de seu procurador, prevalecerá a vontade do primeiro.
Já o Ministério Público, não pode desistir ou renunciar expressamente, mas pode deixar fluir prazo sem manifestação.
- PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE: o recurso beneficia quem dele se utiliza e por outro lado, não pode ser prejudicado pelo seu próprio recurso, caracterizando-se da reformatio in pejus (regra de julgamento dentro da presunção de inocência).
Mesmo com a existência do princípio supradescrito, deve-se levar em consideração o efeito extensivo dos recursos, ou seja, possibilidade de aproveitamento da decisão pelo corréu que não interpôs o recurso, desde que esteja na mesma situação de fato. Exemplo: A e B são réus. A interpõe recurso e este reconhece a inexistência do suposto crime cometido. B neste caso, poderá se beneficiar desta decisão.
- PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: no geral, estas são decisões irrecorríveis, com exceção das hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito. Vale lembrar também que ser irrecorrível não é sinônimo de ser impugnável, já que existem outros meios de impugnação que não sejam recursos. Exemplo: Mandado de segurança, preliminar de Apelação.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581/592, CPP).
1. Conceito: É o recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância.
2. Competência para o julgamento: O recurso deve ser endereçado ao Tribunal competente para apreciá-lo, mas a interposição far-se-á perante o juiz recorrido, para que este possa rever sua decisão (juízo de retratação).
3. Prazos: O prazo será de cinco dias, a partir da intimação da decisão (art. 586, CPP). No caso do inciso XIV, será de vinte dias, a contar da publicação da lista geral de jurados (CPP, art. 586, caput e seu § único).
4. Hipóteses de Cabimento: O recurso em sentido estrito cabe nas hipóteses previstas no art. 581, do Código de Processo Penal. Assim, caberá recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença:
I) que rejeitar a denúncia ou queixa. Cuida-se da hipótese de recurso contra decisão interlocutória mista terminativa ou, simplesmente, sentença terminativa. Na situação inversa, ou seja, de recebimento da denúncia ou queixa, é incabível esse recurso, podendo o acusado valer-se do habeas corpus.
Exceções: Em se tratando de decisão que rejeita denúncia ou queixa que capitula infração de competência do Juizado Especial Criminal, será também cabível apelação para a Turma Recursal (art. 82, caput, da Lei nº 9.099/95).
II) que concluir pela incompetência do juízo. Trata-se da decisão pela qual o julgador reconhece espontaneamente (ex officio) sua incompetência para julgar o feito, sem que tenha havido oposição de exceção pelas partes (procedimento incidental), pois, nesta última hipótese, o recurso terá fundamento no inciso III. 
Obs: Havendo desclassificação na fase da pronúncia (art. 419) em crimes de competência do júri, cabível a interposição do recurso com fulcro neste inciso.
III) que julgar procedente exceção, salvo a de suspeição. O art. 95, do CPP, enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada.
IV) que pronunciar o réu. No primeiro caso, temos uma decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem declarar o réu culpado.
V) que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante. A concessão da fiança, medida de contra-cautela, é regulada pelos arts. 322 e seguintes, do CPP.A decisão pela qual o juiz confirma a fiança arbitrada pela autoridade policial equivale à de arbitramento pelo magistrado, sendo cabível o recurso em sentido estrito. As partes podem insurgir-se contra a decisão ainda que para discutir somente o valor da fiança exigida, quando o reputem insuficiente ou exagerado. 
O recurso pode ser tirado, também, da decisão que conceder a liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante. 
Obs : a decisão que decreta a prisão preventiva, ou aquela que indefere pedido de relaxamento do flagrante, bem assim a decisão que não concede a liberdade provisória, são irrecorríveis, podendo ser objeto de impugnação por via de habeas corpus.
VII) que julgar quebrada a fiança ou perdido se valor. Considera-se quebrada a fiança nas seguintes hipóteses dos arts. 327, 328, 341, 344 do CPP. Decretada a quebra da fiança ou o perdimento de seu valor, caberá recurso em sentido estrito.
VIII) que decretar a prescrição ou julgar por outro modo, extinta a punibilidade. Reconhecida a existência de qualquer causa extintiva da punibilidade, é cabível o recurso em sentido estrito. Ver art. 397, IV, CPP 
Obs: As decisões proferidas em sede de execução, no entanto,são impugnáveis por via de agravo (art. 197, da LEP).
IX) que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade. Passível de impugnação por via do recurso em sentido estrito a decisão que desacolhe requerimento de reconhecimento de causa extintiva da punibilidade.
X) que conceder ou negar a ordem de habeas corpus. Proferida a sentença em habeas corpus pelo juiz de primeiro grau, poderá ser interposto recurso em sentido estrito. 
Obs: A decisão concessiva da ordem, além de impugnável pelo recurso voluntário, está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório (recurso de ofício), nos termos do disposto no art. 574, inciso I, do CPP.
XI) que conceder, negar ou revogar a suspensão da pena (art. 77, CP)
XIII) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte. A decisão pela qual o juiz declara nulo o processo, no todo ou em parte, é enfrentada pelo recurso em sentido estrito (art. 564 e segs. CPP).
XIV) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir. Anualmente, é organizada a lista geral de jurados, que se publicará em novembro e poderá ser alterada de ofício ou por reclamação de qualquer do povo, até a publicação da lista definitiva, que ocorre no dia 10 de novembro de cada ano (art. 426, § 1º, CPP). A lista definitiva pode, então, ser impugnada por via de recurso em sentido estrito, no prazo de 20 dias, dirigido ao presidente do Tribunal de Justiça.
Obs: Podem recorrer o Ministério Público e qualquer do povo que tenha interesse, em geral o jurado excluído ou incluído na lista (art. 426, CPP).
XV) que denegar a apelação ou a julgar deserta. Cabível o recurso em sentido estrito da decisão que, por qualquer motivo, nega seguimento à apelação. Trata-se de decisão por meio da qual o magistrado realiza juízo de admissibilidade do recurso.
 Obs: Cuida-se de exceção à regra segundo a qual é cabível a carta testemunhável como meio de impugnar decisão que nega seguimento a recurso. Assim, se o juiz não recebe o recurso em sentido estrito interposto contra a decisão que negou seguimento à apelação, poderá a parte valer-se da carta testemunhável.
XVI) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial.
Questões prejudiciais são as matérias que devem ser apreciadas pelo juiz antes de julgar a lide principal, relativas a um elemento constitutivo do crime e que subordinam, necessariamente, a decisão da causa. Em tais casos, há relação de dependência lógica entre a questão prejudicial e a questão principal (ou prejudicada).
XVIII) que decidir o incidente de falsidade (art. 145, CPP). O dispositivo refere-se à decisão proferida no processo incidente instaurado a pedido de alguma das 
partes para constatar a autenticidade de documento que se suspeita falso.
Obs: Os incisos XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII foram “derrogados” pela Lei de
Execução Penal (Lei nº 7.210/84)
5. Efeitos: O recurso em sentido estrito provoca, em regra, provoca o efeito devolutivo, isto é, a devolução do julgamento da matéria ao segundo grau de jurisdição, e o efeito regressivo (iterativo ou diferido), que consiste na possibilidade de o próprio juiz reapreciar a decisão recorrida (juízo de retratação).
 Obs: A regra é a da não-produção do efeito suspensivo, sendo cabível apenas nas hipóteses elencadas no art. 584, CPP.
Obs: O recurso da decisão de pronúncia suspenderá o julgamento pelo Tribunal do Júri(§ 2°, art. 584 do CPP) . Caso exista posterior interposição de recursos especial(STJ) e extraordinário(STF), atentar para o fato de que tais instrumentos não possuem efeito suspensivo automático, sendo necessária medida cautelar para este fim. 
APELAÇÃO
A Apelação, em regra, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas Sentenças Judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Desta forma, não é cabível o Recurso de Apelação para atacar os despachos de mero expediente, inclusive pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra, também não é cabível a Apelação para atacar Decisões Interlocutórias. Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a Apelação acaba assumindo uma natureza residual, pois, em alguns casos de Decisões Interlocutórias proferidas pelo juiz singular, em que não seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, poderá ser passível de impugnação por meio da Apelação.
EXTENSÃO DA APELAÇÃO: 
 a) plena, ampla ou integral - quando o apelante impugnar toda a matéria objeto da decisão, passando o tribunal a ter cognição ampla da matéria impugnada. Presume-se também que a apelação é integral quando não é identificada a porção da matéria recorrida. 
b) Limitada, parcial ou restrita - quando a impugnação abrange apenas parte da decisão provocada pela parte sucumbente, delimitando a matéria a ser examinada pelo juízo superior (deve ser feita no momento da interposição).
QUANTO AO APELANTE: 
a) principal - nos crimes de ação pública, a parte principal é o Ministério Público, razão pela qual tem ele a preferência para apresentar apelação, denominada principal, em caso de sucumbência nos processos do juiz singular ou do júri. 
b) secundária ou supletiva - quando interposta pelo ofendido ou por qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, CPP (Adv./DP/ Assistência de acusação)
PRAZO: O prazo para interposição da apelação é de 05 (cinco) dias, é interposta por termo ou petição, no juízo que prolatou a decisão, que fará o exame dos pressupostos para tal recurso. Na negação ou deserção do recurso da apelação, caberá o recurso em sentido estrito, conforme aponta o artigo 581, inciso XV, CPP) Admitindo-se a apelação, intima-se o apelante, e depois, o apelado, para no prazo de 8 (oito) dias, ofereçam as razões e contrarrazões.
EXCEÇÕES AO PRAZO: 
vítima não habilitada - 15 dias, contados do transcurso do prazo para o MP (Súmula 448 do STF); (Habilitado na fase recursal)
vítima habilitada – 5 dias. (Habilitado desde o início)
PROCESSAMENTO
O recurso é dirigido ao Tribunal, mas o juízo a quo faz o juízo de admissibilidade. Se o juiz não receber a apelação cabe recurso em sentido estrito. Se o juiz também não receber o recurso em sentido estrito, cabe carta testemunhável.
LEGITIMIDADE
Ministério Público - Pode recorrer a favor do réu, na qualidade de fiscal da lei. 
 a) O recurso ministerial em favor do réu, contudo, não deve ser conhecido se este apelou tempestivamente, pois seria inócuo dois recursos em relação ao mesmo acusado, visando a idêntica finalidade.  
b) O Ministério Público não pode apelar nas ações penais de iniciativa privada em que o querelante foi absolvido, o mesmo não ocorre em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública 
Réu e o defensor - O réu poderá apelar, desde que seja parte sucumbente, tendo contra si uma decisão desfavorável, mesmo nos caso em que for revel, atendidos os pressupostos. 
a) Em caso de sentença absolutória , há também interesse, desde que esta lhe traga reflexos civis negativos.  
Defensor constituído ou nomeado - Se houver conflito de vontades entre defensor e réu deve prevalecer a vontade do defensor, salvo, quando houver a renúncia do réu com a assistência do defensor. 
APELAÇÃO CONTRA DECISÃO DO TRIBUNAL DO JURI
É uma apelação com fundamentação vinculada, porque só cabe nas hipóteses estritamente previstas em lei. 
Hipótese de cabimento: 
a) quando houver nulidade posterior à pronúncia; 
b) quando a sentença do juiz for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) quando houver erro ou injustiça na aplicação da pena; 
d) quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas dos autos. Sob esse fundamento só é possível uma única apelação, seja por parte do réu, seja por parte do MP ou vítima. 
Nas três primeiras hipóteses, se o Tribunal der provimento ao recurso, rescinde a decisão, isto é, o acórdão substitui a decisão. 
Na quarta e última hipótese, se o Tribunal der provimento ao recurso, ele cassa a decisão anterior e determina novo julgamento. 
O Tribunal não pode substituir a decisãodos jurados. Se no segundo julgamento os jurados mantiverem a decisão, respeita-se a soberania dos veredictos. 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior. Portanto, pode ser interposto perante o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. A interposição do recurso deverá ser endereçada ao Presidente do Tribunal que proferiu a decisão denegatória. As razões recursais deverão estar anexadas à petição de interposição, devendo ser dirigidas ao STF ou STJ, conforme o caso. O prazo para a interposição do recurso ordinário constitucional contra denegação de habeas corpus será de cinco dias, e contra denegação de mandado de segurança, de quinze dias.
 EMBARGOS INFRINGENTES (matéria de mérito) E DE NULIDADE
(matéria processual) - Art. 609, Parágrafo Único, do CPP
1. Conceito: são recursos exclusivos da defesa e oponíveis contra a decisão (em apelação e RESE) não unânime de órgão de 2ª instância que causar algum gravame ao acusado (desfavorável ao réu).
2. Prazo: 10 dias, da publicação .
3. Hipóteses de Cabimento
a) somente contra decisão de 2ª Instância;
b) Decisão proferida em Apelação, Recurso em Sentido Estrito ou Agravo em Execução. Não cabe embargos em decisão que julga revisão criminal;
c) Decisão não unânime;
d)Desfavorável ao réu;
e) Um voto vencido em favor do réu.
4. Extensão dos Embargos: Os embargos não podem extrapolar os limites do voto vencido. Se o voto vencido é parcial, a pretensão deduzida nos embargos estará limitada aos termos do voto vencido.
5. Características: é um recurso exclusivo do réu. Tanto o réu quanto o seu defensor podem interpô-lo;
1. o recurso deve vir acompanhado das razões;
2. permite a retratação;
3. havendo empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu;
4. tem efeito suspensivo;
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Trata-se de recurso cujo objetivo é a uniformização da jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Registre-se a necessidade de comprovação imediata do recolhimento do preparo para a admissibilidade dos embargos de divergência, nos termos do art. 1.007, caput, do CPC. Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.
A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual. Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.
O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na internet, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619/620, CPP)
1. Conceito: é o recurso dirigido ao órgão prolator da decisão, quando nela houver ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão; cabível tanto da decisão de 1° grau (embarguinhos – art. 382, CPP), hipótese em que serão dirigidos ao juiz, como de decisões de órgãos colegiados (2° grau- art. 619, CPP), caso em que serão dirigidos ao relator do acórdão.
2. Natureza jurídica: parte da doutrina afirma, acertadamente, que têm natureza recursal, já que nada mais são do que meio voluntário de pedir a reparação de um gravame decorrente de obscuridade, ambiguidade, omissão ou contradição do julgado;
 Por outro lado, argumenta-se que não possuem caráter infringente (não ensejam a modificação substancial da decisão), pois se destinam a esclarecimentos ou pequenas correções, daí não constituírem recurso, porém meio de integração da sentença ou acórdão.
3. Hipóteses de cabimento: se a decisão for obscura (quando não clara, não compreensível), ambígua (se uma parte da sentença permitir duas ou mais interpretações, de forma a não se entender qual a intenção do magistrado), omissa (quando o julgador silencia sobre matéria que deveria apreciar) ou contraditória (se alguma das proposições nela insertas não se harmoniza com outra).
Obs: No caso da Lei nº 9.099/95, os pressupostos são os seguintes: obscuridade, omissão, contradição e dúvida (ao invés de ambiguidade).
4 . Legitimidade: o acusado, o MP ou querelante e o assistente de acusação.
5. Prazo para oposição: 2 dias, contados da intimação, perante o próprio juiz prolator da sentença (art. 382), ou no caso dos Tribunais (art. 619); 05 dias (Juizado Especial Criminal - art. 83, § 1º, da Lei nº 9.099/95) (STF e STJ Regimentos Internos).
6. Efeitos: opostos os embargos, os prazos restam interrompidos(art. 538 CPC aplicação analógica);
CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 639, CPP)
1. Conceito: é instrumento que visa promover o andamento de outro recurso que não foi recebido ou que foi paralisado. Ex. Recurso em sentido, agravo em execução. É um recurso subsidiário. Visa dar andamento a um outro recurso.
2. Natureza jurídica: apesar do CPP haver tratado da carta testemunhável no título destinado aos recursos, prevalece o entendimento segundo o qual é mero remédio ou instrumento para conhecimento de outro recurso.
3. Hipóteses de cabimento (art. 639, CPP):
I - da decisão que não receber o recurso na fase do juízo de admissibilidade;
II - da decisão que admitido o recurso, obstar à sua expedição e seguimento ao juízo “ad quem”.
4. Aspectos Procedimentais:
É um recurso dirigido ao escrivão ou diretor do cartório. Prazo - 48 horas (conta-se minuto a minuto). Na prática, conta-se 2 dias. Não tem efeito suspensivo (art. 646, CPP). O escrivão elabora um instrumento. Em seguida vem as razões e as contra-razões. Ato seguinte, os autos vão ao juiz, que pode retratar-se. Se não se retratar, o recurso sobe ao Tribunal. Se a carta estiver bem instruída, o Tribunal pode julgar a Carta Testemunhável e o Recurso que estava paralisado (art. 644, CPP).
5. Exceções: das decisões que denegam seguimento aos seguintes recursos caberá:
a) Denegação da apelação: cabe recurso em sentido estrito (art. 581, XV, CPP)
b) “do Rec. Especial e Extraordinário: cabe agravo de instrumento (art. 28, Lei n. 8038/90)
6. Prazo: 48 horas.
MANDADO DE SEGURANÇA
O Mandado de Segurança, de uma ação civil, com teor impugnativo, de caráter garantista-constitucional, sendo utilizado para a proteção de um direito líquido e certo, diante de uma lesão ou ameaça proveniente de ato de autoridade pública ou pessoa jurídica investida no poder público.
Segue-se que, para auferir a existência do direito violado, são necessárias tão somente as provas pré-constituídas que acompanham a petição inicial, sendo desnecessárias demais provas.
Veja-se também que, a impetração do Mandado de Segurança não poderá ser para questionar incidência direta sobre a liberdade do indivíduo, onde seria necessária a utilização do Habeas Corpus, da mesma forma, incabível para a obtenção e/ou retificação de informações, amparado pelo Habeas Data.
Para que se possa falar na utilização do mandamus, é necessário que haja um ato emanado de uma autoridade pública ou de um particular investido em poder público, sendo inadmissível a impetração ante um ato puramente de um particular.
Ainda, necessário se faz que o ato tenha se manifestado por meio de ilegalidade ou abuso de poder, pois pressupõe o legislador que apenas quando existente um excesso ou ilegalidade, o mesmo terá potencialidade lesiva, em clara homenagem à presunção de legitimidade dos atos emanados pela Administração Pública.
A Lei nº 12.016 de 7 de agosto de 2009, que regulamenta o Mandado de Segurança individual e coletivo, dita o rito da ação em tela, que caracteriza-sepelo caráter essencialmente sumária, ante a existência de clareza solar do direito lesionado.
LEGITIMIDADE ATIVA
De modo geral, tanto as pessoas físicas quando as jurídicas poderão se valer do mandado de segurança, assim como órgãos públicos.
Reputa-se legítimo para impetração do MS em matéria criminal, a pessoa que tem direito líquido e certo violado pelo ato, podendo ser o Acusado, o Ofendido, o Ministério Público ou algum terceiro estranho à relação processual penal, desde que seja atingido de modo reflexo por um ato decisório nele proferido.
Ainda, é necessário que a parte tenha capacidade postulatória, necessitando, quando não se tratar de impetração pelo MP, que o mandado de segurança seja subscrito por Advogado devidamente constituído e inscrito perante a OAB.
7. LEGITIMIDADE PASSIVA
No que tange a legitimidade passiva, essa será a Autoridade Coatora, pessoa jurídica de direito público, ou particular investida no poder público, ante a vedação da impetração do MS contra ato de particular.
Veja-se que, por se tratar de persecução penal, há a exclusividade estatal, sendo comandada por uma autoridade pública em todas as fases do procedimento.
Ainda, quando existente, a parte com a qual o impetrante litiga no processo penal, deverá figurar como litisconsorte passivo, pois quando procedente os pedidos constantes do MS, a parte contrária poderá ter a sua situação agravada.
Há que se ressaltar ainda a súmula 701 do STF:
"No Mandado de Segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em sede de processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo"
ALGUMAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DO MS
10.1. Quando na investigação preliminar, sendo apurado a procedência da notícia-crime, podemos visualizar a possibilidade de impetração do MS para garantir ao advogado do investigado o direito à acesso aos autos do Inquérito, considerado sigiloso. Da mesma forma vislumbra-se a possibilidade de o Ofendido utilizar-se do MS, quanto a um indeferimento do pedido de instauração de Inquérito Policial em crime de ação penal de iniciativa privada.
10.2. Caberá MS, impetrado por terceiro de boa-fé, em caso de apreensão de bens que encontravam-se em sua posse, devendo o embargo aguardar o pronunciamento definitivo acerca do crime, conforme consta do art. 130 do CPP. Não é possível dar guarida a decisão de que um terceiro, aguarde por vários anos um pronunciamento definitivo acerca do delito, para ter de volta o bem injustamente apreendido.
10.3. Outra possibilidade é de utilização do MS para que o ofendido habilite assistente de acusação, haja vista a inexistência de um recurso específico para tal situação.
10.4. De outro lado, caberá a aplicação do MS, quando o civilmente identificado é obrigado a ser identificado criminalmente, buscando-se a sua impressão digital, bem como a fotografia, não se verificando nas hipóteses constantes da Lei nº 10.054/2000.
10.5. Quanto ao direito do acusado de não produzir prova contra si, embasado no Pacto de São José da Costa Rica, surge o questionamento, no qual, se existente uma decisão que viole tal direito, poderia caber o MS? Sendo que a resposta para tal pergunta é afirmativa, para o doutrinador Paulo Rangel, todavia, com entendimentos ao contrário, no sentido de que o melhor caminho seria a utilização do Habeas Corpus.
HABEAS CORPUS ( art. 5°, inc. LXVIII da CF/ art. 647 e segs. CPP).
1. Conceito: É o instrumento que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder (liberdade de ir e vir).
2. Natureza jurídica: Trata-se de uma ação penal popular (embora esteja previsto como recurso no CPP) com assento constitucional, voltada à tutela da liberdade de locomoção, sempre que ocorrer qualquer dos casos elencados no art. 648, do CPP.
3. Espécies: O HC apresenta-se em duas modalidades distintas: liberatório e preventivo.
a) Liberatório, corretivo ou repressivo: é aquele que destina-se a afastar constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já efetivado, ou seja, o paciente encontra-se segregado, preso, recolhido à prisão.
b) Preventivo: destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção, ou seja, o paciente encontra-se livre, porém, na iminência de ter a sua liberdade segregada. Nesta hipótese, no caso de concessão da ordem deve ser expedido salvo-conduto.
4. Paciente: é a pessoa natural que está sofrendo ou na iminência de sofrer restrição a sua liberdade de locomoção em face da coação ilegal. Essa pessoa denomina-se paciente.
Obs: em se tratando de crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9605/98), caso em que a pessoa jurídica poderá figurar no polo passivo da ação penal, poderá ser impetrado HC para fins de trancamento da ação penal, sendo, portanto, correto o pedido . (HC 92921 BA – Min. Rel. Ricardo Lewandowski)
5. Legitimidade ativa (Impetrante): Pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal ou representação de advogado. A parte que interpõe o pedido denomina-se impetrante. Não há necessidade de procuração.
6. Legitimidade passiva (autoridade coatora): é aquela que determinou o ato caracterizador do abuso ou da ilegalidade. Ou seja, autoridade coatora é aquele de quem emanou a ordem (ex. juiz que decretou a prisão preventiva)
7. Hipóteses de Cabimento: As hipóteses de cabimento do HC encontram-se enumeradas no art. 648, do CPP, senão vejamos:
a) Quando não houver justa causa (inciso I): A hipótese trata da falta de justa causa para a prisão, para o inquérito e para o processo. Só há justa causa para a prisão no caso de flagrante delito ou de ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
b) Quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina (inciso II): a hipótese cuida do excesso nas prisões provisórias, e/ou referentes ao prazo para o encerramento da instrução criminal que, em regra, é de 105 dias no procedimento comum ordinário.
Obs: Tratando-se de crime da competência do Júri, pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução (Súmula 21 do STJ).
Obs: Finalmente, não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução provocado pela defesa (Súmula 64 do STJ).
c) Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (inciso III): só pode determinar a prisão, a autoridade judiciária dotada de competência material e territorial, salvo caso de prisão em flagrante. Ex. prisão alimentícia decretada por Juiz criminal, ou vice-versa.
d) Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (inciso IV): por exemplo, sentenciado que já cumpriu sua pena, mas continua preso.
e) Quando não se admitir a fiança, nos casos em que a lei a prevê (inciso V): as hipóteses em que a lei prevê a fiança (arts. 323, 324 e 335, do CPP).
f) Quando o processo for manifestamente nulo (inciso VI): a nulidade pode decorrer de qualquer causa, como falta de condição de procedibilidade (representação nos crimes de ação penal pública condicionada), ilegitimidade ad causam (ofendido propõe a ação penal pública ou vice-versa) ou processual (menor de 18 anos propõe ação penal privada), incompetência do juízo, ausência de citação ou de concessão de prazo para a defesa prévia, alegações finais etc.
g) Quando já estiver extinta a punibilidade do agente (inciso VII): as causas extintivas da punibilidade estão enumeradas no art. 107, do CP. Se anterior à ação penal, a denúncia ou queixa não pode se recebida (CPP, art. 43, II).
8. Inadmissibilidade: É inadmissível a impetração de HC nos seguintes casos:
a) No caso de transgressão disciplinar militar (CF, art. 142, § 2º).
b) Visando exame aprofundado e valoração de provas. 
Ex. requerer a absolvição de um crime após sentença penal condenatória;
c) para discutir pena de multa
d) durante o estado de sítio (CF, arts. 138, caput, e 139, I e II).
9. Legitimidade Passiva e Competência: Trata-se do coator. Normalmente éuma autoridade. Mas também é cabível contra particular. Ex: quando um hospital prende o paciente por não pagar a dívida pela internação.
a) habeas corpus contra autoridade policial - é julgado por juiz;
b) habeas corpus contra particular - é julgado por juiz;
c) habeas corpus contra Juiz - é julgado pelo Tribunal de Justiça;
d) habeas corpus contra Promotor - é julgado pelo Tribunal de Justiça;
e) habeas corpus contra ato isolado de Desembargador - é julgado pelo STJ;
f) habeas corpus contra ato do Ministro do STJ – é julgado pelo Ministro do STF
11. Efeitos:
a) a concessão de HC liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 600, § 1º);
b) se a ordem de HC for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será expedida ordem de salvo-conduto (licença escrita para transitar livremente) em favor do paciente;
c) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento e que se verificou a eiva (CPP, art. 652);
d) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal;
e) a decisão favorável do HC pode ser estendida (efeito extensivo) a outros interessados que se encontrem na situação idêntica à do paciente beneficiado (art. 580, do CPP, aplicável por analogia).
12. Recursos
a) cabe recurso em sentido estrito da decisão do juiz que conceder ou negar a ordem de habeas corpus (CPP, art. 581, X);
b) cabe recurso oficial da concessão — reexame obrigatório (CPP, art. 574, I).
REVISÃO CRIMINAL (art. 621, CPP)
1. Conceito: é instrumento processual exclusivo da defesa que visa rescindir uma sentença penal condenatória transitada em julgado.
2. Natureza jurídica: Trata-se de ação de impugnação, prevalecendo o entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal de conhecimento de caráter desconstitutivo; ela é ação contra sentença, pois desencadeia nova relação jurídica processual. Assim, seja ela ação penal constitutiva ou recurso especial-misto, o importante é a análise da questão de fundo, a razão e a sua verdadeira natureza, visando o asseguramento amplo do exercício de acesso à justiça, como um remédio heróico para sanar prejuízos e reaver injustiças, como o habeas corpus, sua finalidade é corrigir a prestação jurisdicional, erros, decisões ou prisões ilegais, sujeitando o Estado à responsabilidade objetiva.
3. Finalidade: corrigir uma injustiça e restabelecer o status libertatis e o status dignitatis.
4. Pressupostos:
1. existência de sentença condenatória. A sentença absolutória imprópria também admite, pois fixa medida de segurança. Não importa a infração cometida e nem o procedimento. Não cabe revisão criminal contra sentença absolutória própria e nem contra decisão do juiz das execuções. Também não cabe contra decisão que concede perdão judicial e decisão de pronúncia.
2. trânsito em julgado. Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva não é mais possível entrar com revisão criminal, porque não existe sentença condenatória.
5. Prazo: não há prazo.
6. Legitimidade: O próprio réu ou por procurador legalmente habilitado, bem como, no caso de falecimento do acusado, por cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. A vítima não participa do processo de revisão criminal. Na hipótese de falecer a pessoa cuja condenação tiver de ser revista (art. 631 CPP), para efeitos morais e pecuniários indenizatórios cabe aos herdeiros ou sucessores legais pleiteá-la.
7. Pressupostos e oportunidade: deverá obedecer às condições de exercício das ações em geral (legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido); pressupõe a existência de sentença condenatória ou absolutória imprópria transitada em julgado.
8. Hipóteses de cabimento (art. 621, CPP):
a) Sentença contrária ao texto da lei, refere-se a má interpretação da normas com aos princípios reitores, a nível constitucional como infra-constitucional (a sentença deve conter a exposições de fato e de direito – provas – e os dispositivos legais em que se fundamenta - “ex vi” do art. 381, incs. III e IV CPP).
b) Sentença contrária as evidências dos autos é aquela condenação feita em base a indícios, conjecturas, distorcida da verdade, divorciada dos elementos probatórios em afronta aos ditames do direito e dos fatos “sub judice”. Referimo-nos ao juízo monocrático – singular – como ao jurado popular (Tribunal do Júri – art. 593, inc. III CPP).
c) A prova nova deve estar amparada por seu ineditismo, desconhecimento e insuficiência de dúvida em relação a sua prestabilidade e capacidade de modificar a coisa julgada, indicando especialmente que o condenado deveria ter sido absolvido ou a pena ter sido aplicada de maneira mais branda.
d) Lei nova mais benigna (cominação menor de pena) permite a postulação do recurso de Revisão Criminal, isto é “novatio legis in mellius”, o que difere de “abolitio criminis” onde automaticamente extingue e tranca a ação penal em todos os seus efeitos legais, prevalece no direito democrático o princípio da aplicação da lei penal mais benigna.
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
II – quando a sentença condenatória fundar-se em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstâncias que determine ou autorize diminuição da pena.
9. Competência:
1. STF e STJ - são competentes para julgar a revisão de suas próprias condenações;
2. TRF - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juízes federais;
3. TJ - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juízes de 1º grau, que são da sua competência recursal;
10. Aspectos procedimentais:
- Réu solto não precisa recolher-se à prisão (Súmula 393 do STF). 
- Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença.
 - Ao autor da ação cabe provar o que alegou.
- A revisão não tem efeito suspensivo. 
- O pedido pode ser indeferido liminarmente, seja pelo Presidente, seja pelo Relator. Desta decisão cabe Agravo Inominado (Art. 625 do CPP). O Tribunal querendo poderá converter o julgamento em diligências.
11. Efeitos das decisões: se julgada procedente, a decisão poderá acarretar alteração da classificação da infração, a absolvição do réu, a modificação da pena (redução) ou a anulação do processo; se julgada improcedente, só poderá ser repetida se fundada em novos motivos. desclassificar a infração e impor pena menor; 
Obs: Se o réu for absolvido na revisão criminal, todos os seus direitos são restabelecidos automaticamente.
12. Recursos Cabíveis:
1. Embargos de Declaração;
2.Recurso Extraordinário e Recurso Especial;
3. jamais são cabíveis embargos divergentes ou de nulidade.
13. Indenização Civil: Quando o réu é condenado por erro judiciário, ele tem direito a uma indenização civil.
 Cabe ao réu entrar com uma ação autônoma de indenização ou pedir a indenização no próprio pedido de revisão (art. 630, CPP). Neste último caso, se o Tribunal reconhecer o direito a indenização, ele não fixa o quantum. Cabe ao réu, antes de executar a decisão, liquidá-la. 
A responsabilidade objetiva de pagar a indenização é do Estado. Se a condenação foi pela Justiça Federal, quem paga é a União. Já, se a condenação foi pela Justiça Estadual, quem paga a indenização é o Estado-Membro.
4. Teoria da Afirmação: O autor da ação de revisão deve afirmar na inicial uma das hipóteses legais de cabimento da revisão, sob pena de carência de ação.
15. Não cabe revisão criminal: para reexame de provas; para alterar o fundamento da condenação.

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